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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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MUSSA CALIL

trecho do livro do pai, que relata os fatídicos segundos em que comunicou

aos filhos a prisão da mãe:

Ouviram-me calados. Nenhum chilique. Nenhum choro. Nenhuma pergunta.

Apenas nos olhos adolescentes um irrequieto brilho nervoso.

VOCACIONAL

Sempre disposta a ajudar! Levava marmitas para vários alunos (ponto

era na Borracharia do Tarzan, na Rua 22 esquina da Avenida 19) pois no primeiro

prédio não havia cozinha industrial. Dona Veridiana foi presidente da

Associação de Pais e Mestres (APM) onde recolhia doações entre famílias generosas,

para que todos os alunos carentes pudessem viajar – nas mesmas condições

de todos os outros, fruto de um projeto à frente de seu tempo, o Estudo do Meio.

Realizava esse trabalho com ajuda da D. Nagibe Lian: tudo feito com muito carinho

— e gratuitamente.

AÇÕES COMUNITÁRIAS E CARIDADE

Além de dona de uma casa com família de razoável tamanho e de professora

e enfermeira, Veridiana tinha carinho especial pelo Centro Comunitário

que existia em frente a sua casa no bairro Exposição, bem como pela Capela

Nossa Senhora das Graças, tanto que tiveram seu envolvimento pessoal quando

das edificações. Como esposa de médico e enfermeira profissional, conseguia

muitas amostras grátis de medicações, e com isto, ajudava inúmeras famílias

carentes que procuravam o inusitado “postinho de saúde”, a “farmacinha da Dra. Nilda

(Carreira)”, anexa às casinhas do Pe. Gabriel (Correr) no Bairro Exposição. Trabalhou,

ainda, por muitos anos auxiliando nos cursos de trabalhos manuais (costura,

bordado, tricô e crochê) e de evangelização. Excelente cozinheira, sua

bacalhoada era famosa. Era hospitaleira, pois lembro que recebeu em sua

residência a artista plástica Tomie Ohtake, os cantores Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal

Costa e organizou e preparou jantar na Casa do Médico para o escritor Paulo Bonfim

que foi um poeta brasileiro, membro da Academia Paulista de Letras.

JUSTO RECONHECIMENTO

Câmara Municipal de Barretos. Projeto de Lei 138 de 25 de setembro de 2009.

Pelo que dona Veridiana representou para os barretenses, por si mesmo

como cidadã — e não por ser esposa de um médico e político — foi merecedora

de toda homenagem a carinho que ela e sua família vieram a receber

de nossas instituições mais antenadas, tendo sido batizado como Vocacional da

Saúde Veridiana Emiliana Tupynambá Suzuki o espaço antes utilizado pelo antigo Ginásio

Vocacional, escola onde seus filhos foram preparados para o saber, para uma

educação bem avançada dos padrões normais e que foi estigmatizada pela

truculência da ditadura militar.

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