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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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MUSEU RUY MENEZES POR ELE MESMO 165

meu patrono, Ruy Menezes.

Essa história de que quem vive de passado é museu, é a maior balela.

Eu tenho coisas muito atuais, exposições lindas de arte, de fotografias, de

objetos, tenho eventos, diversão e educação para todos os gostos.

Mas uma coisa especial aconteceu em novembro de 1988. Entusiasmados

com a nova Constituição Federal, que tinha sido promulgada no mês

anterior e que elevava a cultura a um nível ainda maior, o prefeito Milton

Ferreira resolveu que eu seria tombado! Mas não é tombar de ir ao chão,

não! É dizer que eu estava protegido, que não poderiam me tirar daqui nem

mexer na minha casa. E assim foi feito: no dia 10 de novembro de 1988,

saiu a lei nº 2240 do meu tombamento municipal. Pronto. Agora eu era intocável.

E eu ainda mudei de nome (de novo) em 1994. Depois do falecimento

do jornalista (uma entre tantas coisas que ele fazia) Ruy Menezes, em 1992,

passei então a ser o Museu Histórico, Artístico e Folclórico Ruy Menezes (ou Museu Ruy

Menezes para os chegados). E esse é o nome que eu carrego até hoje.

De lá para cá foi tudo só alegria — mais ou menos; já tive meus percalços,

nada que não pudesse ser resolvido, mas isso não vem ao caso. O que

importa mesmo contar é que hoje eu tenho um grande acervo, graças a todos

os presentes que já recebi e, se você quiser consultá-lo, ele está disponível.

São milhares de fotos, documentos, jornais, objetos de vários tipos.

Hoje tem muito movimento por aqui. Há muito em exposição, mas tem

coisas que precisam ficar guardadas por um tempo. Coisas que já sofreram

muito ao longo dos tempos e que, agora, não podem ficar em exposição para

não se estragarem de vez. Mas eu tenho tudo registrado aqui.

Gostaria que você viesse me visitar de vez em quando. Às vezes, eu

tenho umas coisas bem diferentonas que as pessoas trazem aqui pra casa

para eu exibir. E, aí, eu fico ainda mais importante.

Se você nunca veio, acho que está mais do que na hora de vir me ver.

E eu tenho um segredo para te contar: cada vez que você vem aqui, você vê

as coisas de um jeito diferente.

Não é magia, mas é quase. Vem descobrir!

Raquel Milagres de Mattos é museóloga e gestora do Museu Ruy Menezes

desde 2012, quando se mudou para Barretos, mas trabalha com museus desde 2006,

ainda como estagiária no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.

Além do museu, trabalha com escrita criativa e revisão de textos

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