BARRETOS EM 3ª PESSOA
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.
Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
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Silvestre de Lima: as multifaces
do personagem que
transformou Barretos
S
Sueli de Cássia Tosta Fernandes
“Os homens passam depressa. É preciso registrar-lhes os feitos
para que a sua memória fique e seja respeitada”. Eugenio Egas.
ilvestre de Lima, que tanto honrou e honra a cidade de Barretos, foi
aqui “artista dos sete instrumentos”, exercendo com competência e vivacidade as
funções de farmacêutico, político, advogado, poeta, jornalista, entre outras. O
seu protagonismo em diferentes áreas assegurou a ele diversas homenagens.
Ele é nome de rua e patrono de escola estadual. Ou seja, é um nome razoavelmente
familiar para o barretense. Talvez o que a maioria desconheça é o
que foi feito por ele em benefício da cidade para ser objeto de homenagens e
que, aqui, será sucintamente comentado.
Ele é o “pai” da imprensa barretense, que nasceu oficialmente em 31 de
março de 1900, tendo-o como redator-chefe do jornal “O Sertanejo”, o primeiro
jornal editado e impresso na cidade. A importância histórica deste jornal
se revela não só por principiar a imprensa local, mas por se constituir um
importante veículo de diálogo entre a cidade e o resto do país, conforme defendido
por ele em artigo despedida do jornal:
“[...] desde o aparecimento da imprensa local se iniciou para Barretos uma nova era.
Município remoto e até então dos mais obscuros, com uma população mal afamada,
como indolente, atrasada e desordeira, Barretos daí para cá passou a ser mais e melhor
conhecida, reabilitou-se do mau nome antigo, reivindicou, pela crescente divulgação
das suas riquezas naturais, o lugar a que tinha direito na comunhão municipal do
Estado.” 1
O jornal expunha notícias nacionais e internacionais, análises críticas
1 O Sertanejo, Barretos, 15/Mar/1903, pág. 1. Coleção Carmem Nogueira. Acervo: MRM. (grafia de época preservada)