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Vicente de Mello<br />
Erika Mayumi/Courtesy of Galeria Nara Roesler<br />
Daniel Arantes/Courtesy of Galeria Nara Roesler<br />
¿QUÉ PASA?<br />
ABRAHAM PALATNIK (1928-2020)<br />
O artista plástico brasileiro Abraham Palatnik foi um pioneiro<br />
em arte cinética e óptica no Brasil. Com mais de sete décadas<br />
de produção artística, suas obras já foram objeto de centenas de<br />
exposições no Brasil e no exterior, incluindo algumas peças em<br />
exibição permanente, como parte do acervo de importantes<br />
galerias e museus nacionais e internacionais, como o Museu de<br />
Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio) e o Museum of<br />
Modern Art (MoMA), em Nova York, Estados Unidos.<br />
Suas primeiras experiências com a arte cinética,<br />
realizadas ainda na década de 1950, resultaram em obras<br />
que combinavam cores e luzes em movimento, batizadas<br />
por ele de Aparelhos Cinecromáticos, cuja moção provinha<br />
de pequenas máquinas construídas pelo próprio artista. A<br />
primeira exibição dessas peças, durante a Bienal Internacional<br />
de São Paulo, em 1951, rendeu-lhe uma menção honrosa<br />
do júri internacional – apesar de sua inclusão na mostra<br />
ter enfrentado certa resistência, uma vez que sua arte não<br />
podia ser categorizada nem em pintura nem em escultura.<br />
Essas experiências iniciais se desdobraram em outras séries,<br />
como os Objetos Cinéticos, produzidos na década de 1960,<br />
compostos de arame, formas coloridas e fios movidos por<br />
motores e eletroímãs.<br />
A formação de Palatnik em engenharia certamente<br />
contribuiu para que se interessasse também pelos aspectos<br />
técnicos em suas experimentações, levando-o a combinar<br />
ciência e tecnologia com sua arte. O fenômeno visual fazia parte<br />
de suas investigações, inspirando-o à exploração de efeitos<br />
ópticos em obras estáticas, em duas dimensões, por meio de<br />
composições abstratas de faixas coloridas, criando padrões<br />
rítmicos que se assemelham a ondas em movimento. Esse<br />
tipo de efeito foi amplamente experimentado pelo artista, com<br />
diferentes técnicas e materiais, e provoca sensações totalmente<br />
distintas de acordo com a luminosidade, as sombras e os brilhos<br />
resultantes de cada composição.<br />
Uma das últimas retrospectivas de sua obra, Abraham Palatnik<br />
– A Reinvenção da Pintura, foi realizada em 2017 no Centro Cultural<br />
Banco do Brasil no Rio de Janeiro (CCBB-RJ) e pode ser visitada<br />
virtualmente em g.co/arts/p6TRs6zA7agkuLRMA. (D.T.)<br />
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