17.08.2020 Views

BARRETOS EM 3ª PESSOA

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”. Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

Essa é uma obra sobre a cidade. Sobre o seu passado. Aqui, a cidade, Barretos, substantivo próprio, ganha novas roupagens, inclusive na gramática. Ela passa a ser o assunto em comum e a referência em quem todos os autores se debruçam; a 3ª pessoa – “ela”.

Independente da natureza dos textos e da origem dos autores, a ideia é que os leitores, especialmente os barretenses, tenham a chance de visualizar a paisagem da cidade nos tempos idos, em diferentes décadas.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

108

BEZERRINHA: 70 ANOS

Francisco de Assis Bezerra de Menezes - o Bezerrinha,

compositor barretense.

Fonte: Arquivo do Museu “Ruy Menezes”

Mostrado para Elizeth Cardoso há quase trinta anos, o samba “Por

Falta de Adeus” ficou de ser gravado pela Divina, que acabou não o fazendo.

Se for por falta de adeus / Até nunca mais / Vá com Deus /

Pode ir embora, sem explicação / A porta é a mesma / Que um dia se abriu

Pra você no meu coração / Carregue tudo que é seu / Deixe nada pra mim

Nem saudade / Saudade pra quê / Nosso amor já morreu.

Entrevistado por um jornal da cidade há alguns anos, Bezerra disse

que “Um Milhão de Madrugadas” é, das suas músicas, a preferida. Sobre

essa marcha-rancho, conto-lhes a seguinte história: estava eu como gerente

da Rádio Cultural de Guaíra; Luiz Aguiar foi contratado para organizar uma semana

de shows e, como a cidade não tinha um hotel de luxo para hospedar os

artistas, foi alugada uma grande casa. No dia em que Altemar Dutra ia se

apresentar, procurei-o, levando duas cópias da letra de Bezerra, que já era

conhecido de nome, pois dele lhe falava sempre a cantora Helena de Lima,

que já havia gravado, de Bezerra, o samba “Quando a Saudade Chegar”.

Altemar, saído do banho, estava com uma toalha enrolada na cintura,

sentado na cama, violão nas mãos e um copo de uísque na cadeira. Ao seu

lado me sentei e mostrei a letra do “Milhão”. Pediu-me que a cantasse. Tirou

uns acordes no violão e, depois, cantamos juntos. Aprendeu a música e disse:

Vou gravar! Vai ser o meu segundo “Trovador”. No papel da minha cópia da letra, anotou

o número do seu telefone em São Paulo e disse: “Diga ao Bezerra para que me telefone.

Quero que vá jantar em minha casa. À noite, só saio quando tenho show. No mais, sou homem de ficar

em casa e quero ouvir o que Bezerra tiver para mostrar”. No mesmo dia, telefonei para a

casa de Bezerra, contei o fato à dona Lígia, dei-lhe o telefone do Altemar... e o

“miserável” do compositor não foi visitar o grande cantor, que queria gravar

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!