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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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CEL. JOÃO CARLOS DE ALMEIDA PINTO - VULTO NOTÁVEL DA HISTÓRIA DE BARRETOS

figura empolgante do Coronel Almeida Pinto, propagandista das ideias novas

e parente do imortal Francisco Glicério, a quem estava ligado por sólida amizade.

Barretos teve seu nome ovacionado nas ruas da capital quando o jornal

“A Província de São Paulo” expôs, no seu placar, o resultado da eleição reali zada

na remota paróquia sertaneja, anunciando o apoio integral ao republicano.

Houve dias seguidos de festa, em que se davam vivas ao eleitorado de nossos

sertões, aqueles homens sinceros e honestos tão bem guiados pela inteligência

e civismo de Almeida Pinto. O Partido Republicano de Barretos ficou notabilizado

ao decidir essa eleição, graças à liderança deste notável vulto da História.

O arraial “Espirito Santo de Barretos”, pelo alongado da nomenclatura, por força

de desejos de síntese passou a denominar-se “Barretos”, pela Lei nº 1021, de

16/11/1906 do Congresso de Estado. Tal era o seu ardor republicano que,

em 19/11/1890, propôs à Câmara Municipal que desse a Barretos o nome

de “Comarca da República”, como consta nos anais.

Almeida Pinto, respeitável educador, amava ensinar e, dessa paixão,

fundou em 1893 o “Colégio São João”, localizado na esquina da Avenida 17 com

a Rua 14, considerado o primeiro estabelecimento de ensino regular de Barretos,

que revolucionou a mentalidade de nossas crianças.

No pórtico deste colégio colocou uma placa contendo o dístico letreiro:

“Ave Lux”, além do nome Colégio São João saudando a luz como símbolo da Ciência,

da Cultura, pois o povo inculto, nada afeito às palavras latinas, só ouvindo

nas missas, traduzia aquelas palavras arrevesadas: Ave-Pinto, Lux-Louco... logo:

Colégio do Pinto Louco. O Cel. Almeida Pinto, já nos últimos dias de sua vida, escreveu

na imprensa barretense que a verdadeira história sobre a piada com

respeito ao lema do seu colégio foi assim:

Um dia, passava em frente do Colégio um viajante muito espirituoso, o Maurity, e vendo na

fachada do edifício um desenho representando um menino empunhando um estandarte, com os seguintes

dizeres: “AVE LUX”, o rapaz parou, dirigindo-se aos companheiros disse: Esta traduzido: Ave

é pinto e Lux deve ser louco: ‘Colégio do Pinto Louco’.

E, assim, numa brincadeira do moço Maurity essa piada ficou perpetuada

na história barretense. Alunos remanescentes daquele educandário recordam-se

de um livro de capa vermelha, no qual eram lançadas as atas das

reuniões da agremiação. Pena haver extraviado tão precioso documentário.

Em 22/01/1891, deixou o Conselho de Intendência Municipal para tomar posse

como Tabelião e Oficial de Registro de Hipotecas. Mais tarde, desistiu do cartório

para dedicar-se exclusivamente à advocacia e à política. Era advogado que

mais causas defendia no Tribunal de Júri. No dia 03/07/1911, faleceu sua

esposa, Maria Amélia de Oliveira Pinto, em São Paulo.

Foi um dos redatores de “O Sertanejo”, primeira folha de imprensa local,

fundada em 20/03/1900 por Silvestre de Lima. Neste jornal, possuía uma

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