BARRETOS EM 3ª PESSOA
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.
Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
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MARCOS DIAMANTINO 131
cerbam a decoração de seus caminhões ao incluírem, nos para-choques, provérbios
e, nos para-barros, desenhos de paisagens ou imagens religiosas.
O filetador Dado Stuart lembra que, em seu trabalho, incumbia-se também
de pintar nos caminhões ditados populares escolhidos pelos motoristas.
A Arte Filetada guarda semelhanças também com o Pinstriping, técnica
de pintura utilizada para decorar a carenagem de veículos modificados nos
Estados Unidos nos anos 1950, carros hot rods e motocicletas choppers. Segundo
o álbum ilustrado Rat Fink – Máquinas e Monstros, da Conrad Editora (2008), que
destaca os trabalhos do artista popular americano Ed Big Daddy Roth (1932-
2001), o Pinstriping é “uma técnica antiga de decorar superfícies que consiste
numa fina linha de tinta aplicada à mão com um pincel”.
O pintor Manoel Luis Ferreira (1965) é um especialista em Arte Filetada.
Usa uma ferramenta chamada Beugler, que confere à obra filetes de espessura
e traço uniformes com a mesma densidade de tinta. Essa ferramenta é outro
ponto a relacionar o trabalho de brasileiros e americanos, pois também é
utilizada pelos artistas dos Estados Unidos.
Ferreira contou que aprendeu essa técnica de pintura em uma fábrica
de carrocerias. Ele é fiel às técnicas e ao estilo que desenvolveu durante 25
anos. Conhecedor do ofício, afirma que o tipo de carroceria determina um
estilo de pintura. Quando a carroçaria é construída com muitos sarrafos, e
exis te pouco espaço para filetar, o modelo a ser utilizado é o Ibitinga, que permite
desenhos menos criteriosos. Ele, particularmente, gosta do estilo Monte
Alto, quando há espaço para um trabalho mais elaborado, mais floreado, com
muitos arabescos.
O filetador
Manoel Luis
Ferreira
(arquivo do
autor)