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Rhoodes Lima, a voz do MMA no Brasil

Nossa segunda edição vem com grandes entrevistas, Rhoodes Lima fala sobre sua trajetória no mundo da comunicação, Patrícia Lage e seus seis graus na faixa preta de jiu-jitsu fala como foi treinar em uma época que poucas mulheres treinavam a arte suve. Saindo do Brasil, fomos para a Europa mostrar a história do norueguês, Tarik Hopstock e do professor, Andrew Maslow, um dos líderes da Gracie Barra na capital da Letônia, Riga. Nesta segunda edição contamos com um dos melhores times de colunistas do Brasil, Ricardo Libório, Sylvio Behring, Artur Mariano, Carlão Barreto e Carlos Henrique enriquecem muito mais a Revista Faixa Preta Digital. Boa Leitura!

Nossa segunda edição vem com grandes entrevistas, Rhoodes Lima fala sobre sua trajetória no mundo da comunicação, Patrícia Lage e seus seis graus na faixa preta de jiu-jitsu fala como foi treinar em uma época que poucas mulheres treinavam a arte suve.
Saindo do Brasil, fomos para a Europa mostrar a história do norueguês, Tarik Hopstock e do professor, Andrew Maslow, um dos líderes da Gracie Barra na capital da Letônia, Riga.
Nesta segunda edição contamos com um dos melhores times de colunistas do Brasil, Ricardo Libório, Sylvio Behring, Artur Mariano, Carlão Barreto e Carlos Henrique enriquecem muito mais a Revista Faixa Preta Digital.

Boa Leitura!

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Jiu-Jitsu na Letônia<br />

Veja como a equipe Barra Gracie tem<br />

feito excelente trabalho neste pais.<br />

Patrícia<br />

lage<br />

Entrevista com uma das faixas preta<br />

de jiu-jitsu mais graduada<br />

<strong>no</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

Tarik<br />

hopstock<br />

O <strong>no</strong>roeguês que na faixa<br />

marrom, já assina o <strong>no</strong>me<br />

de uma técina <strong>no</strong> BJJ.<br />

deiveson<br />

figueire<strong>do</strong><br />

Campeão peso mosca <strong>do</strong> UFC<br />

<strong>Rhoodes</strong><br />

lima<br />

a <strong>voz</strong> <strong>do</strong> mma<br />

<strong>no</strong> brasil<br />

COLUNISTAS Ricar<strong>do</strong> Libório - Carlão Barreto - Artur Maria<strong>no</strong> - Carlos Henrique - Sylvio Behring


Yasmin Nayara - Atleta Neutro Jiu-Jitsu<br />

*Finalista The Guest Kids 2018<br />

*Campeã <strong>Brasil</strong>eira CBJJE 2019<br />

*Campeã Circuito Paulista FPJJ 2019<br />

*Campeã Argentina Open 2019<br />

*Cinturão Desafio Kids SSJSAF 2019<br />

*Vice-Campeã Sul-America<strong>no</strong> CBJJE 2019<br />

*Vice-Campeã Abu Dabhi Tour SP 2019<br />

*Bronze Mundial CBJJE 2019<br />

*Bronze Campeonato Paulista FPJJ 2019<br />

*Bronze Prime Experience 2019<br />

*Vice-Campeã Mundial Nogi CBJJE 2020<br />

*Campeã BJJ Paulista CBJJE 2020


Editor<br />

Oscar Daniotti<br />

Jornalista responsável<br />

Marucha Daniotti<br />

Reportagem<br />

Mariah Carvalho<br />

Colunistas<br />

Ricar<strong>do</strong> Libório<br />

Sylvio Behring<br />

Artur Maria<strong>no</strong><br />

Carlão Barreto<br />

Carlos Henrique<br />

Colaborora<strong>do</strong>res<br />

Tsu<strong>no</strong> Kosei<br />

Boyce Edwards<br />

Maggie Left<br />

Chegamos na <strong>no</strong>ssa <strong>no</strong>va edição, com mais conteú<strong>do</strong><br />

e mais especialistas escreven<strong>do</strong> sobre a <strong>no</strong>ssa<br />

luta de cada dia. Primeiro, quero agradecer aos<br />

<strong>no</strong>vos colunistas, da Revista Faixa Preta Digital.<br />

Alguns já estiveram por aqui: Sylvio Behring, Carlão<br />

Barreto e Artur Maria<strong>no</strong>. Contamos com <strong>no</strong>vos integrantes<br />

como Ricar<strong>do</strong> Libório e Carlos Henrique.<br />

To<strong>do</strong>s dividin<strong>do</strong>, nas páginas digitais, suas experiências<br />

<strong>no</strong> mun<strong>do</strong> da luta. Os temas estão sensacionais!<br />

@rede.fighter<br />

www.redefighter.com<br />

Editorial<br />

Na <strong>no</strong>ssa capa, uma grande homenagem ao jornalismo,<br />

da luta, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: a <strong>voz</strong> de <strong>Rhoodes</strong> <strong>Lima</strong>,<br />

que sagrou-se um ícone nas transmissões <strong>do</strong><br />

<strong>MMA</strong>. Desta vez, <strong>no</strong>sso entrevista<strong>do</strong> não foi salvo<br />

pelo gongo e revelou toda sua trajetória até os dias<br />

atuais.<br />

Nosso mais <strong>no</strong>vo campeão, peso mosca <strong>do</strong> UFC,<br />

Deiveson Figueire<strong>do</strong>, ilustra <strong>no</strong>sso perfil <strong>do</strong> mês.<br />

Em relação ao jiu-jitsu, naEuropa, fizemos duas entrevistas:<br />

com o atleta <strong>no</strong>rueguês, Tarik Kopstock,<br />

cria<strong>do</strong>r de uma posição que leva seu <strong>no</strong>me e Andrew<br />

Maslow, professor da Gracie Barra, na cidade<br />

de Riga, capital da Letônia, país situa<strong>do</strong> <strong>no</strong> Leste<br />

Europeu.<br />

Fizemos uma entrevista com a profesora de jiu-jitsu,<br />

Patricia Lage, faixa preta 6 grau, que vivenciou<br />

grande parte da evolução <strong>do</strong> jiu-jitsu em São Paulo.<br />

Confira tu<strong>do</strong>, exclusivo, aqui na Revista Faixa Preta<br />

Digital.<br />

Divulguem para seus amigos!<br />

Oscar Daniotti<br />

Editor / Profesor de jiu-jitsu 4 grau


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Por: Marucha Daniotti<br />

Fotos: Oscar Daniotti<br />

<strong>Rhoodes</strong><br />

<strong>Lima</strong>


A <strong>voz</strong> que leva e eleva a emoção<br />

<strong>do</strong> <strong>MMA</strong> aos lares <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong><br />

O <strong>MMA</strong> é um esporte que é um grande show e quan<strong>do</strong> pensamos em grandes<br />

produções, o ambiente so<strong>no</strong>ro é uma das principais atrações para o público.<br />

Um bom exemplo é o UFC, maior evento <strong>do</strong> planeta. Bruce Buffer é a <strong>voz</strong> que<br />

apresenta os luta<strong>do</strong>res,antes da luta, há longos a<strong>no</strong>s.<br />

Na TV brasileira, temos grandes narra<strong>do</strong>res <strong>no</strong>s esportes, em geral. Mas <strong>no</strong><br />

<strong>no</strong>vato <strong>MMA</strong>, a <strong>voz</strong> de <strong>Rhoodes</strong> <strong>Lima</strong> se coloca como a <strong>voz</strong> que faz o brasileiro<br />

se acostumar ainda mais com as lutas na <strong>no</strong>ssa TV.<br />

Desta vez, ele é quem foi entrevista<strong>do</strong>. O narra<strong>do</strong>r, faixa preta de jiu-jitsu, que<br />

leva o estilo de vida, <strong>do</strong> esporte, para sua vida. Confira esse bate papo com o<br />

jornalista, que <strong>no</strong>s conta como começou nessa área e qual era seu verdadeiro<br />

sonho.<br />

ENTREVISTA<br />

REVISTA FAIXA PRETA DIGITAL: Comente<br />

sobre sua trajetória: como foi chegar onde você se<br />

encontra hoje.<br />

RHOODES LIMA: Eu sempre estudei em escola<br />

militar e o meu sonho era ser um militar. Eu venho<br />

de uma família de militares.<br />

Quan<strong>do</strong> cheguei <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> médio, você tinha que<br />

escolher uma especialidade e eu escolhi a cavalaria,<br />

pois gostava muito de cavalos. E cheguei a<br />

montar e a competir; entrei para a equipe de salto<br />

e viajei muito, pelo <strong>Brasil</strong>, em função das competições.<br />

Mas quan<strong>do</strong> chegou a hora de fazer concursos,<br />

eu não conseguia aprovação nas provas.<br />

Nessa época, eu ainda era a<strong>do</strong>lescente e tinha<br />

uma <strong>voz</strong> fina que estava em transição. Na verdade,<br />

acho que essa carreira, de jornalista, deu seu<br />

começo quan<strong>do</strong> minha mãe resolveu me matricular<br />

em um curso de locução.<br />

RVPD: E como foi esse curso?<br />

RL: O curso ficava <strong>no</strong> antigo prédio da TV Tupi,<br />

na Urca, zona sul <strong>do</strong> Rio de Janeiro. O professor<br />

costumava indicar os que se saíssem melhor, para<br />

testes e possíveis trabalhos na área. O que acabou<br />

acontecen<strong>do</strong> é que <strong>no</strong> decorrer <strong>do</strong> curso, eu fui me<br />

identifican<strong>do</strong> com aquilo, até porque eu já era rádio<br />

ama<strong>do</strong>r desde os meus 12 a<strong>no</strong>s de idade e já<br />

tinha uma familiaridade muito grande com o microfone.<br />

A partir dali, comecei a procurar emprego<br />

em rádios, <strong>no</strong> interior <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Porém,<br />

não consegui nada porque eu não era <strong>do</strong> interior<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e o que eles pagavam era muito pouco e<br />

acabou não sen<strong>do</strong> possível para mim.<br />

RFPD: Qual foi seu primeiro trabalho na área?<br />

RL: Em 1994, fiz um teste para a Rádio Fluminen-


se, a Maldita, de Rock e, finalmente, passei. Assim,<br />

tu<strong>do</strong> começou, com a locução. Entrei para o radialismo,<br />

<strong>no</strong> horário da madrugada. E só mais tarde,<br />

acabei fazen<strong>do</strong> uma faculdade de jornalismo, na<br />

Universidade Estácio de Sá.<br />

RFPD: Como você ingressou na carreira de comentarista<br />

de <strong>MMA</strong>?<br />

RL: Meu primeiro contato, com o SportTv, foi na<br />

Olimpíada de Sidney, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> 2000. Eu nem cheguei<br />

a entrar <strong>no</strong> ar; mas estava lá dentro. Em 2006,<br />

a quantidade de eventos, de <strong>MMA</strong>, começou a aumentar<br />

e com isso precisavam de mais um narra<strong>do</strong>r.<br />

Dessa forma, fui ganhan<strong>do</strong> experiência em luta<br />

e, em 2011, eu e o Joinha íamos fazer a transmissão<br />

<strong>do</strong> primeiro UFC-Rio, mas na hora chamaram<br />

o Lucas Pereira, que hoje está na Record. A transmissão<br />

foi o maior sucesso e a TV Globo acabou<br />

compran<strong>do</strong> os direitos de transmissão <strong>do</strong> UFC. O<br />

outro narra<strong>do</strong>r, João Guilherme, foi para a Fox e<br />

outros também saíram e a fila an<strong>do</strong>u e eu acabei<br />

fican<strong>do</strong> de frente.<br />

“Na verdade, acho que essa<br />

carreira, de jornalista, deu<br />

seu começo quan<strong>do</strong> minha<br />

mãe resolveu me matricular<br />

em um curso de locução.”<br />

RFPD: Hoje, sua <strong>voz</strong>, na luta, é bastante conhecida.<br />

Você consegue passar a emoção <strong>do</strong> esporte,<br />

tanto na vitória quanto na derrota. Dizem que você é<br />

o Galvão Bue<strong>no</strong> da luta. Como é para você escutar<br />

isso?<br />

RL: É uma honra escutar isso. Tu<strong>do</strong> aconteceu entre<br />

os a<strong>no</strong>s de 2011 e 2015, praticamente só eu<br />

narrava. Isso foi um curso intensivo, porque aprendi<br />

na marra; não tinha outro jeito. Adquiri muita prática<br />

nessa época. Muitas vezes era preciso improvisar,<br />

enfim, aprendi fazen<strong>do</strong>; na prática mesmo, inclusive<br />

com as críticas. Eu respirava luta e acabei pegan<strong>do</strong><br />

o embalo. Aprendi também a me autocriticar; além<br />

de me inspirar em pessoas que eram referência<br />

para mim.<br />

“Eu a<strong>do</strong>rei transmitir a vitória<br />

<strong>do</strong> Verdum sobre o Velásquez<br />

(aquele estrangulamento foi<br />

sensacional!).<br />

Não somente as vitórias<br />

marcam, mas as derrotas<br />

também.”<br />

RFPD: Você é faixa preta de Jiu-jitsu. Como começou<br />

a sua relação com o tatame?<br />

RL: Minha mãe já havia me matricula<strong>do</strong> <strong>no</strong> judô,<br />

quan<strong>do</strong> eu era criança. Em seguida, entrei para a<br />

capoeira, com o Mestre Camiseta, irmão <strong>do</strong> Mestre<br />

Camisa (de 1993 a 1997). Em 1997, comecei<br />

a treinar jiu-jitsu, com o professor Carlos Henrique,<br />

na Tijuca, bairro onde eu morava. Mais tarde, treinei<br />

<strong>no</strong> Grajaú, com o professor Diego Ribeiro, na academia<br />

DNA. Depois, parei <strong>no</strong>vamente e só voltei em<br />

2014.<br />

RFPD: Você começou a transmitir <strong>MMA</strong> logo quan<strong>do</strong><br />

o esporte começou a ser transmiti<strong>do</strong> na televisão<br />

brasileira. Isso significa que você fez parte <strong>do</strong> crescimento<br />

<strong>do</strong> esporte. De que forma você vê isso?<br />

RL: Eu nunca parei para pensar nisso, mas acho<br />

que foi aquela história de estar <strong>no</strong> lugar certo, na<br />

hora certa. Eu peguei o momento da massificação<br />

<strong>do</strong> <strong>MMA</strong>, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, que foi naquela luta <strong>do</strong> Anderson<br />

X Belfort e depois veio uma sequência de UFC-<br />

-Rio e eu acabei fican<strong>do</strong> de frente.


“O jiu-jitsu, para mim, é como<br />

um estilo de vida; lifestyle.”<br />

RFPD: Qual foi a luta, que você narrou , que mais<br />

marcou sua vida?<br />

RL: É difícil falar uma, porque foram várias. Mas<br />

uma que eu a<strong>do</strong>rei transmitir foi a vitória <strong>do</strong> Verdum<br />

sobre o Velásquez (aquele estrangulamento<br />

foi sensacional!).<br />

Não somente as vitórias marcam, mas as derrotas<br />

também. O Anderson Silva quebran<strong>do</strong> a perna me<br />

marcou; a derrota <strong>do</strong> Al<strong>do</strong> para o Mac Gregor (em<br />

apenas 13 segun<strong>do</strong>s de luta) também.<br />

enfim, eu estava uma bola de gor<strong>do</strong>; incha<strong>do</strong>. E<br />

quan<strong>do</strong> voltei a treinar, comecei a ter uma vida mais<br />

regrada; passei a me alimentar melhor. Mas assim<br />

mesmo, talvez pelo fato de eu treinar, na hora de<br />

comentar, acabo dan<strong>do</strong> um “pitaco” maior, tipo: - podia<br />

pegar um triângulo ali ou um armlock, o braço<br />

estava ali, enfim. Esse palpite acaba sen<strong>do</strong> inevitável.<br />

“Eu respirava luta e acabei<br />

pegan<strong>do</strong> o embalo. Aprendi<br />

a me autocriticar; além de<br />

me inspirar em pessoas que<br />

eram referências para mim.”<br />

RFPD: Como você vê a consolidação, hoje, <strong>do</strong><br />

<strong>MMA</strong> femini<strong>no</strong>?<br />

RL: Eu acho que tem muitas guerreiras. Tem lutas<br />

femininas melhores <strong>do</strong> que masculinas. Elas ganharam<br />

confiança e conquistaram o espaço, com<br />

mérito total.<br />

“Nessa hora, vem toda a<br />

experiência <strong>do</strong> rádio; <strong>do</strong> Ao<br />

Vivo. Não dá para piscar, nem<br />

se desconcentrar.”<br />

RVPD: Ser um faixa preta, na luta, ajuda a comentar<br />

melhor?<br />

RL: Eu, na verdade, procuro não misturar uma coisa<br />

com a outra. O jiu-jitsu, para mim, é como um<br />

estilo de vida; lifestyle mesmo. Em 2014, comecei<br />

a treinar com o Everal<strong>do</strong> Penco e, nessa época, eu<br />

estava trabalhan<strong>do</strong> muito e a minha única diversão<br />

era à <strong>no</strong>ite tomar uma cervejinha, que sempre vinha<br />

RFPD: No futebol, a gente vê a jogada trabalhada<br />

desde lá de trás. Na luta, não. Os golpes podem<br />

dar um susto. O luta<strong>do</strong>r, de repente, dá um murro e<br />

acabou. Como é ser comentarista na hora <strong>do</strong> susto?<br />

RL: Nessa hora, vem toda a experiência <strong>do</strong> rádio;<br />

<strong>do</strong> Ao Vivo. Não dá para piscar, nem se desconcentrar.<br />

Eu já tomei uma calça arriada dessas: de estar<br />

procuran<strong>do</strong> uma informação <strong>no</strong> papel e quan<strong>do</strong> ví,<br />

o outro comentarista me cutucou e falou: “-já foi!”. Aí<br />

entra a improvisação; se espera para ver o replay,<br />

enfim, tem que se safar. Entra a experiência <strong>do</strong> Rádio.<br />

Mas esse susto acontece na luta e a qualquer<br />

momento, quan<strong>do</strong> me<strong>no</strong>s se espera. A responsabilidade<br />

é grande e uma luta nunca é igual a outra.<br />

RFPD: O que o brasileiro espera, hoje, <strong>no</strong> <strong>MMA</strong>?<br />

RL: Precisamos voltar a ter campeões; de conquistar<br />

os cinturões de volta. Precisamos também de<br />

luta<strong>do</strong>res carismáticos.<br />

acompanhada de alguma besteira para comer e ,


Deiveson Alcântara Figueire<strong>do</strong><br />

32 a<strong>no</strong>s<br />

Peso Mosca<br />

Apeli<strong>do</strong>: Deus na Guerra<br />

Altura: 1,65cm<br />

Envergadura: 1,73cm<br />

Modalidades: Wrestling, Muay<br />

Thai, Jiu-Jitsu, Boxe e Capoeira<br />

( de Belém - Pará)


deiveson<br />

figueire<strong>do</strong><br />

<strong>Brasil</strong>eiro, detentor <strong>do</strong> cinturão peso<br />

mosca, <strong>do</strong> UFC, comprova o valor e exalta<br />

cores de sua bandeira , em uma<br />

carreira ascendente<br />

Por: Mariah Carvalho<br />

Fotos: Getty Images<br />

Deiveson Figueire<strong>do</strong>, mais conheci<strong>do</strong> como<br />

“Deus da Guerra”, é da cidde de Belém <strong>do</strong><br />

Pará, <strong>no</strong>rte <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> (localidade que tem<br />

grandes luta<strong>do</strong>res de <strong>MMA</strong> e jiu-jitsu). Figueire<strong>do</strong><br />

foi alu<strong>no</strong> <strong>do</strong>s irmãos Marajó, que<br />

também tiveram grande aparição <strong>no</strong> UFC.<br />

Atual campeão <strong>do</strong> UFC, na categoria peso<br />

mosca, Figueire<strong>do</strong> é um luta<strong>do</strong>r que chegou<br />

ao título máximo <strong>do</strong> <strong>MMA</strong> ,mostran<strong>do</strong> ser<br />

um luta<strong>do</strong>r de muita agressividade e disposição.<br />

Após passar por grandes dificuldades<br />

em sua vida, Figueire<strong>do</strong> pode ser considera<strong>do</strong><br />

um campeão em <strong>do</strong>se dupla.<br />

Com 1,65 de altura, Deiveson começou a<br />

lutar em 2012, já estrean<strong>do</strong> com vitória por<br />

finalização <strong>no</strong> primeiro round. E depois engatou<br />

uma sequência de vitórias. Uma delas<br />

aconteceu <strong>no</strong> Colizão Fight 4, (na cidade de<br />

Benevides, Pará). Essa luta lhe rendeu um<br />

contrato com o Jungle Fight.


No Jungle Fight, seu percurso começou e encerrou<br />

da mesma forma: com vitória, por <strong>no</strong>caute.<br />

Já na estreia No Jungle 75, em 2014,<br />

Deiveson apresentou um belo Muay Thai e <strong>no</strong>cauteou<br />

Rayner Silva, <strong>no</strong> segun<strong>do</strong> round.<br />

Em maio de 2016, <strong>no</strong> Jungle 87, mais uma vez,<br />

Figueire<strong>do</strong> fez seu jogo e finalizou Henrique Miranda,<br />

<strong>no</strong> primeiro round. Vin<strong>do</strong> de uma sequência<br />

de vitórias, sua despedida não poderia<br />

ter si<strong>do</strong> diferente. No Jungle 90, logo após<br />

vitória contundente. Em setembro, foi a vez de<br />

Denis Araújo não resistir e ser <strong>no</strong>cautea<strong>do</strong> ,já<br />

<strong>no</strong> primeiro round.<br />

E como espera<strong>do</strong>, Deiveson Figueire<strong>do</strong> foi<br />

para o UFC, em 2017. Em sua estreia <strong>no</strong> UFC<br />

212, o peso-mosca fez a primeira luta, <strong>do</strong> card<br />

preliminar, contra Marco Beltrán.<br />

E mostran<strong>do</strong> seu jogo duro e para frente, venceu<br />

por <strong>no</strong>caute. Depois, veio uma sequência<br />

de 3 vitórias (2 por <strong>no</strong>caute e 1 por decisão<br />

unânime), até que surgiu sua primeira derrota,<br />

por decisão <strong>do</strong>s Juízes.<br />

Nada que abalasse o paranaense que já virou<br />

o jogo e seguiu emplacan<strong>do</strong> vitórias. No total,<br />

foram mais 3 vitórias, até o cinturão <strong>do</strong> peso<br />

mosca.<br />

No UFC 172, Deiveson sobrou e já <strong>no</strong> primeiro<br />

round finalizou, com um belo estrangulamento,<br />

Joseph Benavidez. E assim, encerrou -se o jejum<br />

masculi<strong>no</strong>, <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, que estava há 3 a<strong>no</strong>s<br />

sem um título <strong>no</strong> UFC.


Fotos: Getty Images


Patrícia Lage<br />

Os valores da persistência e disciplina como<br />

pilares para grandes voos<br />

“Nunca pensei chegar ao sexto grau pois isso nunca foi uma meta”<br />

Patricia Lage, uma das faixas preta, de jiu-jitsu, mais graduadas, <strong>no</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

começou na luta muito ce<strong>do</strong>. Ela sonhava em vestir um kimo<strong>no</strong>. Existia na<br />

época (de 1941 a 1979,) uma Portaria Federal, que proíbia mulheres de praticarem<br />

artes marciais, dentre outros esportes considera<strong>do</strong>s não adequa<strong>do</strong>s à<br />

natureza feminina.<br />

Por: Oscar Daniotti<br />

Fotos: Arquivo Pessoal<br />

Em 1981, sua mãe já a levava para assistir os trei<strong>no</strong>s de seu pai (mestre Renato<br />

Lage), já um faixa preta.<br />

Mas foi quan<strong>do</strong> ela conheceu a academia, de<br />

jiu-jitsu, <strong>do</strong> professor Octávio de Almeida, e viu crianças treinan<strong>do</strong>, inclusive<br />

meninas, ela deu o primeiro passo. Mesmo, nessa época, ainda haven<strong>do</strong> muito<br />

preconceito, ela acabou ganhan<strong>do</strong>, <strong>no</strong> dia seguinte, seu sonha<strong>do</strong> kimo<strong>no</strong>,<br />

de presente, e iniciou <strong>no</strong> esporte.<br />

Patricia viveu o momento <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> jiu-jitsu, em São Paulo. Em<br />

sua entrevista , você vai descobrir como foi o seu caminho até chegar <strong>no</strong><br />

sexto grau.


RFPD: Você viveu os a<strong>no</strong>s em que mulher<br />

<strong>no</strong> tatame de jiu-jítsu era improvável.<br />

Como foi derrubar essa barreira?<br />

PL: Para mim, foi muito natural treinar Jiu-Jitsu.<br />

res saibam se defender de alguma forma. E além<br />

disso, é um esporte que trabalha muito abdômen,<br />

quadris, o corpo em geral. Também ajuda muito <strong>no</strong><br />

desenvolvimento da saúde e força mental.<br />

Não havia muitas mulheres, mas isso não era<br />

problema. Muitas vezes cheguei a competir com<br />

meni<strong>no</strong>s e saí com a vitória várias vezes.<br />

RFPD: Como é o seu estilo de jiu-jítsu?<br />

PL: Meu estilo é o old school e meu mestre é o<br />

sensei Barbosa.<br />

RFPD: Hoje, você é uma das mulheres<br />

mais graduadas, <strong>no</strong> mun<strong>do</strong>, <strong>do</strong> jiu-jitsu.<br />

Fale um pouco sobre isso.<br />

PL: Chegar ao sexto grau nunca foi uma meta;<br />

aconteceu naturalmente. Na realidade, nunca<br />

almejei os graus. Os meus alu<strong>no</strong>s e companheiros,<br />

de trei<strong>no</strong>, falavam muito da importância desses<br />

graus e eu passei a olhar para isso , de uma forma<br />

RFPD : Jiu-jítsu nas escolas. Qual é a sua<br />

opinião?<br />

PL: Jiu-Jitsu nas escolas, tem prós e contras. Eu<br />

sou a favor, mas tu<strong>do</strong> vai depender de quem vai<br />

ministrar essas aulas; qual a meto<strong>do</strong>logia de ensi<strong>no</strong>.<br />

Tem muita coisa a ser considerada, uma vez<br />

que estamos falan<strong>do</strong> de crianças.<br />

diferente.<br />

RFPD: Muitas meninas fazem a arte suave<br />

pelo mun<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> você começou,<br />

chegou a pensar nisso?<br />

PL: Nunca pensei que tantas meninas pudessem<br />

treinar a arte suave pelo mun<strong>do</strong>. Fico, imensamente,<br />

feliz de ver que hoje temos muitas mulheres<br />

treinan<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> vou aos grandes eventos, e<br />

vejo que, praticamente, em todas as categorias<br />

RFPD : Chegar ao sexto grau de jiu-jítsu,<br />

treinan<strong>do</strong> e viven<strong>do</strong> o Life style, é um<br />

grande prêmio. Fale sobre isso.<br />

PL: Nunca pensei chegar ao sexto grau. Nosso<br />

estilo de vida <strong>no</strong>s faz querer ter um corpo e mente<br />

saudáveis, então acredito que isso <strong>no</strong>s rejuvenesça<br />

. E seguir treinan<strong>do</strong> é uma consequência de se<br />

fazer algo que amo e que tanto me faz bem, física<br />

e mentalmente.<br />

têm representantes, fico muito orgulhosa de saber<br />

que um dia, lá atrás, pude contribuir para que<br />

todas elas estivessem, hoje, nesse lugar.<br />

RFPD : Deixe um reca<strong>do</strong> para os leitores<br />

da Revista Faixa Preta Digital .<br />

RFPD: Como professora, qual sua dica<br />

para mulheres que querem lutar jiu-jítsu?<br />

PL: Como professora, super indico o Jiu-Jitsu.<br />

PL: Meu reca<strong>do</strong> para os leitores que treinam: continuem;<br />

persistam. Tenham constância e paciência.<br />

E para os que não treinam: experimentem, não<br />

vão se arrepender!<br />

Principalmente como ferramenta de auto defesa.<br />

É imprescindível, <strong>no</strong>s dias de hoje, que as mulhe-


;<br />

O Jiu-Jitsu <strong>no</strong> Leste Europeu<br />

Por: Oscar Daniotti<br />

Fotos: Arquivo pessoal<br />

Andrew Maslow tem grande<br />

apreço pela diversidade<br />

brasileira e vê a arte suave<br />

como um componente i<strong>no</strong>va<strong>do</strong>r<br />

nas artes marciais<br />

O jiu-jitsu vem conquistan<strong>do</strong> a Europa<br />

há muitos a<strong>no</strong>s. O crescimento, <strong>do</strong> esporte,<br />

tem si<strong>do</strong> significativo em relação à<br />

quantidade de academias; competições<br />

e, principalmente, pessoas que buscam<br />

o Lifestyle <strong>do</strong> jiu-jitsu.<br />

Pensar <strong>no</strong> Leste Europeu pratican<strong>do</strong> jiu-<br />

-jitsu é algo que, para um brasileiro, seria<br />

algo difícil, mas não tem si<strong>do</strong> bem assim:<br />

a arte suave está <strong>no</strong> mun<strong>do</strong> inteiro.<br />

Por isso, fomos buscar essa história com<br />

o professor e luta<strong>do</strong>r, da Gracie Barra<br />

Brasa, na cidade de Riga, na Letônia,<br />

Andrew Maslow.


RFPD: Como começou a história da<br />

Gracie Barra na Letônia?<br />

Andrew Maslow: A história da Gracie Barra Brasa<br />

começou há 8 a<strong>no</strong>s, quan<strong>do</strong> treinávamos <strong>MMA</strong>,<br />

Pancration, Sambo e KUDO.<br />

Tivemos bons resulta<strong>do</strong>s, em diferentes torneios,<br />

como <strong>no</strong>s campeonatos europeus; mundiais, entre<br />

outros.<br />

Aos poucos, começamos a aprender mais sobre a<br />

técnica de wresling, porque o Jiu-Jitsu complementa<br />

as disciplinas mencionadas e queríamos aprender<br />

algo <strong>no</strong>vo.<br />

RFPD: Qual é a sua experiência <strong>no</strong><br />

BJJ?<br />

AM: Minha experiência, <strong>no</strong> Jiu-Jitsu, começou <strong>no</strong><br />

Lon<strong>do</strong>n Open da IBJJF , quan<strong>do</strong> consegui o primeiro<br />

lugar na faixa branca.<br />

Aqui, sou alu<strong>no</strong> <strong>do</strong> professor Aleksejs Kalins e professor<br />

(faixa-marrom de Jiu-Jitsu, da Gracie Barra).<br />

Minha experiência tem si<strong>do</strong> muito bem sucedida.<br />

Sempre participei de diferentes torneios (o maior<br />

deles foi a Copa Master de Las Vegas); ganhei medalhas<br />

(nas faixa azul e roxa) e sigo dan<strong>do</strong> aulas.<br />

RFPD: Muitas pessoas fazem jiu-jitsu<br />

na sua academia?<br />

AM: Atualmente, temos cerca de uma centena de<br />

praticantes: crianças, meninas e competi<strong>do</strong>res. Estamos<br />

desenvolven<strong>do</strong> o Jiu-Jitsu em diferentes cidades<br />

e <strong>no</strong>sso clube principal fica em Riga. Mostramos<br />

às pessoas como é bom deixar o jiu-jitsu fazer<br />

parte da sua vida.<br />

RFPD: Os alu<strong>no</strong>s gostam de competir?<br />

AM: Sim, <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s são ativos. Estamos sempre<br />

engaja<strong>do</strong>s em diferentes torneios e campeonatos.<br />

To<strong>do</strong> a<strong>no</strong>, participamos <strong>do</strong> campeonato europeu<br />

da IBJJF, bem como os abertos de Roma e Barcelona.<br />

Nossos alu<strong>no</strong>s, graças a Deus, são bem-sucedi<strong>do</strong>s<br />

e estão conquistan<strong>do</strong> os melhores lugares,<br />

nas divisões de faixa branca e coloridas, master e<br />

adulto.<br />

RFPD: O que você pensa sobre a cultura<br />

brasileira?<br />

AM: O que mais gosto na cultura brasileira é a multinacionalidade;<br />

o multiculturalismo. A cultura brasileira<br />

è incomum; especial. Também gosto <strong>do</strong> carnaval.<br />

E é claro que o jiu-jitsu faz parte da cultura<br />

brasileira.


foto: Oscar Daniotti<br />

Algumas lutas entram para a história.<br />

Wanderlei Silva vs Vitor Belfort<br />

2003 Jornal Faixa Preta e Wanderlei Silva


O carisma e a<br />

empatia como<br />

elementos<br />

fundamentais para<br />

a confiança e o<br />

gosto pelo<br />

esporte<br />

A Cultura <strong>do</strong> Jiu-Jitsu <strong>Brasil</strong>eiro<br />

Por Ricar<strong>do</strong> Libório


Cultura é definida como um padrão de comportamento<br />

de uma determinada sociedade. Ideias; hábitos;<br />

arte; costumes; língua; tradições; culinária;<br />

música e muitas outras manifestações daquela comunidade.<br />

No Jiu Jitsu não é diferente. Na verdade, essa cultura,<br />

<strong>do</strong> Jiu Jitsu, é, na minha opinião, o fator responsável<br />

pelo esporte ter conquista<strong>do</strong> tanta gente<br />

e fazer parte <strong>do</strong> cenário da indústria de artes marciais<br />

globais.<br />

O esporte cresceu pela sua eficiência, demonstrada,<br />

principalmente, pelos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s ícones <strong>do</strong><br />

esporte pelo mun<strong>do</strong>… Mas crescer não significa se<br />

manter e essa manutenção está relacionada ao calor<br />

da cultura brasileira.<br />

Jitsu, ainda, constitui uma parcela pequena, <strong>no</strong> cenário<br />

econômico, fican<strong>do</strong> atrás <strong>do</strong> <strong>MMA</strong>, karatê,<br />

taekwon<strong>do</strong> e Judô. Ele, na verdade, constitui, apenas,<br />

cerca de 9% <strong>do</strong> total de academias abertas<br />

<strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s em 2019.<br />

Isso não significa que o Jiu Jitsu não esteja presente,<br />

de alguma forma, nas academias de outras artes<br />

marciais. O que acontece é que, ainda, temos muito<br />

espaço para crescer.<br />

Basta sabermos que direção tomar e preparar as<br />

gerações futuras para o desafio <strong>do</strong> esporte como<br />

empreendimento de sucesso e ferramenta educacional.<br />

O que faz uma academia bem sucedida é um pa<strong>no</strong><br />

de retalhos que na soma final, dá forma ao sucesso<br />

de qualquer negócio. Marketing; vendas; desenvolvimento<br />

<strong>do</strong>s instrutores; da qualidade das aulas fazem<br />

os alu<strong>no</strong>s gostarem <strong>do</strong> esporte.<br />

Sabemos que o Jiu Jitsu, como produto, é excepcional<br />

e que existe uma singularidade nesse esporte,<br />

que pode ser defini<strong>do</strong> como uma maneira única de<br />

tratar as pessoas.<br />

Jiu Jitsu é, por si só, uma terapia holística que cuida<br />

<strong>do</strong> físico, mental e espiritual. A espiritualidade<br />

tem a ver com uma conectividade com algo superior,<br />

maior que si mesmo. Pessoas se conectam<br />

com outras e se conectam com a natureza.<br />

A espiritualidade não, necessariamente, tem a ver<br />

com religiosidade e sim com um esta<strong>do</strong> de espírito<br />

que o Jiu Jitsu aflora.<br />

Nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, estu<strong>do</strong>s indicam que o Jiu<br />

O BJJ está para o <strong>Brasil</strong> como o judô para o Japão,<br />

taekwon<strong>do</strong> para a Korea e Muay Thai para a Tailândia.<br />

Essa imersão, na cultura brasileira, se deve<br />

principalmente à influência das relações interpessoais<br />

<strong>do</strong> brasileiro, que leva, ao mun<strong>do</strong>, calor huma<strong>no</strong><br />

e o real interesse <strong>no</strong> bem-estar, <strong>do</strong> indivíduo,<br />

que é genuí<strong>no</strong> da <strong>no</strong>ssa cultura.<br />

Muitos de nós viram o impacto <strong>do</strong> esporte na vida<br />

<strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s e acredito não ser surpresa em ver os<br />

estrangeiros falan<strong>do</strong> português, comen<strong>do</strong> churrasco,<br />

toman<strong>do</strong> um açai e viajan<strong>do</strong> para as terras<br />

brasucas, pelo me<strong>no</strong>s uma vez na vida. Muitos até<br />

firmam residência <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

Esse impacto é e<strong>no</strong>rme e beneficia ato<strong>do</strong>s nós, brasileiros.<br />

Fica aí o “muito obriga<strong>do</strong>” , a to<strong>do</strong>s os pais <strong>do</strong> esporte,<br />

e a to<strong>do</strong>s os ícones que defenderam e continuam<br />

defenden<strong>do</strong> a cultura brasileira <strong>do</strong> Jiu Jitsu.


Gestão de carreira; olhar<br />

clínico; maturidade;<br />

experiência e sensibilidade<br />

são ingredientes de um<br />

treina<strong>do</strong>r de excelência.<br />

Os CINCO erros que um treina<strong>do</strong>r<br />

não pode cometer<br />

Por artur Maria<strong>no</strong>


Hoje, vou falar sobre os cinco erros que um treina<strong>do</strong>r<br />

não pode cometer, de forma alguma, se ele<br />

pensa em se tornar um treina<strong>do</strong>r de elite.<br />

O quarto é o rest time ( trei<strong>no</strong> de descanso). Quan<strong>do</strong><br />

um atleta descansa, ele está treinan<strong>do</strong>. O treina<strong>do</strong>r<br />

deve entender quan<strong>do</strong> dar descanso para o atleta.<br />

O primeiro é a arte de se relacionar com atletas.<br />

O treina<strong>do</strong>r deve ter um relacionamento individualiza<strong>do</strong><br />

com cada atleta. Isso faz toda diferença, em<br />

Seja <strong>no</strong> intervalo de um trei<strong>no</strong> para outro; na própria<br />

sessão <strong>do</strong> trei<strong>no</strong>, durante a semana e durante<br />

um ciclo. Se o treina<strong>do</strong>r entender a importância <strong>do</strong><br />

rest time, ele leva o atleta para outro patamar.<br />

relação à confiança <strong>do</strong> atleta com o treina<strong>do</strong>r, de<br />

forma que quan<strong>do</strong> essa sintonia acontece, o treina<strong>do</strong>r<br />

consegue elevar a chama <strong>do</strong> atleta.<br />

O quinto fator é cuidar da carreira de um atleta.<br />

Pode parecer algo sem muita importância, mas o<br />

O segun<strong>do</strong> é entender de treinamento de base,<br />

fazen<strong>do</strong> uma analogia com uma construção de um<br />

treina<strong>do</strong>r que não se preocupa com isso pode acabar<br />

viran<strong>do</strong> uma máquina de acabar com a carreira<br />

de atletas.<br />

prédio: se a base for bem feita, é possível levantar<br />

um prédio de 20, 40, 60 ou mais de 100 andares.<br />

Mas se a base não for sólida e preparada, para altos<br />

voos, um prédio de 3 andares desaba.<br />

No viés de combate, o treina<strong>do</strong>r deve saber a hora<br />

de colocar o atleta <strong>no</strong> estaleiro (parar os combates)<br />

e a hora certa de voltar. Entender quan<strong>do</strong> uma luta<br />

não é boa, num determina<strong>do</strong> momento. Quantos<br />

atletas talentosos não chegaram lá por falhas de<br />

Quantas <strong>no</strong>tícias já escutamos que um peque<strong>no</strong><br />

gestão?<br />

prédio desabou? Isso é exatamente o que acontece,<br />

<strong>no</strong> combate, caso o treina<strong>do</strong>r não tenha entendimento<br />

de treinamento-base (tanto <strong>no</strong> viés técnico,<br />

físico ou mental). Esse treina<strong>do</strong>r estará fada<strong>do</strong><br />

Esses são os cinco erros que um treina<strong>do</strong>r não<br />

pode cometer. Caso cometa apenas um desses, em<br />

algum momento, a casa vai desabar.<br />

ao insucesso.<br />

Se você quiser saber mais, sobre o assunto, me<br />

siga <strong>no</strong> meu Instagram @arturmaria<strong>no</strong> e me envie<br />

um direct.<br />

O terceiro é a estratégia. O treina<strong>do</strong>r deve entender<br />

muito bem dessa ferramenta, pois dentro desta<br />

linha existem alguns viéis que fazem toda diferença.<br />

Nos vemos em breve.<br />

São estratégias de trei<strong>no</strong>, estratégias mentais, estratégias<br />

de combate... Treina<strong>do</strong>r que entende de<br />

estratégia, sai na frente de to<strong>do</strong>s.


Introdução ao Gerenciamento Progressivo de<br />

Comportamento Inconveniente GPCI<br />

Por Sylvio Behring


Sentimentos feri<strong>do</strong>s são capazes de gerar varia<strong>do</strong>s<br />

tipos de comportamentos inconvenientes. Assim, se<br />

o seu Equilíbrio Emocional e a sua Qualidade Comportamental<br />

andam, de alguma forma, deixan<strong>do</strong><br />

sim <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, positivos e negativos, que obtivemos<br />

nas <strong>no</strong>ssas caminhadas, além das conquistas<br />

e fracassos que observamos na vida de dezenas<br />

de milhares de alu<strong>no</strong>s.<br />

você constrangi<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> às suas próprias atitudes<br />

impulsivas, às vezes agressivas e violentas, outras<br />

vezes perigosas e até mesmo infantis, talvez esteja<br />

na hora de você refletir sobre os méto<strong>do</strong>s de GPCI -<br />

Gerenciamento Progressivo de Comportamento<br />

Inconveniente.<br />

Sinceramente, acreditamos que, aplican<strong>do</strong> esses<br />

princípios, você transformará, de verdade, a sua<br />

vida. Começan<strong>do</strong> com melhora da condição física<br />

e, consequentemente, sua autoestima; aumentan<strong>do</strong><br />

o seu poder de convencimento e persuasão, através<br />

GPCI é um conjunto de técnicas de verbalização<br />

e comunicação, não verbal, aliadas à estratégias<br />

de segurança e defesa pessoal, que consolidam a<br />

de uma verbalização técnica, recheada de autoridade,<br />

que vai melhorar o seu padrão comportamental.<br />

Esperamos que você não use este livro para preencher<br />

os espaços vazios da sua estante.<br />

competência <strong>do</strong> relacionamento huma<strong>no</strong>, de forma<br />

eficiente e eficaz, mesmo em condições antagônicas;<br />

desfavoráveis e adversas.<br />

Durante a leitura, use e abuse da empatia.<br />

Leia com calma, observan<strong>do</strong> e avalian<strong>do</strong> a construção<br />

de cada frase.<br />

Assim, abrange desde a identificação de possíveis<br />

conflitos, problemas, crises e escândalos, com suas<br />

respectivas análises e avaliações de riscos e consequentes<br />

medidas e atitudes preventivas, até a<br />

formulação e construção de frases técnicas para o<br />

gerenciamento de comportamentos inconvenientes.<br />

Sugiro ler e reler. Reflita sobre os conceitos; treine<br />

as técnicas e, depois, aplique-as. Transforme toda<br />

essa teoria em ação. Seja o protagonista das diversas<br />

situações e tenha a sua própria experiência,<br />

com to<strong>do</strong>s esses conceitos.<br />

Perceba que há o envolvimento de renúncias, escolhas<br />

e fatores emocionais pois, você aprende que é<br />

obriga<strong>do</strong> a fazer o que é certo e não aquilo que você<br />

Essa vai em homenagem ao pai <strong>do</strong> Dia <strong>do</strong> Papai,<br />

meu avô, Sylvio Behring. Pesquisem!<br />

gostaria de fazer.<br />

To<strong>do</strong>s os pensamentos, ideias, pontos de vista e<br />

Daremos continuidade em <strong>no</strong>ssa coluna! Acompanhe<br />

e saiba mais sobre essa especialização!<br />

opiniões, que apresentamos neste livro, são simples,<br />

comuns e <strong>do</strong> conhecimento de to<strong>do</strong>s.<br />

Não se trata da descoberta de nenhum segre<strong>do</strong> e<br />

Abração<br />

Sylvio Behring


“FALANDO DE <strong>MMA</strong>”<br />

Por Carlão Barreto


Fala galera, boa de luta, ligada<br />

na Revista Faixa Preta Digital!<br />

Hoje, inicio minha coluna por aqui - “Falan<strong>do</strong><br />

de <strong>MMA</strong>”. Esse espaço está aberto para to<strong>do</strong>s<br />

apaixona<strong>do</strong>s por <strong>MMA</strong>, como eu. Quero compartilhar<br />

minhas opiniões e análises sobre tu<strong>do</strong> que<br />

cerca esse esporte. Conto com vocês, me envian<strong>do</strong><br />

sugestões de pauta, informações sobre<br />

atletas e eventos mundão afora.<br />

Vamos juntos, falar de <strong>MMA</strong>!<br />

Apesar <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong> <strong>MMA</strong> <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s,<br />

muitas pessoas ainda confundem o esporte <strong>MMA</strong><br />

com o UFC. Digo isso, porque vejo muitas críticas<br />

ao <strong>MMA</strong>: gente dizen<strong>do</strong> que o <strong>MMA</strong> está sem graça;<br />

que as lutas boas eram na época <strong>do</strong> Pride, enfim,<br />

muitas dessas críticas, julgo infundadas. Na<br />

maioria das vezes, os autores, dessas críticas, só<br />

assistem o UFC.<br />

primeiro lugar) por lá apresentadas. O UFC, sem<br />

dúvidas, é o grande responsável pela maior popularização<br />

<strong>do</strong> <strong>MMA</strong>, isso não se discute! Porém, temos<br />

bons eventos, além <strong>do</strong> UFC. Eventos esses bem interessantes.<br />

O Bellator, KSW e One FC são alguns<br />

desses eventos, que além de atrair bom público,<br />

têm boas disputas.<br />

Aqui <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, temos alguns eventos sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s<br />

com certa regularidade, Shooto; SFT, jungle FC<br />

e TAURA <strong>MMA</strong> são bons exemplos. Eventos, estes,<br />

que fazem a re<strong>no</strong>vação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> nacional, abrin<strong>do</strong><br />

portas para que <strong>no</strong>vos talentos possam surgir.<br />

E aí que está a questão: as pessoas (maioria) não<br />

consomem esses eventos, pois seus olhos só tem<br />

o UFC à vista. Opiniões são forjadas e verdades<br />

se tornam absolutas, somente por um único olhar.<br />

Não!! O <strong>MMA</strong> não é somente aquilo que acontece<br />

<strong>no</strong> octógo<strong>no</strong>. Existem outros cages que fazem esse<br />

esporte acontecer.<br />

Julgar to<strong>do</strong> o movimento que cerca esse esporte,<br />

aí digo, eventos de me<strong>no</strong>r porte, mas que fazem a<br />

roda girar; academias que abrem suas portas para<br />

nutrirem o merca<strong>do</strong> com <strong>no</strong>vos aspirantes ao cinturão;<br />

dezenas de blogs e sites que se dedicam a<br />

<strong>no</strong>ticiar as lutas travadas, <strong>no</strong>s cages mun<strong>do</strong> afora,<br />

e os bons shows que são realiza<strong>do</strong>s por outras franquias.<br />

Não podemos medir a temperatura <strong>do</strong> esporte,<br />

se está mais fria ou quente, somente pelo que<br />

acontece <strong>no</strong> UFC. Não acho justo! Sim, lógico que<br />

o UFC é o maior player, <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, e isso o coloca<br />

em uma posição de destaque.<br />

Seja pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> sucesso empresarial, da empreitada,<br />

seja pelas polêmicas <strong>do</strong> seu CEO, ou ainda,<br />

pela qualidade indiscutível de boa parte <strong>do</strong> seu<br />

plantel, de atletas, ou pelas lutas (deveria vir em<br />

Por aqui, a crítica é que não temos cinturões o suficiente,<br />

que outrora já tivemos 5 e que agora as coisas<br />

não andam bem. Outra crítica que também me<br />

incomoda, pois esse esporte está cada vez mais internacional.<br />

Cada dia mais atletas, ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> planeta,<br />

treinam e competem em grande nível, fazen<strong>do</strong><br />

com que o merca<strong>do</strong>, de lutas profissionais, se torne<br />

ainda mais competitivo.<br />

Se <strong>no</strong> passa<strong>do</strong> houve uma hegemonia tupiniquim,<br />

hoje as coisas se mostram mais igualitárias, o que<br />

é extremamente salutar para o esporte. Outro dia,<br />

em uma resenha com amigos, levantamos a ”teoria”<br />

que, nós brasileiros, não temos a predileção por<br />

um esporte em especial, que até mesmo <strong>no</strong> futebol<br />

,que por aqui é uma “religião”, as pessoas gostam


de seus times, mas não <strong>do</strong> esporte em si. Será verdade?<br />

Podemos discutir o assunto. As opiniões variam<br />

e essa “teoria” acaba ten<strong>do</strong> um fun<strong>do</strong> de razão.<br />

Olhem só: modalidades onde o <strong>Brasil</strong> tem chances<br />

de ser o melhor; onde somos campeões, a população<br />

logo tem interesse e a mídia explora isso, colocan<strong>do</strong><br />

esses atletas e suas modalidades esportivas<br />

sob os holofotes. O pior é que é verdade. Lembra<br />

quan<strong>do</strong> o Guga era o rei <strong>do</strong> saibro; um <strong>do</strong>s grandes<br />

<strong>no</strong>mes <strong>do</strong> tênis mundial?<br />

O Tênis estava em todas as TVs, seja em programas<br />

esportivos, seja <strong>no</strong>s comerciais. Aonde se<br />

passava, haviam crianças com uma raquete na<br />

mão, quadras públicas em to<strong>do</strong> canto. Só que não<br />

houve re<strong>no</strong>vação, não foram cria<strong>do</strong>s <strong>no</strong>vos í<strong>do</strong>los e<br />

o tênis, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, não decolou, continuou sen<strong>do</strong> um<br />

esporte pratica<strong>do</strong> por uma elite.<br />

E a Formula 1, depois <strong>do</strong> Senna? O próprio Volley,<br />

esporte onde <strong>Brasil</strong> obteve tantas medalhas, apesar<br />

de estar na TV, não o vejo tão badala<strong>do</strong>, como<br />

outrora. Olhar para o <strong>MMA</strong> e julgá-lo por não termos<br />

tantos cinturões, <strong>no</strong> UFC, como <strong>no</strong> passa<strong>do</strong>,<br />

é <strong>no</strong> mínimo ter preguiça em pesquisar o ranking<br />

<strong>do</strong> evento, onde temos brasileiros bem ranquea<strong>do</strong>s,<br />

em todas as divisões. A única divisão em que não<br />

temos um atleta brasileiro, entre os top 10, é na divisão<br />

<strong>do</strong>s penas. Essa informação já seria relevante<br />

para afirmar que o <strong>Brasil</strong> está bem na fita. Óbvio,<br />

que desejar que tenhamos mais cinturões é lícito!<br />

Ainda podemos fechar o a<strong>no</strong> com mais duas cintas<br />

(Gilbert Durinho, <strong>no</strong>s meio médios, e Paulo Borrachinha,<br />

<strong>no</strong>s médios). Então, sugiro, que os críticos<br />

de plantão, devam pensar duas vezes, antes de decretar<br />

que o <strong>MMA</strong> brasileiro vive uma crise. Posso<br />

ainda falar sobre outros eventos, como Bellator e<br />

One FC .Temos brasileiros <strong>do</strong><strong>no</strong>s de cinturão. No<br />

Bellator, por exemplo, o potiguar Patricio Pitbull ostenta<br />

<strong>do</strong>is cinturões simultâneos. Afirmo que existe<br />

vida além <strong>do</strong> UFC. Precisamos ampliar <strong>no</strong>ssa visão.<br />

E quanto ao <strong>MMA</strong>, este esporte continua crescen<strong>do</strong>.<br />

Hoje temos a I<strong>MMA</strong>F fazen<strong>do</strong> um ótimo trabalho<br />

com o <strong>MMA</strong> Ama<strong>do</strong>r, com regras mais protetoras;<br />

<strong>do</strong>ping.... Lembrem-se que somos um esporte<br />

jovem, ainda em fase de crescimento.<br />

EM TEMPO:<br />

. Vamos ficar na torcida para que o supercampeão<br />

de Jiu-Jitsu, Marcus Buchecha possa fazer uma boa<br />

adaptação ao <strong>MMA</strong> e que sua estreia <strong>no</strong> ONE FC ,<br />

em 2021, seja o início de uma carreira vitoriosa.<br />

. Que o imbróglio, entre o campeão <strong>do</strong>s meio pesa<strong>do</strong>s<br />

Jon Jones e Dana White, se resolva com brevidade.<br />

Afinal, nessa queda de braço, ambos sairiam<br />

derrota<strong>do</strong>s.<br />

. Vamos ficar de olho <strong>no</strong> evento TAURA <strong>MMA</strong>, que<br />

após um bom a<strong>no</strong> de crescimento, resolveu alçar<br />

voos mais altos, realizan<strong>do</strong> eventos, <strong>no</strong>s EUA<br />

(Atlantic City) , e contratan<strong>do</strong> vários brasileiros com<br />

passagem pelo UFC, inclusive o ex campeão <strong>do</strong>s<br />

galos, Renan Barão. Estamos liga<strong>do</strong>s!<br />

Devemos levar em conta que só <strong>no</strong> femini<strong>no</strong> temos<br />

<strong>do</strong>is cinturões, de posse da brasileira Amanda Nunes.<br />

Já <strong>no</strong> masculi<strong>no</strong>, Deiveson Figueire<strong>do</strong> é o <strong>do</strong><strong>no</strong><br />

da divisão <strong>do</strong>s moscas , fato que <strong>no</strong>s coloca como o<br />

país que detém mais cinturões na prateleira.<br />

Boas lutas, grandes batalhas e muitos<br />

triunfos para to<strong>do</strong>s!


Em uma graduação,<br />

existem coisas além<br />

<strong>do</strong> que <strong>no</strong>ssos olhos<br />

podem ver<br />

Véu da Cachoeira<br />

por Carlos Henrique


Um dia, o Mestre estava pronto para graduar seu<br />

alu<strong>no</strong> à faixa preta. Graduação, que tanto o alu<strong>no</strong><br />

como o Mestre, aguardavam por mais de 10 a<strong>no</strong>s.<br />

O Mestre, então, amarrou a sua faixa e deu um<br />

grande abraço em seu alu<strong>no</strong> e se virou, para ir<br />

embora, quan<strong>do</strong> sem entender o alu<strong>no</strong> perguntou,<br />

estarreci<strong>do</strong>, o porquê de tu<strong>do</strong> aquilo. E calmamente<br />

o Mestre respondeu: -Eu te ensinei tu<strong>do</strong>, mas<br />

daqui para frente, só você saberá onde vai colocar<br />

seus pés, sem se machucar, e saberá quem é teu<br />

Mestre de verdade. Por onde você passar, levará<br />

Quan<strong>do</strong> o alu<strong>no</strong> estava 99% pronto, os <strong>do</strong>is se<br />

encontraram, em frente ao véu de uma grande<br />

cachoeira, e o Mestre se dirigiu ao alu<strong>no</strong> e disse:<br />

os meus ensinamentos. Porém, posso não estar,<br />

ao seu la<strong>do</strong>, <strong>no</strong> momento de uma decisão importante<br />

que tenha que tomar, mas tenho certeza de<br />

que te preparei para que possa decidir onde pisar<br />

- Eu vou subir a cachoeira e, depois, você sobe e<br />

<strong>no</strong>s encontramos lá em cima.<br />

e o que decidir, da forma mais correta.<br />

Então o Mestre se virou e partiu.<br />

Por um momento, o alu<strong>no</strong> achou a tarefa muito<br />

simples, porém o Mestre subiu, a cachoeira, por<br />

trás <strong>do</strong> véu de água, quase transparente.<br />

Moral da história: mesmo distante, o alu<strong>no</strong>, até o<br />

último dia de sua vida, reconhece, acima de tu<strong>do</strong>,<br />

a importância <strong>do</strong> seu Verdadeiro Mestre e de tu<strong>do</strong><br />

Todavia, o alu<strong>no</strong> só conseguiu visualizar a silueta<br />

o que aprendeu ao longo de sua vida.<br />

<strong>do</strong> Mestre, por trás <strong>do</strong> imenso véu de água mas<br />

não sabia onde o Mestre estava pisan<strong>do</strong> e como<br />

ele chegou ileso e tão rápi<strong>do</strong>, ao topo. Então, o<br />

alu<strong>no</strong> começou a subir e, depois de três horas,<br />

Professores podemos ter vários, mas<br />

Mestre só temos um!!!!<br />

Osssss<br />

chegou ao topo completamente cansa<strong>do</strong> e muito<br />

machuca<strong>do</strong>.


Por: Mariah Carvalho<br />

Fotos: MaggIe Left<br />

Tarik<br />

Hopstock<br />

O cria<strong>do</strong>r da posição que<br />

leva seu <strong>no</strong>me: a tarikoplata<br />

.<br />

Após aplicar várias vezes<br />

o mesmo golpe, em diversos<br />

campeonatos, a posição<br />

se consagrou como<br />

um aprimoramento na<br />

tentativa de pegar o<br />

braço <strong>do</strong> adversário


Se você é amante da arte suave, certamente,<br />

já ouviu falar de Tarik Hopstock. O <strong>no</strong>rueguês,<br />

de 24 a<strong>no</strong>s, nasci<strong>do</strong> em Oslo e atleta da Frontline<br />

Academy. Ele começou como um jovem<br />

promissor e tor<strong>no</strong>u-se um <strong>do</strong>s grandes <strong>no</strong>mes<br />

da atualidade.<br />

Tarik começou a treinar, em 2011, aos 15 a<strong>no</strong>s.<br />

Aos 21, já era faixa marrom e colecionava títulos<br />

expressivos em sua categoria.<br />

Em 2015, foram 11 ouros, em campeonatos<br />

disputadíssimos, como o Lon<strong>do</strong>n Fall NoGi,<br />

Lon<strong>do</strong>n Fall, Gothenburg NoGi, Gothenburg,<br />

European Nogi e European.<br />

Mas o jovem <strong>no</strong>rueguês não parou <strong>no</strong>s títulos.<br />

Ele criou sua própria finalização: a temida Tarikoplata.<br />

A ideia da finalização surgiu das tentativas de<br />

aplicar uma Kimura, em seus colegas de Trei<strong>no</strong>.<br />

“Muitas vezes eu tentava pegar o braço ou,<br />

simplesmente, voltar para o estrangulamento<br />

Darce. Meu pensamento era de que deveria<br />

haver alguma maneira de aprimorar e avançar<br />

com os ataques ao braço”.<br />

Hoje, a finalização é estudada por praticamente<br />

to<strong>do</strong>s os amantes da arte e vem sen<strong>do</strong> utilizada<br />

por grandes <strong>no</strong>mes <strong>do</strong> Jiu-jitsu.<br />

Quem conversa com Tarik, por poucos minutos,<br />

já consegue ver a simpatia e a alegria que ele<br />

carrega: sempre brincalhão, respeitoso e muito<br />

disciplina<strong>do</strong>.<br />

Tarik foi conquistan<strong>do</strong> não apenas espaço <strong>no</strong>s<br />

pódios, mas também na comunidade <strong>do</strong> Jiu-jitsu.<br />

Mas não se engane com o jeito brincalhão.<br />

Quan<strong>do</strong> ele vai para o combate, o viking entra<br />

com tu<strong>do</strong>!<br />

Atualmente, moran<strong>do</strong>, estudan<strong>do</strong> e trabalhan<strong>do</strong><br />

em Bergen, tivemos o prazer de fazer um<br />

bate-bola com essa fera.


Revista Faixa Preta Digital: Antes de tu<strong>do</strong>, gostaria<br />

de agradecer essa oportunidade de termos<br />

esse bate-papo. E te deixan<strong>do</strong> livre para falar um<br />

pouco de quem é Tarik Hopstock.<br />

Tarik Hopstock: Ei! O prazer é meu! Meu <strong>no</strong>me é<br />

Tarik Hopstock, tenho 24 a<strong>no</strong>s e sou faixa marrom<br />

<strong>do</strong> Eduar<strong>do</strong> Rios. Inicialmente, comecei a treinar<br />

na sede da Frontline Academy em Oslo em 2011,<br />

mas atualmente estou estudan<strong>do</strong> e treinan<strong>do</strong> em<br />

Bergen com meu professor André Porto de Carvalho.<br />

RFPD: Antes de começar <strong>no</strong> Jiu-jitsu, você treinava<br />

Judô. Como foi essa transição?<br />

TH: Treinei pouco o judô, por um a<strong>no</strong> mais ou me<strong>no</strong>s.<br />

E fazer a transição para o Jiu-Jítsu foi muito<br />

natural, já que eu já gostava da luta <strong>no</strong> chão.<br />

ram parte da sua vida. Como é a sua preparação<br />

física e mental?<br />

TH: Fisicamente, sempre tento evitar lesões fazen<strong>do</strong><br />

um trabalho de pré-reabilitação, treinar meu<br />

condicionamento físico e trei<strong>no</strong>s de força pura para<br />

ficar mais forte. Graças ao Go-rillaz, eles tornaram<br />

isso muito mais simples de entender e implementar<br />

na minha rotina de treinamento.<br />

Mentalmente, acredito que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> é único<br />

quan<strong>do</strong> se trata de competição. Para se preparar,<br />

existem algumas ferramentas ou abordagens para<br />

você começar. A parte importante é reconhecer<br />

seus sentimentos <strong>no</strong> cenário da competição e<br />

aprender a lidar com isso para que você possa dar<br />

o melhor de si. Go-rillaz também tem um curso de<br />

preparação mental, que estou fazen<strong>do</strong>.<br />

RFPD: O que te deixou tão envolvi<strong>do</strong> pelo Jiu-<br />

-Jítsu, que fez com que você quisesse seguir<br />

treinan<strong>do</strong>?<br />

TH: Ter uma comunidade solidária e bons amigos<br />

para treinar!<br />

RFPD: Como surgiu a vontade de competir?<br />

TH: Eu acho que sempre quis competir para me<br />

testar.<br />

RFPD: Com quantos a<strong>no</strong>s você competiu pela<br />

primeira vez? O que te motivou? O que você<br />

sentiu?<br />

TH: Minha primeira competição de Jiu-jitsu foi<br />

2 meses depois que comecei a treinar em 2011.<br />

Perdi já na minha primeira luta, mas não desanimei.<br />

Me senti motiva<strong>do</strong> para continuar treinan<strong>do</strong> e<br />

aprenden<strong>do</strong> mais.<br />

RFPD: Hoje em dia as competições se torna-<br />

RFPD: Você teve ótimos resulta<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s últimos<br />

a<strong>no</strong>s. Quais foram os mais marcantes?<br />

TH: Eu sempre a<strong>do</strong>ro participar de grandes competições<br />

como o Europeu, Mundial e eventos como<br />

o Polaris. Estes são provavelmente os que mais<br />

significam para mim.<br />

RFPD: Das suas lutas, quais mais te marcaram?<br />

E porque?<br />

TH: Na verdade, não tenho lutas que considero<br />

mais significativas <strong>do</strong> que outras. Todas são importantes<br />

<strong>no</strong> meu processo de aprendiza<strong>do</strong>.<br />

RFPD: Podemos ver você sempre foca<strong>do</strong> ao<br />

pisar <strong>no</strong> tatame. Você faz alguma preparação<br />

mental antes das lutas?<br />

TH: Tento visualizar o desempenho ideal e me<br />

concentro totalmente <strong>no</strong> presente. Além disso, bloqueio<br />

os pensamentos negativos. Eu tenho meus<br />

rituais e playlists para me ajudar a fazer isso.


RFPD: Hoje você têm patrocínios, dá seminários,<br />

tem um curso online sobre a Tarikoplata.<br />

Mas como foi esse começo? Como foram surgin<strong>do</strong><br />

os patrocínios?<br />

TH : Tu<strong>do</strong> começou quan<strong>do</strong> eu obtive alguns resulta<strong>do</strong>s<br />

como faixa azul, <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s meus primeiros<br />

patrocina<strong>do</strong>res foram a Rios Gear e o Voss Chiropractic<br />

Office.<br />

RFPD: Hoje em dia você tem uma finalização,<br />

a Tarikoplata. Muitos começaram a estudar e<br />

tentar desvendar o movimento. Inclusive tem<br />

o seu curso na BJJ Fanatics ensinan<strong>do</strong>. Mas,<br />

afinal, como surgiu o Tarikoplata?<br />

TH: Começou com a maneira que eu tentava<br />

puxar os braços das pessoas na posição superior<br />

da kimura. Isso foi por volta <strong>do</strong> final de 2014, eu<br />

estava tentan<strong>do</strong> achar uma solução para que a<br />

kimura funcionasse com alguns de meus colegas<br />

de equipe. Muitas vezes eu tentava pegar o braço<br />

ou simplesmente voltar para o estrangulamento<br />

Darce.<br />

Meu pensamento era que deveria haver alguma<br />

maneira de aprimorar e avançar com os ataques<br />

ao braço. Depois de algumas tentativas e erros,<br />

acabei passan<strong>do</strong> a perna pelos quadris <strong>do</strong> meu<br />

parceiro, mas essa ainda não era a forma ideal.<br />

Meu parceiro de trei<strong>no</strong> acreditava que a mudança<br />

era arriscada demais. Acabei deixan<strong>do</strong> de la<strong>do</strong> por<br />

um tempo. Mais tarde, comecei a fazer a posição<br />

não mais por cima e sim por baixo e consegui aplicar<br />

com sucesso <strong>no</strong> meu jogo.<br />

Nós nem chamávamos de Tarikoplata até que eu<br />

consegui fazer várias vezes em competições e<br />

surgiu o <strong>no</strong>me.<br />

RFPD: E consideran<strong>do</strong> que as pessoas começaram<br />

a estudar o movimento para tentar impedi-lo.<br />

Você estu<strong>do</strong>u e melhorou a finalização?<br />

Você implementou alguns detalhes secretos<br />

para surpreender?<br />

TH: Sim, as pessoas analisaram e estão mais<br />

conscientes disso. Portanto, da minha parte, é importante<br />

desenvolver e sempre aprimorar um sistema<br />

de ataques, para que eu tenha mais opções,<br />

dependen<strong>do</strong> de como meus oponentes reagirem.<br />

RFPD: Teve sua mudança de Oslo para Bergen.<br />

Por que essa mudança?<br />

TH: Viver com minha namorada, fazer Bacharela<strong>do</strong><br />

em Educação Física e trabalhar na Frontline<br />

Academy Bergen.<br />

RFPD: Atualmente você é um <strong>do</strong>s professores<br />

da Frontline Academy Bergen, estuda e compete.<br />

Como administrar tu<strong>do</strong> isso, sem perder a<br />

performance?<br />

TH: Eu <strong>do</strong>u aula em média de 4 vezes por semana,<br />

o que é fácil de gerenciar. Com o planejamento<br />

é mais fácil organizar meu tempo adequadamente.<br />

RFPD: O Jiu-Jítsu passa por um momento de<br />

pausa, com a pandemia. Como você se mantém<br />

motiva<strong>do</strong> e tem feito para se manter em forma?<br />

TH: Tenho tatames na sala para poder treinar com<br />

minha namorada e faço trabalho de força e condicionamento<br />

três vezes por semana. Estou motiva<strong>do</strong><br />

para ser melhor quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> isso acabar.<br />

RFPD: Passan<strong>do</strong> esse momento delica<strong>do</strong>, o<br />

que você almeja? Tem campeonatos específicos?<br />

TH: Estou ansioso para os europeus 2021, mas<br />

também para treinar <strong>no</strong>rmalmente como antes com<br />

to<strong>do</strong>s os meus amigos.

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