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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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A classe operária em Barretos:

Q

algumas considerações e

possibilidades de pesquisa

Priscila Ventura Trucullo

uando aceitei escrever um texto para o livro Barretos em 3ª pessoa, deparei-me

com uma questão sempre relevante para historiadores: quais são as

problemáticas do presente que justificam o olhar sobre o passado? Qual história

é relevante para compreendermos a realidade social da nossa cidade?

Na atualidade, historiadores, cientistas sociais e pensadores da área

de ciências humanas, em especial intelectuais e militantes do campo político

da esquerda, indagam-se sobre as causas das dificuldades de mobilização da

classe trabalhadora, levantando problemas como a alienação, a despolitização

e uma intuitiva ausência de consciência de classe. 1 A problemática nos leva a

resgatar o materialismo histórico 2 enquanto base teórica, para compreendermos a

realidade que nos desafia, pois, “a questão está [...] em como o desenvolvimento e a expansão

da nova economia industrial afetou a classe operária, pois eles a afetaram de várias maneiras” 3 .

Apesar disso, nos deparamos com uma incômoda ausência de trabalhos científicos

de maior fôlego sobre a formação da classe trabalhadora em Barretos.

Meu interesse sobre este tópico remonta a 2011, quando escrevi o capítulo

A pecuária e a moderna tecnologia dos frigoríficos para o livro Descobrindo Barretos.

No entanto, sua denotação mais generalista e seu caráter didático não me

levaram a aprofundar o tema em questão, o que não impediu o contato com

alguns trabalhos, donde percebi várias possiblidades de pesquisa. Neste sentido,

destaco o trabalho único da historiadora barretense Célia Regina Aiello,

Perfil dos Operários do Frigorífico Anglo de Barretos (1927-1935), dissertação de mestrado

defendida na UNICAMP em 2002.

Aiello tinha uma preocupação em perceber o grau de politização e organização

do operariado ainda na origem de sua formação. Tanto que, ao lançar

mão da análise de fontes jornalísticas, observa a convocação de operários

na imprensa local 4 , o que resultaria na participação destes em uma greve

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