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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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SHIRLEY SPAOLONSI PIGNANELLI 175

Acácio Antunes.

Ah, se essas paredes falassem... Também repetiriam as noções de contabilidade

que eram ensinadas aos alunos no curso noturno do conhecido

“Ateneu Municipal” ou Escola “Sinomar Macedo Diniz”, hoje extinto, enquanto o antigo

Grupo Escolar “Professor Fausto Lex” foi transferido e funciona, atualmente, no bairro

Nadir Kenan, com o nome de Escola Municipal Professor Fausto Lex. Os cursos do

Ateneu eram de nível técnico, com excelente qualidade; muitos dos contabilistas

de hoje, respeitados em nossa cidade, ali se formaram. O Ateneu tinha

uma Banda que se apresentava nos desfiles da cidade e seus instrumentos

eram guardados no porão do prédio, sob as salas de aula, porão esse que nos

causava receio pelos escorpiões que ali foram encontrados, certa vez. Outros

insetos asquerosos, com certeza, também passeariam livremente nesses

porões, pois me lembro de uma vez em que fui pegar um pacote de folhas do

armário e senti uma barata vindo junto, o que me fez jogar todas as folhas

no chão e sair correndo. Se pudessem rir, as paredes, certamente, ririam com

gosto desse momento...

São muitas lembranças para estas poucas páginas. “É que a memória da gente

guarda lembranças demais”, já nos disse Gabriel Sater, compositor popular. Lembranças

que me emocionam muito quando encontro, casualmente, antigos

alunos, hoje homens e mulheres adultos, com família e profissões definidas, e

que me dizem saudosos: “A senhora foi minha professora”. É comovente e muito gratificante

saber que deixei marcas na história de vida destes alunos e que as

velhas paredes do Grupo Escolar “Professor Fausto Lex” também guardam o eco da

minha voz passando lições, de cultura e de vida, aos meus jovens aprendizes.

Ah! Se essas paredes falassem...

Fachada atual do prédio da Rua

22, onde funcionou o Grupo

Escolar “Professor Fausto

Lex” (acervo da autora)

Shirley Spaolonsi Pignanelli nasceu em Garça, SP, mas reside em

Barretos desde 1960, onde lecionou até se aposentar. Tem formação em Ciências

Sociais e Pedagogia e escreveu as obras: “A quem interessar possa”,

“A quem interessar possa 2” e “E a semente germinou...”

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