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HIERARQUIAS<br />
O conceito de arquitetura definiu a setorização da loja em<br />
três zonas-chave: a vitrine, as ilhas de experimentação e o<br />
mobiliário expositivo no perímetro da loja.<br />
Marcadas pela transparência, as vitrines deixam à vista o<br />
interior da loja, como um convite à entrada. Dessa forma, as<br />
lighting designers optaram por iluminar, com menor intensidade,<br />
os poucos elementos ali expostos sobre pedestais minimalistas<br />
de concreto, contribuindo para o direcionamento do olhar para o<br />
interior da loja, onde a luz é mais intensa.<br />
Com a intenção de criar brilhos e contrastes no espaço, a<br />
iluminação da loja foi projetada para que o topo das paredes, o<br />
teto e o piso fossem iluminados com menor intensidade.<br />
O realce frontal dos produtos nas prateleiras é obtido com o<br />
uso de luminárias orientáveis com LED 7W, 15˚ e 3.000 K,<br />
proporcionando destaque mais intenso à “zona quente”. Já os<br />
produtos nas vitrines são destacados por luminárias com LED<br />
15W e 3.000 K, com fachos de 15˚ e 30˚. Integrada ao forro dos<br />
expositores, essa iluminação confere brilho aos produtos sem<br />
interferir no caráter transparente das vitrines.<br />
As galerias de produtos instaladas nos planos verticais<br />
foram desenhadas pelo Metro seguindo uma hierarquia própria.<br />
Os estoques foram localizados nas partes inferior (oculto por<br />
portas) e superior (aparente, seguindo o conceito grab and<br />
go), delimitando a chamada “zona quente”, que ocupa a faixa<br />
central dos expositores. Localizada na altura de maior contato<br />
visual, essa zona se destina à exibição de produtos para teste e<br />
à apresentação das narrativas por trás de cada um deles, e foi<br />
destacada por meio de iluminação frontal com maior intensidade.<br />
Todas as prateleiras contam também com iluminação integrada,<br />
em temperatura de cor 3.000 K, para conferir destaque adicional<br />
aos produtos por meio de uma camada mais uniforme.<br />
Já as ilhas de experimentação foram destacadas de maneira<br />
não uniforme, proporcionando brilho e contraste entre os<br />
elementos expostos. Os pendentes lineares instalados sobre<br />
elas, assinados pela designer brasileira Ana Neute, proporcionam<br />
uma sensação de aconchego, acentuada pela escolha de uma<br />
temperatura de cor da luz mais quente, 2.700 K, com o objetivo<br />
de envolver os clientes em uma atmosfera mais intimista.<br />
Como forma de traduzir o conceito de “brasilidade” da<br />
marca, os materiais escolhidos têm profundas ligações com<br />
as tradições brasileiras, embora sempre procurando fugir de<br />
padrões e estereótipos. Referências à natureza, ao artesanato<br />
típico e a arquitetura e design modernos e contemporâneos se<br />
mesclam de forma equilibrada.<br />
Sobre a iluminação, o cliente tinha uma visão clara do que<br />
não queria que se repetisse nos novos espaços, baseado nas lojas<br />
existentes: a iluminação uniforme e sem contrastes e o excesso<br />
de luminárias no forro. Ciente de que a luz era um elementochave<br />
para que seu conceito se realizasse, a equipe do Metro<br />
confiou a missão à lighting designer Fernanda Carvalho, titular<br />
do Fernanda Carvalho Lighting Design, que, por sua vez, contou<br />
com a parceria da lighting designer Paula Carnelós, do escritório<br />
Acenda Iluminação. O conceito de iluminação desenvolvido visa<br />
proporcionar distintas sensações, por meio da criação de zonas<br />
com diferentes intensidades luminosas, brilhos, contrastes e<br />
temperaturas de cor que incidem sobre os acabamentos e os<br />
produtos. “A luz é uma interface entre a pessoa e o mundo<br />
visível. Ela propicia toda essa experiência espacial, estimulando<br />
outros sentidos além da visão, como o tato na percepção de<br />
texturas, por exemplo, explica Fernanda.<br />
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