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O nível térreo é marcado por revestimentos simples<br />
e autênticos que buscam reforçar a conexão do edifício à<br />
linguagem industrial do bairro, além de imprimir aos ambientes<br />
uma atmosfera urbana. Seus espaços integrados e permeáveis<br />
oferecem estações de trabalho compartilhadas, ao lado de<br />
áreas multiuso e de um café, propondo a fusão dos limites<br />
entre trabalho e socialização. O projeto de iluminação desses<br />
espaços priorizou soluções integradas à arquitetura, tornando<br />
os acabamentos e a arquitetura os verdadeiros protagonistas.<br />
Dessa forma, o revestimento em ripas de madeira Blackbutt<br />
– uma espécie típica de eucalipto australiana –, em diferentes<br />
tonalidades, que recobre praticamente todas as superfícies<br />
verticais desse pavimento foi iluminado de maneira rasante, por<br />
meio de perfis lineares de LED integrados a sancas – em áreas<br />
dotadas de forro de gesso – ou instalados em perfis metálicos<br />
pintados de preto, fixados diretamente na madeira, à mesma<br />
altura do forro. Essa solução permite à iluminação acompanhar e<br />
destacar as curvas bastante presentes no projeto de arquitetura.<br />
Na área da recepção, o mesmo material da fachada reveste<br />
a parte superior do átrio, cuja iluminação uplight rasante é<br />
complementada por iluminação linear difusa, embutida no forro<br />
do pavimento superior, que acompanha as curvaturas do vidro.<br />
A maioria das superfícies verticais do pavimento térreo<br />
é revestida de madeira e conta com iluminação rasante.<br />
Para esses detalhes foi escolhida a temperatura de cor<br />
2.700 K, a fim de ressaltar o contraste entre o vidro “frio”<br />
e a madeira “quente”.<br />
As lâminas verticais de vidro que compõem a fachada<br />
foram iluminadas individualmente, de baixo para cima, por<br />
meio de projetores lineares integrados aos próprios montantes<br />
que as estruturam. Alguns desses vidros são transparentes,<br />
enquanto outros são texturizados, amplificando a reflexão<br />
da luz e conferindo ritmo à fachada. Tirando partido da sua<br />
permeabilidade visual, essa solução se estende para o interior<br />
do edifício, como se convidasse o mundo exterior a entrar.<br />
Dessa forma, a recepção, com pé-direito duplo, é iluminada pela<br />
luz que reflete das lâminas de vidro, recobrindo toda a superfície<br />
vertical curva da parte superior.<br />
Foram realizados inúmeros testes com as lâminas de vidro,<br />
para determinar a melhor combinação entre suas distintas<br />
texturas e o posicionamento das luminárias, além do facho e<br />
da temperatura de cor da luz, como conta a lighting designer<br />
brasileira Ana Spina, diretora de grandes projetos do FPOV.<br />
Dessa forma, chegaram à especificação final das luminárias<br />
com facho concentrado e temperatura de cor em 3.000 K,<br />
promovendo a maior integração do edifício à paisagem do<br />
entorno.<br />
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