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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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NIDOVAL REIS E A DESTRUIÇÃO DO 1° GRUPO ESCOLAR DE BARRETOS

pastel, tomava café, se alimentava. Gostava de pimenta e leite ninho

Desenhava seus versos nas paredes no local de trabalho, em qualquer

lugar, a qualquer hora:

Meu destino é fazer verso.

Fazer verso e correr mundo…

Para os bons, eu sou poeta;

para os maus, um vagabundo

Família Reis: Nidoval Reis, José da Silva Reis, Risoleta da Silva Reis, Valdoni Aparecida dos Reis (no colo) e

Nivaldo Reis. Foto tirada em 25 de outubro de 1934. Acervo particular de Silvio Rodrigues de Morais

Gostava de redigir. Pegava o papel da pauta do dia, colocava na máquina

de escrever, permanecia de dois a três minutos, quietinho. Daqui a pouco,

começava a bater os dedos na máquina. Era uma coisa absurda.

Fazia assim, todos os dias — preparava a matéria do jornal: ele dormia

e, no seu sono, preparava o que seria publicado no dia seguinte. De manhã,

se sentava no seu gabinete, pensava e colocava a folha na máquina. Gostava

de ler, de escrever, de estudar.

Estudou no 1º Grupo Escolar de Barretos, atual Escola Estadual “Dr. Antonio Olympio”,

inaugurado no dia 30 de setembro de 1912, dez anos antes do nascimento do

poeta. Ele dizia que neste Grupo aprendeu tudo que sabia na vida.

O seu único professor se chamava Dorothóvio do Nascimento, a quem

dedicou um poema.

O tempo passou. Nidoval mudou-se de Barretos. Mas o seu professor e

o seu 1º Grupo Escolar não saíam dele.

No dia seguinte ao aniversário de Barretos, às 15h do dia 26 de agosto

de 1972, Nidoval Reis esteve no antigo Grupo Escolar. O seu único professor

estava presente. Ele declamou o poema “Soneto das Reminiscências Infan-

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