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BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

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ELAS, DE BARRETOS!

Professora Paulina Nunes de Moraes, por volta de 1925, entre seus alunos no bairro Fortaleza, antigo

“Outro Mundo” (fonte: Arquivo da família Nunes de Moraes)

A primeira Pinacoteca da cidade foi criada a partir da ação de uma

professora de artes, Maria Aparecida Bernardes Tasso, da Escola Estadual “Mário Vieira

Marcondes” (Estadão), em 1959. Sua iniciativa, somada aos inesquecíveis salões

de arte que realizava na cidade, angariou obras de arte de grande relevância,

incluindo duas obras do pintor naif José Antônio da Silva. O Museu Municipal,

inaugurado em 1979 no prédio do antigo Paço Municipal, também foi resultado

do trabalho de uma professora, Lydia Scannavino Scortecci; que, enquanto diretora

da Divisão de Educação, Cultura, Esportes e Turismo, foi responsável pela

guarnição e apresentação das peças antigas ao público barretense.

Em outras áreas, mesmo em menor proporção, as mulheres também se

mantiveram ativas, como o caso da participação em movimentos militares

como a guerra paulista de 1932, chamada à época de Revolução Constitucionalista.

Muitas mulheres participaram na enfermaria, customização de uniformes,

produção de alimentos, dentre outras coisas. Como foi o caso de Sebastiana Dias

da Cunha (Fiúca), que foi reconhecida com honrarias pelo batalhão de Barretos

por ter auxiliado no abastecimento aos carros oficiais. Na Saúde, as mulheres

também eram minoria até boa parte do século XX. Em Barretos, fez carreira

a médica Nilda Bernardi Carreira, que, formada em 1949, atuou na Santa Casa e clinicou

por muitas décadas na cidade, na pediatria e psiquiatria. Outro ponto

pouco citado é que o brasão de Barretos, elaborado através de concurso em

1954, possui autoria de uma mulher, a também professora Maria Luíza de Queiroz

Barcellos. Para além disso, a política é outro assunto importante a ser desnudado,

uma vez que a primeira mulher a ocupar um cargo na vereança barretense

foi a professora Maria Ignêz de Ávila Jacintho, nas legislaturas de 1973 a

1976 e 1977 a 1983; fato inusitado, visto que o voto feminino foi validado no

Brasil desde 1932. Apesar da demora da participação feminina em funções

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