BARRETOS EM 3ª PESSOA
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.
Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
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GERSON APARECIDO RODRIGUES 85
te Municipal Interino (24/01/1886 a 07/01/1887), homem de Letras, etc.
Em 1887, eleito para o cargo de Intendente Municipal, participou da
cerimônia de instalação da Comarca, juntamente com outros conselheiros
nomeados, em 07/01/1891, sendo um dos signatários da ata da instalação.
No aspecto do curandeirismo, foi durante anos dono inconteste da maior
clínica da cidade e adjacências. Não possuía farmácia, mas seu braço direito,
uma espécie de assistente, era Francisco Antônio das Chagas, vulgo Chico
Boticário, dono de botica que vendia remédios alopáticos e homeopáticos. Possuía
pequenos conhecimentos de Medicina que o auxiliavam na terapêutica
sintomática. Sua extrema bondade supria a falta de maiores conhecimentos.
Sempre dizia as palavras sábias de Miguel Couto:
“Se toda a Medicina não está na bondade, menos vale dela separada”.
Foi graças a Almeida Pinto, juntamente com outros como Messias Alves
Gonçalves, Frederico Carneiro Pessanha Falcão e Rufino Messias que o
gover no, atendendo seus pedidos, mandara ao abandonado vilarejo os primeiros
soldados da Força Pública. Como não havia cadeia, a maneira de corrigir
os desordeiros era amarrá-los a um coqueiro que havia na esquina da Avenida
21 com a Rua 12.
Quanto aos réus, levava-os até a sede da Comarca de Jaboticabal para,
ali, livrá-los das condenações (o que sempre conseguia) sem receber coisa
alguma, pois era um homem desprendido.
Almeida Pinto fez com que os sete únicos eleitores de Barretos, famosos
republicanos, estando ele incluído (Francisco Antônio Chagas, Romão Carlos
Nogueira, Manoel de Paula e Silva, Antônio Alves de Lima, Florentino Garcia
Vieira Junior e Inácio Armindo Junqueira Franco) descarregassem o peso
de sua votação em memorável pleito, quando Prudente de Moraes, em plena
vigência do regime monárquico, disputava, pelo Partido Republicano, uma cadeira
no Parlamento Imperial, da então província de São Paulo em 30/11/1884.
Neste pleito, Prudente de Moraes derrotou o venerando Conselheiro Antônio
Prado, contendor da Monarquia. Consta que, na capital do estado, o Conselheiro
Antônio Prado contava com a maioria de cinco votos, dependendo apenas
dos resultados dos povoados retardatários de Água Choca (Monte Mor) e
Barretos. Pouco depois, chegou o resultado de Água Choca, que não modificou
a sua boa situação a favor do adversário.
Corre a versão de que ninguém dava importância a estes dois povoados
retardatários. O Conselheiro Antônio Prado, precipitadamente, cantou a
vitória, recebendo os parabéns de amigos e correligionários ao som de banda
musical, foguetes e discursos. Finalmente chegaram os sete votos únicos de
Barretos dados a Prudente de Moraes, que venceu seu adversário por dois
votos. À frente do pequeno grupo de republicanos de Barretos, achava-se a