EMANCIPAÇÃO DE CARMO DO CAJURU
A obra de José Demétrio Coelho narra o processo de emancipação (do começo ao fim), valorizam as pessoas que romperam inúmeros obstáculos pela transformação do distrito em município e abrem um novo capítulo na história e na cultura cajuruenses.
A obra de José Demétrio Coelho narra o processo de emancipação (do começo ao fim), valorizam as pessoas que romperam inúmeros obstáculos pela transformação do distrito em município e abrem um novo capítulo na história e na cultura cajuruenses.
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Na preparação dos dados requeridos pela Constituição de 14 de
julho de 1947, procurou a Comissão Pró-Emancipação coligi-los
dentro da mais estrita e rigorosa verdade estatística e geográfica.
E é, por isso mesmo, que as vossas presenças em Carmo do
Cajuru, muito nos anima, certos como estamos de que do pouco
que puderem constatar já poderão certamente avaliar a justiça
de nossa causa.
Através da história, verificamos quão proveitoso têm sido ao progresso
dos povos esses movimentos emancipacionistas, embora
a alguns tenha acarretado episódios menos agradáveis, devido à
má compreensão e demasiado apego à rotina.
Como consequência lógica, porém, só têm os movimentos dessa
natureza, redundado em surtos de progresso, enriquecimento e
bem-estar para os que puderam, por si mesmos, guiar seus destinos.
Poderíamos citar, em interminável sequência, o benefício que
as emancipações trouxeram aos povos. E sem recorrer à história,
para enumerá-los, podemos numa síntese citar alguns municípios
vizinhos que floresceram tão logo tiveram sua alforria, como
Divinópolis, hoje uma cidade progressista, dinâmica, que pode
ombrear-se às mais importantes do Estado, provindo ela do pequeno
arraial que foi Henrique Galvão.
Pará de Minas acompanha-lhe as passadas no caminho do progresso,
o mesmo acontecendo a Itauna, de onde pretendemos
desmembrar.
A desagregação territorial em nada prejudica os grandes municípios;
pelo contrário, dá-lhe oportunidade de melhor cuidar de
seu patrimônio reduzido.
Haja vista o surto de progresso de Oliveira, um dos maiores municípios
do Oeste de Minas, pela vastidão de seu território, donde
saíram diversos novos municípios, o mesmo acontecendo a
Pitangui, que transpunha até vários rios na sua imensa extensão
territorial.
O povo que procura o progresso deve ser acalentado no seu ideal,
porque daí advirá, certamente, o engrandecimento da Pátria,
que é o supremo ideal da nacionalidade.
O povo de Carmo do Cajuru, pedindo a sua emancipação, não o
faz por mera vaidade, pois está bem certo dos ônus naturais que
o empreendimento acarreta, mas quer ver o fruto de seu labor
convertido no progresso de sua terra.
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José Demétrio Coelho · 1955