EMANCIPAÇÃO DE CARMO DO CAJURU
A obra de José Demétrio Coelho narra o processo de emancipação (do começo ao fim), valorizam as pessoas que romperam inúmeros obstáculos pela transformação do distrito em município e abrem um novo capítulo na história e na cultura cajuruenses.
A obra de José Demétrio Coelho narra o processo de emancipação (do começo ao fim), valorizam as pessoas que romperam inúmeros obstáculos pela transformação do distrito em município e abrem um novo capítulo na história e na cultura cajuruenses.
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Tínhamos, pois, senhoras e senhores, que presenciar este soberbo
espetáculo, que nos enobrece e exalta, porque toda árvore cumpre
a lei fatal de seu ciclo vegetativo: crescendo e frutificando.
Entretanto, para que tal acontecesse, alguém deveria encarregar
de seu trato e cultura; do contrário feneceria e nunca poderíamos
saborear as delícias de seu fruto sazonado. Também assim
aconteceu a esta terra: alguém veio provendo seu crescimento,
sua cultura, seu progresso, e esse alguém anônimo recebe hoje
nossa consagração.
Não tentaremos enumerar todos que pugnaram pelo progresso
de Carmo do Cajuru, pois isso seria tarefa árdua e falha, tantos
foram esses beneméritos. Devemos, entretanto, procurar numa
síntese a concretização dessa homenagem de gratidão, que a
justiça ordena se faça.
Passemos então a exprimir o desejo de todos cajuruenses, avocando
dois nomes apenas, dentre todos eles: padre José Alexandre
de Mendonça e Sinfrônio Batista Jota.
O primeiro deles foi um ardoroso propugnador do progresso desta
terra, não só na palavra como na ação. Entre inúmeras iniciativas
tomadas pelo saudoso padre José, podemos apontar acontecimentos
de ontem: a iluminação elétrica e o majestoso templo
que é o orgulho de todos nós. A alma generosa e boa do padre
José Alexandre se expandia aos quadrantes de Cajuru, levando o
bem a todo o povo. Toda iniciativa de progresso era logo por ele
amparada, e isto durante todo o tempo que, felizes, tivemo-lo
a nosso lado, no pastoreio salutar de toda uma geração que viu
nascer e lhe sabia respeitar e amar como pai extremoso e bom
que sempre fora.
O segundo, Sinfrônio Batista Jota, nunca se conformava em que
houvesse outra terra acima de Cajuru. A esse grande filho se
deve poderem os cajuruenses ver hoje esses dois braços de aço
que cortam as suas ruas, num abraço fraternal a Divinópolis e
Itaúna – a estrada de ferro, cujo primitivo traçado, se executado,
nos acenaria de muito longe, condenando-nos ao estacionamento
progressista.
Deu-nos ainda Sinfrônio Jota a água potável, esse alento vital
que por si só bastaria para uma reverência sincera e homenagem
póstuma. Foi graças ao seu esforço e iniciativa, junto ao saudoso
coronel Antônio Gonçalves de Matos, então presidente da Câmara
Municipal de Itaúna, que o povo de Carmo do Cajuru obteve
esse bem público.
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José Demétrio Coelho · 1955