RCIA - ED. 179 - JUL 2020
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O FIM CHEGANDO
No domingo, 31 de maio, um dia
antes de ser preso no Rio de Janeiro
por conta da ação movida pelo consórcio
que buscava parte da devolução
do dinheiro que lhe foi destinado
para fabricação dos respiradores, o
empresário Paulo de Tarso disse ao
RCIA - “já estamos com autorização
para produzir, não temos autorização
para a entrega ainda, assim podemos
produzir e deixar no estoque”.
Na troca de mensagens com o
nosso portal ele também assegurava
a chegada de algumas peças,
confecção e adesivamento de caixas,
além da compra de outros componentes
que chegariam entre a quinta e
a sexta-feira através de um vôo que
sairia de Dubai. Otimista contou que
a linha completinha de produção,
100% rodando com 48 funcionários,
mais 20 técnicos de manutenção que
viriam na semana, seguia uma programação.
Até fez um convite para
fotografarmos a mercadoria e a produção
dos aparelhos.
Mas, os planos fracassaram. Detido
pela Polícia Civil no Rio de Janeiro,
Paulo de Tarso permaneceu no COE
de Salvador pelo menos os cinco dias
da prisão temporária para prestar depoimentos
sobre a transação milionária
dos respiradores que não foram
entregues.
Bruno Dauster, pediu demissão do cargo de secretario da Casa Civil do Governo da
Bahia logo após ser denunciado pela HempCare
Foi na Coordenadoria de Crimes
Contra a Ordem Econômica (COE)
que o empresário araraquarense
contou que já havia solicitado ao secretário
da Casa Civil, Bruno Dauster,
um prazo de 15 dias para devolver
os R$ 24 milhões que lhe foram pagos
pela HempCare, a partir de um
eventual acordo que a HempCare
vinha tratando com o Estado (consórcio).
Ratificando às autoridades
do COE seu interesse em devolver o
dinheiro o empresário assumiu sua
parte no polo passivo, a outra seria
da HempCare, que também sempre
se manifestou favorável a devolver
sua parte ou quem sabe os próprios
respiradores, desde que fabricados
pela BioGel.
Uma semana depois de deixar o
COE, Paulo de Tarso disse que gastou
com insumos os cerca de R$ 24
milhões que recebeu da Hempcare e
que não devolveria o valor declarado
o que causou pânico aos baianos.
Na sua declaração, pontua que
gastou totalmente os R$ 24 milhões
para poder começar a fabricar os respiradores
e acusa o Consórcio Nordeste
de não aceitar os equipamentos
produzidos pela Biogeoenergy.
Já em nota ao RCIA, o empresário
assegura que não fez negócio com
Carlos Gabas, superintendente
do Consórcio do Nordeste
o Consórcio, mas com a Hempcare:
“O dinheiro veio da Hempcare e foi
usado para a compra de materiais
para a fabricação de respiradores”,
argumentou.
Na mesma nota informa que “a
BioGeo agora teme devolver o dinheiro
para o consórcio”. Explica: “Entendemos
que o dinheiro veio de lá, e
depois ser cobrado pela HempCare
judicialmente. O que a empresa propõe
é entregar os respiradores ou
o dinheiro, desde que mediante um
Termo de Ajustamento de Conduta
em que fique claro que ao pagar o
consórcio, torna nula uma possível
dívida com a Hempcare. “Entenda
que a transação foi entre duas empresas,
sem que Paulo soubesse que
o recurso vinha do consórcio”, diz a
assessoria do empresário.
A HempCare contudo contesta:
Paulo de Tarso sempre soube
do Nordeste pois no contrato está
escrito que ela não poderia vender
para nenhum Estado participante do
consórcio.
A própria HempCare assegura que
- deixou claro em acordo estabelecido
no Ministério Público do Estado da
Bahia que reconhece a necessidade
da devolução do valor que lhe compete,
aguardando neste momento a
distribuição do processo na Vara competente
para tornar pública a devolução
imediata da parte que recebeu.
Só que agora a discussão tornou-
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