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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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SER CRIANÇA EM BARRETOS NOS ANOS 80: MEMÓRIAS DOS TEMPOS DE MOLEQUE 57

intensas, ouvir discos na vitrola, assistir aos desenhos do Balão Mágico,

brincar na rua, andar de bicicleta (“Na calçada!” – conforme clamavam os pais),

comprar doces (balas Chita ou 7 Belo, Paçoquinha, Bandinha); o “dinheirinho”

que os pais davam sempre ia parar nos bares dos saudosos sr. Virley, sr.

Etelvino, na distribuidora de doces do sr. Olinto Bars, ou ainda na padaria

do sr. Orlando Gori (que carinhosamente apelidou esse autor de Presuntinho).

Chegar à Catedral bem antes da missa para ser coroinha também era

uma missão de muitas crianças – o padre Cesar era ídolo de muitos! Era importante

usar a túnica de coroinha e ficar no altar. Após a missa, as crianças

chegavam em casa e ficavam esperando o almoço, pois nos domingos a “boia”

era sempre melhor e tinha refrigerante (durante a semana, quando muito,

havia Q-suco). O refrigerante deixava a comida ainda mais gostosa.

Os sonhos eram ser cantor, ator, médico, juiz, professor, padre. Eram

de uma inocência e sinceridade ímpares! Nas quermesses, gincanas e brincadeiras

de rua não faltavam; “fermento” para a imaginação e criatividade. Na

Praça da Bandeira, defronte ao Almeida Pinto, havia uma linda fonte luminosa.

Ali foram realizadas algumas quermesses, onde cantamos a música “Cowboy

do Amor”, do Balão Mágico:

“Quando monto em meu cavalo e jogo o laço, prendo logo o coração...”.

Tantos fatos e tantas pessoas viriam depois: Eunice de Souza Espindola,

José Antonio Merenda, Ricardo Tadeu Marques, Luiz Carlos Arutin, Adalgisa

Borsato, Milton Ferreira, Luiz Roberto Gomes, Nilton Domingues, Júlio Cesar

Cardoso, mas esse texto precisa findar-se! As experiências dessas pessoas e

suas histórias tornaram melhor a vida desse autor e, certamente, ajudaram

a construir a história da cidade.

Chegamos ao parágrafo derradeiro. Lembranças das coisas e pessoas

que tornaram esse autor uma pessoa melhor – é pra isso que serve a memória.

Aquelas brincadeiras, aqueles costumes... tanta gente viveu daquele

jeito e com aquelas pessoas – que se imortalizaram nos

corações de tantos barretenses, e que, de certa maneira,

também ficam imortalizadas nesse texto.

Afinal, não se faz História sozinho. Por isso, é importante

valorizar e eternizar essas memórias, a fim

de que, a partir dessas vivências, possamos continuar

a ser esse Chão Preto caipira, hospitaleiro e trabalhador.

Aurimar de Freitas Figueiredo é professor de História;

Bacharel/Licenciado em História (2000) e mestre em Serviço Social (2014)

pela FCHS-Unesp/Franca. Licenciado em Pedagogia (2010) pela FISO/Barretos,

atua no teatro amador barretense desde 1990

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