BARRETOS EM 3ª PESSOA
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.
Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.
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SOBRE UMA ROCHA CRIOU-SE A FEB, HOJE UNIFEB 117
Mas, até chegar a esse ato, o caminho foi árduo. Houve resistência tanto
por parte de aliados políticos como do poder público. Considerava-se utopia
– e, portanto, sonho irrealizável – fundar-se uma faculdade em Barretos, no
portal do sertão, a 425 quilômetros da Capital.
Houve oposição, como se disse, até em setores de órgãos públicos encarregados
da apreciação do pedido de criação da faculdade. Só mesmo a
persistência, a visão e o idealismo é que podem explicar terem sido vencidos
todos os obstáculos opostos pela burocracia estatal.
O grande estadista é aquele que sabe se cercar das pessoas certas para
as demandas públicas certas. Escolheu, João Batista da Rocha, o amigo professor
doutor Roberto Frade Monte para viabilizar a implantação do ensino superior de
engenharia em Barretos.
Roberto Frade Monte lecionava nas faculdades de engenharia Mackenzie, Mauá
e de São Carlos. Foi nessas excelentes escolas que ele buscou a equipe de professores
do 1º Ano da FEB, da qual ele era Diretor: Jose Justino Castilho – Cálculo
I e II; Oscar Freitas Wassimon – Cálculo Numérico; Sylvio Nisckier – Geometria
Descritiva; João Pedro de Carvalho Neto – Topografia e Geodésia; Flavio Freitas Castilho –
Geometria Analítica; Bartolomeu Albanese – Mecânica Geral; Nelson Martins – Física
Geral II; Waldo Augusto Perseu Pereira – Res. Materiais; Antonio Dozzi – Desenho Técnico;
Mario Ernesto Hamberg – Química; Ronald Ulisses Pauli – Física Geral I; Oduvaldo
Donnini – Direito para Engenharia.
Os Professores Assistentes eram todos de Barretos: Maria Alves Barcelos
– Cálculo I e II; Maria Henriqueta Alves Ferreira – Geometria Descritiva; Lauro Kfuri
– Química.
O 1º Conselho Diretor da Fundação Educacional de Barretos, formado atendendo
“convocação” do prefeito Rocha, tinha os seguintes membros titulares
(1964/1966): Olivier Waldemar Heiland; Ercy de Mello Nogueira; Ruy Menezes; Sebastião
Freitas Pires de Campos; Jarbas Pinheiro Landim; Haroldo Tramujas Mader. Suplentes: Luiz
Castanho Filho; Mozart Ferreira.
Mesmo depois de sua implantação, não cessaram as investidas contra a
FEB. E essas eram de toda ordem e origem: alardeava-se que os professores
não tinham condição de dar aulas a uma distância tão grande de SP; que
os professores estavam fazendo turismo à custa do dinheiro dos munícipes
barretenses; que a Prefeitura não tinha condição de manter uma faculdade,
etc., etc., etc.
Dentre todas as aleivosias, as críticas referentes aos professores eram
as mais injustas. Esses renomados mestres, das melhores faculdades de engenharia,
sacrificavam-se em estafantes viagens de trem, davam aqui suas
aulas e voltavam para cumprir seus compromissos em suas faculdades de
origem, comportamento que só o idealismo, em seu mais alto nível, pode
explicar.