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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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Se essas paredes falassem...

A

Shirley Spaolonsi Pignanelli

expressão usada no título, muito conhecida popularmente, carrega

consigo todo um conjunto de interpretações — irônicas algumas; plenas de

sabedoria, outras. Porém, na maioria das vezes, insinuam um sentido mais

ou menos picante. Mas se as paredes deste meu texto falassem, com certeza

elas responderiam aos ecos de centenas de vidas que ali deixaram as marcas

de sua infância; revelariam segredinhos inocentes, cochichados, com as mãos

em concha junto ao ouvido de companheiros curiosos, ávidos por novidades;

e ecoariam, felizes, os risos despreocupados de quem tinha um mundo todo

pela frente para ser vivido na doce ilusão de que o tempo seria infinito.

Estou me referindo às velhas paredes do prédio de dois andares, que

fica em Barretos, na Rua 22, no meio do quarteirão compreendido entre as

Avenidas 9 e 11, número 1259, onde funcionou, desde 1938, o Grupo Escolar

“Professor Fausto Lex”, conhecido como Segundo Grupo, enquanto o Grupo Escolar “Dr.

Antonio Olympio”, que existia desde 1912, era chamado de Primeiro Grupo. O

prédio pertencia, e ainda pertence, à Prefeitura Municipal da cidade. O nome,

que foi conferido à escola, em 1952, é uma homenagem a Fausto Lex, professor

nascido em Amparo, estado de São Paulo, e que lecionou por alguns

anos em Barretos, para onde se mudou em 1908. Participante ativo da vida

intelectual da cidade, o professor Fausto Lex foi um dos fundadores do Grêmio

Literário e Recreativo de Barretos, instituição centenária e de grande expressão em

nossa cidade.

Por uma dessas surpreendentes coincidências da vida, quando eu cursava

a Escola Normal no Instituto de Educação “Dr. Paraiso Cavalcanti”, em Bebedouro,

estudei no livro Biologia Educacional, de autoria do Dr. Ary Lex, filho do professor

Fausto Lex. Mal sabia eu, então, que viria a lecionar em escola com o

nome de seu pai. Tive a satisfação de conhecer pessoalmente o Dr. Ary Lex

quando ele esteve em Barretos para uma palestra. Em minha memória afetiva,

estão guardadas com carinho lembranças de fatos e momentos que vivi

nessa Escola, onde lecionei de 1960 até 1976, ano em que houve uma reestruturação

do sistema educacional e foram criadas as Escolas de Primeiro Grau,

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