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JORNAL CMEI MARIA DE FATIMA MELO DOS SANTOS

DATA 31/07/2020 NÚMERO DA EDIÇÃO 01

UM GRILO EM MINHA CASA

EXPERIÊNCIAS COTIDIANAS EM TEMPOS DE PANDEMIA.

Imagem 1: Grilo provocador enviado pela

PROFESSORA LÚCIA.

CRI! CRI! CRI! QUEM

ESTÁ FALANDO?

Em tempos de pandemia nunca foi tão

importante ESCUTAR. De repente nós

professores e professoras, famílias e crianças,

jovens, adultos e idosos, enfim, todo o planeta

Terra foi convidado a alterar suas rotinas. Rever

nossos modos de viver no mundo através de um

forçado e necessário isolamento social. Nós

profissionais da Educação Infantil dia-a-dia

estamos redesenhando, investigando, criando

outros modos possíveis de ser e estar no mundo

com as crianças e suas famílias pelas ações de

educar e cuidar. Entendendo que essas ações

fazem parte da função social das instituições de

acolhimento as infâncias e são eixos norteadores

do trabalho pedagógico na Educação Infantil.

Assim, as Escolas estão reinventando

diariamente modos significativos de estarmos

juntos apesar de distantes, na intencionalidade

de manter e fortalecer aquilo que nos torna

humanos que são os vínculos afetivos.

Tornou-se necessário rever nossas certezas

pedagógicas. Pensar sobre nossos saberes e

metodologias. Colocá-los a prova, desapegar,

desconstruir. Dar notoriedade as práticas

cotidianas e as relações que se estabelecem e

dialogam com os profissionais da educação que

acolhem essas infâncias e suas famílias. Para

tanto, a ESCUTA passou a ser o que de mais

verdadeiro existe em nossa forma de autoavaliar

a organização do trabalho docente e o processo

de aprendizagem e desenvolvimento infantil.

Desse modo “escutar significa estar aberto aos

outros e ao que eles tem a dizer, ouvindo a cem

(e mais) linguagens com todos os nossos

sentidos”(p.227). [...] escutar legitima a outra

pessoa (RINALDI, 228, p.2017).

No período que compreendeu 24 a 31 de julho

lancei via whatsapp (recurso tecnológico

escolhido e acessível as famílias) uma proposta

para as crianças. Apresentei um livro e algumas

provocações. Estava preocupada porque nas

duas semanas anteriores as interações não

foram boas.

Imagem 2: Detetive Guilherme encontra um grilo na cortina da sala.

REGISTROS E NARRATIVAS DA TURMA DO 1º PERÍODO B – GRUPO ETÁRIO CRIANÇAS

PEQUENAS - 4 ANOS – PROFA. LÚCIA

As famílias dentro de suas possibilidades informam quase que diariamente, uma série de

situações que as impedem de acompanhar as crianças nas interações. Esse tipo de situação acaba

provocando um sentimento de impotência e angustia muito grande. Fato que exige de nós muita

calma e prudência no sentido de que, para além das circunstâncias vividas por todos nós, crianças,

famílias e profissionais da educação cuidar do nosso corpo de forma integral considerando os

aspectos físico, afetivo, emocional, intelectual, linguístico e social se torna algo imprescindível.

Não permitindo que façamos escolhas quanto à aspectos mais importantes ou não.

Como é de costume lanço proposições ao

grupo das crianças e informo as famílias de que

há novidades.

Minha organização pedagógica para

acompanhar as crianças e suas famílias tem se

dado dessa forma. Nem sempre as famílias

conseguem acompanhar os envios, então

procurando uma melhor maneira de estar com

todos informo no grupo das crianças e muitas

vezes no privado de cada família que uma nova

proposta foi apresentada. Com o passar do

tempo conheço um pouco das necessidades de

cada família e os ajustes ocorrem a medida que

percebo ou sou informada de que algo não

funcionou. Mesmo assim, o inusitado ou um

improviso refletido e costurado, rapidamente,

ou a partir de uma narrativa infantil nunca foi

tão necessário.

Aguardei que as crianças se movimentassem.

Logo, iniciaram uma conversa que

desconstruiria toda minha proposta. Porque

mesmo em tempos incertos como estamos

vivenciando procuro planejar, pesquisar, ler e

pensar em algo provocativo, o que nem sempre

acontece.

Decidi então, que seria melhor acompanhar a

conversa entre João Felipe e Guilherme e

observar onde chegariam. Esta era a semana

em que Guilherme completaria 5 anos.

João Felipe é o melhor amigo de Guilherme. A

criança estava eufórica para contar ao amigo a

organização da sua festa, mas, João Felipe não

parava para escutar, apenas, emitia um som.

Cri! Cri! Cri! Guilherme se mostrava irritado

com o desdém do amigo e diz:

— João Felipe por que você não para de fazer

CRI! CRI! CRI!

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Imediatamente a criança responde:

— Você sabia que na minha casa tinha um grilo?

—Ele faz um som assim: CRI!CRI!CRI!

—Ele pula e parece um saltador!

Guilherme responde:

— Eu não sei o que é o grilo. Parece com uma

barata?

João Felipe não responde e continua a rir sem

parar imitando o grilo.

Decidi então intervir para saber um pouco mais

sobre essa história e pergunto:

— João Felipe onde estava esse grilo?

João Felipe passa a nos contar:

— Um grilo pousou na banana que estava na

fruteira da minha mãe.

— Ele fazia esse barulhinho sem parar

CRI!CRI!CRI!

Resolvi então chamar o Guilherme para nossa

conversa e disse:

— Guilherme um grilo não parece com uma

barata! Você nunca viu um grilo?

Guilherme silencia um tempo e diz:

—Eu não vi! Eu não sei o que é um grilo. Tia Lúcia

ele faz CRI! CRI! CRI!?

— Ele come a banana?

Decidi enviar a foto do inseto (Imagem 1).

Imediatamente o João Felipe responde:

— Tia é este grilo mesmo né, que eu tava

falando!

— Parece que é parecido com este!

— Igualzinho! Mas eu acho que ele era mais

pretinho!

Complementei:

— Existem grilos maiores, menores e de outras

cores e tons. Quando ficam no escuro eles

começam a emitir o som que você nos contou e

comem muitas folhas.

João Felipe continua a trazer novidades:

— As tartarugas comem folhas também. Eu

assisti na Peppa Pig.

João Felipe volta a falar sobre assunto com o

amigo:

— Guilherme você está vendo a foto deste grilo?

— Eu estou vendo o grilo no celular da minha

mãe que está todo quebrado e dá uma

gargalhada.

— O grilo ficou colado na parede colado e a

mainha botou um remédio de barata para ele

morrer e ele parou de ficar assim

óh...CRI!CRI!CRI!CRI!

Guilherme diz:

—Coitadinho ele nem faz mais CRI!CRI!CRI!

—João Felipe ele comeu a banana, foi?

Valentina aparece, entra na conversa e comenta:

— Eu não gosto desse bicho!

Neste momento João Felipe e Guilherme passam

a conversar sobre o time preferido

desconsiderando a amiguinha. As duas crianças

torcem para o Flamengo.

Observo mais um pouco e resolvo aproveitar a

oportunidade que João Felipe traz como

provocação e lanço um novo desafio

considerando a priori curiosidade investigativa

natural das crianças.

Imagem 3: Tonnucci 2011.

Para refletir

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CURIOSIDADES INVESTIGATIVAS INFANTIS

SERÁ QUE NA CASA DE TODO MUNDO

EXISTEM OUTROS MORADORES? SERÁ QUE

EXISTEM INSETOS?

Lancei o desafio investigativo aos meus

detetives. Enviei ao grupo dois vídeos que

falavam sobre insetos. Um chamado

Mucuninha e seus amigos – Conhecendo os

insetos e os aracnídeos e Bita e os animais -

Eles são pequenos e muito diferentes de nós.

Há espaço para conhecermos um pouco desses

bichinhos que estão em todos os lugares.

Continuei valorizando as narrativas das

crianças que a essa altura já se reconheciam

muito inteligentes, cientistas, jogadores,

super-heróis e super-heroínas. Todas as falas

levavam-me a lançar novas questões que

provocassem a curiosidade das crianças

levando-as a pesquisar insetos dentro de suas

casas. Ao encontrar os insetos as crianças

deveriam registrar através da câmera do

celular, enviar ao grupo e descrevê-los através

de áudios. A criatividade e a imaginação das

crianças seriam provocadas e potencializadas

pelo desafio de investigar como um detetive.

Nesse momento minha atenção voltou-se para

atender aos questionamentos das crianças

buscando ajudá-las a encontrar sentido no que

faziam e vivenciavam. Ao narrar a descoberta

as crianças deveriam responder:

— Qual o nome do inseto você encontrou?

— Onde o inseto estava?

— Qual a cor?

— Qual o tamanho?

— Quantas patas?

— O inseto voa? Tem asas? Quantas asas?

— O que comem?

— Onde moram?

— Como são suas casas?

Imagem 4: Detetive Julio César encontra uma

aranha.

Imagem 5: Detetive Nicolle encontra outra

aranha diferente.

Imagem 5: Detetive João Nicholas encontra uma aranha em sua teia em meio as plantas.

Uma aranha cinza!

Rapidamente o Detetive Júlio César que há

dias não interagia no grupo resolveu

participar. Encontrou uma aranha e

compartilhou sua pesquisa com a ajuda da

mãe. Julio César disse:

— A aranha tem 8 pernas!

— Ela é linda!

— Beijos tia Lúcia

Uma aranha na areia

da praia

As investigações estavam cada vez mais

animadas. As crianças buscavam insetos em

suas casas. Pediam ajuda aos pais ou

responsáveis que ao demorar para enviar o

registro informavam que estavam

trabalhando.

A Detetive Nicolle conclui sua investigação:

— Tia Lúcia eu encontrei uma aranha muito

grande!

— Eu não sei o que ela come, mas, eu sei que

ela mora numa teia!

Expliquei a Nicolle que a teia é a casa da

aranha. É uma espécie de armadilha para

outros insetos que servem de alimento para

ela e para sua própria proteção.

Nicolle diz:

— Ah, tia Lúcia, eu não sabia disto!

Simultaneamente ocorre outro envio, mas,

não consigo identificar qual era o inseto. Aviso

João Nicholas que diz:

— Tia Lúcia dessa vez a senhora vai ver a

aranha.

— Ela está na casa dela!

— Na teia!

Pergunto se João Nicholas sabe o que a

aranha está fazendo ali paradinha na teia e ele

responde:

— Dormindo, tia Lúcia!

Explico que a teia é uma armadilha para

insetos menores que servirão de alimento

para a aranha.

A medida que as crianças conversavam sobre

os envios dos amigos discutiam e entravam

em conflito, mas era nitído que sabiam ouvir

as ideias umas das outras. “[...]Elas não tem

receio de mudar de opinião, estão sempre

prontas para se aventurar no novo e no

desconhecido. Essas convicções exigem que

façamos uso de um tipo especial de escuta,

que envolve levar as crianças para trabalhar

em grupo [...] (RINALDI, 2017, p.236).

Tento definir um horário para que ocorram as

interações das crianças, mas dada a realidade

de cada família nem sempre isto é possível.

Acaba não sendo confortável para ninguém.

Como as interações do João Nicholas

ocorreram no domingo 26 de julho e era Dia

dos Avós resolvi enviar um vídeo para grupo e

expliquei as crianças o que significava aquela

data. A importância dos avós nas nossas vidas.

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Um outro mundo dentro de nossas casas...

As crianças gostaram muito dos vídeos.

Algumas comentavam que já conheciam e

assim, novos diálogos foram se organizando

durante a semana.

Rapidamente Valentina que só havia se

manifestado durante a conversa de Guilherme

e João Felipe, sobre o grilo retorna ao grupo

com sua pesquisa e diz:

— Tia, acabei de tirar a foto de uma mosca. É

essa aí!

E grita:

— Eu encontrei um inseto na minha casa

amiguinhos!

Valentina não descreveu o inseto. Estava com

muita pressa.

Perguntei:

— Valentina, como era essa mosca? Você

conseguiu observar?

Valentina responde:

— Eita tia, ela voou! Depois eu procuro outro

animal na minha casa e converso.

Valentina parecia estar com muita pressa!

Eca! Que susto!..

Quando a criança apresenta seu inseto e

rapidamente sai percebo que o acolhimento das

hipóteses das crianças são problematizadas ou

potencializadas dentro de limites.

Nesse momento de tantas incertezas

compreender o sentido do tempo e do modo

como as crianças se apropriam do mundo traz

para nós muitos e novos desafios. Como nos diz

Staccioli (2013) “quando estamos bem, queremos

manter essa condição [...]. Organizar o ambiente,

fazer com que as crianças participem, não é um

expediente didático, é um estilo de

comportamento. É a certeza de que o cotidiano é

importante, de que a vida passa onde nos

encontramos, aqui e agora”(p.05).

Dessa forma as provocações de seu cotidiano

familiar de Valentina, possivelmente estavam a

oferecer outras possibilidades, outros diálogos

junto a sua família. Algo inusitado acontecia.

Talvez a simplicidade de um assistir a

programação da tv junto a mãe, ou apenas

descascar uma tangerina para repartir, por

exemplo. No dizer de Severino Antônio

(2020)“[...]É assim que eu penso a criança como

protagonista, pensadora, criadora de poemas e de

indagações”.

Imagem 6: Detetive Valentina - Mosca

Em pouco tempo a criança envia seu registro e diz:

—Tia Lúcia olha o que eu achei?

Me assustei, mas, mantive a alegria pela conquista da criança. Afinal

nem todo mundo aprecia baratas.

João Miguel descreveu a barata com detalhes:

Imagem 7: Detetive João Miguel nos apresenta uma barata.

Quem passa a conversar no grupo é João Miguel. Há varios dias não

interagia com ninguém. Sua mãe relatou que a criança só queria ficar no

vídeo game pedindo assim, a minha ajuda. Procurei orientar a mãe sobre

sobre o tempo de exposição às telas e os comprometimentos gerados as

crianças neste tempo de isolamento.

Em seguida percebi que João Miguel conversava com as crianças sobre os

registros dos insetos que haviam sido enviados .Resolvo então, provocálo.

— João Miguel você assistiu aos vídeos que coloquei no grupo?

— O que haviam nos vídeos?

— Você sabe me dizer?

Percebi que João Miguel não havia assistido aos vídeos e combinando

com a mãe da criança pedi para que participasse mais. Informei que as

crianças sentiam a falta dele e era importante mantermos os vínculos.

Assim, como ela poderia estabelecer acordos com ele. Em seguida

observo que João Miguel passou a conversar com as crianças sobre os

vídeos e avisou a todos que ia procurar um inseto.

— A barata tem dois olhos, tem duas asas, cinco perninhas e duas

anteninhas!

—Ela mora no lixo e no esgoto!

— A barata gosta de lixo!

— Ela come escorpião!

Imediatamente, Guilherme diz:

— João Miguel a minha mãe falou que quem come a barata é o

escorpião!

Em seguida João Miguel que é uma criança muito carinhosa e

inteligente diz:

— Tudo certo professora linda?!

As crianças reagiram com espanto ao registro da barata. Disseram que

tinham medo, nojo e que a barata era perigosa.

Expliquei que o perigo da barata é que, geralmente, onde há baratas há

escorpiões e precisamos ter muito cuidado com eles.

Um dos relatos provocou grandes risadas nas crianças. Ana Clara nos

contou:

— Eu estava na cadeira e a barata voou no meu cabelo!

— Eu sai correndo e a barata ficou agarrada na minha cabeça!

— Ela me deu muito, muito, muito medo! Não vou procurar a barata!

Conversei com Ana Clara tranquilizando-a. Expliquei que dentro da casa

dela deveria existir outro morador e que sem pressa ela iria investigar.

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Quem está no sofá? Um inseto?

Ana Clara estava decidida a não procurar em

casa nenhum inseto depois do episódio da

barata nos seus cabelos. Desse modo ela

resolve nos fazer uma surpresa:

— Eu vou mostrar meu novo amigo que

apareceu aqui em casa!

— Ele é um sagui!

— Ele tem quatro patinhas!

— Ele come banana e tomate!

— Eu gostei muito dele e ele vai morar na

minha casa!

— Ele é bem peludinho e tem dois olhinhos!

— Ele come salada também!

— Ele come bolachinha!

Foi um alvoroço no grupo! As crianças

perguntaram:

— Como esse bicho foi parar na casa de Ana

Clara? 2

Preocupada com o que aconteceria de agora

em diante resolvi me posicionar a respeito e

comecei a conversar com as crianças.

Perguntei a Ana Clara como o sagui havia

chegado a casa dela. Ela havia enviado fotos

com o sagui no seu colo alimentando-o.

Ana Clara me disse:

— Tia Lúcia ele chegou sozinho! Ele é

bonzinho!

Expliquei que esses animais gostavam de viver

livres nas árvores e que comiam bastante

frutas silvestres. Escutei atentamente.

Aproveitei que as crianças começavam a falar

sobre o aniversário do Guilherme e percebi

que a conversa tomava outro rumo.

Dias depois, Ana Clara volta ao grupo muito

triste e informa que o sagui havia ido embora.

Imagem 8: Detetive Ana Clara- Sagui.

Nossa casa é um mundo a desvendar...

Os espaços de nossas infâncias nos marcam

profundamente. Sejam eles berço, casa, rua,

praça, creche, escola, cidade, país, sejam eles

bonitos ou feios, confortáveis ou não, o fato é

que influenciam definitivamente nossa maneira

de vermos o mundo e de nos relacionarmos

com ele. (CAMARGO, 2008, p.45). O momento

atual vem deixando outras e muitas marcas em

nossas infâncias. Marcas deste distanciamento,

em que as famílias dentro de suas

possibilidades tem nos atendido. Famílias que

apesar dos poucos recursos acessam como

podem, os tons pedagógicos, das experiências

propostas por nós professores e nossas crianças

narram “currículos”mostrando-nos outras

formas de ver e sentir as relações e o mundo.

Desvendando continuam investigando e

ampliando suas hipóteses. Assim Guilherme

sente-se provocado a encontrar o grilo que

representaria o Cri!Cri!Cri! tão enfatizando na

narrativa de João Felipe.

Guilherme nos conta:

— Boa noite tia Lúcia! Boa noite crianças!

— Eu achei outro inseto!

— É um grilo!

— Ele come plantas e insetos e resto de

alimentos!

— Ele vive numa toca!

— Ele tem seis patas e é escurinho!

— Ele não é parecido com uma barata!

— Ele tava na cortina da minha casa!

— Eu esperei ele fazer Cri!Cri!Cri! mas ele não

fez,. Ele é um inseto saltador e saltou muito

longe!

Guilherme silenciou durante um bom tempo.

Buscava o inseto para conhecê-lo e entender o

som produzido por João Felipe e que não

conhecia.

Nesse momento João Felipe começa a chamar

Guilherme para uma outra conversa. Insiste,

mas, a criança não responde.

Quando resolveu responder informou:

— João Felipe eu estou procurando insetos aqui

na minha casa!

Aproveito e provoco Guilherme a continuar sua

investigação.

João Felipe começa a ficar incomodado porque

após o envio de diversos áudios não consegue

chamar a atenção do Guilherme e começa a

cantar uma música. Ao ouvir a música Guilherme

diz:

— João Felipe eu estou procurando meu inseto,

mas, sei que esta musica é a musica dos

Caçadores de Lenda e começa a cantar também.

Continuam cantando durante um tempo e

Guilherme diz que os dois amigos são cantores.

João Felipe pede que Guilherme faça muitas

perguntas, mas, a criança silencia e continua

sua investigação a procura de outro inseto.

João Felipe então começa a cantar em inglês a

música do Five Nights at Freddy's uma série de

jogos eletrônicos.

De repente João Felipe passa a chamar aos

gritos Guilherme e diz que está no carro da

mãe na porta da farmácia. Diz que a mãe foi

comprar uns remédios para ele.

Ao ouvir isto, Guilherme se mostra

preocupado e diz:

— João Felipe você está doente?

Joao Felipe responde:

— Eu já estou bem. O remédio cuidou de mim.

— Eu quero saber sobre seu aniversário.

Quando é mesmo?

Guilherme responde:

— Será domingo!

Guilherme silencia novamente e depois de um

Imagem 9: Detetive Guilherme.

tempo volta e diz:

— Eu ainda estou caçando o inseto.

— Eu quero achar um bem legal para eu

mostrar.

João Felipe volta a conversar e diz:

— Boa tarde a todos! Hoje nós vamos ficar em

casa de novo!

— Quando vocês andarem de carro use cinto e

máscara!

— Se tiver que sair use a máscara!

— Se vocês não usarem a máscara vão morrer e

ser enterrado lá no fundo!

Passado um tempo Guilherme reaparece no

grupo com uma novidade:

— Boa tarde, tia Lúcia!

— Este é o meu inseto.

— Eu queria chegar mais perto dele, mas, ele

correu.

— É uma lagartixa!

— Tem 4 patas, anda no chão e na parede. A cor

dela é bem escura!

— Ela tem uma cauda, cabeça e ela fica se

rastejando no chão e na parede.

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João Felipe fica eufórico com o registro de

Guilherme e começa a enviar muitos audios

desconectados para chamar a atenção da

criança. Precisei intervir e pedir ao João Felipe

que aguardasse um pouco porque Guilherme

ainda falava sobre sua descoberta.

Perguntei ao Guilherme se ele sabia o que

comia e ele respondeu:

— A lagartixa come mosquitos e aranhas que

tem na parede!

— Tia Lúcia eu vou ficar de olho nela para tirar

uma foto mais perto.

Guilherme ficou tão empolgado com a

experiência, que passou a perseguir, a suposta

lagartixa. Conversei com ele e disse que não

precisava ficar preocupado em encontrar

outro inseto. Mesmo assim, a criança

continuou muito envolvido com a investigação.

Em pouco tempo Guilherme todo feliz diz:

— Tia Lúcia, eu consegui outra foto mais perto!

Eu acho que ela parece com um jacaré!

— Ela é prima do jacaré e todo mundo pode

chamar de crocodilo!

As crianças se divertiram bastante e neste

momento precisei explicar a Guilherme:

— Aqui no Brasil e em Alagoas não há

crocodilos e que o nome popular do registro que

ele fez é CATENGA.

A Catenga é uma lagartixa de muro. Tem uma

característica interessante: “balançar” a cabeça

frequentemente quando está ao sol.

Ela cresce e não fica pequena como a que vemos

dentro de nossas casas. Essas catengas não

gostam de ficar dentro de casa. Gostam de

quintais e muros.

Feliz da vida por ter concluído sua pesquisa

Guilherme diz:

— Tá bom tia Lúcia!

— Eu agora vou chamar de catenga.

— Eu vi ela balançando a cabeça mesmo!

“Quando o adulto deixa espaço para as

experiências reais e vitais das crianças, há

construção do conhecimento – principalmente

quando o adulto propõe e desenvolve ideias que

são apresentadas pelas próprias crianças,

mesmo que nem sempre de forma explicita”.

(STACCIOLI, 2013, p. 30).

Durante o diálogo das crianças foi possível

perceber que muitas situações ocorrem ao

mesmo tempo. Com relação a própria

investigação proposta, quanto ao atual contexto.

O que demonstra que as crianças percebem que

estamos sendo atravessados por um momento

muito difícil. Elas cantam, brincam, pensam

enquanto, brincam, constroem teorias, ampliam

seus saberes, no entanto, as circuntâncias em

que o movimento da vida acontece está muito

presente nas narrativas e interações.

Imagem 10: Detetive Guilherme -Catenga.

Imagem 11: Detetive Guilherme -Catenga

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O INUSITADO VOLTA A ACONTECER

Observando o movimento do grupo percebi que as crianças se

empolgavam mais e mais a cada dia. Valentina encontrou outro

inseto e diz:

— Ôh, tia eu encontrei um monte de formigo, que é um animal!

Está aí, no instragam que eu mandei no meu celular, entendeu?!

— Elas estão brincando no cano de água!

— Se quiser que eu tire mais fotos, eu tiro viu!

Valentina só voltou a descrever a formiguinha no outro dia dizendo:

— Tia Lúcia, bom dia!

— Essas formiguinhas têm 8 perninhas, é marronzinha! Ela come

outras formiguinhas bem pequenininhas e algumas florzinhas!

— E algumas plantinhas e algumas folhas!

— Tchau! E envia muitos beijos

Continuei a incentivar a investigação uma vez que cada criança

criava sua própria estratégia para continuar interagindo no grupo.

Os assuntos também faziam parte das conversas.

Valentina continuou, mas, desta vez apresentou ao grupo sua

cachorrinha.

— Tia essa é minha cachorra Grandona. Ela come ração, ela é

peludinha, é amarelinha, tem quatro patas, come água.

Em meio a muitas risadas João Miguel percebe

que Valentina havia enviado a foto de sua

cachorrinha e diz:

—Coleguinha essa cachorrinha não fica na parede!

Durante a semana as crianças conversaram muito sobre os registros

que surgiram no grupo.

Nicolle que havia passado uns dias sem interagir deu notícias.

Infelizmente sua mãe havia sido assaltada e ficou sem telefone.

Ao perceber que as crianças falavam sobre a investigação acerca dos

insetos ela inicia sua pesquisa, mas antes comenta sobre o vídeo que

assistiu sobre insetos e diz:

— Tia Lúcia eu acho que a lagartixinha tem 3 ou 4 patinhas. Eu já

esqueci! As vezes eu esqueço.

Imagem 12: Dedetive Valentina - Cadela

Imagem 13: Detetive Valentina - Formigas

Imagem 14: Detetive João Miguel – Lagartas.

João Miguel retorno ao grupo dias depois com uma novidade.

— Tia Lúcia! Eu encontrei uma largarta! Uma não, duas você viu que eu encontrei?

Respondi que estava não conseguia identificar o que era. Imediatamente João circula o

inseto e reenvia. Parabenizei a criança que dessa vez não causou espanto a ninguém com o

achado. Não foi possível conversar muito com a criança. Estava ansioso com os preparativos

de seu aniversario.

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NA CASA DA TIA LÚCIA TAMBÉM TEM INSETOS?

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Descobrir que na casa da professora também existiam outros moradores foi muito engraçado. Não imaginava que esta informação pudesse causar

tanto alvoroço e espanto. Na verdade a aranha registrada na Imagem 13 foi comparada a vários outros insetos menos, somente uma aranha. Parecia

um escorpião, uma aranha escorpião, coisa estranha, entre outros nomes e sentidos. As crianças ainda perceberam que ela tinha uma roupa verde.

Fato que nem eu havia percebido. Minha decisão em registrar a aranha se deu por Valentina perguntar se na minha casa não existia nenhum bichinho.

Quando esta estranha criatura apareceu decidi fotografar e enviar ao grupo das crianças. Da mesma forma ocorreu com o besouro bicudão, como

Ana Clara o chamou que acabou por roubar a cena.

Imagem 15: Detetive Lúcia – Aranha estranha.

Imagem 16: Detetive Júlio César – Aranha.

Continuamos conversando sobre a teia que as aranhas produzem e como são

resistentes, mas o envio do besouro chamou a atenção das crianças. O bicudão foi alvo

de muita brincadeira e gargalhada, mas foi deixado de lado quando Júlio César resolveu

enviar outra aranha, mas desta vez com outra coloração.

Júlio junto com a mãe disse:

— Essa aranha estava no muro perto da janela. Ela tem seis perninhas.

Após descrever a aranha a criança passou a enviar beijos para todos os coleguinhas e

disse que estava com muita saudade.

Já era possível perceber que as crianças já estavam se distanciando da proposta.

A investigação havia oportunizado que as crianças conhecessem um mais sobre suas

casas e a potência que elas podem nos oferecer. Os medos também foram narrados e

dentro das possibilidades de cada criança e a partir de suas hipóteses e de suas famílias

construiram teorias que passaram a ser problematizadas. Juntos percebemos melhor

como as crianças se comportam com propostas relacionadas a natureza, uma vez que,

há um amplo e consistente conjunto de evidências científicas que apontam para os

beneficios deste tipo de experiência no desenvolvimento integral das crianças. Devido

ao confinamento provocado pela Covid 19 provocar situações inusitadas de

aprendizagem com as crianças a partir de uma escuta atenta e sensível aos movimentos

que surgem através das narrativas tem sido algo muito importante, uma vez que,

estamos distantes, mas, buscando dentro das possibilidades amenizar a ansiedade e

saudade entre as crianças fortalecendo os vínculos entre elas e a escola.

Quem sabe se pudessemos estar mais próximos essa investigação alcançaria outra

dimensão capaz de ampliar ainda mais o conhecimento de mundo existente com as

crianças, no entanto, em respeito ao esforço de todos nós, crianças, famílias e

profissionais da educação existe a necessidade de uma escuta atenta as intercorrências

durante as interações infantis. Ou talvez não, pois nem tudo que planejamos ou

almejamos dá certo ou necessariamene gera um produto palpável.

O bicudão gosta muito do meu jardim.

As vezes se perde caminhando e acaba

por passear dentro de casa.

Não incomoda niguém, mas pareceu

que a formiga não observou o tamanho

deste outro morador da minha casa e

se esforçou para levá-lo para outro

lugar.

Quem sabe tinha a pretensão de ser

um bom almoço!

O brincar é a linguagem das crianças.

Elas são naturalmente criativas e

insuperáveis na arte de imaginar coisas

que não existem.

“O tempo junto, em família, no

contexto da pandemia Covid-19, pode

ser uma boa oportunidade para que as

crianças olhem para dentro de si,

reconheçam o que as move e brinquem

sozinhas. Isso também é contato com a

natureza, com a nossa própria

natureza” (CRIANÇA E NATUREZA,

2020).

Imagem 17: Detetive Lúcia – Besouro de jardim e uma formiga.

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DATA31/07/2020 NÚMERO DA EDIÇÃO 01

JORNAL CMEI MARIA DE FATIMA

MELO DOS SANTOS

NOSSO QUINTAL É UM MUNDO

João Nicholas volta a conversar com

as crianças e diz que encontrou um

formigueiro. Ele diz que procurou o

formigueiro com a avó. D. Josefa avó

de João Nicholas é um amor de

pessoa. Muito simpática e

participativa. Ajuda o neto a

fortalecer os vínculos com as outras

crianças. Sempre muito solícita

procura estar em contato comigo

buscando valorizar as experiências do

neto. Considero suas intervenções e

conselhos. Nesta manhã auxilia a

investigação do neto João Nicholas e

passa a fazer registro fotográficos e

conversar através dos audios.

— A formiguinha está carregando a

folhinha na cabeça!

— Ela é uma formiga chamada

formiga da roça!

Observando os registros percebo que

é quase imperceptivelNão consigo

perceber a formiga e João Nicholas

diz:

— Tia Lúcia não dá para tirar a foto

da formiga direitinho porque ela está

com a folha na cabeça!

— Ela está comendo tudinho!

João Nicholas enviou um vídeo

mostrar a caminhada das formigas e

o buraco no chão que passou a ser a

porta do formigueiro.

Com a ajuda da avó a criança explica:

— Quando chega o inverno ela leva

comida para dentro da casa!

— Ela morde com muita força!

Imagem 18: Detetive João Nicholas - Formigas

Imagem 19: Detetive João Nicholas - Formigas

Um besouro perdido

João Felipe passa um tempo sem interagir no

grupo. De repente reaparece fazendo o maior

barulho e informando que demorou porque

estava investigando.

— Consegui encontrar um besouro perdido e

sozinho na cozinha da minha mãe. Este

besouro é muito fedorento!

— Os insetos são horríveis!

Antes que pudesse provocá-lo a falar sobre o

inseto a criança saiu da interação.

Insetos são horríveis.

Imagem 20: Detetive João Felipe - Besouro

Em conversa com D. Josefa pergunto se há algo a fazer pois, formiga é devoradora e acabará com todas

as plantas. A avó de João Nicholas me diz que as formigas devem estar indo embora. Dois dias depois

João Nicholas junto com a avó enviam o registro do pé de cidreira totalmente destruído. Além da

cidreira as formigas destruíram as roseiras e outras plantinhas. As ideias das famílias em parceria com

os professores compõem um importante intercâmbio de ideias que favorecem o desenvolvimento de

um novo modo de educar. [...] A participação das famílias promove um intrínseco sentimento de

companheirismo e integração de diferentes conhecimentos. (EDWARDS; GANDINI; FORMAN, 1999, p.

109-110).

Imagem 21: Detetive João Nicholas – Formigas da roça destroem o pé de cidreira.

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Acolhimento das manifestações infantis

[...] “É a certeza de que o cotidiano é

importante, de que a vida passa onde nos

encontramos, aqui e agora” (STACCIOLLI, 2013,

p. 05), assim, precisamos ESCUTAR o que as

crianças já sabem e o que querem nos dizer. O

sentido de acolhimento para nós professores

passa a ser uma metodologia de trabalho.

Penso que sempre foi mas, neste momento de

nossas vidas é ainda mais importante. Não há

contradição entre acolhimento e ação

educativa (p.29). O acolhimento é um método

de trabalho complexo, um modo de ser do

adulto, uma ideia chave no processo educativo.

Acolher ao inusitado proposto pelas crianças

que ocorreu desde o som produzido pelo grilo

CRI!CRI!CRI! aos envios de outros animais que

não pertenciam a cadeia dos insetos, mas,

passaram a compor as narrativas das crianças

tornou o momento bem mais divertido pelo

simples fato, que conhecer ao outro e a nós

mesmos faz parte da vida e propõe grandes

reflexões. Conhecer mais um pouco o que

ocorre nas casas e nas famílias. Logo,

respeitar os direitos de aprendizagem das

crianças – conviver, brincar, explorar,

participar, expressar, conhecer-se,

compreendendo-os como, os modos como

as crianças aprendem e apreendem o mundo

tem sido uma grande preocupação em

tempos tão difíceis. Assim, a escuta se

torna um imprescindível instrumento

metodológico, no sentido de dar um tom

tom mais leve ao trabalho que estamos

desenvolvendo. Manter os laços afetivos entre

as crianças, as famílias e as escolas tem a

pretenção na verdade, de tentar suavizar a vida.

Suavizar a vida para todos nós, apesar dos

inúmeros limites impostos a estas relações.

“Crianças estão permanentemente falando e se

expressando, através de inúmeros sentimentos,

percepções, emoções, momentos, pensamentos,

mesmo sem consciência. Escutar e observá-las

torna-se pauta e necessidade para compreender

suas mensagens”(FRIEDMANN, 2020, p.93).

As narrativas e os enredos infantis passam a ser

os fios condutores que ajudam a costurar essa

trama -conjunto de fios- que de algum modo

tenta se organizar.

Uma formiguinha aparece...

Dafne envia seu registro e diz:

— Oi tia Lúcia, boa tarde, tudo bem?

— Eu achei uma formiguinha!

Pedi a Dafne que descrevesse como era a formiguinha:

— A formiguinha tem 7 perninhas e duas anteninhas, come de tudo

e é pretinha!

Imagem 21: Detetive Dafni - Formiguinha

Incentivei Dafne a procurar outros insetos e se quisesse poderia

enviar ao grupo.

Ela disse:

— Tá certo tia Lúcia se eu achar eu coloco aqui!

Outros acolhimentos...

João Felipe diz:

— Eu encontrei esses dois bichos!

— O nome deles é traças!

Resolvi perguntar (professora Lúcia):

— João Felipe o que você pode me dizer sobre

esses insetos?

Logo percebo que João Felipe saiu da conversa.

Imagem 22: Detetive João Felipe - Traça

“As crianças são os ouvintes mais extraordinários

de todos; elas codoficam e decodificam,

interpretando dados com incrível criatividade: as

crianças “ouvem” a vida em todas as suas facetas”

(RINALDI, 2017, p.212).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTÔNIO, S. O BRINCAR LIVRE NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID-19. DISPONÍVEL: https://criancaenatureza.org.br/noticias/o-brincarlivre-no-contexto-da-pandemia-de-covid-19/.

Acesso:16082020.

CAMARGO, P. Encontros entre Arquitetura e Pedagogia. Revista Pátio Educação Infantil, Porto Alegre, ano VI, n. 18, p. 44-47, nov. 2008

EDWARDS, C. As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 1999.

RINALDI, C. Diálogos com Reggio Emília: escutar, investigar e aprender. Rio de janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017.

Staccioli, Gianfranco. Diário de Acolhimento na escola da infância. – Campinas, SP: Autores Associadps, 2013 – Coleção Fermação de

Professores. Série Educação Infantil em Movimento, 2019.

TONUCCI. La Ciudad de los niños: un modo nuevo de pensar la ciudad. Editorial Posadas. Buenos Aires, 2011

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