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RCIA - ED. 179 - JUL 2020

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HISTÓRIAS QUE A VIDA CONTA

Dia do Migrante: A chegada de

Jiseli no Assentamento Monte Alegre

É com o cheiro da terra que ela tempera suas horas de

trabalho, plantando, cuidando de um pequeno rebanho de

gado ou produzindo pães e bolos em uma confeitaria de

assentados

A agricultura familiar

trouxe muitas

pessoas para região,

migrantes do Norte e

Nordeste que estavam

atrás de uma vida melhor

ou um pedacinho

de chão.

Uma das guerreiras

é Jiseli Dias de Souza

Santana que chegou

à região com 23 anos

com seu marido Eliéser

Gomes Santana na

época com 31 anos e

se instalaram em Motuca.

Ela conta que saíram de Utinga na

Bahia há 35 anos, na época do plano

Collor, onde seu sogro vendeu a propriedade

rural da família para tentar

uma vida melhor na cidade.

Jiseli diz que quando chegaram,

passaram por três fazendas, sempre

trabalhando com a terra, pois é o que

gosta de fazer, e foram funcionários

por 15 anos. Em 2006 conseguiu uma

área no Assentamento Monte Alegre,

onde até hoje ela e o marido tocam a

propriedade.

Ela criou dentro do seu jeito baiano,

um mundo bem diferente da realidade

vivenciada hoje em dia. É com o

cheiro da terra que ela tempera suas

horas de trabalho, plantando, cuidando

de um pequeno rebanho de gado

ou produzindo pães e bolos em uma

confeitaria de assentados. Com orgulho

carrega no semblante as marcas

da enxada rasgando o chão, fazendo

brotar uma esperança que alimenta

seu jeito humilde de mulher destemida

e vencedora. Já foi agraciada com o

prêmio de mulher agricultora e o selo

DIA MUNICIPAL

DO MIGRANTE

Família reunida para a comemoração dos 38 anos de casados de Jiseli e Elisiér

da agricultura familiar.

Hoje ela trabalha na Padoka e diz

que “Já fiz cursos no Sebrac, conto

com a assistência do Sebrae, pois no

início foi muito difícil e não pensávamos

que seria a explosão que foram

nossos pães e bolos, e continuamos

firmes e fortes aqui”, afirma ela sempre

sorridente.

Relembrando sua chegada há

35 anos ela diz que “trouxemos na

bagagem algumas coisas de casa e

roupas, construímos nossa vida aqui

em Araraquara”, finaliza a Jiseli da Padoka

como é conhecida pelos ciclistas

que frequentam a padaria artesanal

rural, e que tem o bolo de milho mais

conhecido da região.

No dia 18 de junho o casal Jiseli

e Elisiér completou 38 anos de casados

ao lado de seus três filhos, Cristiane,

Luciana e Eliéser Júnior que já

lhe presentearam com quatro netas

e um neto.

A vida nos apresenta vários caminhos,

e tomar o rumo da nossa região

como moradia, só nos faz crer que o

Brasil é um celeiro de muitas gentes

e de vários sabores.

Araraquara passa comemorar

em 19 de junho, o Dia

Municipal do Migrante,

em homenagem aos

cidadãos migrantes

que contribuem para

a riqueza sociocultural

e econômica do município.

Na mesma data

se comemora o Dia do

Migrante no Estado de

São Paulo.

A lei municipal é

de autoria do vereador

José Carlos Porsani,

por indicação da Associação

de Bueno de

Andrada para Cultura

e Turismo Rural – ABA-

Tur.

No Brasil, as maiores correntes

migratórias são originárias das várias

regiões Norte e Nordeste, em razão da

desigualdade social existente nessas

regiões, não só em conseqüência do

clima seco e do solo pouco produtivo

dos sertões, mas também pela

má distribuição de terras e de renda

entre a população. As regiões Sul e

Sudeste do Brasil, bem desenvolvidas

industrialmente, são visadas pelos migrantes,

atraídos pelas perspectivas

de trabalho.

Em Araraquara, a migração se deu

em decorrência da possibilidade de

acesso ao mercado de trabalho formal

e aos direitos trabalhistas como parte

integrante do processo migratório de

interesse. Acolher migrantes, promove

a igualdade entre todos como uma riqueza

e oportunidade de se aprender

com outras culturas do nosso país.

A migração para a área rural, se

deu com a formação dos assentamentos

rurais, Bela Vista do Chibarro, há

31 anos, Horto de Bueno e o Monte

Alegre, na década de 90.

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