BARRETOS EM 3ª PESSOA
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.
Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
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A Venda, os peões, a boiada e a
Igrejinha do corredor boiadeiro
A
Manoel Nunes Filho
época? Por volta de 1940: minha mãe assim nos conta que, ainda
com seus seis anos de idade, filha mais nova de uma família de dez irmãos, já
trabalhava com seu pai na Venda, de sua propriedade. Na época, essas vendas
eram como pequenas mercearias. Meu avô, além de administrá-la era, também,
um respeitável criador de suínos na região: tomava conta de tudo sem empregados
— apenas com a ajuda dos filhos.
A Venda estava localizada nas proximidades do antigo pontilhão da rua
Trinta, que hoje é a rotatória para o
Parque do Peão e Avenida dos Coqueiros, à beira
do corredor boiadeiro, que vinha de diversas
regiões e entrava na cidade descendo
pela atual rua Trinta e tomando
a rua Vinte e Quatro, passando em
frente à Igreja de Nossa Senhora Aparecida até
a avenida Quarenta e Cinco, onde hoje
é o clube da União dos Empregados no Comércio,
subindo até as proximidades da rua
Quatorze e, daí, descendo até o destino
final, que era o frigorífico.
Ao longo do corredor e próximo a
uma pastagem, havia uma cruz de madeira,
que era chamada pelos moradores
de Cruzeiro. As pessoas, geralmente
mulheres da região, na época de seca,
iam em procissão, em um momento
de muita fé e religiosidade, com latas
A Venda, em 1941.
Fonte: acervo familiar