15.08.2020 Views

EMANCIPAÇÃO DE CARMO DO CAJURU

A obra de José Demétrio Coelho narra o processo de emancipação (do começo ao fim), valorizam as pessoas que romperam inúmeros obstáculos pela transformação do distrito em município e abrem um novo capítulo na história e na cultura cajuruenses.

A obra de José Demétrio Coelho narra o processo de emancipação (do começo ao fim), valorizam as pessoas que romperam inúmeros obstáculos pela transformação do distrito em município e abrem um novo capítulo na história e na cultura cajuruenses.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Tínhamos, pois, senhoras e senhores, que presenciar este soberbo

espetáculo, que nos enobrece e exalta, porque toda árvore cumpre

a lei fatal de seu ciclo vegetativo: crescendo e frutificando.

Entretanto, para que tal acontecesse, alguém deveria encarregar

de seu trato e cultura; do contrário feneceria e nunca poderíamos

saborear as delícias de seu fruto sazonado. Também assim

aconteceu a esta terra: alguém veio provendo seu crescimento,

sua cultura, seu progresso, e esse alguém anônimo recebe hoje

nossa consagração.

Não tentaremos enumerar todos que pugnaram pelo progresso

de Carmo do Cajuru, pois isso seria tarefa árdua e falha, tantos

foram esses beneméritos. Devemos, entretanto, procurar numa

síntese a concretização dessa homenagem de gratidão, que a

justiça ordena se faça.

Passemos então a exprimir o desejo de todos cajuruenses, avocando

dois nomes apenas, dentre todos eles: padre José Alexandre

de Mendonça e Sinfrônio Batista Jota.

O primeiro deles foi um ardoroso propugnador do progresso desta

terra, não só na palavra como na ação. Entre inúmeras iniciativas

tomadas pelo saudoso padre José, podemos apontar acontecimentos

de ontem: a iluminação elétrica e o majestoso templo

que é o orgulho de todos nós. A alma generosa e boa do padre

José Alexandre se expandia aos quadrantes de Cajuru, levando o

bem a todo o povo. Toda iniciativa de progresso era logo por ele

amparada, e isto durante todo o tempo que, felizes, tivemo-lo

a nosso lado, no pastoreio salutar de toda uma geração que viu

nascer e lhe sabia respeitar e amar como pai extremoso e bom

que sempre fora.

O segundo, Sinfrônio Batista Jota, nunca se conformava em que

houvesse outra terra acima de Cajuru. A esse grande filho se

deve poderem os cajuruenses ver hoje esses dois braços de aço

que cortam as suas ruas, num abraço fraternal a Divinópolis e

Itaúna – a estrada de ferro, cujo primitivo traçado, se executado,

nos acenaria de muito longe, condenando-nos ao estacionamento

progressista.

Deu-nos ainda Sinfrônio Jota a água potável, esse alento vital

que por si só bastaria para uma reverência sincera e homenagem

póstuma. Foi graças ao seu esforço e iniciativa, junto ao saudoso

coronel Antônio Gonçalves de Matos, então presidente da Câmara

Municipal de Itaúna, que o povo de Carmo do Cajuru obteve

esse bem público.

76

José Demétrio Coelho · 1955

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!