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EMANCIPAÇÃO DE CARMO DO CAJURU

A obra de José Demétrio Coelho narra o processo de emancipação (do começo ao fim), valorizam as pessoas que romperam inúmeros obstáculos pela transformação do distrito em município e abrem um novo capítulo na história e na cultura cajuruenses.

A obra de José Demétrio Coelho narra o processo de emancipação (do começo ao fim), valorizam as pessoas que romperam inúmeros obstáculos pela transformação do distrito em município e abrem um novo capítulo na história e na cultura cajuruenses.

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Carmo do Cajuru, 5 de novembro de 1946

Meu caro Ataliba

Um cordial abraço

Sua local de domingo, no “Divinópolis-Jornal” sobre a emancipação

administrativa de São Gonçalo despertou-me o interesse

de dizer, também, algo sobre Cajuru; é este, pois, o motivo desta

carta.

A época atual não mais permite peias ao desenvolvimento econômico

das comunidades. Já se perde, através do tempo, a compreensão

errônea e inconcebível das comunidades que, para

viverem, se deviam atrelar umas às outras com prejuízo do estímulo

que mais deveriam alimentar para o progresso almejado.

Era o feudalismo, impetando pelo tempo afora, como uma ostentação

do passado e, como se fora um bem a se perpetuar. Hoje,

felizmente, os homens mais atilados não pensam desse modo e

procuram redimir as faltas de seus antepassados.

Um povo que trabalha e produz tem direito de viver independente,

colhendo por suas próprias mãos, os frutos do seu esforço. É

justo, pois, que São Gonçalo agite a bandeira de sua independência

econômica e administrativa, como também muitíssimo

justo seria levantar-se, no mesmo sentido, o povo de Carmo do

Cajuru.

Esta carta foi publicada no “Divinópolis-Jornal”, n. 199, de 1o/ 11/ 1946

Aqui, como,lá, nada falta para a consecução desse ‘desideratum’.

O comércio, a indústria, a lavoura e a pecuária, tanto aqui

como lá, em São Gonçalo, reforçam todos os anos o erário municipal

de seus municípios, vivendo em constante desconforto.

Cajuru, que melhor conheço, posso afirmar, poderá viver se suas

próprias rendas.

A emancipação, tanto de São Gonçalo, como para Carmo do Cajuru,

é uma necessidade. O clamor dos habitantes de distritos,

embora ressoem altissonante e angustioso, perde-se no reduzido

espaço de suas fronteiras, embora o eco se repercuta em todos

os ouvidos para chegar mais além quase em sussurro.

Venha, pois, a emancipação para nosso distrito, e assim acontecendo,

os nossos dirigentes poderão alardear o cumprimento de

um dever sagrado e de alta benemerência.

Do seu admirador

Demétrio

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José Demétrio Coelho · 1955

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