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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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Filetagem: a Arte dos

caminhões de boi

Marcos Diamantino

Dedicado a Manoel Diamantino Filho (1936-2013), caminhoneiro da Frota “C”.

F

undada em Barretos, no final dos anos 1950, a Frota “C” é considerada

a primeira empresa brasileira voltada ao transporte rodoviário de gado. Em

seu pioneirismo, o fundador Clarindo Alves de Queiroz (1923-2013) colaborou inclusive

para que um fabricante da região desenvolvesse as carrocerias adequadas

para o transporte de gado. A iniciativa fez surgir também um novo

profissional: o motorista de caminhão de boi.

Com os frigoríficos locais gerando a demanda, lá pelos anos de 1970, a

cidade já possuía duas grandes transportadoras de gado: a pioneira Frota “C”,

na Avenida Rio Dalva, nas proximidades da Rodovia Faria Lima, e o Expresso

Barretos, na Avenida 43, esquina com a Rua 28. Vistosos caminhões boiadeiros

Mercedes-Benz e Scania, vinculados às duas transportadoras, circulavam

às centenas pelas estradas do Brasil, levando o nome de Barretos aos mais

distantes rincões.

A madeira era a matéria-prima das carrocerias dos caminhões dessa

época. E não só dos caminhões boiadeiros. A maioria das carrocerias tinha,

no entanto, padrões semelhantes de pintura. O que se pode chamar de Filetagem,

imprimia nas carrocerias grafismos a partir de linhas sinuosas ou retas

numa composição abstrata que caiu no gosto dos caminhoneiros. A tinta era

sempre o esmalte sintético. Sobre as tábuas que recebiam uma demão de

tinta, que os pintores chamavam de “cor lisa”, eram feitos os filetes. Para

realizar os traços, os pintores usavam pincel, em um trabalho à mão livre.

Outros usavam aerógrafos ou carretilhas para traçar linhas uniformes.

Uma fábrica barretense de carrocerias de madeira era a Mecânica Industrial

Eduardo, criada nos anos 1970, nas proximidades da Praça Santa Helena. Com

o tempo, modificou suas atividades e razão social. Hoje, com o nome Madcar

Madeiras, de propriedade de Marcelo Cael (1960), produz carretas agrícolas.

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