RCIA - ED. 179 - JUL 2020
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PRESSA EM ENTREGAR
Após problemas para a aquisição
de respiradores com origem chinesa,
diz o Bahia Notícias, a empresária
Cristiana Prestes Taddeo, CEO da
HempCare, relatou que uma nova
situação envolvendo o negócio surgiu
após empresários terem criado
um grupo no WhatsApp, onde “facilitadores”
participariam do processo
de compra dos aparelhos. Como não
conseguiu comprar os equipamentos
da China, ela afirma que recebeu o
dinheiro através de Carlos Kerbes,
sócio do irmão do secretário Bruno
Dauster – cujo nome não foi mencionado
no depoimento – que intermediava
a compra no país asiático.
Como a empresa chinesa não
possuía certificado da Anvisa para os
respiradores, a HempCare teria pago
R$ 400 mil para Kerbes, intermediar
o contato com a fornecedora asiática.
Revelando então que os respiradores
teriam problemas nas “válvulas pneumáticas”,
necessitando de reparos
para a validação na Anvisa.
Dauster então teria sugerido aumentar
o valor do contrato, saltando
de 23 mil dólares para 27 mil dólares,
e depois para 35 mil dólares. Com a
negativa da empresária.
Depois das conversas com esse
grupo de empresários e dos problemas
com a aquisição dos respiradores
na China, Cristiana decidiu comprar
respiradores nacionais. Ela teria
pactuado a readequação no contrato
firmado para aumentar para 480 respiradores,
já que o valor seria menor.
Mesmo sem ainda ter acontecido os
produtos, Dauster pediu para a empresária
mais 300 respiradores nacionais,
o que, segundo ela, foi vetado
após o secretário de Saúde da Bahia,
Fábio Vilas-Boas, afirmar em seu Twitter
que nenhuma empresa brasileira
teria a validação. Dauster então teria
enviado uma mensagem: “Amiga, errei,
o BR2 [respirador brasileiro] não
foi aprovado”.
Então a empresaria ficou preocupada.
Segundo ela, o pagamento
pelos respiradores já teria sido feito
e Dauster voltado atrás com o pedido.
Ela diz que jamais afirmou que iria
entregar os equipamentos no mesmo
momento, além de ter sido envolvida
na doação de respiradores para a prefeitura
de Araraquara-SP.
Segundo ela, Carlos Gabas seria
irmão de alma do prefeito da cidade,
e que precisaria de 30 equipamentos,
porém não teria verba e o
pedido teria vindo implícito. Após um
O diretor da Biogeo quando da
apresentação do RB 3 em Araraquara
acompanhada de novas promessas
período, a Procuradoria da Prefeitura
de Araraquara teria pedido que ela
assinasse um termo de doação dos
respiradores, já que existia uma notícia
de que a prefeitura teria comprado
os equipamentos e eles não teriam
sido entregues.
NOVOS PROBLEMAS
Preso na Operação Ragnarok, o
empresário Paulo de Tarso Carlos,
dono da Biogeoenergy, uma das empresas
envolvidas na compra fraudada
de respiradores pelo Consórcio
Nordeste, revelou em depoimento à
Polícia Civil que teria recebido uma
proposta de superfaturamento de
insumos de combate ao coronavírus
do superintendente da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico (SDE). A
pasta é administrada pelo vice-governador
da Bahia, João Leão (PP).
Demora em conseguir aprovação
da Anvisa levou o Consórcio do
Nordeste a cancelar o contrato; o
assunto agora passava por uma
discussão política
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