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gOvERNO dE SP AMPLIA<br />
AçõES dE PREvENçãO<br />
O secretário Duilio<br />
Malfatti explica que<br />
a comunicação <strong>de</strong><br />
utilida<strong>de</strong> pública em<br />
SP ganhou proporção<br />
nunca antes vista após<br />
a pan<strong>de</strong>mia. pág. 11<br />
cRIS ARcANgELI vAI<br />
AgENcIAR cARREIRAS<br />
A empresária ampliou<br />
os serviços da agência<br />
Bvolt com a criação<br />
da plataforma Bvolt<br />
Experts, para fazer<br />
o agenciamento <strong>de</strong><br />
influenciadores. pág. 14<br />
PROdIgO SE fIRMA<br />
NO ENtREtENIMENtO<br />
O CEO da produtora,<br />
Francesco Civita,<br />
fala sobre as séries<br />
para as plataformas<br />
<strong>de</strong> streaming e vê<br />
transformação na<br />
propaganda. pág. 18<br />
propmark.com.br<br />
ANO 56 - Nº 2808 - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> R$ 15,00<br />
Montagem sobre foto <strong>de</strong> Kelly Sikkema/Unsplash<br />
Pan<strong>de</strong>mia gera<br />
“novo” consumidor<br />
O consumidor não será mais o mesmo no pós-pan<strong>de</strong>mia. Ele já dava sinais <strong>de</strong> mudança<br />
e o isolamento social acelerou o processo. Segundo Renato Meirelles, presi<strong>de</strong>nte do<br />
Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Locomotiva, a pergunta mais importante não é saber para on<strong>de</strong> ele vai<br />
quando tudo passar, mas, sim, para on<strong>de</strong> não retornará mais. “Ele não volta para as relações<br />
<strong>de</strong> consumo anteriores. Ele ampliou muito seu leque e empo<strong>de</strong>ramento”. pág. 22<br />
vendas <strong>de</strong> vitaminas disparam<br />
Brasileiros buscam multivitamínicos para fortalecer<br />
imunida<strong>de</strong>; alta no semestre foi <strong>de</strong> 71%. Marcas<br />
como Medley fizeram lançamentos. pág. 28
Realização<br />
5 dias<br />
<strong>de</strong> evento<br />
online<br />
Volta às aulas e<br />
a nova educação<br />
pós-pan<strong>de</strong>mia<br />
O Estadão Summit Educação <strong>2020</strong> traz uma ampla e<br />
profunda discussão sobre a rápida transformação da<br />
educação, os <strong>de</strong>safios e as possibilida<strong>de</strong>s para garantir um<br />
ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, mais seguro e acessível para todos.<br />
5 diferentes<br />
painéis temáticos<br />
24.08<br />
9h – 12h<br />
25.08<br />
a 28.08<br />
9h – 11h<br />
Acesse e<br />
inscreva-se
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Importante aqui ressaltar que não falamos apenas dos comerciais (filreação<br />
Um pouco (ou muito?) do que se esperava, o mercado publicitário<br />
começa a reagir à crise provocada pelo coronavírus e mostrar (ou<br />
convencer) aos seus clientes-anunciantes que anunciar é sempre uma<br />
boa solução, na gran<strong>de</strong> maioria das vezes infalível.<br />
A verda<strong>de</strong> é que as agências, ainda que em home office, estão se movimentando<br />
para apresentar aos seus clientes-anunciantes i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />
peças isoladas e até mesmo <strong>de</strong> campanhas, como há muito não se via<br />
no mercado.<br />
Preste o leitor atenção na qualida<strong>de</strong> das i<strong>de</strong>ias dos comercias novos das<br />
TVs e do online, além da ocupação magistral do espaço <strong>de</strong> muitos veículos<br />
impressos para conferir que, apesar <strong>de</strong> uma pan<strong>de</strong>mia que ainda<br />
não sabemos até quando vai, a qualida<strong>de</strong> da nossa publicida<strong>de</strong> se sobrepõe<br />
a isso, tornando-se inclusive mais um elemento positivo para<br />
receber elogios da população.<br />
Esse procedimento, que exige esforços e muito talento, ajuda a população<br />
brasileira a gerar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós uma admiração, como<br />
há muito não via em nossa publicida<strong>de</strong>.<br />
O Brasil é mesmo um país abençoado pelos talentos que possui em todas<br />
as áreas, com muito <strong>de</strong>staque para a publicitária, que vem merecendo<br />
<strong>de</strong> há muito a admiração dos investidores, gestores e executores<br />
dos aplaudidos trabalhos apresentados, notas máximas nas diversas<br />
importantes premiações ao longo do planeta, com <strong>de</strong>staque inegável<br />
para a maior e mais importante <strong>de</strong>las, que é o Cannes Lions, on<strong>de</strong> as<br />
nossas primeiras e mo<strong>de</strong>stas participações, não apenas na era dos filmes,<br />
como também em outros setores da mídia que foram surgindo<br />
com o tempo, chegavam a ser vaiadas até mesmo pelos próprios brasileiros<br />
presentes.<br />
Tivemos (o então Ca<strong>de</strong>rno Propaganda & Marketing, hoje PROPMARK)<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma feliz i<strong>de</strong>ia do saudoso Vitor Petersen em enviar<br />
dois ou três jornalistas especializados em propaganda (ainda com apenas<br />
colunas sobre o assunto em jornais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> circulação e um pouco<br />
<strong>de</strong>pois com curtos programas na televisão, cujo pioneirismo coube<br />
a Cicero Silveira, na TV Tupi), levando <strong>de</strong>pois este editor para formar<br />
uma dupla com ele, cada qual com a sua nova notícia ou opinião sobre<br />
o que estava surgindo no mundo publicitário, on<strong>de</strong> o Brasil começava a<br />
<strong>de</strong>spontar com gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> criativa, em que pese faltando ainda<br />
uma finalização primorosa nas mesmas, que pu<strong>de</strong>sse disputar “quase”<br />
em condições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> com os melhores países participantes do<br />
famoso festival.<br />
Aí resi<strong>de</strong> sem dúvida o começo da nossa história publicitária <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e <strong>de</strong> produção, que passou a ser admirada pelos países<br />
campeões do Cannes Lions.<br />
O prosseguimento <strong>de</strong>ssa história, que o leitor não para <strong>de</strong> admirar a<br />
cada ano que passa, a gran<strong>de</strong> maioria dos frequentadores (brasileiros<br />
e estrangeiros) conhece: o Brasil está <strong>de</strong>s<strong>de</strong> algum tempo entre os primeiros<br />
colocados no ranking do Cannes Lions, por fazer da sua publicida<strong>de</strong><br />
uma das melhores dos participantes do famoso festival, associando<br />
com talento i<strong>de</strong>ia e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção.<br />
mes), mas também das peças impressas e <strong>de</strong> outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> estamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> alguns anos para cá como um dos<br />
concorrentes mais fortes do certame.<br />
Até mesmo em ativida<strong>de</strong>s paralelas, como o Young Lions, estamos entre<br />
os primeiros, o que muito nos orgulha, porque revela uma condição<br />
crescente <strong>de</strong> bons profissionais brasileiros, que são os que continuarão<br />
o sucesso que alcançamos.<br />
***<br />
Enio Vergeiro, presi<strong>de</strong>nte da APP, sugere em e-mail ao mercado a doação<br />
do seu talento publicitário em prol da melhoria dos candidatos<br />
às eleições <strong>de</strong> <strong>2020</strong> e suas campanhas, na tentativa <strong>de</strong> reforçarmos a<br />
presença do nosso mercado na condução do Estado brasileiro.<br />
***<br />
Instigante a matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição do PROPMARK, registrando o<br />
que muito tem se falado a respeito: o “novo” consumidor gerado pela pan<strong>de</strong>mia.<br />
Segundo Renato Meirelles, presi<strong>de</strong>nte do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Locomotiva,<br />
a indagação mais importante não é saber para on<strong>de</strong> vai o consumidor<br />
quando tudo passar, mas, sim, para on<strong>de</strong> ele não retornará mais.<br />
Meirelles afirma que “o consumidor não volta para as relações <strong>de</strong> consumo<br />
anteriores. Ele conhece mais marcas e ampliou seu leque e empo<strong>de</strong>ramento”.<br />
Ana Julião, gerente-geral da E<strong>de</strong>lman Brasil, que também<br />
pesquisou o “novo” consumidor, aponta que a confiança nas marcas<br />
será <strong>de</strong>staque.<br />
Sandra Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA e profissional <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
experiência no mercado, afirma que, com a crise, acelerou-se o processo<br />
<strong>de</strong> transformação do comportamento do consumidor.<br />
Imperdível também matéria sobre o boom nas vendas <strong>de</strong> vitaminas<br />
com a pan<strong>de</strong>mia, cujo aumento já em março foi <strong>de</strong> 195%, contra março<br />
<strong>de</strong> 2019.<br />
Igualmente imperdíveis as matérias sobre o lançamento da nova marca<br />
da Eletromidia, a nova campanha da CNN, o lançamento da “nova” TV<br />
Globo e a chegada do sinal do SBT nos Estados Unidos.<br />
***<br />
Também merece registro a matéria sobre a trajetória do já saudoso<br />
Enio Mainardi, que um dos seus maiores feitos foi a criação e manutenção<br />
da agência Proeme, com trabalhos sempre brilhantes para os seus<br />
clientes.<br />
***<br />
À Otima, nossos agra<strong>de</strong>cimentos pela divulgação da foto <strong>de</strong>ste editorialista<br />
em seus cartazes <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> ônibus espalhados pela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo, com incontáveis passageiros e transeuntes relatando-nos o<br />
acontecimento.<br />
Grato, Otima!<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 3
Índice<br />
Pós-pan<strong>de</strong>mia,<br />
terá “novo”<br />
consumidor<br />
Mudança <strong>de</strong> comportamento é<br />
<strong>de</strong>tectada por meio <strong>de</strong> pesquisas<br />
do Instituto Locomotiva e<br />
E<strong>de</strong>lman Brasil. ABA e agências<br />
também avaliam perfil.<br />
caPa<br />
22<br />
Pxhere<br />
Fotos: Divulgação<br />
mÍdia<br />
Band acelera<br />
negócios e formatos<br />
Durante a pan<strong>de</strong>mia, grupo unificou TV,<br />
rádio e digital, reorganizando jornalismo,<br />
entretenimento e comercial. Caio Luiz<br />
<strong>de</strong> Carvalho, diretor <strong>de</strong> Comunicação<br />
e Assuntos Corporativos do grupo, fala<br />
sobre contratações, como Zeca Camargo e<br />
Mariana Godoy, e novos projetos. pág. 10<br />
Pxhere<br />
mercado<br />
marcaS<br />
<strong>de</strong>Sign<br />
cenp revela compra<br />
<strong>de</strong> mídia por estado<br />
O Cenp-Meios mostra que o investimento<br />
em 2019 foi <strong>de</strong> R$ <strong>17</strong>,5 bilhões, referentes<br />
a 226 agências. São Paulo li<strong>de</strong>ra com R$ 2,6<br />
bi (15,2% do share). O Rio <strong>de</strong> Janeiro vem<br />
em seguida, com R$ 1 bi. pág. 30<br />
eletromidia apresenta<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual<br />
Após oito meses <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fusão com a<br />
Elemidia, empresa <strong>de</strong> mídia exterior trouxe<br />
ao mercado branding criado pela agência<br />
Ana Couto. A nova Eletromidia nasce com<br />
350 funcionários e um alcance diário <strong>de</strong><br />
20 milhões <strong>de</strong> pessoas no Brasil. pág. 13<br />
Seara escala Fátima<br />
Bernar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> novo<br />
Depois <strong>de</strong> um hiato <strong>de</strong> três anos, a jornalista<br />
e apresentadora global volta a estrelar um<br />
comercial da marca. A criação da nova<br />
campanha é da WMcCann e <strong>de</strong>staca os<br />
atributos <strong>de</strong> sabor e qualida<strong>de</strong> dos produtos<br />
da empresa <strong>de</strong> alimentos congelados, em<br />
diferentes categorias. pág. 8<br />
editorial ................................................................3<br />
conexões ...............................................................6<br />
curtas ....................................................................7<br />
marcas ...................................................................8<br />
mídia ...................................................................10<br />
agências .............................................................14<br />
inspiração ..........................................................15<br />
Beyond The Line ................................................16<br />
We Love mKT ......................................................<strong>17</strong><br />
entrevista ...........................................................18<br />
Storyteller ..........................................................20<br />
Quem Fez ............................................................21<br />
mercado ..............................................................22<br />
memória ..............................................................31<br />
arena do esporte ...............................................32<br />
Supercenas .........................................................33<br />
Última Página ....................................................34<br />
4 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
3 ANOS<br />
Nestes 3 anos <strong>de</strong> Brasil, a TracyLocke seguiu o seu<br />
propósito <strong>de</strong> colocar o shopper no centro <strong>de</strong> tudo<br />
para ajudar clientes como Claro, Seara, JHSF,<br />
Burger King, Serasa, Johnson & Johnson,<br />
Diageo e Centauro a ven<strong>de</strong>r mais.<br />
Desenvolvemos ferramentas proprietárias <strong>de</strong><br />
BUY DESIGN que plugadas com ciência e empatia<br />
nos ajudam a entregar criativida<strong>de</strong> com eficácia.<br />
Criamos campanhas, produtos, ativações<br />
e experiências relevantes e não vamos parar<br />
por aqui. Esse é só o começo <strong>de</strong> uma jornada <strong>de</strong><br />
transformação para a gente, para os nossos clientes<br />
e para o mercado.<br />
+55 11 5185 5252 tracylocke.com.br tracylocke@tracylocke.com.br<br />
SÃO PAULO NOVA IORQUE CHICAGO DALLAS WILTON LONDRES TORONTO SINGAPURA BUENOS AIRES
conexões<br />
Linkedin<br />
Post: Hershey’s faz versão própria<br />
do meme da nota <strong>de</strong> R$ 200<br />
Amei <strong>de</strong>mais. Hershey’s do Brasil<br />
po<strong>de</strong> me mandar se quiser. Vou<br />
amar.<br />
Livia Marques<br />
Post: Parceria <strong>de</strong> Globo, OmeledorinHo<br />
te e Gaules <strong>de</strong>staca cobertura<br />
<strong>de</strong> CS: GO no Brasil<br />
Gau é gigante! e-Sports tomando<br />
um espaço importante na programação.<br />
Felipe Fernan<strong>de</strong>s Trevisan<br />
Post: Bra<strong>de</strong>sco e Publicis emocionam<br />
internautas no Dia dos Pais<br />
A campanha mais bacana, na minha<br />
opinião, é do Mercado Livre. Inteligente<br />
e bem-humorada.<br />
Raul Porto<br />
Instagram<br />
Post: Armando Ferrentini, diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />
e publisher do @<br />
propmark, é uma das estrelas da<br />
nova campanha da @otimaooh.<br />
Juntos somos mais fortes! #ConfiançaNaVolta<br />
@otimaooh<br />
Post; Rappi, iFood e Uber Eats<br />
se posicionam sobre entregador<br />
que sofreu racismo.<br />
Muito triste. Racismo escancarado,<br />
triste ver isso nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />
@jonathancoxah<br />
última Hora<br />
OOH<br />
A Otima criou a campanha<br />
Confiança na volta para<br />
anunciar a retomada dos<br />
projetos <strong>de</strong> comunicação<br />
nos abrigos <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong><br />
São Paulo com mensagens<br />
<strong>de</strong> nomes como Hugo<br />
Rodrigues, João Branco,<br />
Luiz Lara e Armando<br />
Ferrentini. De acordo<br />
com Laís Melo, head <strong>de</strong><br />
marketing da Otima, o<br />
momento é <strong>de</strong> cautela e<br />
<strong>de</strong> planejamento para que<br />
as marcas possam retomar<br />
as suas campanhas <strong>de</strong><br />
mídia exterior <strong>de</strong> forma<br />
consciente e assertiva.<br />
“Sabemos da força<br />
do OOH e, portanto,<br />
estamos confiantes no<br />
retorno à normalida<strong>de</strong><br />
para oferecer novas<br />
tecnologias e recursos<br />
exclusivos e cada vez mais<br />
inovadores aos nossos<br />
clientes, aproximando o<br />
público das ruas às marcas<br />
novamente”, afirma ela.<br />
GLOBO ADS<br />
A partir <strong>de</strong>sta segundafeira<br />
(<strong>17</strong>), agências e<br />
anunciantes po<strong>de</strong>m<br />
realizar, via Globo Ads, a<br />
reserva e o gerenciamento<br />
<strong>de</strong> campanhas também<br />
na TV por assinatura. A<br />
atualização está disponível<br />
na versão <strong>de</strong>sktop da<br />
plataforma, que po<strong>de</strong><br />
ser acessada no portal <strong>de</strong><br />
negócios Globo (www.<br />
globonegocios.globo.com).<br />
eventos<br />
Nos dias 13 e 14 <strong>de</strong> outubro<br />
está agendado o primeiro<br />
evento presencial <strong>de</strong><br />
acordo com o calendário do<br />
governo <strong>de</strong> São Paulo. “A<br />
Expo Retomada virá para<br />
<strong>de</strong>monstrar a capacida<strong>de</strong><br />
dos eventos face to face<br />
(F2F) em gerar negócios no<br />
momento pós-quarentena.<br />
Estamos muito<br />
empenhados em reunir<br />
os melhores do setor <strong>de</strong><br />
eventos <strong>de</strong> negócios. Essa<br />
empreitada tem sido muito<br />
bem-sucedida, não faltam<br />
simpatizantes e apoiadores<br />
vindos <strong>de</strong> todas as partes<br />
do Brasil e até do exterior”,<br />
afirma o executivo Paulo<br />
Otávio <strong>de</strong> Almeida, o P.O,<br />
diretor da União Brasileira<br />
dos Promotores <strong>de</strong> Feiras.<br />
DAtA<br />
A Flag comunicação, que<br />
é comandada por Augusto<br />
Diegues, está celebrando<br />
20 anos <strong>de</strong> atentimento à<br />
marca Nakata, fabricante<br />
<strong>de</strong> autopeças. A agência<br />
<strong>de</strong>senvolveu o conceito<br />
Tudo azul, tudo Nakata<br />
direcionado para<br />
profissionais <strong>de</strong> mecânica<br />
e tra<strong>de</strong>. “O importante é<br />
<strong>de</strong>stacar a confiança, o<br />
respeito e a parceria que<br />
conduzem e conduziram<br />
nossa relação durante este<br />
período <strong>de</strong> muito trabalho<br />
e superação <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios.<br />
Os resultados, sempre<br />
bem-vindos, são<br />
apenas uma <strong>de</strong> suas<br />
consequências”, <strong>de</strong>stacou<br />
Diegues. A Flag também<br />
aten<strong>de</strong> Amil (digital),<br />
Liberty Seguros, Re<strong>de</strong><br />
Hospitais Américas (digital)<br />
e Prysmian Group e Brinks.<br />
IDEIA<br />
A criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> elevar<br />
crescimento. É o tema<br />
XTalk da BriviaDez nesta<br />
terça (18). Com Gustavo<br />
Reis, da Tecnisa.<br />
6 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
curtas<br />
sinal da tV cultura <strong>de</strong>ve chegar<br />
a todos municípios <strong>de</strong> são Paulo<br />
Fotos: Divulgação<br />
africa amplia estrutura e cria<br />
área ligada a tecnologia e digital<br />
Executivos da TV Cultura e prefeitos <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> São Paulo em reunião para acordo<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> expandir<br />
sinal para todos os municípios<br />
do estado, a TV Cultura fez<br />
parceria com a Secretaria <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento Regional do<br />
Governo <strong>de</strong> São Paulo. Atualmente,<br />
a emissora alcança<br />
90% dos domicílios paulistas.<br />
Para alinhar os <strong>de</strong>talhes da<br />
implementação do projeto, o<br />
presi<strong>de</strong>nte da Fundação Padre<br />
Anchieta, José Roberto Maluf,<br />
o vice-presi<strong>de</strong>nte, Carlito Camargo,<br />
o diretor <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> e Projetos,<br />
Fábio Borba, e o diretor<br />
<strong>de</strong> Engenharia da TV Cultura,<br />
Nelson Faria, se reuniram com<br />
60 prefeitos, on<strong>de</strong> foi proposto<br />
um prazo <strong>de</strong> até três anos para<br />
a emissora chegar às cida<strong>de</strong>s.<br />
Elen Posse, que li<strong>de</strong>ra novo núcleo CCC Effectiveness na Africa<br />
A Africa ampliou sua estrutura<br />
ligada a tecnologia e<br />
digital com o lançamento do<br />
núcleo ccc effectiveness. A<br />
novida<strong>de</strong> é orientada à potencialização<br />
da relevância cultural<br />
das marcas atendidas pela<br />
agência. Elen Posse comanda<br />
a área. A executiva chegou à<br />
Africa assumindo a missão <strong>de</strong><br />
orquestrar as equipes <strong>de</strong> Culture<br />
Insights, Comms Plannings e<br />
Content Ten<strong>de</strong>ncies – o “Triple<br />
C”. A construção da área foi<br />
encabeçada pelo chief strategy<br />
officer, aldo pini, que i<strong>de</strong>ntificou<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar<br />
em uma mesma equipe diferentes<br />
especialistas para construção<br />
<strong>de</strong> visão mais ampla.<br />
Lew’Lara pesquisa Tendências<br />
Vix Traz sTreaMing graTuiTo<br />
MiTsuBishi <strong>de</strong>sTaca Tradição 4x4<br />
Entrega em domicílio é <strong>de</strong>staque <strong>de</strong> mapeamento<br />
Para i<strong>de</strong>ntificar as principais tendências <strong>de</strong><br />
comportamento em virtu<strong>de</strong> da pan<strong>de</strong>mia e<br />
consequentes oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atuação para<br />
marcas, a Lew’Lara\TBWA realizou levantamento<br />
baseado no Backslash, ferramenta<br />
proprietária do Grupo TBWA para mapeamento<br />
<strong>de</strong> movimentos culturais pelo mundo.<br />
Diversas tendências vêm sendo mapeadas,<br />
mas as que ganharam mais relevância durante<br />
a pan<strong>de</strong>mia, segundo a agência, foram<br />
Bran<strong>de</strong>d Government, Helicopter Tech,<br />
Convenience Economy, Die-Versification e<br />
Empathy Age. Convenience Economy, por<br />
exemplo, trata <strong>de</strong> adaptações da economia,<br />
limitando idas à loja.<br />
Enor Paiano, da Vix no Brasil, e o CEO Rafael Urbina<br />
De olho no crescimento dos serviços <strong>de</strong><br />
streaming, a Vix traz ao Brasil plataforma<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o on <strong>de</strong>mand gratuita. Com filmes,<br />
séries, novelas e documentários, a Vix Cine<br />
e TV já conta com 1.500 horas <strong>de</strong> conteúdo<br />
em português e po<strong>de</strong> ser acessada pelo<br />
site, aplicativo e TVs conectadas como<br />
Amazon Fire, Apple TV, Roku e Chrome-<br />
Cast. A versão brasileira chega 10 meses<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a plataforma ter sido apresentada<br />
no México e conquistar a marca <strong>de</strong><br />
10 milhões <strong>de</strong> downloads. Para reforçar as<br />
opções <strong>de</strong> catálogo no país, a companhia<br />
começa a fechar parcerias com as distribuidoras<br />
<strong>de</strong> conteúdo.<br />
Cena da campanha do novo Outlan<strong>de</strong>r Sport<br />
A Tech and Soul criou sua primeira<br />
campanha para Mitsubishi Motors. O filme<br />
apresenta o Outlan<strong>de</strong>r Sport 2021 e fala<br />
sobre a importância <strong>de</strong> estar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />
4×4 <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> em meio aos <strong>de</strong>safios que<br />
se multiplicam no lado <strong>de</strong> fora. Ele apresenta<br />
o novo posicionamento do mo<strong>de</strong>lo:<br />
O novo diamante da Mitsubishi, que remete<br />
à tradição dos 4×4 da marca. “O processo<br />
criativo partiu da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> um posicionamento<br />
que mostrasse que os diamantes,<br />
embora só apareçam sob pressão extrema,<br />
brilham quando recebem a luz e são observados”,<br />
explica Flavio Waiteman, sócio e<br />
CCO da Tech and Soul.<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />
res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia<br />
Paraizo e Leonardo Araujo<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z e<br />
Jéssica Oliveira<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0744<br />
Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />
Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />
regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />
Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
assinatura@editorareferencia.com.br<br />
São Paulo (11) 2065-0738<br />
Demais estados: 0800 704 4149<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />
Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />
e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />
O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />
rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />
CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
IMPRESSO EM CASA<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 7
mARcAS<br />
Após três anos, Fátima Bernar<strong>de</strong>s<br />
volta a estrelar campanha da Seara<br />
Último material com apresentadora foi em 20<strong>17</strong>; comunicação assinada<br />
pela agência WMcCann <strong>de</strong>staca preferência pelos produtos da empresa<br />
nova campanha <strong>de</strong> Seara<br />
A tem a jornalista e apresentadora<br />
Fátima Bernar<strong>de</strong>s como<br />
estrela, além <strong>de</strong> uma série<br />
<strong>de</strong> ativações e parceria com a<br />
Globo. A comunicação <strong>de</strong>senvolvida<br />
pela agência WMcCann<br />
<strong>de</strong>staca os atributos <strong>de</strong> sabor e<br />
qualida<strong>de</strong> dos produtos em diferentes<br />
categorias, como frangos<br />
orgânicos, Seara Nature,<br />
Incrível Burger Seara Gourmet<br />
e Incrível Seara.<br />
De acordo com José Cirilo,<br />
diretor-executivo <strong>de</strong> marketing<br />
e tra<strong>de</strong> da Seara Alimentos, o<br />
material tem um significado<br />
importante para a empresa.<br />
“Essa campanha marca um momento<br />
excelente da Seara com<br />
a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> alimentos congelados<br />
no Brasil, apontada como<br />
a marca que mais inova no seg-<br />
Peças enfatizam a preferência <strong>de</strong> Fátima Bernar<strong>de</strong>s por produtos Seara<br />
Divulgação<br />
mento e a que mais cresceu em<br />
preferência nos lares brasileiros,”<br />
afirma o executivo.<br />
As peças enfatizam a preferência<br />
<strong>de</strong> Fátima pelos produtos<br />
Seara. “Des<strong>de</strong> 2014, quando<br />
a Seara e eu estivemos juntas,<br />
a marca <strong>de</strong>dicou esforços em<br />
dois pilares superimportantes:<br />
qualida<strong>de</strong> e inovação. Os resultados<br />
foram impressionantes,<br />
com <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas<br />
categorias e novos produtos,<br />
sempre com muito sabor, e conectados<br />
com o <strong>de</strong>sejo do consumidor”,<br />
diz a apresentadora.<br />
Segundo a empresa, a estratégia<br />
prevê integração entre diversos<br />
meios e formatos <strong>de</strong> divulgação.<br />
Além dos comerciais<br />
<strong>de</strong> TV, estão previstas ações e<br />
ativações que conversam com o<br />
universo digital.<br />
Unilever e BRF falam<br />
<strong>de</strong> ESG em live da ABA<br />
Vanessa Vilar e Grazielle Parenti<br />
<strong>de</strong>bateram tema em evento online<br />
Reprodução<br />
O ESG (environmental<br />
social and governance)<br />
foi <strong>de</strong>finido nas<br />
palavras “propósito” e<br />
“humanida<strong>de</strong>” durante<br />
a nona live visão setorizada<br />
da inovação’, uma<br />
iniciativa da ABA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong><br />
Anunciantes) e do Grupo<br />
Croma. O assunto foi<br />
Evento foi transmitido pelo Grupo Croma no YouTube<br />
comentado por Vanessa Vilar, só no financeiro pelo financeiro<br />
general management counsel vale a pena, então faça, porque<br />
Brazil na Unilever, e Grazielle<br />
Parenti, corporate relations da sustentabilida<strong>de</strong> das empre-<br />
no fim do dia estamos falando<br />
global director na BRF.<br />
sas”, disse.<br />
Para Vanessa, nenhum investidor<br />
e nenhum financeiro que o consumidor não pague<br />
Grazielle avalia que, mesmo<br />
questionam se todas as práticas<br />
<strong>de</strong> ESG se pagam e são boas importante que as empresas fa-<br />
o premium price para o ESG, é<br />
para o negócio. “Ainda que você çam. “Será penalizada se não o<br />
não tenha nenhum valor ético, fizer. E o tamanho <strong>de</strong>ssa penalida<strong>de</strong><br />
é princípio, moral, se você pensar<br />
imensurável.”<br />
O Boticário <strong>de</strong>staca<br />
po<strong>de</strong>r da maturida<strong>de</strong><br />
Campanha feita pela AlmapBBDO<br />
divulga a nova frangrância Liz<br />
nova campanha <strong>de</strong><br />
A O Boticário divulga<br />
Liz, fragrância que a<br />
marca acaba <strong>de</strong> lançar.<br />
A comunicação <strong>de</strong>senvolvida<br />
pela agência<br />
AlmapBBDO <strong>de</strong>staca a<br />
importância <strong>de</strong> a pessoa<br />
reconhecer o quanto<br />
a maturida<strong>de</strong>, as experiências<br />
e as escolhas<br />
<strong>de</strong> cada uma po<strong>de</strong>m se traduzir<br />
em beleza.<br />
De acordo com Ricardo<br />
Chester, diretor <strong>de</strong> criação<br />
executivo da AlmapBBDO, o<br />
comercial aborda o conceito<br />
<strong>de</strong> que a beleza <strong>de</strong>ssa consumidora<br />
também vem do que ela<br />
já viveu, <strong>de</strong> suas escolhas, sejam<br />
elas fáceis ou difíceis, mas<br />
que as fizeram chegar até on<strong>de</strong><br />
chegou. “Uma ligação com o<br />
Estratégia prevê peças para TV e ações no digital<br />
Divulgação<br />
produto, que tem o seu tempo<br />
para atingir ao grau <strong>de</strong> sofisticação<br />
e qualida<strong>de</strong> que são padrão<br />
do Boticário”, comenta o<br />
executivo.<br />
A estratégia da campanha<br />
contempla filme para TV aberta<br />
e paga além <strong>de</strong> ações nos meios<br />
digitais, com influenciadores.<br />
A atriz Dira Paes também está<br />
presente em algumas peças <strong>de</strong><br />
divulgação.<br />
8 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
11 e 12 <strong>de</strong> setembro<br />
Evento 100% on-line<br />
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Legado<br />
Des<strong>de</strong> os anos 1980, o locutor<br />
e apresentador Luciano do Valle<br />
ajudou a construir a imagem<br />
da Band como canal do esporte,<br />
<strong>de</strong>vido às transmissões históricas<br />
do vôlei, basquete, Fórmula<br />
Indy e Jogos Olímpicos. Esse<br />
legado não foi esquecido e, aos<br />
poucos, vem sendo atualizado.<br />
No início <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, por exemplo,<br />
a Band fechou contrato para<br />
transmissões do campeonato <strong>de</strong><br />
futebol russo, um dos primeiros<br />
a fazer a retomada, inclusive,<br />
com presença <strong>de</strong> torcida nos estádios.<br />
Em parceria com o DAZN,<br />
vai transmitir o Brasileirão Série<br />
C, e com a CBF, o Brasileirão Femídia<br />
Band reestrutura negócios e volta<br />
às origens em busca <strong>de</strong> relevância<br />
Após unificação <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> TV, rádio e digital, grupo faz novas apostas<br />
no esporte e jornalismo; reestruturação no marketing é o próximo passo<br />
Danúbia Paraizo<br />
Os últimos cinco meses foram<br />
marcados por mudanças e<br />
reestruturações no Grupo Ban<strong>de</strong>irantes.<br />
Enquanto o cenário<br />
<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia trouxe instabilida<strong>de</strong><br />
e incertezas para o mercado<br />
<strong>de</strong> comunicação, a Band aproveitou<br />
o período para repensar<br />
o negócio, otimizar talentos e<br />
investimentos e trazer novos<br />
nomes para cargos estratégicos,<br />
como a chegada <strong>de</strong> Zeca Camargo<br />
em julho como diretor executivo<br />
<strong>de</strong> produção. O primeiro<br />
projeto do jornalista é o novo<br />
programa matutino <strong>de</strong> Mariana<br />
Godoy, recém-contratada no período<br />
<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia.<br />
Além da atração na TV aberta,<br />
a jornalista <strong>de</strong>ve comandar<br />
outros projetos no rádio e até no<br />
pay TV, como reflexo da unificação<br />
<strong>de</strong> plataformas anunciada<br />
em junho. Quem explica os <strong>de</strong>talhes<br />
é Caio Luiz <strong>de</strong> Carvalho,<br />
diretor <strong>de</strong> comunicação e assuntos<br />
corporativos do grupo.<br />
“De fato, a pan<strong>de</strong>mia tem sido<br />
um momento <strong>de</strong> tristeza pela<br />
situação, mas a gente avançou.<br />
O caminho foi acelerar. E nossa<br />
primeira mudança foi estrutural,<br />
era um sonho <strong>de</strong> décadas do<br />
Johnny (Saad) fazer a unificação<br />
das plataformas, principalmente,<br />
rádio e TV. Nos fortalecemos<br />
e adquirimos musculatura<br />
maior, inclusive, no jornalismo<br />
e comercial”. Outras mudanças<br />
e lançamentos também estão<br />
na esteira para este mês. “Estamos<br />
reestrurando a área <strong>de</strong><br />
marketing. A apresentação está<br />
prevista para o fim <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>.<br />
Queremos mostrar que não ficamos<br />
parados na pan<strong>de</strong>mia. Ela<br />
nos atingiu também. Estamos<br />
trabalhando em home office, ao<br />
mesmo tempo, percebemos que<br />
se ficássemos parados, quando<br />
as coisas normalizassem,<br />
estaríamos mortos”. Entre os<br />
lançamentos, <strong>de</strong>staque para o<br />
novo brand estúdio que dará<br />
suporte à área comercial. O <strong>de</strong>partamento,<br />
aliás, também foi<br />
Os jornalistas Mariana Godoy e Zeca Camargo foram recém-contratados pela Band; segundo<br />
Caio Luiz <strong>de</strong> Carvalho (<strong>de</strong>staque), i<strong>de</strong>ia é aproveitar os talentos em todas plataformas do grupo<br />
unificado em junho e segue sob<br />
comando do executivo Cris Moreira.<br />
“Estamos ven<strong>de</strong>ndo muito<br />
mais que um comercial <strong>de</strong> 30<br />
segundos <strong>de</strong> TV ou rádio, mas<br />
um mo<strong>de</strong>lo mais sofisticado e<br />
integrado. E, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa reformulação<br />
estrutural, fizemos<br />
uma mudança na li<strong>de</strong>rança, que<br />
hoje é mais vertical. Não temos a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vice-presi<strong>de</strong>ntes<br />
que tínhamos antes. Houve um<br />
enxugamento <strong>de</strong> cargos para<br />
verticalizar”, explica Carvalho.<br />
Sobre o brand estúdio, o executivo<br />
pontua que a i<strong>de</strong>ia é estabelecer<br />
nova relação com os<br />
anunciantes. “Não é simplesmente<br />
ir para a agência e ven<strong>de</strong>r<br />
um formato <strong>de</strong> 30 segundos ou<br />
mostrar que o share da Band é x.<br />
Estamos ven<strong>de</strong>ndo conteúdo nos<br />
programas. Não adianta ter ferramentas<br />
no digital, streaming, se<br />
não criarmos aquilo que o cliente<br />
quer. Esse laboratório que estamos<br />
criando tem essa visão. Vai<br />
estar na nova área <strong>de</strong> comercial e<br />
comunicação”.<br />
Ainda como reflexo da unificação,<br />
o executivo, que também<br />
li<strong>de</strong>ra o Arte 1, um dos canais <strong>de</strong><br />
pay TV do grupo, explica que<br />
jornalismo e entretenimento saíram<br />
fortalecidos. Os apresentadores<br />
também são melhor aproveitados<br />
<strong>de</strong> maneira transmídia.<br />
José Luiz Datena e Neto, por<br />
exemplo, comandam atrações na<br />
TV aberta, mas também na rádio<br />
Ban<strong>de</strong>irantes. Em breve, Catia<br />
Fonseca, que também foi para<br />
o rádio, comandará uma nova<br />
atração no canal Terra Viva.<br />
Kelly Fuzaro/Band<br />
minino Série A. Os jogos da NBA<br />
também seguem na TV aberta.<br />
“Jornalismo e esporte estão no<br />
imaginário do brasileiro. Mas a<br />
Band tem os pés no chão. Está<br />
trabalhando o esporte, mas sabe<br />
que não dá para pagar pelos direitos<br />
se a conta não fechar. Trabalhamos<br />
com cautela e responsabilida<strong>de</strong>”.<br />
Ainda sobre o legado do grupo,<br />
Carvalho adianta que a Band está<br />
levantando todo o acervo cultural<br />
ao longo dos seus 83 anos.<br />
Des<strong>de</strong> os gran<strong>de</strong>s musicais que<br />
promoveu, passando pela dramaturgia,<br />
com o clássico Meu Pé<br />
<strong>de</strong> Laranja Lima, aos materiais<br />
sonoros do rádio. Como primeiro<br />
movimento <strong>de</strong>sse resgate, a<br />
Band se prepara para lançar um<br />
especial <strong>de</strong> Tom Jobim e Elis Regina<br />
gravado em Los Angeles,<br />
em 1974. O material será exibido<br />
no cinema e na TV.<br />
10 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Mídia<br />
Publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo fortalece<br />
tom <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública<br />
Orçamento teve redução <strong>de</strong> 40% em <strong>2020</strong>, mas Duilio Malfatti diz contar<br />
com apoio da mídia para cumprir meta <strong>de</strong> orientar público sobre Covid-19<br />
O executivo Duilio Malfatti dirige a comunicação publicitária do governo <strong>de</strong> São Paulo<br />
Alê Oliveira<br />
“O tOm<br />
instituciOnal<br />
e dOs serviçOs<br />
<strong>de</strong> cada um dOs<br />
setOres fOi<br />
alteradO para<br />
incentivar<br />
cuidadOs em<br />
relaçãO à<br />
prevençãO<br />
individual”<br />
Paulo Macedo<br />
Com share <strong>de</strong> 32% do PIB do<br />
país, o estado <strong>de</strong> São Paulo<br />
trata a publicida<strong>de</strong> como aliada<br />
para disseminar propostas<br />
e serviços. Mas o discurso<br />
mudou em <strong>2020</strong>. A a<strong>de</strong>quação<br />
é caudatária da pan<strong>de</strong>mia do<br />
novo coronavírus, que obrigou<br />
que todas as áreas do executivo<br />
regional passassem a usar a<br />
prevenção como base para as<br />
ações <strong>de</strong> comunicação. Proteja<br />
a si mesmo e aos outros. Sempre<br />
que sair. Use máscara é um dos<br />
títulos das campanhas veiculadas<br />
pelo governo paulista nos<br />
últimos meses.<br />
De acordo com Duilio Malfatti,<br />
secretário estadual <strong>de</strong><br />
Publicida<strong>de</strong>, a comunicação <strong>de</strong><br />
utilida<strong>de</strong> pública ganhou proporção<br />
nunca antes vista. Em<br />
sua opinião, esse já era o foco,<br />
mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2020</strong> foi<br />
intensificado. “O tom institucional<br />
e dos serviços <strong>de</strong> cada<br />
um dos setores foi alterado para<br />
incentivar cuidados em relação<br />
à prevenção individual”, resumiu<br />
Malfatti.<br />
O governo <strong>de</strong> São Paulo<br />
trabalha com três agências:<br />
Lew’Lara\TBWA, Z515 e Propeg.<br />
A Sabesp é atendida pela WMccann,<br />
Lew’Lara\TBWA e Vivas.<br />
A CDHU (Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Habitacional e<br />
Urbano) tem apoio das agências<br />
Berg Duailibi, Toledo e <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen.<br />
E a Pro<strong>de</strong>sp<br />
(Companhia <strong>de</strong> Processamento<br />
<strong>de</strong> Dados <strong>de</strong> SP) tem comunicação<br />
executada pela Adag e<br />
Lew’Lara\TBWA.<br />
“Essas agências cuidam da<br />
publicida<strong>de</strong>. Fazemos as reuniões<br />
<strong>de</strong> briefing e aprovamos<br />
as i<strong>de</strong>ias. É um trabalho diário<br />
porque as <strong>de</strong>mandas são enormes.<br />
Principalmente agora que<br />
o foco é alertar a população<br />
sobre os perigos da Covid-19.<br />
Incentivar o uso <strong>de</strong> máscaras<br />
e álcool em gel, além <strong>de</strong> outros<br />
protocolos, é a priorida<strong>de</strong>.<br />
Muitos serviços estão fechados<br />
presencialmente. Também<br />
mostramos que muitas <strong>de</strong>mandas<br />
estão sendo feitas online.<br />
Porém, o cuidado para não fazer<br />
o vírus proliferar se tornou<br />
a nossa priorida<strong>de</strong>”, enfatizou<br />
Malfatti.<br />
Além das agências, a comunicação<br />
do governo paulista<br />
conta com uma estrutura interna<br />
composta por três <strong>de</strong>signers,<br />
um redator e um mídia. “É uma<br />
miniagência, mas não é uma<br />
house. No ano passado fizemos<br />
26 filmes <strong>de</strong> apoio, mas não<br />
para mídia. São apresentações<br />
para eventos, folhetos, cartazes<br />
e power point. Por exemplo,<br />
quando o governador João<br />
Doria foi ao Fórum Econômico<br />
Mundial <strong>de</strong> Davos, a equipe<br />
preparou o material ilustrativo<br />
da sua apresentação. Os secretários<br />
também fazem uso<br />
<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>partamento para enriquecer<br />
palestras e coletivas”,<br />
pon<strong>de</strong>rou Malfatti. “Tudo, no<br />
entanto, é visto e aprovado<br />
pessoalmente pelo secretário<br />
<strong>de</strong> Comunicação, Cleber Mata,<br />
e pelo governador João Doria,<br />
que é um profundo conhecedor<br />
da comunicação e sempre<br />
intervém para melhorar procedimentos.<br />
Muitas vezes os<br />
especialistas <strong>de</strong>ixam passar <strong>de</strong>talhes,<br />
mas ele faz as pon<strong>de</strong>rações<br />
para ajustar os projetos”,<br />
acrescentou.<br />
Em 2019, o investimento <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> do governo <strong>de</strong> São<br />
Paulo foi <strong>de</strong> R$ 140 milhões.<br />
Este ano, ainda sem a aprovação<br />
do orçamento estadual pela<br />
Assembléia Legislativa, a redução<br />
da verba é <strong>de</strong> aproximadanente<br />
40%.<br />
“Temos tido uma gran<strong>de</strong><br />
parceria dos veículos, principalmente<br />
rádio e televisão, que<br />
estão sensíveis ao momento e<br />
conce<strong>de</strong>ndo os <strong>de</strong>scontos necessários<br />
para mantermos a comunicação<br />
ativa. Estamos utilizando<br />
todos os meios: jornais,<br />
revistas, OOH e digital. Mas,<br />
TVs e rádios foram priorizados<br />
porque têm alcance imediato”,<br />
disse o secretário, que também<br />
atuou na publicida<strong>de</strong> do governo<br />
Michel Temer em Brasília.<br />
O foco em utilida<strong>de</strong> pública<br />
<strong>de</strong>ixou em segundo plano o<br />
tom institucional. “E dá mais<br />
trabalho. O volume triplicou.<br />
O pessoal está se <strong>de</strong>sdobrando<br />
para cumprir prazos e dar atenção<br />
a todos os segmentos do<br />
governo. Mas é instigante estar<br />
envolvido com um serviço<br />
que orienta a socieda<strong>de</strong>. É uma<br />
responsabilida<strong>de</strong> explicar que<br />
o uso das EPIs é mais do que<br />
necessário”, enfatizou Malfatti,<br />
que tem aprovada uma gran<strong>de</strong><br />
campanha para o Detran/<br />
SP que vai mostrar nos canais<br />
digitais que o órgão vai ter extensão<br />
nas 300 unida<strong>de</strong>s do sistema<br />
Poupa Tempo.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 11
mídia<br />
Veículos brasileiros <strong>de</strong> comunicação<br />
apoiam a campanha Love Paper<br />
Iniciativa é da Two Si<strong>de</strong>s, que visa <strong>de</strong>spertar a consciência sobre a<br />
sustentabilida<strong>de</strong> do papel; este ano ação ganhou tom mais emocional<br />
Com o apoio <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong><br />
comunicação, a Two Si<strong>de</strong>s<br />
está promovendo no Brasil a<br />
campanha Love Paper, que já<br />
recebeu o equivalente a € 3 milhões<br />
em espaço publicitário<br />
em revistas e jornais <strong>de</strong> outros<br />
15 países. No Reino Unido, por<br />
exemplo, participam The Times,<br />
Metro, The Guardian, The<br />
Economist e Daily Mail e Mail,<br />
assim como revistas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
circulação. De acordo com Fabio<br />
Arruda Mortara, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Two Si<strong>de</strong>s Brasil, nunca<br />
houve uma preocupação tão<br />
disseminada como agora sobre<br />
as cre<strong>de</strong>nciais ambientais dos<br />
produtos e materiais que são<br />
usados. As discussões acerca<br />
do uso <strong>de</strong> plásticos, por exemplo,<br />
alimentaram uma mudança<br />
substancial na atitu<strong>de</strong> e nos<br />
Campanha Love Paper, da Two Si<strong>de</strong>s: apoio <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> comunicação<br />
Fotos: Divulgação<br />
negócios em relação à sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
“Esse <strong>de</strong>bate levou<br />
mais pessoas a enten<strong>de</strong>r que<br />
o papel po<strong>de</strong> ser uma escolha<br />
ambientalmente correta para<br />
leitura, comunicação e soluções<br />
<strong>de</strong> embalagem, mas ainda<br />
existe uma falta <strong>de</strong> entendimento<br />
e uma subvalorizarão<br />
significativa sobre o quão sustentável<br />
é o papel”, afirma.<br />
As campanhas realizadas<br />
anteriormente, segundo ele,<br />
ajudaram a mudar a percepção<br />
sobre essas questões. “Este<br />
ano, a Love Paper está mais<br />
emocional e procura falar diretamente<br />
com pessoas, ao apresentar<br />
uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual<br />
nova, com informações ainda<br />
mais claras, e abordar questões<br />
como reciclagem, sequestro <strong>de</strong><br />
CO2 e sustentabilida<strong>de</strong>”, diz.<br />
Globo faz parcerias e<br />
lança o T-Commerce<br />
Emissora se une a Via Varejo e Y&R<br />
em projeto <strong>de</strong> compra real time<br />
Globo apresenta o T-Commerce<br />
Já imaginou ver o Jornal<br />
Nacional e comprar<br />
o terno do William<br />
Bonner? Ou assistir a<br />
uma novela e adquirir a<br />
gela<strong>de</strong>ira da protagonista<br />
enquanto ela é mostrada?<br />
Pois então! Globo, Via<br />
Varejo e Y&R <strong>de</strong>ram um<br />
passo importante para<br />
transformar tais <strong>de</strong>sejos<br />
em realida<strong>de</strong>. A emissora lançou<br />
o T-Commerce no último dia 8<br />
em ações no É <strong>de</strong> Casa.<br />
A iniciativa é resultado da<br />
união <strong>de</strong> tecnologia e negócios<br />
na busca por soluções <strong>de</strong><br />
comunicação com alto potencial<br />
<strong>de</strong> impacto. Aproveitando<br />
as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo<br />
interativo oferecidas pelo sinal<br />
digital, o projeto possibilita<br />
a compra real time impulsionada<br />
pela TV a partir do controle<br />
remoto. Para Eduardo<br />
Schaeffer, diretor <strong>de</strong> Negócios<br />
Integrados em Publicida<strong>de</strong> da<br />
Globo, a relevância do projeto<br />
está na maneira como ele<br />
pavimenta o caminho para o<br />
futuro das entregas publicitárias<br />
na TV. “O T-Commerce é<br />
um dos resultados do processo<br />
<strong>de</strong> transformação da Globo em<br />
uma mediatech”.<br />
SBT chega aos EUa<br />
com dish Network<br />
Toda programação é direcionada<br />
aos brasileiros que moram no país<br />
partir <strong>de</strong>ste mês,<br />
A brasileiros resi<strong>de</strong>ntes<br />
nos Estados Unidos<br />
po<strong>de</strong>m assistir ao SBT<br />
no pacote <strong>de</strong> assinatura<br />
por streaming da Dish<br />
Network, ofertado pela<br />
sua subsidiária Sling TV,<br />
fornecedora americana<br />
<strong>de</strong> programação em<br />
idiomas estrangeiros.<br />
Toda a programação da emissora<br />
será exibida em português,<br />
sem dublagem ou legendas em<br />
outros idiomas. Entre os títulos<br />
disponíveis estão Programa<br />
Silvio Santos, The Noite, Programa<br />
Eliana, Casos <strong>de</strong> Família, A<br />
Garota da Moto, Programa Raul<br />
Gil, Domingo Legal, Conexão Repórter,<br />
As Aventuras <strong>de</strong> Poliana,<br />
Amor e Revolução e Ven<strong>de</strong>-se<br />
um véu <strong>de</strong> Noiva.<br />
Parceria é feita com a Dish Network<br />
Carolina Scheinberg, gerente<br />
<strong>de</strong> novos negócios do SBT,<br />
comenta que “estar presente<br />
em território norte-americano<br />
é um passo significativo na expansão<br />
internacional da marca<br />
e uma resposta a milhares <strong>de</strong><br />
brasileiros que resi<strong>de</strong>m por lá”.<br />
“Nosso maior objetivo é estarmos<br />
próximos da comunida<strong>de</strong><br />
brasileira resi<strong>de</strong>nte nos Estados<br />
Unidos, abrindo novas frentes”.<br />
12 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
mídiA<br />
Eletromidia apresenta i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
visual criada pela agência Ana Couto<br />
Nova marca aboliu o nome da Elemidia após fusão; Alexandre Guerrero<br />
e Eduardo Alvarenga assumem em <strong>de</strong>finitivo como CSO e CEO<br />
mercado <strong>de</strong> mídia exterior<br />
O tem oficialmente uma nova<br />
companhia. Após oito meses da<br />
fusão entre Elemidia e Eletromidia,<br />
a operação anunciou na<br />
semana passada mais <strong>de</strong>talhes<br />
<strong>de</strong> sua reestruturação, entre<br />
eles, sua nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual.<br />
A empresa passa a se chamar<br />
apenas Eletromidia e teve seu<br />
rebranding feito pela agência<br />
Ana Couto. O processo foi criado<br />
remotamente, como explica<br />
a <strong>de</strong>signer: “Mesmo a distância,<br />
as equipes se envolveram muito<br />
no processo <strong>de</strong> branding. Conseguimos<br />
extrair o que cada marca<br />
tinha <strong>de</strong> melhor para chegar ao<br />
novo posicionamento, que entrega<br />
proximida<strong>de</strong>, relevância e<br />
impacto com um universo visual<br />
urbano e contemporâneo”.<br />
A nova marca promete, atra-<br />
CNN Brasil evi<strong>de</strong>ncia protagonismo<br />
dos empresários em nova campanha<br />
Diferentemente dos canais <strong>de</strong> notícias que não citam nominalmente<br />
as marcas, emissora <strong>de</strong> pay TV reforça contribuições do setor privado<br />
Os principais lí<strong>de</strong>res empresariais<br />
fazem parte da cobertura<br />
diária da CNN Brasil.<br />
Esse é o mote da nova campanha<br />
da emissora <strong>de</strong> TV paga,<br />
que dá protagonismo ao jornalismo<br />
econômico.<br />
Segundo a emissora, o mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> citar nominalmente as<br />
marcas nos noticiários é inspirado<br />
na CNN dos EUA, algo<br />
que não costuma ser praticado<br />
na TV brasileira. Por questões<br />
editoriais, marcas não são citadas,<br />
a não ser que apareçam<br />
nos intervalos comerciais ou<br />
em ações <strong>de</strong> merchandising. As<br />
empresas costumam ser citadas<br />
apenas em casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias<br />
ou outros tipos <strong>de</strong> reportagens<br />
investigativas.<br />
Alexandre Guerrero, chief sales officer, e Eduardo Alvarenga, CEO da companhia<br />
Paulo Kakinoff, presi<strong>de</strong>nte da Gol, foi um dos <strong>de</strong>staques da nova comunicação<br />
“A CNN Brasil está mudando<br />
isso: já entrevistou mais <strong>de</strong><br />
100 lí<strong>de</strong>res do setor privado,<br />
entre empresários, presi<strong>de</strong>ntes<br />
e CEOs <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s corporações”,<br />
diz o canal em comunicado.<br />
Divulgação<br />
Reprodução<br />
Intitulada As vozes do PIB<br />
estão aqui. As li<strong>de</strong>ranças do<br />
mercado estão aqui, a campanha<br />
elenca alguns dos principais<br />
empresários do país que<br />
já passaram pelo canal, entre<br />
eles, Sergio Rial, do Santan-<br />
vés da criativida<strong>de</strong>, levar conteúdo,<br />
serviço e experiências,<br />
apostando nas “conexões urbanas”.<br />
A Eletromidia quer<br />
também promover a evolução<br />
da mídia OOH investindo em<br />
informação, experiência e serviços,<br />
como explica Eduardo<br />
Alvarenga, efetivado como CEO.<br />
“A i<strong>de</strong>ia é provocar e inspirar os<br />
anunciantes a criar junto com a<br />
gente, aproveitando o momento<br />
para acompanhar as pessoas na<br />
retomada, enten<strong>de</strong>ndo esse momento<br />
e o contexto no qual elas<br />
estão”. Além da nova marca, a<br />
Eletromidia lançou também o<br />
serviço EletroConnect, estrutura<br />
multidisciplinar inspirada<br />
nos squads que reúne profissionais<br />
focados em entregar soluções<br />
integradas para agências e<br />
anunciantes.<br />
<strong>de</strong>r; Roberto Marques, da Natura;<br />
Antônio Filosa, da Fiat;<br />
Gilberto Tomazoni, da JBS;<br />
João Carlos Brega, da Brastemp;<br />
Paulo Kakinoff, da Gol;<br />
Flavio Rocha, da Riachuelo;<br />
Luiza Trajano, do Magazine<br />
Luiza; Gerardo Rozanki, da<br />
Unilever; Paulo Caffarelli, da<br />
Cielo; Pablo Di Si, da Volkswagen;<br />
Abílio Diniz, do Carrefour;<br />
Roberto Fulcherberguer,<br />
da Casas Bahia; Octavio <strong>de</strong> Lazari,<br />
do Bra<strong>de</strong>sco; José Félix,<br />
da Claro; Guilherme Benchimol,<br />
da XP Inc.; Arthur Grynbaum,<br />
<strong>de</strong> O Boticário; André<br />
Esteves, do BTG Pactual; Marcelo<br />
Melchior, da Nestlé; Lorival<br />
Luz, da BRF; e Candido<br />
Bracher, do Itaú.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 13
agências<br />
Bvolt amplia serviços e aposta no<br />
agenciamento <strong>de</strong> influenciadores<br />
Iu<strong>de</strong> Richele/Divulgação<br />
Com atuação em PR<br />
e brand experience,<br />
empresa cria área<br />
para gerenciar carreira<br />
Cris Arcangeli e Bruna Vicente: “Temos um olhar <strong>de</strong> inovação e uma forma <strong>de</strong> realizar ações <strong>de</strong> maneira diferenciada”<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Com mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> carreira, Cristiana<br />
Arcangeli sabe que as crises vêm<br />
repletas <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s. De olho na crescente<br />
relação entre anunciantes e influenciadores,<br />
a empresária resolveu ampliar os<br />
serviços da agência Bvolt com a criação da<br />
plataforma Bvolt Experts, que vai realizar o<br />
atendimento e o gerenciamento da carreira<br />
<strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s.<br />
“Sou uma profissional antifrágil em relação<br />
a crises e problemas. Já passei por 15 planos<br />
econômicos, mas tenho um olhar otimista e<br />
observo o momento como uma mola propulsora<br />
para criar coisas diferentes e transformar<br />
o mundo em um lugar melhor. Este trabalho<br />
começou <strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro, os próprios influenciadores<br />
procuraram a agência. Junto<br />
com a Bruna, minha sócia, temos um olhar<br />
<strong>de</strong> inovação e uma forma <strong>de</strong> realizar ações <strong>de</strong><br />
forma diferenciada. Acredito que isso atraiu<br />
as pessoas e fez esse negócio crescer tão rápido”,<br />
revela Cristiana, sócia da Bvolt.<br />
A i<strong>de</strong>ia do novo braço da agência é trazer<br />
a expertise, que já era realizada para as marcas,<br />
agora como estratégia para os influenciadores.<br />
“Sempre acreditei que a partir do<br />
momento em que as pessoas expressam<br />
suas opiniões em uma re<strong>de</strong> social, elas também<br />
são uma marca. Afinal, possuem uma<br />
base <strong>de</strong> pessoas disposta a ouvi-las e consumir<br />
o que elas mostram. Então, por que as<br />
pessoas <strong>de</strong>vem ter um cuidado diferente do<br />
que uma agência teria com uma marca?”,<br />
ressalta Bruna Vicente, sócia da Bvolt.<br />
Nomes como Giulia Be, Iu<strong>de</strong> Richele, Paula<br />
Amorim e Yan Acicoli já fazem parte da plataforma<br />
que, segundo Bruna, <strong>de</strong>ve trabalhar<br />
com no máximo 10 pessoas para garantir o<br />
atendimento personalizado. “A i<strong>de</strong>ia não é<br />
ter um casting gran<strong>de</strong>, mas, sim, pessoas que<br />
sejam experts no segmento <strong>de</strong>las. Queremos<br />
fazer um trabalho personalizado. Não vamos<br />
ficar esperando as marcas nos procurarem,<br />
seremos proativos, vamos apresentar os nossos<br />
projetos e, assim, fazer o cross <strong>de</strong> uma<br />
maneira inteligente”, reforça.<br />
Com projetos <strong>de</strong> live marketing e ativações<br />
paralisadas por conta da pan<strong>de</strong>mia causada<br />
pela Covid-19, Cristiana observa no digital<br />
novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios. “Existe um<br />
caminho para começar a criar experiências <strong>de</strong><br />
live marketing neste formato”, finaliza.<br />
14 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
Tempos <strong>de</strong> mudança<br />
Fotos: Arquivo Pessoal<br />
“Toda essa pressa, associada ao momento em que estamos vivendo, me faz<br />
pensar que a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria reavaliar o ritmo que a vida vem sendo levada”<br />
Rafael MaRquez<br />
especial para o PROPMaRK<br />
Dizia o meu avô materno, enquanto dirigíamos<br />
para algum canto, que quando<br />
se está em alta velocida<strong>de</strong> não nos atentamos<br />
aos <strong>de</strong>talhes.<br />
E, não raro, a beleza está nos <strong>de</strong>talhes, na<br />
forma como levamos a vida.<br />
Acontece que a vida real está cada vez<br />
mais rápida.<br />
E isso faz com que as pessoas <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong><br />
reparar nos <strong>de</strong>talhes das coisas, refletindo,<br />
assim, em todo espectro do cotidiano.<br />
Subitamente, a socieda<strong>de</strong> se viu obrigada<br />
a frear.<br />
Daquelas freadas bruscas que assustam,<br />
<strong>de</strong>ixam a cabeça latejando e dão taquicardia.<br />
Com a quarentena, me chamou a atenção<br />
a velocida<strong>de</strong> e o senso <strong>de</strong> urgência que a socieda<strong>de</strong><br />
se viu obrigada a se adaptar.<br />
A passada do mundo mudou, ao menos<br />
por ora.<br />
A questão que se coloca agora é refletir<br />
como a socieda<strong>de</strong> vai se transformar para<br />
conseguir se adaptar a essa nova dinâmica.<br />
Não apenas durante o momento mais crítico,<br />
mas quando o mundo “voltar ao normal”.<br />
A socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria focar e mirar em diminuir<br />
o ritmo.<br />
Sem aquela pressa insana que nos faz<br />
per<strong>de</strong>r os <strong>de</strong>talhes, embora eles estejam lá<br />
e passem <strong>de</strong>spercebidos.<br />
Não temos tempo para notá-los e, com<br />
isso, per<strong>de</strong>mos muitas oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Tempo disponível para refletir com qualida<strong>de</strong><br />
e reparar nos <strong>de</strong>talhes é essencial<br />
para tomar <strong>de</strong>cisões conscientes e coerentes<br />
com os nossos valores.<br />
Uma questão que também vale reflexão<br />
é: essa pressa toda realmente traz benefícios<br />
e resultados positivos concretos, é <strong>de</strong><br />
fato eficiente ou estamos simplesmente<br />
repetindo comportamentos automáticos<br />
e muitas vezes maléficos sem nem sequer<br />
questioná-los?<br />
Isso me remete a um experimento sociológico<br />
feito com macacos.<br />
Numa jaula, cinco macacos presos se <strong>de</strong>param<br />
com uma escada e bananas no topo.<br />
Tão logo o primeiro macaco sobe as escadas<br />
para pegá-las, os <strong>de</strong>mais são surpreendidos<br />
com jato <strong>de</strong> água fria.<br />
Cada vez que algum dos macacos tentava<br />
pegar a banana, os outros macacos davam-lhe<br />
uma surra para evitar o banho <strong>de</strong><br />
água fria.<br />
Com as surras, os macacos <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong><br />
lado as bananas.<br />
Um a um, os macacos foram sendo substituídos<br />
da jaula.<br />
Cada vez que um novo macaco entrava<br />
na jaula, naturalmente, subia as escadas<br />
para comer as bananas. Eis que os <strong>de</strong>mais o<br />
espancavam e a vítima nem sequer sabia a<br />
razão daquela reação.<br />
Após a substituição dos cinco macacos,<br />
nenhum <strong>de</strong>les subia para comer as bananas<br />
com medo <strong>de</strong> apanhar dos <strong>de</strong>mais e que,<br />
curiosamente, batiam sem jamais terem tomado<br />
o jato <strong>de</strong> água fria.<br />
Toda essa pressa, associada ao momento<br />
em que estamos vivendo, me faz pensar<br />
que a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria reavaliar o ritmo<br />
que a vida vem sendo levada.<br />
O momento é oportuno para isso?<br />
Penso que sim. Uma mudança é <strong>de</strong>sejável<br />
e tem espaço para começar, sem toda<br />
aquela resistência clássica que normalmente<br />
vem a reboque.<br />
Para uma mudança concreta, a solução<br />
passa, invariavelmente, pela cooperação,<br />
solidarieda<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong>.<br />
O ambiente já começou a mudar, ainda<br />
que compulsoriamente.<br />
Formas alternativas e criativas <strong>de</strong> se fazer<br />
algo diferente ajudam e inspiram outras<br />
pessoas.<br />
Com propósitos alinhados, cooperação,<br />
solidarieda<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong>, é difícil dar<br />
errado.<br />
Com um pouco <strong>de</strong> treino e tempo disponível,<br />
a coisa ten<strong>de</strong> a florescer.<br />
Mirando nisso, espero que consigamos<br />
reparar mais nos <strong>de</strong>talhes!<br />
Rafael Marquez é advogado, sócio<br />
e diretor-executivo da Cave<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 15
eyOnd the line<br />
Os eventos<br />
estão voltando<br />
Na semana passada, foi a vez <strong>de</strong> o Rio<br />
antecipar a volta dos eventos corporativos<br />
Unsplash<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Ainda sem contar com uma “bala <strong>de</strong> prata”,<br />
apesar dos <strong>de</strong>lírios das cloroquinas<br />
da vida e <strong>de</strong> uma vacina russa ainda sujeita<br />
a muita <strong>de</strong>sconfiança, os governantes estão<br />
se dando conta <strong>de</strong> que não resta opção senão<br />
conviver com a Covid-19 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já.<br />
Na verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da quarentena,<br />
que completa cinco meses, temos convivido<br />
com a pan<strong>de</strong>mia sem um isolamento absoluto.<br />
E isso incluiu escapa<strong>de</strong>las para ir ao supermercado<br />
ou farmácia, por exemplo. Sob<br />
o rigor <strong>de</strong> protocolos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros<br />
dias da quarentena, enten<strong>de</strong>mos que seria<br />
possível essa convivência.<br />
Pouco a pouco, governos estaduais e prefeituras<br />
foram estabelecendo condições para<br />
uma flexibilização gradual, à medida em<br />
que vão se obtendo mais controle da pan<strong>de</strong>mia.<br />
Em diversas cida<strong>de</strong>s, incluindo São<br />
Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro e as maiores capitais,<br />
foram criados critérios <strong>de</strong> avaliação da pan<strong>de</strong>mia,<br />
estabelecendo-se fases expressas<br />
por cores.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitos<br />
e <strong>de</strong> outros instrumentos <strong>de</strong> controle, os governantes<br />
vão liberando uma retomada <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s. Foi assim com o comércio <strong>de</strong> rua<br />
e os shopping centers, com os restaurantes<br />
e bares, cabeleireiros e aca<strong>de</strong>mias, além <strong>de</strong><br />
outras ativida<strong>de</strong>s que estão sob avaliação<br />
<strong>de</strong>sses governantes para uma possível liberação<br />
gradual.<br />
E finalmente chegou a vez dos eventos. Já<br />
não era sem tempo. O longo período <strong>de</strong> “seca”<br />
fez um estrago sem prece<strong>de</strong>ntes no setor.<br />
Estima-se em aproximadamente R$ 50<br />
bilhões por mês as perdas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ssa<br />
parada forçada em todo o Brasil, se consi<strong>de</strong>rarmos<br />
a repercussão direta e indireta.<br />
Vale sempre lembrar que o ecossistema dos<br />
eventos abrange bem mais do que os espaços<br />
e os itens intrínsecos à ativida<strong>de</strong>.<br />
Suas ondas <strong>de</strong> repercussão econômica<br />
atingem os sistemas <strong>de</strong> transporte, hotelaria,<br />
bares e restaurantes e muitos outros<br />
setores que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m umbilicalmente das<br />
suas realizações para sobreviver. Cada real<br />
investido diretamente em eventos gera<br />
mais R$ 30 <strong>de</strong> movimentação econômica.<br />
Os empregos diretos e indiretos passam <strong>de</strong><br />
25 milhões. Por isso, as principais entida<strong>de</strong>s<br />
do setor, entre elas a Ampro, da qual sou<br />
dirigente, se mobilizaram e continuam mobilizadas<br />
para convencer os governantes da<br />
segurança da retomada dos eventos.<br />
Não se trata <strong>de</strong> negacionismo ou irresponsabilida<strong>de</strong>:<br />
temos consciência da gravida<strong>de</strong><br />
da pan<strong>de</strong>mia e não queremos uma<br />
retomada <strong>de</strong>scuidada, que possa ocasionar<br />
maior contaminação. Queremos um retorno<br />
respaldado por protocolos rigorosos. Assim<br />
como já ocorre com supermercados e shoppings,<br />
por exemplo. São locais com aglomeração<br />
<strong>de</strong> pessoas, mas todas conscientes dos<br />
cuidados e da observância aos protocolos<br />
estabelecidos.<br />
E finalmente os eventos começam a dar<br />
sinais <strong>de</strong> retomada. As duas principais cida<strong>de</strong>s<br />
do país – São Paulo e Rio – já estabeleceram<br />
condições para o retorno <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s.<br />
Em São Paulo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 27/7, já é possível a<br />
realização <strong>de</strong> eventos com público sentado,<br />
guardadas ainda outras pré-condições, tais<br />
como a ocupação <strong>de</strong>, no máximo, 40% da<br />
capacida<strong>de</strong>.<br />
Na semana passada, foi a vez <strong>de</strong> o Rio<br />
antecipar a volta dos eventos corporativos<br />
e encontros <strong>de</strong> negócios, liberando sua realização,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a ocupação se dê em até<br />
um terço dos espaços. É claro que essa liberação<br />
ainda não resolve totalmente o problema<br />
do setor, mas já é um alento.<br />
Nesse período <strong>de</strong> impedimento, empresas<br />
e agências procuraram gerar opções alternativas<br />
para continuar atuando junto ao<br />
seu público e diversas lançaram mão dos<br />
eventos virtuais, alguns <strong>de</strong>les ganhando<br />
ares <strong>de</strong> “second life”, tentando reproduzir<br />
uma experiência mais próxima possível do<br />
evento físico.<br />
Esse aprimoramento técnico, impulsionado<br />
pela necessida<strong>de</strong>, certamente será<br />
útil na fase pós-pan<strong>de</strong>mia, mas não nos enganemos:<br />
o evento virtual não substitui o<br />
presencial. Os eventos serão cada vez mais<br />
híbridos no futuro.<br />
Por isso, recebemos com esperança a liberação<br />
gradual dos eventos, mas queremos<br />
mais. Com responsabilida<strong>de</strong> e rigor <strong>de</strong> protocolos,<br />
é possível acelerar a volta <strong>de</strong> outros<br />
tipos <strong>de</strong> eventos!<br />
Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />
Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
alexis@ampro.com.br<br />
16 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
we<br />
mkt<br />
Unsplash<br />
Pagando para ven<strong>de</strong>r<br />
“Se um livro sobre fracassos não ven<strong>de</strong>r,<br />
será um sucesso?”<br />
Jerry Seinfeld<br />
Francisco alberto Madia<br />
Já comentei com vocês nesta coluna<br />
marketing sobre o dia em que cheguei à<br />
Disney com a Katinha, minha companheira<br />
<strong>de</strong> vida, e fomos fazer o check-in no Hilton<br />
Disney Village, em Orlando. E a recepcionista,<br />
terminado o check-in, nos convidou<br />
para conhecer um café da manhã – disse<br />
ela, “o melhor café da manhã do mundo”<br />
– <strong>de</strong> um novo hotel que a ca<strong>de</strong>ia Hilton estava<br />
inaugurando na Universal. Além do<br />
café, oferecia limousine com motorista para<br />
vir nos buscar e trazer <strong>de</strong> volta, e ainda<br />
pagava US$ 150 por termos aceito o convite<br />
e pelo tempo. E, caso a Katinha topasse e<br />
fosse junto, outros US$ 150. Claro, não aceitei<br />
e fomos direto na manhã seguinte para<br />
o Magic Kingdom reencontrar o Mickey <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> muitos anos.<br />
A partir da virada do milênio, e com o<br />
digital <strong>de</strong>colando, o “freemium” foi prevalecendo.<br />
Oferecer-se por um <strong>de</strong>terminado<br />
tempo e <strong>de</strong> graça o que custa alguns<br />
dinheiros. A plataforma <strong>de</strong> business mentoring<br />
do MadiaMundoMarketing, Perennials,<br />
por exemplo, oferece os primeiros<br />
30 dias para <strong>de</strong>gustação e sem nenhum <strong>de</strong>sembolso.<br />
Depois custa uma mensalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> R$ 58.<br />
Na última Black Friday aqui no Brasil, o<br />
pagar para as pessoas comprarem prevaleceu<br />
em muitos negócios. Em especial no<br />
território da alimentação e na briga histórica<br />
entre o McDonald’s e o Burger King. Na<br />
crença que comprando por um preço simbólico,<br />
que nem mesmo pagava o valor da<br />
entrega, as pessoas acabariam gostando<br />
e, na medida em que ce<strong>de</strong>ram e liberaram<br />
seus dados para ter o benefício, po<strong>de</strong>riam<br />
ser motivadas na sequência. Assim, para a<br />
perplexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitos:<br />
- Mc e Burger King estapeando-se ven<strong>de</strong>ram<br />
alguns <strong>de</strong> seus sanduíches que custam<br />
na faixa dos R$ 20 por R$ 1 ou R$ 2. Menos<br />
que o que custa um pão <strong>de</strong> queijo.<br />
- Os aplicativos <strong>de</strong> entrega entraram na<br />
mesma “vibe” e o Uber Eats passou a oferecer<br />
o Big Mac por R$ 1 para os novos clientes<br />
do aplicativo... Legal, mas, imagino que os<br />
clientes <strong>de</strong> sempre não ficaram muitos felizes<br />
e sentiram-se, <strong>de</strong> certa forma, punidos<br />
pela preferência e lealda<strong>de</strong>. Uma espécie <strong>de</strong><br />
tiro no pé...<br />
- O Mc também ven<strong>de</strong>u 10 cheeseburgers<br />
por R$ 20, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o comprador utilizasse<br />
o cupom presente no aplicativo...<br />
- Já quem usou o Mercado Pago, sistema<br />
<strong>de</strong> pagamento do Mercado Livre, comprou<br />
e comeu um Quarteirão e um Cheddar Mc-<br />
Melt por apenas R$ 4,90.<br />
- O Burger King respon<strong>de</strong>u através do<br />
mesmo aplicativo <strong>de</strong> pagamento do Mercado<br />
Livre oferecendo 6 lanches por R$ 15.<br />
Terá valido a pena? O tempo dirá. Mas os<br />
dois lados acreditam que, para não <strong>de</strong>cepcionar<br />
seus admiradores, jamais po<strong>de</strong>riam<br />
jogar a toalha e fugir da “guerra”. O que<br />
eu acho? Que se tivessem se planejado <strong>de</strong><br />
forma mais consistente, po<strong>de</strong>riam praticar<br />
os mesmos preços <strong>de</strong> sempre, oferecendo<br />
brin<strong>de</strong>s e contrapartidas competentes para<br />
permanecerem e serem lembrados por um<br />
tempo infinitamente maior do que apenas<br />
uma única e tumultuada sexta.<br />
Brin<strong>de</strong>s e contrapartidas exclusivas,<br />
únicas, irresistíveis, memoráveis, repito.<br />
Mas, como negligenciaram nos planos, em<br />
meio à excitação e atropelos, tentaram, minimamente,<br />
salvar as aparências. Que para<br />
o próximo Black Friday, que está confirmado,<br />
sexta, 27 <strong>de</strong> novembro, e <strong>de</strong>pois da<br />
imensa surra coletiva em todos os negócios<br />
aplicada pela pan<strong>de</strong>mia – ainda têm mais<br />
<strong>de</strong> 3 meses pela frente – sejam irretocáveis<br />
em seus planos, e abandonem o RM – Repentista<br />
Marketing, também conhecido<br />
como GM – Gambiarra Marketing. Quem<br />
gosta <strong>de</strong> repentista é forró. Black Friday<br />
prefere outro tipo <strong>de</strong> música.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> <strong>17</strong>
entrevista<br />
Francesco civita<br />
sócio e CEO da Prodigo Films<br />
o mercado <strong>de</strong><br />
audiovisual<br />
está muito<br />
<strong>de</strong>vagar no<br />
mundo todo<br />
Produtora que exibe no portfólio a série <strong>de</strong><br />
sucesso Coisa Mais Linda, coproduzida para<br />
a Netflix, que está na segunda temporada, a<br />
Prodigo Films afirma que vem “trabalhando<br />
loucamente” e apresentando várias novas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />
séries e <strong>de</strong> filmes, mas, obviamente, como todo o<br />
mercado, sentiu os impactos da pan<strong>de</strong>mia. Nesta<br />
entrevista, o sócio e CEO conta sobre o processso<br />
<strong>de</strong> produção para as plataformas <strong>de</strong> streaming, fala<br />
dos <strong>de</strong>safios das filmagens e da transformação da<br />
publicida<strong>de</strong>. “A intersecção entre propaganda e<br />
entretenimento cada vez é maior”, diz Francesco Civita.<br />
KELLY DORES<br />
Como surgiu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar a série<br />
Coisa Mais Linda (disponível na Netflix)?<br />
É uma parceria com a Netflix?<br />
O mercado trabalha assim: as<br />
produtoras e os criadores fazem<br />
pitchs das i<strong>de</strong>ias, <strong>de</strong> séries, para<br />
as plataformas, e não é uma coisa<br />
exclusiva da Netflix. Cada caso é<br />
um caso, mas basicamente parte<br />
<strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia pouco <strong>de</strong>senvolvida<br />
num primeiro momento e isso é padrão.<br />
Você apresenta uma i<strong>de</strong>ia para<br />
players como HBO, Globo, Netflix e<br />
Amazon, são todos assim. Diferentemente<br />
<strong>de</strong> um longa-metragem,<br />
que tem um roteiro pronto, o que<br />
apresentamos é um conceito. E se<br />
discute essas i<strong>de</strong>ias com as plataformas.<br />
Quando se tem uma relação,<br />
se tem mais informação para ver<br />
que lacunas elas têm para preencher.<br />
Então, eles avaliam o mix e se<br />
obviamente a i<strong>de</strong>ia se encaixa, vão<br />
te contratar para fazer esse <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
E o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
é basicamente montar uma sala <strong>de</strong><br />
roteiro, on<strong>de</strong> normalmente tem<br />
uma figura do head writer, ou seja,<br />
um chefe da sala do roteiro, e os<br />
outros roteiristas para <strong>de</strong>senvolver<br />
os roteiros. E esse processo sempre<br />
é a quatro mãos. É realmente junto<br />
com as plataformas e isso significa<br />
que você apresenta um arco geral,<br />
os personagens, as sinopses <strong>de</strong> cada<br />
episódio, e cada uma <strong>de</strong>ssas etapas<br />
fazemos junto com as plataformas.<br />
Ou seja, elas estão lendo, dando feedback<br />
e discutindo. É um processo<br />
muito colaborativo.<br />
Quando vocês começaram a <strong>de</strong>senvolver<br />
Coisa Mais Linda?<br />
Quase cinco anos atrás, a gente<br />
apresentou a i<strong>de</strong>ia pela primeira<br />
vez. Acabamos <strong>de</strong> estrear a segunda<br />
temporada em julho. De novo,<br />
o mercado trabalha razoavelmente<br />
<strong>de</strong> uma maneira uniforme, obviamente,<br />
cada empresa tem as suas<br />
características, e é claro que a proprieda<strong>de</strong><br />
das séries originais passa<br />
a ser das plataformas. Trabalhamos<br />
um bom tempo <strong>de</strong>senvolvendo a<br />
primeira i<strong>de</strong>ia. Naquele momento<br />
quando contrataram a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
Coisa Mais Linda, nem título a<br />
gente tinha. Isso é um processo. E<br />
naquele momento, a Netflix estava<br />
expandindo no Brasil, fomos contratados<br />
já para produzir. Hoje em<br />
dia, <strong>de</strong> forma geral, claro que tem<br />
exceções, mas você faz as coisas<br />
em duas etapas e não numa etapa<br />
que você já escreve e sabe que vai<br />
produzir. Hoje em dia, como está<br />
evoluído e essas plataformas já<br />
têm bastante conteúdo, eles fazem<br />
em duas etapas: você escreve, não<br />
tudo, às vezes, dois, três episódios,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> negociação<br />
ou objetivo da plataforma, e aí entra<br />
uma segunda etapa <strong>de</strong> dar um<br />
green light para produzir.<br />
A segunda temporada já estava gravada<br />
antes da pan<strong>de</strong>mia?<br />
Sim, a gente começou a pré-<br />
-produção no segundo semestre do<br />
ano passado e terminou <strong>de</strong> filmar<br />
em outubro. Tem um processo longo<br />
<strong>de</strong> pós-produção, finalização,<br />
música. Todas as etapas são feitas<br />
com o parceiro absolutamente envolvido.<br />
É realmente um espírito<br />
<strong>de</strong> coprodução, embora a Netflix<br />
e a Amazon, por exemplo, são os<br />
clientes nossos.<br />
Como está a produção <strong>de</strong> filmes publicitários<br />
na Prodigo, especialmente<br />
neste momento <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia?<br />
Acho que a gente está numa<br />
transformação da propaganda. É<br />
uma transformação <strong>de</strong> vários eixos.<br />
Tem uma mudança <strong>de</strong> comportamento<br />
e <strong>de</strong> público, <strong>de</strong> como<br />
se consome entretenimento <strong>de</strong><br />
maneira geral, e isso faz com que<br />
a propaganda mu<strong>de</strong> também. Hoje<br />
os jovens, por exemplo, pagam<br />
para não ver anúncio. Isso era uma<br />
característica que não existia. A<br />
propaganda fazia parte da nossa<br />
cultura, digamos assim. Se eu falar<br />
para o meu filho ‘isso não é uma<br />
Brastemp’, acho que ele não vai<br />
enten<strong>de</strong>r. As referências mudaram.<br />
As pessoas consomem propaganda<br />
<strong>de</strong> um outro jeito hoje. A transformação<br />
no mercado é gran<strong>de</strong>, acho<br />
que no Brasil, até pela tradição da<br />
mídia, é um pouco mais lenta do<br />
que fora. Mas ela também está rápida,<br />
<strong>de</strong> as marcas pensarem em<br />
outras maneiras para ocupar esse<br />
share of mind dos seus consumi-<br />
dores. Acho que está num momento<br />
em que as pessoas, por estarem<br />
tão digitalmente ativas, questionam<br />
mais também. Então, temos<br />
<strong>de</strong> pensar não só em como atingi-<br />
-las, mas <strong>de</strong> que maneira chegar até<br />
elas, porque em princípio elas não<br />
assistem propaganda ou pulam, e,<br />
além da mensagem, tem o lance da<br />
legitimida<strong>de</strong>.<br />
Mas a Prodigo continua fazendo filmes<br />
publicitários?<br />
Muito, claro. A gente faz propaganda<br />
há mais <strong>de</strong> 20 anos.<br />
Vocês começaram a fazer propaganda<br />
e migraram para o entretenimento?<br />
Como foi isso?<br />
A verda<strong>de</strong> é que o DNA da Prodigo<br />
talvez seja um pouco diferente,<br />
porque a gente faz as duas coisas<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo. A produtora<br />
começou a fazer entretenimento<br />
quando nem tinha espaço para<br />
isso. Em 2003, a gente lançou Motoboy,<br />
um filme do Caíque Ortiz,<br />
que é meu sócio, e o filme ganhou<br />
a Mostra <strong>de</strong> São Paulo naquele ano.<br />
Foi o primeiro documentário brasileiro<br />
vendido para a HBO.<br />
Como é a divisão do trabalho na produtora:<br />
50% entretenimento e 50% publicida<strong>de</strong>?<br />
Talvez até mais do que 50%.<br />
O entretenimento tem um ciclo<br />
muito mais longo. Demora mais <strong>de</strong><br />
um ano para fazer uma série, por<br />
exemplo. E uma série po<strong>de</strong> impactar<br />
muito em volume. A gente está<br />
fazendo duas séries para a Netflix e<br />
tem uma em <strong>de</strong>senvolvimento com<br />
a Amazon, uma com a Globo. Cada<br />
uma <strong>de</strong>ssas etapas é <strong>de</strong>morada. É<br />
um outro tipo <strong>de</strong> gestão quando se<br />
pensa em resultados, números. Um<br />
longa-metragem é a mesma coisa.<br />
Ele po<strong>de</strong> custar R$ 5 milhões, R$<br />
10 milhões. E você distribui isso<br />
no tempo. A propaganda também<br />
está tendo uma transformação no<br />
lado do ví<strong>de</strong>o com entregas <strong>de</strong> Stories,<br />
que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um consumo<br />
visto como entretenimento.<br />
Quando você assiste a um Stories é<br />
muito mais com cabeça <strong>de</strong> entretenimento,<br />
por mais que tenha uma<br />
marca. A intersecção entre propaganda<br />
e entretenimento cada vez<br />
é maior, no sentido até do fazer, do<br />
pensar dos diretores. Em termos<br />
<strong>de</strong> perspectiva para a produtora, a<br />
18 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propaganda sempre foi essencial<br />
como espaço <strong>de</strong> experimentação,<br />
<strong>de</strong> aperfeiçoamento, <strong>de</strong> utilizar<br />
recursos e experimentar coisas.<br />
Porque obviamente o dinheiro por<br />
segundo, digamos assim, é maior.<br />
O faturamento com publicida<strong>de</strong> é importante<br />
para a Prodigo então?<br />
Muito importante e estratégico<br />
porque é uma maneira também <strong>de</strong><br />
criar e aglutinar talentos. Você tem<br />
diretores que po<strong>de</strong>m começar na<br />
propaganda e vão evoluindo.<br />
Quais são os principais clientes da produtora?<br />
A gente já trabalhou para todo<br />
mundo. Se eu for enumerar, <strong>de</strong>vo<br />
falar todos os principais anunciantes.<br />
A produtora está há muito tempo<br />
no mercado.<br />
Mas e atualmente?<br />
É até interessante fazer uma reflexão.<br />
A propaganda é <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>,<br />
em que eu recebo roteiros<br />
das agências e as oportunida<strong>de</strong>s<br />
surgem com os diretores e são<br />
mais aleatórias. Já trabalhei para<br />
Nike e Fiat, por exemplo. Eu acho<br />
que também tem uma busca <strong>de</strong><br />
uma relação das produtoras com<br />
as marcas que po<strong>de</strong> ser muito rica.<br />
Neste sentido, o mercado <strong>de</strong> entretenimento<br />
se beneficia <strong>de</strong> relações<br />
longas. Quando eu faço uma série<br />
para uma plataforma como Netflix<br />
ou HBO eu vou ter necessariamente<br />
uma relação <strong>de</strong> dia a dia com<br />
essa plataforma durante um ano,<br />
um ano e meio. Então, naturalmente,<br />
para eu fazer uma segunda coisa<br />
com eles está mais fácil, já passou<br />
uma curva <strong>de</strong> experiência, eles conhecem<br />
o meu trabalho, o jeito que<br />
opero em todas as áreas e não só<br />
no nível criativo. Eu acho que esse<br />
benefício também po<strong>de</strong> existir para<br />
uma marca, on<strong>de</strong> a relação se aprofunda.<br />
Você citou que está com séries para<br />
Netflix, Amazon e Globo. Quais são?<br />
Além <strong>de</strong> Coisa Mais Linda, a<br />
gente tem uma outra série com a<br />
Netflix chamada Cida<strong>de</strong> Invisível,<br />
com criação do Carlos Saldanha.<br />
Para a Amazon estamos <strong>de</strong>senvolvendo<br />
uma série em que o criador é<br />
o Marcelo D2, inspirada num disco<br />
<strong>de</strong>le. E para a Globo estamos <strong>de</strong>senvolvendo<br />
Prisioneiras, baseada<br />
no livro do Drauzio Varella.<br />
Como a pan<strong>de</strong>mia afetou os trabalhos<br />
da Prodigo?<br />
“As pessoAs<br />
consomem<br />
propAgAndA<br />
<strong>de</strong> um outro<br />
jeito hoje”<br />
Marie<strong>de</strong>lah/Divulgacão<br />
O mercado <strong>de</strong> audiovisual está<br />
muito <strong>de</strong>vagar. Afetou o mercado<br />
no mundo inteiro, com uma diminuição<br />
muito forte <strong>de</strong> produção.<br />
Estão sendo feito coisas? Sim, a<br />
gente tem produzido propaganda,<br />
mas ainda há uma limitação pela<br />
questão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social<br />
e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Não estamos na mesma<br />
verve que estava na pré-pan<strong>de</strong>mia.<br />
Afetou todo mundo. É um momento,<br />
digamos, difícil para o audiovisual.<br />
E acho que cria um buraco<br />
para o entretenimento no mundo<br />
inteiro. Para as plataformas, está<br />
bom. Tem mais consumo, mas também<br />
vai ter um buraco em algum<br />
momento porque muita produção<br />
ficou estancada e po<strong>de</strong> faltar esse<br />
conteúdo lá na frente. No lado da<br />
propaganda, há as possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> filmagens, mas ainda é complexo.<br />
As filmagens maiores, com<br />
produções mais complexas, estão<br />
limitadas.<br />
A Prodigo teve <strong>de</strong> reduzir o quadro <strong>de</strong><br />
funcionários por causa da crise?<br />
A gente priorizou ao máximo as<br />
pessoas. Houve algumas reduções,<br />
mas que talvez já fossem intrínsecas<br />
ao momento, por exemplo,<br />
terminamos <strong>de</strong> produzir Coisa mais<br />
Linda. Naturalmente, várias pessoas<br />
que trabalhavam na série já iam <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> trabalhar porque entregamos<br />
o trabalho. Mas, sim, houve algumas<br />
reduções. Tivemos estratégias <strong>de</strong> redução<br />
<strong>de</strong> remuneração para tentar<br />
manter ao máximo o maior número<br />
<strong>de</strong> pessoas.<br />
“Acho que<br />
vAi ser um<br />
Ano como um<br />
todo muito<br />
difícil”<br />
Quais são as expectativas para o segundo<br />
semestre?<br />
Acho que vai ser um ano como<br />
um todo muito difícil. Acredito que<br />
o segundo semestre vai mostrar alguns<br />
sinais <strong>de</strong> recuperação na propaganda,<br />
mas certamente não numa<br />
situação normal. Tem a limitação<br />
da própria pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> filmagens e<br />
um impacto econômico gran<strong>de</strong> nas<br />
empresas, que estão reduzindo esse<br />
dinheiro. O impacto é severo para o<br />
mercado. Tem muita produtora que<br />
não vai conseguir sustentar isso. Eu<br />
acho que no lado do entretenimento<br />
como player é um momento muito<br />
interessante <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
<strong>de</strong> escrever, apresentar projetos,<br />
um momento <strong>de</strong> plantio eu diria.<br />
Estamos trabalhando loucamente<br />
e apresentando várias novas i<strong>de</strong>ias<br />
<strong>de</strong> séries e <strong>de</strong> filmes. E acho também<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estreitar<br />
relações, seja com agências <strong>de</strong> propaganda<br />
ou marcas, <strong>de</strong> mostrar a<br />
nossa capacida<strong>de</strong>.<br />
A produtora está em home office?<br />
Quantas pessoas trabalham na Prodigo?<br />
Em torno <strong>de</strong> 40 pessoas. Fazemos<br />
parte <strong>de</strong> um grupo, porque<br />
a Prodigo é sócia da Iconoclast.<br />
É uma outra produtora, que tem<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> própria e diretores. No<br />
Brasil, é uma parceria entre a Iconoclast<br />
internacional e a Prodigo,<br />
com uma joint venture. A gente<br />
consegue somar a experiência <strong>de</strong><br />
20 anos da Prodigo com o conhecimento<br />
da Iconoclast. A Prodigo<br />
existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996. E, sim, estamos<br />
em home office. Quando tem gravação<br />
há núcleos <strong>de</strong> trabalho, tudo o<br />
mais separado possível, no sentido<br />
<strong>de</strong> preservar as pessoas.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 19
STORYTELLER<br />
Reprodução<br />
Voos antigos<br />
O avião ainda era o Electra e a viagem<br />
muito mais requintada e romântica<br />
do que agora. Que não serve nada<br />
LuLa vieira<br />
Como se não me bastassem a mulher e os<br />
filhos a <strong>de</strong>nunciarem minhas falhas <strong>de</strong><br />
memória e a anciã mania <strong>de</strong> ser repetitivo,<br />
os editores aqui <strong>de</strong>ste jornal e alguns leitores<br />
<strong>de</strong>scobrem que já leram histórias nesta<br />
coluna há anos publicadas. Evi<strong>de</strong>ntemente<br />
fico lisonjeado por ter sido mantido na<br />
memória por cinco ou seis anos, feito nada<br />
corriqueiro nestes tempos <strong>de</strong> passagens rápidas<br />
e <strong>de</strong> rápido esquecimento.<br />
Mas estou me antecipando ao telefonema,<br />
em cima da hora do fechamento, <strong>de</strong><br />
uma editora, gentilíssima, mas <strong>de</strong>terminada,<br />
avisando que “esta história você já contou”.<br />
Pois, então, fique a ressalva: se já contei<br />
o que contarei a seguir, me <strong>de</strong>sculpe. E<br />
o que é pior, não adianta me mandar e-mail<br />
porque fugindo do vírus estou homiziado<br />
na fazenda <strong>de</strong> minha nora, no interior <strong>de</strong><br />
Minas, que civilizadamente tem a internet<br />
preguiçosa, que me mantém razoavelmente<br />
informado, mas não enche o saco.<br />
Além do que tenho netas que precisam<br />
me mostrar porquinhos comendo, bezerros<br />
mamando e siriemas passeando orgulhosas<br />
pelo jardim. E mais, tenho <strong>de</strong> ir à cida<strong>de</strong><br />
comprar um mouse, pois o antigo foi roído<br />
pelo filhote <strong>de</strong> perdigueiro, mais novo integrante<br />
da família. Assim não haverá tempo<br />
<strong>de</strong> escrever outra crônica.<br />
Fica como revival, ou reapresentação<br />
para leitores mais antigos. E prova viva <strong>de</strong><br />
que cumpri a promessa da semana passada<br />
e não falei <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mias. Vamos, portanto<br />
à história. É uma conversa numa viagem<br />
Rio/São Paulo com o então presi<strong>de</strong>nte<br />
da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras, Arnaldo<br />
Niskier, e Mariza Raja Gabaglia. Embora<br />
pareça incrível, o vetusto intelectual e o<br />
publicitário porra louca se gostavam e se<br />
curtiam. Evi<strong>de</strong>ntemente cada um achando<br />
o outro meio louco, à sua maneira. Eu<br />
estou usando o passado neste <strong>de</strong>scrição,<br />
mas só vale para a Mariza, pois Arnaldo<br />
continua vivo – graças a Deus – e bem vivo.<br />
E meu amigo. Ídolo, se me permitem.<br />
Mas qual era história, Lula? A seguinte.<br />
Estávamos os três na ponte aérea. O avião<br />
ainda era o Electra e a viagem muito mais<br />
requintada e romântica do que agora. Que<br />
não serve nada. Nem a própria viagem.<br />
Para <strong>de</strong> chorar, Lula, e continua a história!<br />
Vamos lá. Desculpem. Havia uísque,<br />
vinhos e canapés, com direito a fumar e<br />
reclinar a poltrona até um ângulo convidativo<br />
ao sono.<br />
Como bons e civilizados viajantes, ao<br />
nos encontrarmos no aeroporto fomos até<br />
o bar para nos preparar para o voo com<br />
dignida<strong>de</strong>, bebendo numerosas taças <strong>de</strong><br />
vinho. Assim, sem nos esgoelarmos em<br />
celulares ou per<strong>de</strong>rmos a paciência na fila,<br />
embarcamos felizes, para continuar a<br />
beber no avião. Poucos minutos <strong>de</strong>pois da<br />
<strong>de</strong>colagem, mais cansado, Arnaldo acabou<br />
ferrando no sono, entre Mariza e eu, cada<br />
um numa extremida<strong>de</strong> do banco.<br />
Tivemos <strong>de</strong> continuar a conversa meio<br />
no grito, para vencer o barulho das quatro<br />
turbinas do Electra e do ronco do Arnaldo,<br />
numa disputa feroz. A certa altura da discussão,<br />
Mariza afirma que eu não passava<br />
<strong>de</strong> um intelectualzinho metido a besta.<br />
Como exemplo, afirmou que eu jamais teria<br />
lido um <strong>de</strong> seus livros. “O quueeeeeê?! –<br />
respondi – Sua ingrata! Eu li Amor Bandido<br />
e Milho pras Galinhas, Mariquinha!”<br />
A esta altura, Arnaldo abre o olho e entra<br />
na conversa: “Lula, já que você lê qualquer<br />
merda, <strong>de</strong>ixa eu te dar meu último livro”. E<br />
ali mesmo, sob o silêncio respeitoso <strong>de</strong> todo<br />
avião, me autografou um profundo estudo<br />
<strong>de</strong> sua autoria sobre os problemas <strong>de</strong><br />
educação no Brasil. Eu escrevi respeitoso?<br />
Pois sabia o que estava escrevendo. O livro<br />
tem a serieda<strong>de</strong>, a compostura e a qualida<strong>de</strong><br />
intelectual do gran<strong>de</strong> Arnaldo Niskier.<br />
Mas o respeito nasce da capacida<strong>de</strong> incrível<br />
que ele tem <strong>de</strong> rir <strong>de</strong> si mesmo e dos<br />
outros, ou seja, ele sabe enten<strong>de</strong>r com verda<strong>de</strong>ira<br />
ternura o ser humano, não o levando<br />
<strong>de</strong>masiadamente a sério para não per<strong>de</strong>r<br />
o amor.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira.luvi@gmail.com<br />
20 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
quem fez<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
DESCONTOS<br />
Capitão da seleção do penta em 2002, Cafu<br />
está na campanha do CDT (Cartão <strong>de</strong> Todos)<br />
exclusiva para torcedores do São Paulo Futebol<br />
Clube. O anunciante é patrocinador dos<br />
calções das equipes profissionais <strong>de</strong> futebol<br />
masculino, feminino e basquete masculino<br />
do tricolor paulista. Ação mostra os benefícios<br />
dos planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação.<br />
GOTCHA<br />
Cartão DE toDos<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: O maior cartão <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos; direção <strong>de</strong><br />
criação: Luiz Barreto e Tiago Trinda<strong>de</strong>; RTV: Cida<br />
Nascimento; atendimento: Leda Cichello da Costa;<br />
produção: Cabelo Filmes; direção: Richard Cabelo;<br />
direção <strong>de</strong> fotografia e câmera: Xan Araki;<br />
aprovação: Tales Vilar.<br />
pOrTfóLiO<br />
Cenas cotidianas embalam a nova campanha<br />
da Tramontina. A i<strong>de</strong>ia é exibir itens<br />
que integram as ofertas, <strong>de</strong> cooktops, liquidificadores,<br />
jardinagem e churrasqueiras.<br />
A campanha começou a ser veiculada neste<br />
mês e vai até novembro. São 15 filmes curtos<br />
e um <strong>de</strong> 60 segundos. O projeto é institucional,<br />
com foco no portfólio da marca.<br />
WUNDERMAN THOMPSON<br />
traMoNtINa<br />
Título: O prazer <strong>de</strong> fazer bonito; CCO: Keka Morelle;<br />
diretor <strong>de</strong> criação: Cassio Moron; arte:<br />
João Men<strong>de</strong>s, Arthur Miller (conteúdo e PDV) e<br />
Max Fonseca (conteúdo e PDV); redação: Kiko<br />
Borger e Fernando Freitas (conteúdo e PDV);<br />
aprovação: Joice Patzlaf e Rosane Fantinelli.<br />
ESCOLHA<br />
Na era da imunida<strong>de</strong> em alta, o uso <strong>de</strong> polivitamínicos<br />
é alternativa prática. O laboratório<br />
Cimed <strong>de</strong>staca a linha Levitan em campanha<br />
institucional. “Nosso objetivo é levar saú<strong>de</strong><br />
e bem-estar para todos os brasileiros. E isso<br />
é ser o melhor remédio”, explica o executivo<br />
Augusto Cruz Neto, diretor-executivo <strong>de</strong><br />
marketing da Cimed.<br />
IN HOUSE<br />
CIMED<br />
Título: O melhor remédio; criação: Erich Shibata,<br />
PH Gomes e Fabiano Gonçalves; estratégia: Gabriel<br />
Capitian; operações: Marcela Domingues;<br />
conteúdo: Vinny Ferraresi; produção: Delicatessen<br />
Filmes; áudio: Comando S; aprovação: João<br />
Adibe Marques e Augusto Cruz Neto.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 21
mercado<br />
Pan<strong>de</strong>mia acelera mudança <strong>de</strong><br />
comportamento do consumidor<br />
Alteração no perfil <strong>de</strong> compra <strong>de</strong>safia o mercado; especialistas dizem<br />
que publicida<strong>de</strong> e até os profissionais do marketing não serão os mesmos<br />
Pxhere<br />
Pan<strong>de</strong>mia provoca mudanças no consumidor, que se <strong>de</strong>scobriu mais forte e está no comando do ambiente e preocupado com sua saú<strong>de</strong> e finanças<br />
Neusa spaulucci<br />
consumidor mudou e parece<br />
que esse é um caminho<br />
O<br />
sem volta. Ele já vinha em um<br />
processo <strong>de</strong> mudança, mas a<br />
pan<strong>de</strong>mia, que provocou o isolamento<br />
social, acelerou o andar<br />
da carruagem.<br />
Para Renato Meirelles, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa<br />
Locomotiva, a pergunta mais<br />
importante neste cenário não<br />
é saber para on<strong>de</strong> vai o consumidor<br />
no pós-pan<strong>de</strong>mia e, sim,<br />
para on<strong>de</strong> ele não volta mais.<br />
“As respostas são claras: ele não<br />
volta para as relações <strong>de</strong> consumo<br />
anteriores. O consumidor<br />
conhece mais marcas, agora,<br />
ampliou muito o seu leque e<br />
seu empo<strong>de</strong>ramento”, avalia.<br />
O Locomotiva tem realizado<br />
inúmeras pesquisas junto ao<br />
mercado e um dos <strong>de</strong>staques<br />
<strong>de</strong> um dos estudos é que 93%<br />
dos entrevitados acreditam que<br />
após o fim do isolamento social<br />
ça na forma, por exemplo, do<br />
pagamento, já que a digitalização<br />
fez o dinheiro vivo sumir da<br />
carteira das pessoas. O gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque é o dinheiro <strong>de</strong> plástico.<br />
E isso também muda o movimento<br />
do bancos. Além do<br />
crescimento do e-commerce,<br />
outras maneiras <strong>de</strong> negócios<br />
surgiram. O Magazine Luiza<br />
é um dos maiores <strong>de</strong>staques<br />
nesse quesito, uma vez que se<br />
“abriu” para o embarque <strong>de</strong><br />
outros empreen<strong>de</strong>dores. “Isso<br />
abre um leque gigante. É um<br />
novo ecossistema <strong>de</strong> negócios.<br />
Amplia a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receita<br />
do varejo”, diz.<br />
Meirelles <strong>de</strong>clara ainda que o<br />
céu não é mais o limite e acredita<br />
que as marcas chegaram,<br />
agora, ao século 21 por força<br />
das circustâncias. “As empresas<br />
precisarão ser capazes <strong>de</strong> ir<br />
além dos 4ps da propaganda”,<br />
analisa, acrescentando: “O perfil<br />
do consumidor vai conduzir<br />
a marca, que, por sua vez, não<br />
“o coNSUMIDoR<br />
Não volta<br />
paRa RelaçõeS<br />
De coNSUMo<br />
aNteRIoReS”<br />
a vida não será como antes.<br />
“Em cinco meses ocorreu a<br />
mudança que iria acontecer em<br />
cinco anos”. Segundo ele, houve<br />
uma integração rápida do on<br />
e offline. Para ele, o varejo teve<br />
<strong>de</strong> mudar da noite para o dia.<br />
“Não teve escolha, por exemplo,<br />
com a higiene. O consumidor<br />
está preocupado com isso.<br />
Ele quer saber se o ambiente é<br />
higienizado, se os funcionários<br />
usam máscaras, se tem álcool<br />
em gel na loja. Ele assumiu o<br />
controle”, afirma. Neste contexto,<br />
ainda segundo ele, a publicida<strong>de</strong><br />
vai ter <strong>de</strong> mudar também.<br />
“Antes, a comunicação<br />
<strong>de</strong>squalificava para se qualificar.<br />
Hoje, não”, dispara.<br />
A internet foi e está sendo a<br />
menina dos olhos do consumo.<br />
“Se eu resolvo pela internet,<br />
por que vou comprar <strong>de</strong> outra<br />
maneira. Esta é a tônica do<br />
‘novo’ consumidor.<br />
Para Meirelles, a pan<strong>de</strong>mia<br />
acelerou o processo <strong>de</strong> mudanvai<br />
mais solucionar as suas<br />
questões com um filme na TV.<br />
O impacto na indústria será gigante.<br />
Muda tudo. Os profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing e o perfil <strong>de</strong><br />
agências inclusive. Nada será<br />
como antes”, conclui.<br />
A opinião <strong>de</strong> Meirelles vai <strong>de</strong><br />
encontro à análise <strong>de</strong> Ana Julião,<br />
gerente-geral da E<strong>de</strong>lman<br />
Brasil, que também pesquisou<br />
o “novo” consumidor. Para ela,<br />
o perfil já não é mais o mesmo<br />
do que era antes da Covid-19, e<br />
as tendências que foram antecipadas<br />
com a pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong>vem<br />
se consolidar.<br />
“De acordo com o Relatório<br />
Especial do E<strong>de</strong>lman Trust Barometer<br />
<strong>2020</strong>: Confiança nas<br />
22 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Marcas, realizado entre 27 <strong>de</strong><br />
maio e 5 <strong>de</strong> junho, com mais<br />
<strong>de</strong> 22 mil respon<strong>de</strong>ntes em 11<br />
países, o consumidor se tornou<br />
mais vulnerável e, <strong>de</strong>ssa forma,<br />
mais preocupado com a sua<br />
saú<strong>de</strong> e com as suas finanças,<br />
além <strong>de</strong> mais exigente em relação<br />
às marcas”, relata Ana.<br />
Segundo conclusão <strong>de</strong>la,<br />
para consumir, ele precisa confiar<br />
que a marca vai entregar o<br />
que promete, que é uma parceira<br />
tanto na solução <strong>de</strong> seus<br />
problemas quanto na solução<br />
<strong>de</strong> questões da socieda<strong>de</strong> e<br />
vai “proteger mais”, “ser mais<br />
acessível” e “informar mais”.<br />
“O estudo mostra que 82%<br />
dos entrevistados no Brasil dizem<br />
que a vulnerabilida<strong>de</strong> que<br />
sentem em relação à sua saú<strong>de</strong><br />
física e financeira está entre as<br />
razões pelas quais a confiança<br />
se tornou mais importante hoje<br />
do que era no passado. Além<br />
disso, quase a totalida<strong>de</strong> dos<br />
brasileiros afirma que as marcas<br />
ajudarem a solucionar seus<br />
problemas pessoais (96%) e os<br />
problemas da socieda<strong>de</strong> (93%)<br />
é muito ou extremamente importante<br />
para conquistarem<br />
ou preservarem a sua confiança.<br />
Neste momento, sentir-se<br />
seguro ao usar a marca é mais<br />
importante na hora da compra<br />
do que era no passado para 48%<br />
dos brasileiros”, <strong>de</strong>clara.<br />
Quando o assunto é mudança<br />
na percepção <strong>de</strong> compra,<br />
ela fala que, se antes confiar na<br />
marca era importante, “hoje se<br />
tornou crucial”. A confiança<br />
(57%) é a terceira consi<strong>de</strong>ração<br />
mais importante para o brasileiro<br />
na hora <strong>de</strong> comprar uma<br />
nova marca, atrás apenas <strong>de</strong><br />
preço (69%) e praticamente empatada<br />
com reputação (58%).<br />
A confiança (63%) também é o<br />
terceiro atributo mais relevante<br />
para que o consumidor se torne<br />
fiel, seguido <strong>de</strong> preço (71%)<br />
e <strong>de</strong> como a empresa trata seus<br />
clientes (64%)”, revela.<br />
De acordo com Ana, as marcas<br />
estão se movimentando<br />
para enten<strong>de</strong>r – e aten<strong>de</strong>r – esse<br />
“novo” consumidor. “Não se<br />
posicionar durante uma crise<br />
não é mais uma opção para<br />
as empresas, e muitas <strong>de</strong>las já<br />
estão atuando a partir <strong>de</strong> seus<br />
valores e <strong>de</strong> seus propósitos<br />
para o bem das pessoas e da socieda<strong>de</strong>”.<br />
Sobre a comunicação<br />
das marcas, hoje, ela afirma que<br />
mais do que nunca, a melhor<br />
forma <strong>de</strong> se comunicar é com<br />
verda<strong>de</strong>. “O estudo mostra que<br />
os consumidores <strong>de</strong>sejam que<br />
as empresas ‘informem mais’,<br />
com 69% dos brasileiros dizendo<br />
apreciar quando as marcas<br />
Renato Meirelles: impacto será gigante<br />
“coNfIaR Na MaRca<br />
eRa IMpoRtaNte,<br />
hoje Se toRNoU<br />
cRUcIal”<br />
comunicam sobre tudo o que<br />
estão fazendo para ajudar o próximo<br />
durante a crise”. E, para<br />
que essa comunicação seja mais<br />
efetiva, ela acredita que <strong>de</strong>va<br />
priorizar as mídias espontâneas<br />
e os porta-vozes mais empáticos<br />
ou <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> no assunto.<br />
“Enquanto a publicida<strong>de</strong> se<br />
mostra cada vez menos eficiente,<br />
com sete em cada <strong>de</strong>z pessoas<br />
a evitando, 34% afirmam que<br />
veículos <strong>de</strong> imprensa, reportagens<br />
e documentários contribuíram<br />
para que tivessem confiança<br />
na marca”, cometa.<br />
Ana aponta que as principais<br />
mudanças – como a preocupação<br />
com a socieda<strong>de</strong> – <strong>de</strong>vem<br />
ser perenes. “Na verda<strong>de</strong>, a<br />
pan<strong>de</strong>mia apenas acelerou tendências<br />
<strong>de</strong> comportamento que<br />
já estavam se <strong>de</strong>senhando”.<br />
reconhecimento<br />
Sandra Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-executiva<br />
da ABA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes),<br />
também fala que pesquisas já<br />
evi<strong>de</strong>nciavam que o consumidor<br />
está disposto a pagar mais<br />
caro por produtos <strong>de</strong> marcas as<br />
quais ele reconhece e acredita<br />
no seu posicionamento em relação<br />
a questões contemporâneas<br />
da socieda<strong>de</strong>. O propósito<br />
Ana Julião: tendências antecipadas<br />
e a empatia já eram elementos<br />
importantes na obtenção <strong>de</strong><br />
diferenciais por parte das marcas.<br />
“Com a crise acelerou-se<br />
o processo <strong>de</strong> transformação<br />
do comportamento do consumidor.<br />
O alinhamento <strong>de</strong> valores<br />
morais, éticos e acerca da<br />
sustentabilida<strong>de</strong> tornaram-se<br />
questão <strong>de</strong> sobrevivência para<br />
as empresas. Há também o claiming<br />
social por equida<strong>de</strong>, uma<br />
vez que as diferenças sociais e<br />
raciais foram ainda mais evi<strong>de</strong>nciadas<br />
pela crise”, diz.<br />
Rachel Muller, diretora <strong>de</strong><br />
Cafés da Nestlé, também afirma<br />
ter observado que a quarentena<br />
reforçou comportamentos<br />
e acelerou algumas tendências.<br />
“Quanto ao café, essas duas<br />
constatações se <strong>de</strong>ram, respectivamente,<br />
em relação ao<br />
consumo <strong>de</strong>ntro do lar e à premiunização<br />
do mercado. “Se há<br />
algo que apren<strong>de</strong>mos neste período,<br />
foi a certeza da imprevisibilida<strong>de</strong>.<br />
De toda forma, ainda<br />
que muitas cafeterias tenham<br />
permanecido fechadas, o café<br />
continuou presente na vida do<br />
brasileiro. E as pessoas <strong>de</strong>ram<br />
seguimento à sua jornada <strong>de</strong><br />
experimentação e ao aumento<br />
<strong>de</strong> repertório rumo à categoria<br />
premium, conta.<br />
Para a executiva da ABA, a<br />
transformação é hoje um termo<br />
“trending topic”. Junto com a<br />
palavra novo, é amplamente<br />
mencionada e citada sob diversos<br />
contextos econômicos,<br />
sociais e culturais. “O recorrente<br />
emprego <strong>de</strong>sses vocábulos<br />
Fotos: Divulgacão<br />
é consequência do gran<strong>de</strong> impacto<br />
sentido em todas as esferas<br />
da socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando mudanças<br />
que serão perenes. Uma<br />
<strong>de</strong>las é a relação entre marcas e<br />
consumidores”. Segundo ela,<br />
essa relação já passava por aceleradas<br />
mudanças por conta<br />
do aumento <strong>de</strong> consciência na<br />
jornada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra.<br />
“A pan<strong>de</strong>mia adicionou componentes<br />
importantes neste sentido,<br />
que elevaram consi<strong>de</strong>ravelmente<br />
a noção <strong>de</strong> propósito das<br />
marcas”.<br />
Sandra apresenta alguns dados<br />
do estudo Hight-Tech Retail<br />
– A Tecnologia e o Comportamento<br />
<strong>de</strong> Compra do Brasileiro,<br />
<strong>de</strong>senvolvido pelo Grupo<br />
Croma, que aponta que comodida<strong>de</strong><br />
(69%), tempo (61%) e<br />
atendimento (44%) serão os<br />
principais fatores que influenciarão<br />
a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra nos<br />
próximos três anos. Além disso,<br />
a oferta <strong>de</strong> serviços e experiência<br />
do cliente <strong>de</strong>vem gerar<br />
maior preferência e interação<br />
dos consumidores.<br />
Ainda <strong>de</strong> acordo com Sandra,<br />
diversas empresas estão<br />
<strong>de</strong>senvolvendo pesquisas sobre<br />
o “novo normal” para os consumidores.<br />
“Um estudo sobre<br />
hábitos realizado pela Kantar<br />
Insights mostra que os consumidores<br />
esperam atitu<strong>de</strong>s que<br />
colaborem <strong>de</strong> fato com o dia a<br />
dia, atuando na linha <strong>de</strong> frente<br />
neste momento difícil”, relata.<br />
Sobre o profissional <strong>de</strong> marketing,<br />
Sandra fala que ele já<br />
vinha se adaptando ao consu-<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 23
mercado<br />
midor interconectado e empo<strong>de</strong>rado,<br />
que agora “passa a lidar<br />
ainda mais fortemente com a<br />
agenda <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> conexões<br />
<strong>de</strong> valor pelo viés do propósito”.<br />
“Não mais como vantagem<br />
competitiva para as marcas,<br />
mas como meio <strong>de</strong> assegurar<br />
a relevância e a sobrevivência<br />
após a pan<strong>de</strong>mia. E tudo isso<br />
com os mesmos recursos, em<br />
muitos casos”.<br />
Ela conta ainda que em um<br />
webinar, Márcia Esteves, CEO<br />
e partner da Lew’Lara\TBWA,<br />
afirmou que o mundo navega<br />
por um “normal” muito diferente,<br />
muitas das ações que nós<br />
estamos nos acostumando hoje<br />
terão impacto duradouro nas<br />
vidas, nos negócios e nos comportamentos.<br />
Para ela, o papel do<br />
storytelling para garantir conexões<br />
significativas com as<br />
pessoas, a fim <strong>de</strong> criar novas<br />
formas <strong>de</strong> engajar e entreter os<br />
consumidores, passa a ser componente<br />
fundamental para estreitar<br />
conexão emocional com<br />
os consumidores.<br />
Sandra acredita que o consumidor<br />
será mais exigente no<br />
pós-pan<strong>de</strong>mia, principalmente<br />
no que tange aos valores morais<br />
e éticos das marcas, bem<br />
como seu propósito e empatia.<br />
“De acordo com o E<strong>de</strong>lman<br />
Trust Barometer <strong>2020</strong>, 52%<br />
Rachel Muller: certeza da imprevisibilida<strong>de</strong><br />
“coM a cRISe<br />
aceleRoU-Se<br />
o pRoceSSo De<br />
tRaNSfoRMação Do<br />
coMpoRtaMeNto”<br />
dos brasileiros experimentaram<br />
um novo produto em função<br />
do alinhamento da marca<br />
com suas crenças. A jornada<br />
<strong>de</strong> compra, que já passava por<br />
mudanças aceleradas nos últimos<br />
anos, hoje passa por caminhos<br />
que vão além do produto<br />
ou serviço. Sustentabilida<strong>de</strong>,<br />
diversida<strong>de</strong> e aprovação social<br />
tornaram-se componentes estruturais<br />
do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> consumo”. Ela aposta<br />
Sandra Martinelli: mudanças serão perenes<br />
Fotos: Divulgacão<br />
em um consumidor mais crítico<br />
e ciente da influência gerada<br />
por lives, stories e posts, que<br />
ten<strong>de</strong> a rechaçar, mais do que<br />
antes, conteúdos consi<strong>de</strong>rados<br />
politicamente incorretos. “Mas<br />
também ansioso pelo consumo<br />
reprimido. E com mais acesso<br />
à conveniência oferecida pelos<br />
apps, pela robotização e por<br />
mais tempo em casa. Inexoravelmente<br />
adaptado a este novo<br />
normal”, resume.<br />
Brasileiro toma gosto pelas compras<br />
online, aponta pesquisa da Sa365<br />
agência SA365 conduziu alguns estudos<br />
durante o período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>-<br />
A<br />
mia e o principal <strong>de</strong>staque <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les,<br />
conforme relata o diretor-executivo Gui<br />
Rios, é o gosto que o brasileiro adquiriu<br />
pelas compras online, que <strong>de</strong>ve se manter<br />
no pós-Covid-19.<br />
“Do universo <strong>de</strong> 158 entrevistados,<br />
84% gostaram da experiência — sejam<br />
veteranos em aquisições <strong>de</strong> produtos e<br />
serviços por meio digitais casos ou novatos<br />
— e vão continuar com a prática<br />
mesmo após o fim do isolamento social,<br />
<strong>de</strong>stacando a praticida<strong>de</strong> e a diferença<br />
<strong>de</strong> preço como vantagens”.<br />
Ele afirma que aposta no fortalecimento<br />
do canal digital no processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra. “Isso acontecerá<br />
tanto na migração <strong>de</strong> algumas compras<br />
para o e-commerce, quanto na pesquisa<br />
por informações”, explica.<br />
Outro ponto interessante da pesquisa,<br />
segundo ele, é que as pessoas ten<strong>de</strong>m<br />
a preferir saídas para as compras mais<br />
objetivas, e tentem <strong>de</strong>ixar o digital mais<br />
como uma ferramenta <strong>de</strong> planejamento.<br />
As vendas online cresceram no período<br />
<strong>de</strong> isolamento social, o que po<strong>de</strong> significar<br />
que o brasileiro per<strong>de</strong>u o medo<br />
<strong>de</strong> realizar compras pela internet.<br />
Para essa questão Rios levanta dados<br />
do Mastercard SpendingPulse, índice<br />
que rastreia as vendas gerais <strong>de</strong> varejo,<br />
para mostrar o quanto as vendas pelo e-<br />
-commerce cresceram: 75% em maio e a<br />
média entre os meses <strong>de</strong> março, abril e<br />
maio foi <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 48%.<br />
“Percebemos o mesmo entre nossos<br />
clientes”, diz, acrescentando: “Um dos<br />
nossos clientes, do varejo esportivo,<br />
teve crescimento acumulado <strong>de</strong> 150%<br />
no período, e esse caso é bem emblemático,<br />
pois mostra que alguns medos,<br />
como a compra <strong>de</strong> vestuário, foram superados<br />
durante a pan<strong>de</strong>mia. Nossa pesquisa<br />
mostra que a praticida<strong>de</strong> foi bem<br />
percebida”, conta.<br />
Ns<br />
Gui Rios: maioria dos consumidores gostou da<br />
experiência e <strong>de</strong>ve manter o comportamento<br />
24 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Novas coNtas, agêNcias, prêmios<br />
e teNdêNcias do mercado<br />
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mercado<br />
assustado, consumidor revela novos<br />
valores, <strong>de</strong>sejos e necessida<strong>de</strong>s<br />
Agências trabalham duro junto aos clientes para enten<strong>de</strong>r o que vem a<br />
ser o “novo diferente”, em um processo <strong>de</strong> “voltar” a conhecer o consumo<br />
Pxhere<br />
Neusa spaulucci<br />
consumidor no centro da<br />
O situação po<strong>de</strong> assustar,<br />
mas as agências estão preparadas<br />
e conscientes do que vem<br />
por aí. A crise, provocada pela<br />
Covid-19, trouxe um consumidor<br />
que já vinha ensaiando mudanças.<br />
Mas, agora, ela é real. O<br />
pós-pan<strong>de</strong>mia promete.<br />
Camilla Massari, VP <strong>de</strong> atendimento<br />
da AlmapBBDO, fala<br />
<strong>de</strong> um mundo nunca vivido<br />
antes e compara o atual estado<br />
<strong>de</strong> coisas com a Segunda Guerra<br />
Mundial, que resultou em<br />
medo, instabilida<strong>de</strong> emocional,<br />
financeira e incertezas. Porém,<br />
ela lembra que o pós-guerra<br />
trouxe impulso ao <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
inovação e um gran<strong>de</strong><br />
esforço das nações para se reerguerem.<br />
“Assim como lá, estamos<br />
frente a outro momento<br />
<strong>de</strong> mudanças fundamentais”.<br />
Camila acredita que as pessoas<br />
estejam repensando seus valores,<br />
priorida<strong>de</strong>s e até o seu cotidiano.<br />
“Elas já estão adquirindo<br />
novos critérios <strong>de</strong> escolha,<br />
assim como novas formas <strong>de</strong><br />
comprar”, analisa.<br />
Para ela, o consumidor esteve<br />
assustado, com medo, e isso<br />
o fez segurar os gastos. “Mas<br />
acredito que, aos poucos, as<br />
pessoas vão reorganizar suas<br />
priorida<strong>de</strong>s e voltarão a consumir,<br />
só que com novos valores,<br />
<strong>de</strong>sejos e necessida<strong>de</strong>s”.<br />
Na visão <strong>de</strong>la, o mercado publicitário<br />
já trabalha o processo<br />
<strong>de</strong> reconhecimento do consumidor<br />
que se avizinha. “Será<br />
um processo <strong>de</strong> ‘re-conhecer’<br />
os segmentos <strong>de</strong> pessoas com<br />
os quais nos relacionamos por<br />
meio <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> dados disponíveis,<br />
que possam nos ajudar<br />
a enten<strong>de</strong>r novos hábitos,<br />
critérios e gatilhos <strong>de</strong> escolha.<br />
Temos muito a re<strong>de</strong>scobrir”.<br />
O trabalho nas agências é<br />
intenso, pois tiveram <strong>de</strong> rever<br />
tudo. “Tínhamos o ano todo<br />
planejado e foi preciso repensar”,<br />
conta. Ela não acredita<br />
que os anunciantes estejam<br />
preparados para o “novo normal”.<br />
“Ninguém está. Os próximos<br />
tempos vão <strong>de</strong>mandar<br />
uma atenção constante ao contexto<br />
externo para nos movimentarmos<br />
dia após dia. Mas<br />
essa não é uma necessida<strong>de</strong><br />
que nasceu agora, ela só se tornou<br />
mais urgente”.<br />
Já para Daniel Baena, managing<br />
director da EnergyBBDO, a<br />
pan<strong>de</strong>mia mostrou ao consumidor<br />
que talvez ele não precisava<br />
do produto ou serviço que consumia<br />
e, por outro lado, <strong>de</strong>ixou<br />
mais evi<strong>de</strong>nte a importância<br />
<strong>de</strong> outros. “Mas, no geral, acho<br />
que os gastos serão um pouco<br />
mais racionais e menos por impulso.<br />
Teremos consumidores<br />
mais conscientes, afirma.<br />
Segundo ele, o mercado está<br />
se movimentando muito para<br />
“os gastos serão<br />
um pouco mais<br />
racionais e menos<br />
por impulso”<br />
enten<strong>de</strong>r quem será o consumidor<br />
no pós-pan<strong>de</strong>mia. Essa<br />
pan<strong>de</strong>mia, para ele, foi um<br />
gran<strong>de</strong> reset no jeito que as<br />
pessoas estavam acostumadas<br />
a viver, nada será como antes.<br />
E com os anunciantes não será<br />
diferente. “A verda<strong>de</strong> é que, infelizmente,<br />
ninguém consegue<br />
prever quando as pessoas vão<br />
po<strong>de</strong>r sair das suas casas e voltar<br />
a circular como antigamente<br />
e isso pe<strong>de</strong> um novo olhar ao<br />
que tinha sido planejado como<br />
estratégia para <strong>2020</strong> e também<br />
para 2021”. Conforme o executivo,<br />
os anunciantes estão pensando<br />
<strong>de</strong> forma diferente e com<br />
absoluta certeza <strong>de</strong> que não<br />
vão voltar mais aos padrões e<br />
formas <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> antes da<br />
pan<strong>de</strong>mia. “Os que perceberem<br />
isso antes e correrem para se<br />
adaptar ten<strong>de</strong>m a se dar bem”.<br />
Segundo Baena, pesquisas<br />
mostram que as marcas que<br />
mantiveram os investimentos e<br />
se posicionaram positivamente<br />
durante a pan<strong>de</strong>mia, sem querer<br />
ven<strong>de</strong>r ou converter, com<br />
o foco em ajudar a população<br />
com ações sociais, vão sair <strong>de</strong>ssa<br />
crise mais fortes.<br />
conexão<br />
Para Amanda Gasperini, diretora<br />
<strong>de</strong> Data Intelligence &<br />
Insights da F.biz, este é o momento<br />
em que empresa precisa<br />
conhecer mais os consumidores<br />
e prospects, enten<strong>de</strong>r a<br />
experiência <strong>de</strong> cada ponto <strong>de</strong><br />
contato e saber <strong>de</strong> fato como<br />
construir a conexão tanto agora<br />
como no futuro, “que, como<br />
se sabe, não será igual a antes”.<br />
“Os anunciantes que estão com<br />
esse olhar, vão sair na frente e<br />
voltar da crise <strong>de</strong> forma mais<br />
estruturada, conseguindo se<br />
conectar com o consumidor”.<br />
Para ela, uma das coisas que<br />
a pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong>ixou mais latente<br />
foi a “explicitação dos valores<br />
<strong>de</strong> cada empresa”. “Com isso, o<br />
consumidor passou a olhar para<br />
as empresas conforme seus valores<br />
não só falados, mas tangibilizados,<br />
buscando uma conexão<br />
real com suas crenças. Sua<br />
exigência cresce nessa relação,<br />
assim como o digital e seus novos<br />
hábitos estão respon<strong>de</strong>ndo<br />
às suas necessida<strong>de</strong>s”.<br />
Eduardo Simon, CEO da<br />
DPZ&T, lembra que, neste momento,<br />
os consumidores estão<br />
mais conectados e o <strong>de</strong>safio é<br />
26 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Camila Massari: pessoas repensam seus valores e priorida<strong>de</strong>s<br />
Amanda Gasperini: construção <strong>de</strong> conexão agora e no futuro<br />
“as pessoas<br />
voltarão a<br />
consumir, só<br />
que com novos<br />
valores”<br />
Renata Bokel: tentando enten<strong>de</strong>r quem é o novo consumidor<br />
Daniel Baena: gastos <strong>de</strong>verão ser mais racionais<br />
Fotos: Divulgacão<br />
<strong>de</strong>senvolver uma comunicação<br />
integrada, que não interrompa<br />
com atributos funcionais<br />
<strong>de</strong> uma marca. “Ela <strong>de</strong>ve oferecer<br />
entretenimento e ser tão<br />
envolvente quanto o conteúdo<br />
consumido. Ela <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>spertar<br />
no consumidor o mesmo <strong>de</strong>sejo<br />
que ele tem <strong>de</strong> compartilhar<br />
o conteúdo consumido. E não<br />
é <strong>de</strong> hoje que formatos <strong>de</strong> merchandising<br />
e patrocínios vêm<br />
amadurecendo e buscando menos<br />
interrupções”, argumenta.<br />
Para Simon, o papel do mercado<br />
publicitário é fundamental<br />
para ajudar a manter o diálogo<br />
entre os consumidores e<br />
as marcas, criando um elo para<br />
uma nova realida<strong>de</strong> e um futuro<br />
que ainda está sendo construído.<br />
“Um futuro em que as<br />
marcas entendam <strong>de</strong> maneira<br />
empática seus papéis na socieda<strong>de</strong>.<br />
Com isso em mente, as<br />
marcas mais antenadas com o<br />
nosso tempo, além do comportamento<br />
e o espírito das pessoas,<br />
compreen<strong>de</strong>m com mais<br />
clareza as novas formas <strong>de</strong> comunicar<br />
que surgem e mudam<br />
rapidamente. Então, há uma<br />
urgência em observar e enten<strong>de</strong>r<br />
bem <strong>de</strong> perto o que está<br />
acontecendo para acompanhar<br />
essas mudanças”.<br />
Ele sugere que as agências<br />
fiquem próximas <strong>de</strong> seus<br />
clientes, oferecendo soluções<br />
completas. “Não somente propaganda,<br />
mas proporcionando<br />
diagnóstico para os problemas<br />
e as ferramentas necessárias<br />
para solucioná-los, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> qual sejam”.<br />
Simon explica que a crise<br />
veio num momento em que o<br />
mercado <strong>de</strong> propaganda e as<br />
marcas já estavam em transição.<br />
“De março pra cá, as pessoas<br />
estão se adaptando a uma<br />
nova vida e, consequentemente,<br />
os anunciantes também.<br />
Hoje, atitu<strong>de</strong> é tão importante<br />
quanto o discurso e, mais do<br />
que nunca, a tarefa <strong>de</strong> comunicar<br />
é primordial. As marcas precisam<br />
se retransformar do ponto<br />
<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> comunicação, se<br />
recolocando nas conversas com<br />
as pessoas e encontrando um<br />
propósito neste momento em<br />
que a socieda<strong>de</strong> está passando<br />
por uma transformação tão intensa<br />
e preocupante”.<br />
Para Renata Bokel, CSO da<br />
WMcCann, o consumidor será<br />
um misto <strong>de</strong> euforia e retração.<br />
“Euforia porque ele vai querer<br />
reviver tudo o que per<strong>de</strong>u. Por<br />
outro lado, vai enfrentar um<br />
futuro incerto na perspectiva<br />
financeira, já que 81% dos brasileiros<br />
apontaram estar preocupados<br />
com o seu emprego e<br />
80% com sua saú<strong>de</strong>, segundo<br />
pesquisa da Accenture, <strong>de</strong> abril<br />
<strong>de</strong>ste ano”.<br />
Segundo Renata, o mercado<br />
está tentando enten<strong>de</strong>r quem<br />
é este novo consumidor e como<br />
ele vai se comportar quando a<br />
pan<strong>de</strong>mia arrefecer. “O problema<br />
é que isso não vai <strong>de</strong>saparecer<br />
<strong>de</strong> uma hora para a outra,<br />
não existe uma data marcada<br />
para a pan<strong>de</strong>mia acabar, ou<br />
um gran<strong>de</strong> acontecimento que<br />
vai ser ‘o dia’ que o isolamento<br />
social vai terminar”. Mesmo assim,<br />
ela fala que este tem sido<br />
um ano <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> revisão para<br />
se a<strong>de</strong>quar a este “novo diferente”<br />
que o mercado terá <strong>de</strong><br />
enfrentar. “O legado que esta<br />
pan<strong>de</strong>mia trouxe para o mercado<br />
da comunicação é adaptação.<br />
Teremos <strong>de</strong> nos adaptar dia<br />
após dia para enten<strong>de</strong>r como<br />
vai ficar o mundo, a economia,<br />
a saú<strong>de</strong> e as relações humanas<br />
quando tudo passar. O que vivemos<br />
hoje é sem prece<strong>de</strong>ntes;<br />
temos quatro crises <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> uma: sanitária, econômica,<br />
política e psíquica - as pessoas<br />
nunca enfrentaram tudo isso<br />
juntas, <strong>de</strong> forma global”, diz.<br />
Para ela, outra coisa que a<br />
pan<strong>de</strong>mia trouxe foi uma nova<br />
noção <strong>de</strong> conveniência. “Se tínhamos<br />
um conceito <strong>de</strong> conveniência<br />
em fevereiro, ele sofreu<br />
um drástico update durante a<br />
pan<strong>de</strong>mia. Hoje você ter uma<br />
entrega na sua casa, ou esperar<br />
que uma marca consiga te oferecer<br />
uma experiência end to<br />
end, que você consiga resolver<br />
tudo remotamente, por exemplo,<br />
já traz uma nova consciência<br />
do que significa a conveniência<br />
do brasileiro”.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 27
doente. Em outras palavras, as<br />
vitaminas viraram uma arma<br />
no combate à doença.<br />
Com a explosão nas vendas<br />
dos multivitamínicos e o aumento<br />
da <strong>de</strong>manda, surgiram<br />
também no mercado oportunida<strong>de</strong>s<br />
para novos lançamentos.<br />
A Medley, gigante no setor <strong>de</strong><br />
fabricação <strong>de</strong> medicamentos,<br />
que ainda não tinha uma limerCado<br />
Fotos: Divulgação<br />
Nova campanha da Medley criada pela Publicis, A pan<strong>de</strong>mia tem gênero, levanta a ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> que as mulheres estão na linha <strong>de</strong> frente no combate à doença<br />
Vendas <strong>de</strong> vitaminas disparam com<br />
Covid-19 e indústria faz lançamentos<br />
Dados do Sindusfarma mostram que aumento <strong>de</strong> multivitamínicos no<br />
primeiro semestre foi <strong>de</strong> 71%; marcas lançam linhas para aten<strong>de</strong>r público<br />
KELLY DORES<br />
As vendas <strong>de</strong> vitaminas no<br />
Brasil dispararam no primeiro<br />
semestre <strong>de</strong>ste ano, especialmente<br />
em março, auge<br />
da pan<strong>de</strong>mia do coronavírus,<br />
quando foram vendidas 32,5<br />
milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s (em caixa),<br />
um crescimento <strong>de</strong> 195%<br />
em relação ao mesmo mês <strong>de</strong><br />
2019, com 11 milhões. De janeiro<br />
a junho <strong>de</strong> <strong>2020</strong>, a comercialização<br />
<strong>de</strong> multivitamínicos<br />
atingiu a marca <strong>de</strong> 108,9 milhões<br />
<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, contra 62,5<br />
milhões no mesmo período do<br />
ano passado, um aumento também<br />
expressivo <strong>de</strong> 71%. Os dados<br />
são do Sindicato da Indústria<br />
<strong>de</strong> Produtos Farmacêuticos<br />
(Sindusfarma).<br />
“Na época do inverno já há<br />
um crescimento na venda <strong>de</strong><br />
vitaminas e produtos para gripes<br />
e resfriados. Este ano foi<br />
antecipado isso para março por<br />
causa da Covid-19, sem dúvida<br />
nenhuma”, <strong>de</strong>staca Nelson<br />
Mussolini, presi<strong>de</strong>nte-executivo<br />
do Sindusfarma.<br />
“As pessoas procuraram se<br />
cuidar melhor. Aquela visão <strong>de</strong><br />
tomar vitamina para aumentar<br />
a resistência física. Como são<br />
produtos isentos <strong>de</strong> prescrição,<br />
a gente sempre recomenda<br />
para as pessoas tomarem com<br />
cuidado. Há algumas vitaminas<br />
que, se você tiver mais do que o<br />
necessário, o organismo vai expelir.<br />
A gente recomenda siga a<br />
bula, olhe a orientação do seu<br />
médico, não vá tomar qualquer<br />
tipo <strong>de</strong> medicamento só porque<br />
ouviu o vizinho dizer que<br />
vitamina D faz bem. Vitamina<br />
D tem <strong>de</strong> ser tomada com prescrição<br />
médica, com muito cuidado.<br />
Já a vitamina C aumenta<br />
resistência para gripes e resfriados”,<br />
<strong>de</strong>talha Mussolini.<br />
Apesar <strong>de</strong> especialistas lembrarem<br />
que um médico <strong>de</strong>ve<br />
sempre receitar os suplementos<br />
alimentares, os brasileiros<br />
acharam melhor se prevenir<br />
e, entre as famílias, parentes e<br />
colegas <strong>de</strong> pacientes com a Covid-19,<br />
as vitaminas são sempre<br />
citadas como ‘ótimas’ para<br />
ajudar na recuperação <strong>de</strong> um<br />
“Vitamina é um<br />
mercado que<br />
cresce muito,<br />
principalmente<br />
durante a<br />
pan<strong>de</strong>mia, com<br />
duplo dígito”<br />
Sustagen lançou a linha Adultos+ Fit e a Medley entrou na categoria <strong>de</strong> vitaminas<br />
28 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Nelson Mussolini, presi<strong>de</strong>nte-executivo do Sindusfarma<br />
Denise Mello, da Medley: “Linha complementa discurso”<br />
Kátia Ambrosio, da Jeunesse: “Preocupação com saú<strong>de</strong>”<br />
nha <strong>de</strong> vitaminas no portfólio,<br />
agiu rápido para entrar nessa<br />
onda. A companhia acaba <strong>de</strong><br />
lançar a linha VitaMedley <strong>de</strong> A<br />
a Z, para homens e para mulheres;<br />
o VitaMedley Sênior para<br />
50+; e Vitamina D. “Essa linha<br />
<strong>de</strong> vitaminas vem <strong>de</strong> fato para<br />
complementar e tangibilizar<br />
o discurso da Medley <strong>de</strong> que a<br />
marca cuida das pessoas <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a prevenção. Os produtos já estão<br />
sendo distribuídos. Trata-se<br />
<strong>de</strong> uma aposta da companhia,<br />
então tem um investimento<br />
incremental em cima <strong>de</strong> Vita-<br />
Medley porque <strong>de</strong> fato é um<br />
produto novo que vai coexistir<br />
com a campanha <strong>de</strong> marca”,<br />
conta Denise Mello, head <strong>de</strong><br />
branding e projetos estratégicos<br />
da Medley.<br />
“Quando a gente fala em <strong>de</strong>mocratizar<br />
o acesso à saú<strong>de</strong>,<br />
também estamos falando <strong>de</strong><br />
prevenção e bem-estar. Vitamina<br />
é um mercado que cresce<br />
muito, principalmente durante<br />
a pan<strong>de</strong>mia, foi um setor que<br />
cresceu duplo dígito. A gente<br />
viu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lançar<br />
essa linha para aten<strong>de</strong>r aos<br />
consumidores, uma vez que<br />
95% do nosso portfólio era só<br />
medicamentos para tratamentos.<br />
Começamos com quatro<br />
varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vitaminas e nos<br />
próximos meses preten<strong>de</strong>mos<br />
ampliar a linha”.<br />
Novo suplemento alimentar da Jeunesse<br />
Com a pan<strong>de</strong>mia, a executiva<br />
afirma que a marca – cuja assinatura<br />
é Saú<strong>de</strong> é a gente que faz<br />
– também reforçou a comunicação<br />
a partir <strong>de</strong> março. “O primeiro<br />
passo foi adaptar a nossa<br />
campanha para dar dicas sobre<br />
o que se po<strong>de</strong> fazer em relação<br />
a sua saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa”,<br />
conta. A Medley rapidamente<br />
também entrou no ar com uma<br />
nova campanha criada pela Publicis<br />
para o momento. O mote<br />
<strong>de</strong>senvolvido pela agência é A<br />
pan<strong>de</strong>mia tem gênero, levantando<br />
a ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> que as mulheres<br />
estão na linha <strong>de</strong> frente<br />
no combate à doença.<br />
“A gente viu que as mulheres<br />
estão entre os grupos mais<br />
afetados em cenário <strong>de</strong> crise<br />
como a Covid-19. As mulheres<br />
são 70% na linha <strong>de</strong> frente do<br />
combate à pan<strong>de</strong>mia, como auxiliares<br />
<strong>de</strong> enfermagem, enfermeiras,<br />
médicas, psicólogas. E<br />
elas também são responsáveis<br />
por cuidarem da saú<strong>de</strong> da casa.<br />
Sete milhões <strong>de</strong> mulheres per<strong>de</strong>ram<br />
os empregos”, relata.<br />
Já a Sustagen, marca referência<br />
no mercado <strong>de</strong> complementação<br />
alimentar infantil, lançou<br />
sua primeira linha voltada para<br />
Adultos+ Fit (público acima <strong>de</strong><br />
40 anos). Com campanha criada<br />
pela BETC/Havas, a Sustagen<br />
divulgou o lançamento na<br />
semana passada. O conceito é<br />
Novo Sustagen Adultos+ Fit. O<br />
complemento do seu dia a dia.<br />
“Por mais que se tenha uma<br />
vida saudável, nem sempre<br />
consumimos todos os nutrientes<br />
necessários para o bom funcionamento<br />
do corpo. Foi a partir<br />
<strong>de</strong>ssa necessida<strong>de</strong> humana<br />
verda<strong>de</strong>ira que lançamos, em<br />
maio <strong>de</strong> <strong>2020</strong>, Sustagen Adultos+<br />
Fit. É um orgulho realizar<br />
uma campanha <strong>de</strong>sse porte<br />
para reforçar aos consumidores<br />
que também contamos com<br />
essa expertise em nosso portfólio,<br />
contruibuindo para saú<strong>de</strong> e<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas”,<br />
ressalta Tatiana Turquete, head<br />
da categoria <strong>de</strong> Health Nutrition<br />
da RB Health.<br />
A Jeunesse, posicionada<br />
como empresa que cuida da juventu<strong>de</strong>,<br />
beleza, saú<strong>de</strong> e bem-<br />
-estar, enten<strong>de</strong>u que precisaria<br />
mudar a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> lançamento<br />
<strong>de</strong> alguns produtos <strong>de</strong>ste ano<br />
para conseguir aten<strong>de</strong>r à alta<br />
<strong>de</strong>manda dos consumidores<br />
por suplementos vitamínicos<br />
e nutricionais, em <strong>de</strong>corrência<br />
do momento <strong>de</strong>licado, conta<br />
Kátia Ambrosio, gerente <strong>de</strong><br />
marketing da Jeunesse Brasil.<br />
A marca lançou recentemente<br />
o suplemento alimentar em<br />
pó M mūn - Immune Function,<br />
à base <strong>de</strong> vitaminas, minerais e<br />
glutamina, para imunida<strong>de</strong>. “A<br />
principal preocupação hoje é<br />
com a saú<strong>de</strong>. Continuamos com<br />
investimentos a todo vapor e<br />
repensando o portfólio para focarmos<br />
em itens que sejam relevantes<br />
para o consumidor nesse<br />
momento”, diz a executiva.<br />
Para apoiar e aumentar o<br />
conhecimento do público sobre<br />
a novida<strong>de</strong>, a marca optou<br />
por um plano <strong>de</strong> comunicação<br />
360°, com filme publicitário no<br />
SBT. “Enten<strong>de</strong>mos que as pessoas<br />
estão mais em casa e por<br />
isso ainda mais conectadas. Levamos<br />
M mūn para a TV aberta,<br />
com um filme publicitário na<br />
programação do SBT. Também<br />
direcionamos parte do investimento<br />
em mídia digital para<br />
esse produto, incluindo veículos<br />
como Google e Facebook. A<br />
estratégia também conta com<br />
a participação <strong>de</strong> um squad <strong>de</strong><br />
influenciadores digitais que falam<br />
sobre saú<strong>de</strong> e bem-estar”,<br />
<strong>de</strong>staca Kátia.<br />
Cenas da campanha A pan<strong>de</strong>mia tem gênero; segundo a Medley, mulheres são 70% na linha <strong>de</strong> frente do combate à Covid-19<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 29
mercado<br />
São Paulo é <strong>de</strong>staque em lista <strong>de</strong><br />
compra <strong>de</strong> mídia dividida por estados<br />
Lista do Cenp-Meios<br />
mostra um total <strong>de</strong> R$<br />
<strong>17</strong>,5 bilhões investidos<br />
apenas em 2019<br />
leonardo araujo<br />
Conselho Executivo das Normas-Padrão<br />
(Cenp) divulgou na última sema-<br />
O<br />
na os dados referentes ao investimento em<br />
mídia das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> dividido<br />
por estados para os anos <strong>de</strong> 2018 e 2019.<br />
Os números mostram um total <strong>de</strong> R$<br />
<strong>17</strong>,5 bilhões investidos em 2019, referentes<br />
a 226 agências. Destes, R$ 2,6 bi são no estado<br />
<strong>de</strong> São Paulo, que significa 15,2% do<br />
share. O Rio <strong>de</strong> Janeiro surge em seguida,<br />
com R$ 1 bilhão, ou seja, 5,7% do bolo. Porém,<br />
a região com mais investimentos na<br />
lista é Mercado Nacional, com 62,4%, ou<br />
R$ 10,9 bilhões. Segundo o Cenp, Mercado<br />
Nacional refere-se às veiculações em<br />
tempo e/ou espaço simultâneo em todas<br />
as praças <strong>de</strong> abrangência do veículo <strong>de</strong> comunicação.<br />
Caio Barsotti, presi<strong>de</strong>nte do Conselho,<br />
fala que a divulgação dos dados por estados<br />
é um novo passo para aprimorar os<br />
serviços que o Cenp presta ao mercado.<br />
Segundo o executivo, os números po<strong>de</strong>m<br />
gerar insights para as agências sobre como<br />
aplicar a mídia <strong>de</strong> uma melhor forma.<br />
“Mas imaginamos que eles possam ajudar<br />
também aos anunciantes, veículos e<br />
<strong>de</strong>mais agentes <strong>de</strong> mercado a calibrarem<br />
com mais precisão a atuação”, afirma.<br />
O presi<strong>de</strong>nte do Cenp ressalta que algumas<br />
pessoas já manifestaram um certo<br />
espanto pela representativida<strong>de</strong> comparativamente<br />
baixa em estados <strong>de</strong> economia<br />
pujante. “As mídias tipicamente consi<strong>de</strong>radas<br />
como locais, como OOH, outdoor,<br />
rádios e jornais, ten<strong>de</strong>m a ser mais programadas<br />
pelas agências locais, o que leva a<br />
crer que quanto mais agências <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />
estado estiverem participando<br />
do Cenp-Meios, a tendência é este estado<br />
ser melhor representado”, elucida.<br />
Como qualquer outro setor da economia,<br />
a publicida<strong>de</strong> foi fortemente afetada<br />
pela pan<strong>de</strong>mia da Covid-19. “A indústria<br />
da comunicação foi chamada a arcar com<br />
pesadas responsabilida<strong>de</strong>s na crise e todos<br />
concordam que está se saindo extremamente<br />
bem. [...] As próximas rodadas<br />
da pesquisa po<strong>de</strong>m confirmar as expectativas<br />
positivas, <strong>de</strong> uma retomada rápida,<br />
que várias li<strong>de</strong>ranças do mercado publicitário<br />
já expuseram”, prevê.<br />
30 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark<br />
Alê Oliveira<br />
Caio Barsotti, presi<strong>de</strong>nte do Cenp, afirma que números po<strong>de</strong>m ajudar mercado a atuar com mais precisão<br />
InvestImentos<br />
Fonte: Cenp-Meios<br />
eSTado Valor PercenTual<br />
ACRE R$ 5.634 0%<br />
ALAGOAS R$ 38.266 0,2%<br />
AMAPÁ R$ 6.759 0%<br />
AMAZONAS R$ 112.615 0,6%<br />
BAHIA R$ 338.383 1,9%<br />
CEARÁ R$ <strong>17</strong>5.644 1,0%<br />
DISTRITO FEDERAL R$ <strong>17</strong>5.333 1,0%<br />
ESPÍRITO SANTO R$ 105.687 0,6%<br />
GOIÁS R$ 111.529 0,6%<br />
MARANHÃO R$ 28.928 0,2%<br />
MATO GROSSO R$ 76.735 0,4%<br />
MATO GROSSO DO SUL R$ 35.093 0,2%<br />
MINAS GERAIS R$ 443.956 2,5%<br />
PARÁ R$ 87.838 0,5%<br />
PARAÍBA R$ 32.886 0,2%<br />
PARANÁ R$ 313.344 1,8%<br />
PERNAMBUCO R$ 183.693 1,0%<br />
PIAUÍ R$ 16.843 0,1%<br />
RIO DE JANEIRO R$ 1.001.<strong>17</strong>9 5,7%<br />
RIO GRANDE DO NORTE R$ 53.070 0,3%<br />
RIO GRANDE DO SUL R$ 375.551 2,1%<br />
RONDÔNIA R$ 19.331 0,1%<br />
RORAIMA R$ 5.038 0%<br />
SANTA CATARINA R$ 140.491 0,8%<br />
SÃO PAULO R$ 2.664.604 15,2%<br />
SERGIPE R$ 32.435 0,2%<br />
TOCANTINS R$ 8.980 0,1%<br />
MERCADO NACIONAL R$ 10.952.291 62,4%<br />
Total r$ <strong>17</strong>.542.138
MEMória<br />
Publicida<strong>de</strong> per<strong>de</strong> o ‘enfant terrible’<br />
Enio Mainardi, mas não seu legado<br />
Ele criou slogans<br />
memoráveis para<br />
marcas como<br />
Tostines e Old Eight<br />
Paulo Macedo<br />
Uma pesquisa informal logo elucida o caráter<br />
do publicitário Enio Mainardi, falecido<br />
na semana passada aos 85 anos por complicações<br />
da Covid-19: ágil, verda<strong>de</strong>iro, anárquico,<br />
inquieto, provocador, irreverente, criativo e<br />
texto impecável. Mas esse jornalista, escritor e<br />
publicitário foi mais do que isso. Uma interlocução<br />
era como se fosse uma aula, um aprendizado.<br />
Esse legado está presente na sua obra<br />
e nas influências que <strong>de</strong>ixou. No jornalismo, o<br />
filho, Diogo Mainardi, fundador do site O Antagonista,<br />
herdou sua verve investigativa.<br />
Especialistas em propaganda garantem<br />
que quando um slogan vira bordão popular é<br />
sinal <strong>de</strong> que materializou algo que é superior<br />
à criativida<strong>de</strong> pragmática. Seu efeito é duradouro.<br />
Uma pérola <strong>de</strong> Mainardi foi o conceito<br />
Tostines ven<strong>de</strong> mais porque é fresquinho ou<br />
é fresquinho porque ven<strong>de</strong> mais? É usado até<br />
hoje em várias situações. E o entendimento é<br />
bem claro. Outros slogans foram muito criativos,<br />
entre os quais o que Mainardi <strong>de</strong>senvolveu<br />
para Old Eight: O bom whisky você conhece<br />
no dia seguinte; ou Bonzo, Não é ração, é<br />
refeição. Mas o <strong>de</strong> Tostines avançou para um<br />
território que o tornou memorável e além da<br />
especificida<strong>de</strong> mercadológica.<br />
Mainardi nasceu em 1935 no interior <strong>de</strong> São<br />
Paulo. Iniciou carreira <strong>de</strong> repórter no Correio<br />
Paulistano nos anos 1960, mesma época que<br />
ingressou na publicida<strong>de</strong>. A pesquisadora Alzira<br />
Alves <strong>de</strong> Abreu escreveu no Dicionário<br />
Histórico-Biográfico da Propaganda que Mainardi<br />
começou a trabalhar em publicida<strong>de</strong><br />
nos anos 1960, na Norton. Em 1961, foi morar<br />
na Espanha, seguida <strong>de</strong> uma temporada em<br />
Israel. Retornou um ano <strong>de</strong>pois e ingressou<br />
na Denison. Ficou pouco tempo. Em 1963, foi<br />
para o time <strong>de</strong> criação da Proeme, on<strong>de</strong> conquistou<br />
a fama <strong>de</strong> ‘l’enfant terrible’ da propaganda<br />
brasileira, <strong>de</strong>finição feita por Armando<br />
Ferrentini, publisher do PROPMARK.<br />
Em 1965, tentou morar em Cuba, mas não<br />
conseguiu visto do regime <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l Castro. Foi<br />
para o México. Voltou em 1970 para presidir a<br />
Proeme, on<strong>de</strong> criou campanha para o Projeto<br />
Rondon. Dois anos <strong>de</strong>pois a Proeme foi incorporada<br />
pela Campebell Ewald, do Interpublic.<br />
Em 1989, criou a Mainardi Propaganda. Logo<br />
no início da operação criou a polêmica campanha<br />
Sou da Paz, que fez associação <strong>de</strong> um<br />
jovem negro e pobre à <strong>de</strong>linquência. Depois<br />
Enio ven<strong>de</strong>u a agência para Roberto Justus.<br />
Jornalista e publicitário, Mainardi também escreveu livros como o Moedor, autografado em 2013 na Livraria Cultura/SP<br />
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jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 31
ArEnA do EsportE<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Adulto 1<br />
O “menino” Ney cresceu e <strong>de</strong>u espaço para<br />
o “adulto” Ney. Nas re<strong>de</strong>s sociais, o atacante<br />
do Paris Saint-Germain tem conquistado a<br />
simpatia dos brasileiros nos últimos dias. Ele,<br />
que foi peça central para a vitória <strong>de</strong> virada do<br />
clube sobre o Atalanta pelas quartas<br />
<strong>de</strong> final da Champions League, na<br />
semana passada, foi também um<br />
dos assuntos mais comentados no<br />
Twitter. De quebra, embalou o<br />
crescimento das vendas da camisa<br />
do clube no varejo brasileiro.<br />
Reprodução/ Instagram<br />
Adulto 2<br />
O <strong>de</strong>sempenho em campo foi<br />
apenas um <strong>de</strong>talhe. Poucas horas<br />
antes da partida, o jogador publicou<br />
no Twitter<br />
uma brinca<strong>de</strong>ira<br />
sobre sua preparação:<br />
“Moicano<br />
feito, julliete separada e a caixinha <strong>de</strong><br />
som carregando”, em referência ao estilo<br />
que o consagrou, com o famoso mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> óculos escuros espelhados e o corte<br />
<strong>de</strong> cabelo característico. Esse foi o look<br />
com que Neymar chegou ao estádio<br />
para a partida. Pegando carona em<br />
conversas nas re<strong>de</strong>s sociais, a Netshoes<br />
criou uma ação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
para a venda do “Kit Adulto Ney”,<br />
composto pelos três itens citados<br />
pelo jogador, além <strong>de</strong> camisas do<br />
PSG, chuteiras e o tênis Nike<br />
Shox. Como resultado, em 24<br />
horas, o ecommerce registrou<br />
aumento <strong>de</strong> 1.100% nas<br />
vendas <strong>de</strong> camisas do clube.<br />
Adulto 3<br />
A partida alcançou recor<strong>de</strong>s também no Facebook, on<strong>de</strong> foi transmitida no perfil do<br />
Esporte Interativo. No Instagram, Twitter e YouTube, os números também foram superlativos.<br />
Somando as quatro plataformas, o canal teve mais <strong>de</strong> 360 milhões <strong>de</strong> impressões.<br />
No Instagram, por exemplo, bateu recor<strong>de</strong> histórico, com 12,3 milhões <strong>de</strong> interações,<br />
maior resultado entre as contas <strong>de</strong> esportes no mundo. Destaque também para o serviço<br />
<strong>de</strong> streaming do canal. No EI Plus, a plataforma obteve a maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usuários<br />
simultâneos da história (40 mil).<br />
O jogo faz parte do projeto Super<br />
Agosto, dos canais TNT e EI, que<br />
transmitirão todas as partidas <strong>de</strong>cisivas<br />
do torneio neste mês. Claro,<br />
Heineken, Nissan, Santan<strong>de</strong>r e<br />
Sportingbet patrocinam a transmissão;<br />
Amazon Prime Vi<strong>de</strong>o, Apple,<br />
BR Distribuidora, Gillete, Hoteis.<br />
com, Motorola, Marfrig, Netflix,<br />
Secom e Vigor são apoiadoras.<br />
Gol solidário<br />
O canal SporTV e a Centauro se uniram<br />
com a ONG Play For a Cause para celebrar<br />
o retorno do Campeonato Brasileiro. E para<br />
marcar o torneio, as empresas criaram uma<br />
ação solidária que dará apoio a crianças em<br />
vulnerabilida<strong>de</strong> social. Em sua segunda<br />
edição, o projeto Doe Gols doará três pares<br />
<strong>de</strong> tênis para cada gol marcado na Série A.<br />
Lançado em 2019, o projeto visa diminuir<br />
o número <strong>de</strong> crianças acometidas<br />
por doenças vindas do solo, já que, sem<br />
sapatos, elas ficam especialmente vulneráveis.<br />
No ano passado, com os 876 gols do<br />
Brasileirão e doações <strong>de</strong> parceiros, foram<br />
arrecadados 3.200 pares <strong>de</strong> chuteiras para<br />
21 instituições em nove estados do Brasil.<br />
Neste ano, o projeto conta com apoio da<br />
Centauro e a ação ganhará escala: a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
artigos esportivos se comprometeu com a<br />
doação <strong>de</strong> pelo menos três mil calçados.<br />
#CEstou<br />
A Budweiser, cerveja oficial da NBA, quer<br />
testar as habilida<strong>de</strong>s dos brasileiros com a<br />
latinha. A marca acaba <strong>de</strong> lançar o <strong>de</strong>safio<br />
#CestouComKings em suas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Para celebrar a volta das partidas e a chegada<br />
das finais do torneio <strong>de</strong> basquete, a<br />
cerveja quer <strong>de</strong>scobrir quem é o melhor <strong>de</strong><br />
pontaria. Mas, no lugar da bola <strong>de</strong> basquete,<br />
o <strong>de</strong>safio será com uma lata <strong>de</strong> Bud.<br />
Para participar, o jogador <strong>de</strong>ve filmar suas<br />
habilida<strong>de</strong>s com arremessos. Vale acertar o<br />
lixo, um bal<strong>de</strong>, uma caixa ou o que a criativida<strong>de</strong><br />
permitir. O ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong>ve ser compartilhado<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais marcando #CestouComKings.<br />
As gravações mais criativas<br />
vão receber um League Pass para assistir<br />
às finais da NBA online e um Kit <strong>de</strong> Bud<br />
(jaqueta + bal<strong>de</strong> + copo + cerveja).<br />
ElAs<br />
A Band confirmou a renovação do<br />
contrato com a CBF para o Campeonato<br />
Brasileiro Série A Feminino.<br />
O torneio será retomado no dia 26<br />
<strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, mas a primeira partida<br />
transmitida pelo canal está prevista<br />
para o dia 30 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, às 14h,<br />
com o jogo São Paulo x Minas.<br />
A emissora exibirá os confrontos<br />
apenas aos domingos.<br />
32 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
Âncora do Jornal Nacional, Renata Vasconcellos é uma das atrações da campanha institucional Jornalismo na Globo. Uma ponte segura entre fatos e pessoas, em veiculação<br />
JORNALISMO<br />
Estabelecer conexão entre a informação com base em fatos para sua audiência<br />
ficar ciente do que acontece no país e no mundo é o ponto principal da campanha<br />
da Re<strong>de</strong> Globo, que está em exibição na sua gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação, com vários<br />
nomes do núcleo <strong>de</strong> jornalismo, entre os quais Renata Vasconcellos, editora e âncora<br />
do Jornal Nacional. Não é comum a emissora recorrer aos jornalistas, mas<br />
este ano tem feito uso da imagem <strong>de</strong>sses profissionais, essenciais para emprestar<br />
e garantir credibilida<strong>de</strong>. “É preciso informar, comunicar, orientar as pessoas. Especialmente<br />
em tempos difíceis como os que estamos vivendo”, explica Sergio<br />
Valente, diretor <strong>de</strong> Comunicação da Globo.<br />
De vermelho, o diretror Clovis Mello, sócio da Cine, li<strong>de</strong>ra o set do comercial da versão 2021 da picape S10<br />
TRUNFO<br />
Como o agronegócio é um dos pilares da economia do país, a GM lançou nova<br />
versão da picape S10, que está celebrando 25 anos <strong>de</strong> presença no mercado<br />
e com 1 milhão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s comercializadas nesse período. A campanha foi<br />
<strong>de</strong>senvolvida pela Commonwealth//WMcCann com o conceito O que não <strong>de</strong>rruba<br />
<strong>de</strong>ixa mais forte. A produção do comercial foi da Cine, com direção <strong>de</strong><br />
Clóvis Mello. O anunciante também <strong>de</strong>senvolveu o bran<strong>de</strong>d content Na estrada<br />
com quem faz, em parceria com o Globo Rural.<br />
Rihanna empresta imagem para lançamento <strong>de</strong> perfume da LVMH<br />
PeLe<br />
Em parceria com a Kendo Brands, Rihanna ajudou<br />
a <strong>de</strong>senvolver o produto Fenty Skin. Do portfólio<br />
da LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton).<br />
INSTITUCIONAL<br />
A marca Ypê está lançando a campanha A vida<br />
pe<strong>de</strong>. Criação da Área G, estreou no É <strong>de</strong> Casa.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 33
última página<br />
Pxhere<br />
O digital<br />
transforma<br />
RobeRto Ribas<br />
transformação digital é uma realida<strong>de</strong><br />
A que tem virado organizações e setores<br />
inteiros <strong>de</strong> cabeça para baixo. Gestores estão<br />
investindo esforços e recursos financeiros<br />
em larga escala para tentar enten<strong>de</strong>r<br />
suas nuances e usufruir <strong>de</strong> seus benefícios.<br />
Contudo, a única certeza até agora é que ela<br />
veio para ficar.<br />
Toda mudança é complexa no ambiente<br />
corporativo e, especificamente nesta, o<br />
buraco é bem mais embaixo. Isso porque<br />
envolve muito mais do que questões objetivas,<br />
como capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento ou<br />
variáveis financeiras. As empresas – e, principalmente,<br />
as pessoas que estão no seu<br />
controle – precisam transitar e enfrentar<br />
aspectos culturais e comportamentais. Devem<br />
assumir um novo mindset,<br />
“O digital<br />
passOu a dar<br />
as cartas<br />
nessa nOva<br />
sOcieda<strong>de</strong><br />
glObal e<br />
interligada”<br />
enten<strong>de</strong>ndo os problemas por<br />
outro prisma.<br />
Esses novos paradigmas resi<strong>de</strong>m<br />
também na própria forma<br />
<strong>de</strong> avaliar a evolução das transformações<br />
colocadas em prática.<br />
É natural: somos doutrinados<br />
a buscar soluções imediatas. A<br />
pressão pelo curto prazo gera<br />
uma corrida <strong>de</strong>senfreada por<br />
melhorias incrementais e maximização<br />
da performance. Assim, <strong>de</strong>ixamos<br />
<strong>de</strong> observar as nuances das evoluções ao<br />
nosso redor e ficamos suscetíveis a produzir<br />
resultados <strong>de</strong> pouco valor para o futuro<br />
da organização. Nem sempre, ou quase<br />
nunca, os avanços obtidos com as mudanças<br />
impostas às empresas são palpáveis<br />
imediatamente.<br />
É, o mundo mudou. Diante <strong>de</strong>ssa veloz<br />
transformação, qual caminho percorrer<br />
para não seguir o mesmo <strong>de</strong>stino da Kodak,<br />
Blackberry, MySpace, Yahoo! e tantas<br />
outras companhias que fracassaram? Evi<strong>de</strong>ntemente,<br />
não há uma receita pronta.<br />
Mas, po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com os exemplos<br />
positivos – e até mesmo com os negativos.<br />
Então, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se reinventar permanentemente<br />
e atenção aos sinais do mercado<br />
e das novas tendências são essenciais.<br />
Pessoalmente, acredito que três princípios<br />
são essenciais para termos êxito nesse contexto:<br />
Disrupt your business: seja qual for a<br />
força que seu negócio exerce em <strong>de</strong>terminado<br />
segmento <strong>de</strong> atuação, li<strong>de</strong>rando ou<br />
competindo pelo protagonismo, você precisa<br />
colocá-lo em xeque. Permanentemente.<br />
Não existe espaço para zona <strong>de</strong> conforto;<br />
Be quick or be <strong>de</strong>ad: para nos mantermos<br />
conectados às expectativas do nosso<br />
público, é preciso ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
movimentar tão ou mais rapidamente do<br />
que os concorrentes. Para isso, é fundamental<br />
estar livre <strong>de</strong> amarras burocráticas,<br />
processuais, físicas e comportamentais;<br />
Doubt your intuition: tudo o que<br />
você apren<strong>de</strong>u até aqui é muito importante<br />
e o diferencia dos <strong>de</strong>mais. Mas<br />
esse acúmulo não é suficiente.<br />
A experiência <strong>de</strong>ve se unir à análise<br />
<strong>de</strong> dados – sem parar;<br />
No contexto que vivemos,<br />
nossa única certeza é a <strong>de</strong> que<br />
não po<strong>de</strong>mos tê-las. Não há<br />
como possuir todas as respostas,<br />
nem <strong>de</strong>vemos per<strong>de</strong>r tempo tentando<br />
encontrá-las. O que vale é<br />
ter a coragem <strong>de</strong> construir uma<br />
visão e perseguir sua realização.<br />
O digital passou a dar as cartas nessa nova<br />
socieda<strong>de</strong> global e interligada. Portanto, esteja<br />
preparado para que a avalanche não o<br />
surpreenda.<br />
Por mais que enxerguemos o <strong>de</strong>safio<br />
com maturida<strong>de</strong>, resiliência e persistência,<br />
o sentimento é <strong>de</strong> que estamos per<strong>de</strong>ndo<br />
a batalha. Somos soterrados ininterruptamente<br />
por novida<strong>de</strong>s tecnológicas, novas<br />
buzzwords e notícias sobre o surgimento<br />
<strong>de</strong> startups que vão pôr abaixo tudo o que<br />
conhecemos. Tenha convicção: não conseguiremos<br />
nos adaptar verda<strong>de</strong>iramente<br />
à transformação enquanto estivermos implementando<br />
hoje aquilo que visualizamos<br />
para o amanhã. É preciso ampliar os sentidos<br />
e olhar para o <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> amanhã. Imaginar<br />
o futuro e torná-lo realida<strong>de</strong>.<br />
Roberto Ribas é CSO da BriviaDez<br />
roberto@brivia.com.br<br />
34 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
amar papel é fácil<br />
Porque é eficiente no aprendizado e retenção <strong>de</strong> conteúdo,<br />
além <strong>de</strong> ser agradável, relaxante e prático.<br />
60% dos brasileiros enten<strong>de</strong>m melhor o que é impresso!<br />
Fonte: Two Si<strong>de</strong>s e Toluna, 2019.<br />
A campanha LOVE PAPER é uma criação original <strong>de</strong> Two Si<strong>de</strong>s.<br />
Acesse lovepaper.org.br e saiba mais.<br />
Two Si<strong>de</strong>s é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa<br />
em 2008 por membros das indústrias <strong>de</strong> base florestal, celulose, papel,<br />
cartão e comunicação impressa. Two Si<strong>de</strong>s, a mais importante iniciativa do<br />
setor, promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e<br />
das embalagens <strong>de</strong> papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre<br />
os impactos ambientais da utilização <strong>de</strong>sses recursos. Papel, papelcartão e<br />
papelão são provenientes <strong>de</strong> florestas cultivadas e gerenciadas <strong>de</strong> forma<br />
sustentável. Além disso, são recicláveis e bio<strong>de</strong>gradáveis.<br />
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