BARRETOS EM 3ª PESSOA
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.
Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
DR. OSÓRIO FALEIROS DA ROCHA 61
Amava as crianças. Divertia-se muito com as brincadeiras e mesmo com
as brigas entre seus meninos (dois) e meninas (três). Quando querelavam
entre si, eles tinham a tarefa de escrever o que motivara o desentendimento.
Os bilhetinhos eram postos sobre sua mesa de trabalho. Ao chegar à casa, ele
fechava a porta do escritório e se punha a lê-los. Escondidos atrás da porta,
os filhos ouviam gargalhar com as histórias ingenuamente escritas.
Já adulto, conseguiu realizar o grande sonho de se tornar advogado,
pela renomada Faculdade de Direito do Largo São Francisco, de São Paulo. A profissão
decepcionou-o um pouco: a morosidade da Justiça – e a falta dela em inúmeros
casos, não eram aquilo a que ele tinha aspirado. Mas não deixava de
anotar os casos hilariantes que presenciava no júri. Várias dessas anedotas
estão registradas, algumas em sua autobiografia, Reminiscências, outras nas
crônicas que escreveu muitos anos como jornalista, em Barretos e outras
cidades do interior paulista e, ainda, outras em sua história da cidade que o
acolheu, Barretos de Outrora.
Foi poeta, escritor, jornalista, conferencista, advogado. Amava a música,
tendo criado letras para Marcelo Tupinambá, Carlos Guimarães e Pachequinho.
Foi um avô delicioso, sempre arquitetando brincadeiras, criativo, divertido,
achando sempre muita graça nas invenções infantis. A certa altura,
escreveu Miss Neta, para ser cantado ao som de uma melodia conhecida. No
poema, exaltava as trezes netas, convocando, a seguir, os cinco netos para
fazerem o julgamento de qual seria a mais bela. Uma das netas, filha de seu
primogênito Paulo Franco Rocha, ainda reside em Barretos – Virgínia Junqueira
Franco, casada com Antônio Junqueira Franco.
Filhos (atualmente falecidos): Paulo Franco da Rocha; Uriel Franco Rocha;
Maria Luiza da Rocha Nogueira (casada com Ercy de Mello Nogueira,
pais de nove filhos: Luiza Maria, Paulo Tarcísio, Maria Eugênia, Maria Ignez,
Maria Teresa, Estêvão, Maria Auxiliadora, Pedro Paulo e Francisco de Paula);
Maria Ruth Franco Rocha e Maria Teresa Franco Rocha.
Era extremamente patriota e sempre disposto a lutar pela lei e os bons
costumes. Orgulhava-se de ter participado da Revolução Constitucionalista de
1932, quando já tinha 47 anos. Entre seus amores, contava-se a “última flor do
Lácio”, que ele defendia ferrenhamente contra a introdução dos neologismos
de outras línguas.
Apaixonado pelos livros, dizia que o único volume de sua vastíssima
biblioteca que não conseguira ler chamava-se Grandezas e misérias do nosso futebol,
presente de algum desavisado a respeito de suas preferências.
O lema literário de Eça de Queiroz, autor que ele muito admirava, foi
contínua fonte de inspiração em sua vida:
“Sobre a nudez cruel da verdade, o manto diáfano da fantasia”.