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RCIA - ED. 179 - JUL 2020

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ÍNDICE

EDIÇÃO N°179 - JULHO/2020

CAPA

Em tempos de pandemia

FORTALECIMENTO

Seriedade da Moura

IN MEMORIAM

Francisco Henrique Specian

PANELEIRO

Trabalhar com alumínio

88 12

17

26

Nicolau de Souza Freitas com o

apoio da sua diretoria fortalece

os laços sociais com a população.

Felipe Moura diz que mercado

pet foi um dos menos atingidos

pela crise da pandemia

Junho foi marcado pela morte de

Francisco Henrique Specian, o

“Chico da Nestlé”

A arte de transformar antigas

panelas em novas, é o trabalho

de Carmo Nigro

Ciesp

06|Indústria paulista volta a reagir

após vários meses de retração,

diz boletim da unidade local

Aviação

10|Azul não inclui Araraquara na

retomada das atividades e assim

voltamos ao zero

Sincomercio

13|Araraquara perde mais de 2 mil

postos de trabalho formais por

conta da economia fragilizada

Respiradores

18|Empresário araraquarense

coloca Araraquara como

protagonista de novela baiana

Cem mil quilos de alimentos distribuídos

Banco de Alimentos

A Rede de Solidariedade do Município,

informa que, desde 25 de março

foram arrecadados 99.193 quilos

de alimentos e distribuídas 5.847

cestas a famílias em situação de

vulnerabilidade. Também foram

doados pela Rede 6.397 litros de leite.

De acordo com Jacqueline Barbosa,

secretária municipal de Assistência

e Desenvolvimento Social, as cestas

chegaram até as famílias beneficiadas

através do atendimento no território

da Secretaria de Assistência e

Desenvolvimento Social, nas unidades

Alimentos viraram cestas básicas

dos CRAS que estão atendendo o

público e também através do Fundo

do Fundo Social de Solidariedade.

Belo trabalho, sem dúvida.

O Banco de Alimentos está completando

13 anos de fundação em Araraquara

como importante ferramenta de combate

à fome por meio das políticas publicas

municipais. Distribuindo alimentos para

cerca de 50 entidades socioassitenciais

do município, o equipamento público de

Alimentação e Nutrição foi inaugurado

em 20 de julho de 2007 pelo prefeito

Edinho. Atualmente, o Banco de

Alimentos beneficia em Araraquara

mais de 4.500 pessoas cadastradas nas

unidades de Cras (Centro de Referência

da Assistência Social).

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DA REDAÇÃO

por: Sônia Maria Marques

MOVIMENTO

Morosidade e desleixo

TRADIÇÃO

Canasol no pique total

Contabilizar as perdas da

economia local só mesmo em 2021

Se os últimos dois anos foram de sofrimento para os

empreendedores agora pode ser colocado na conta mais um

período, o ano de 2020 em sua totalidade. Já são quatro

meses praticamente de danos terríveis à economia e não há

evidentemente como dar um basta, afinal de contas estamos

nas mãos de algo invisível que não nos permite nem mesmo

sonhar.

31

Produtores rurais interditam Ponte

dos Machados em Araraquara

esperando por negociações

Solidariedade

24|Homem de lata arrecada mais

de 4 toneladas de alimentos em

live. Parabéns.

39

Entidade não se assustou com a

pandemia e fez uma festa junina

bem diferente

Página Vip de Maribel

56|Os fatos marcantes da nossa

sociedade são apresentados pela

nossa colunista

Cobrando o “esquecimento”

Serviços de remodelação

da pavimentação asfáltica

da Prefeitura tem sido

realizados em vários

pontos da cidade. Um

deles, trechos da Avenida

Domingos de Nobile,

na região do Yolanda

Ópice, na zona leste de

Araraquara. Também a

operação tapa-buraco

remodelou trechos das

avenidas Nicolau Jorge

Lauand na confluência

com a Avenida Francisco

Vaz Filho, no Jardim

Tabapuã; Vespaziano

Veiga com a Rua

Domingos Barbieri, na

Vila Harmonia, Paulino

Rodella, no Jardim

Universal, e no entorno da

Upa Vila Xavier.

A equipe de sinalização

da Coordenadoria de

Mobilidade Urbana

aplicou faixas amarelas

intercaladas em nova

lombada construída na

Avenida Antônio Honório

Real, nas proximidades

da Rua Mário Ópice, na

região do Vale do Sol.

Em ano eleitoral qual

prefeito que não acelera

as obras para se reeleger.

O que se observa é o resto de uma esperança que

embora pálida dá forças aos que já estão acostumados as

instabilidades econômicas neste país. Nos últimos 40 anos,

não apenas os planos econômicos ocasionaram tais danos na

vida do empresariado - pequeno, médio grande. Todos eles

inspirados no - dia de amanhã será melhor - investiram e os

que assim não o fizeram pelo menos mostraram vontade de

crescer.

Além dos planos econômicos, os que sucumbiram num

Brasil desacertado se depararam com as questões políticas

pontuadas por atos de corrupção. As operações realizadas

por conta do belo trabalho da Polícia Federal de certa forma

pararam o país; mas dela não há que se reclamar, pois se

buscamos um país melhor é evidente que devemos entrar no

jogo da transparência, das coisas certas e caminhos seguros.

Que não seja para nós essa maravilha de cenário, mas para

os nossos filhos e netos que um dia ouvirão histórias que

talvez venham engrander e reconhecer o trabalho feito por

cada um de nós.

Portal RCIARARAQUARA.COM.BR

Diretor Editorial: Ivan Roberto Peroni

Supervisora Editorial: Sônia Marques

Editora: Suze Timpani

Design: Bete Campos

PARA ANUNCIAR: (16) 3336 4433

Edição Digital:

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A Revista Comércio, Indústria e Agronegócio

é uma publicação mensal e de forma digital.

* COORDENAÇÃO, EDITORAÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE

Atendimento: (16) 3336 4433

Rua Tupi, 245 - Centro

Araraquara/SP - CEP: 14801-307

marzo@marzo.com.br

Serviços vêm sendo

executados em todas

partes da cidade, o que

não aconteceu durante

os últimos três anos e

meio do atual governo.

É pena.

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EDITORIAL

por: Ivan Roberto Peroni

Um amor louco e as consequências que a

nossa sociedade assumiu durante pandemia

O seqüestro, depois o estupro de

vulnerável, de uma menina de 13

anos, em atos cometidos por um

vigilante de 30, em uma rota de

Maranguape no Ceará até Araraquara

no Estado de São Paulo, culminando

com a prisão do homem e o seu

suicídio no interior da Cadeia Pública

de Santa Ernestina, abre um debate

sobre o comportamento da sociedade

e a influência das redes sociais na vida

das pessoas.

A evolução tecnológica tem

pago um preço muito alto pelo

desconhecimento das conseqüências

geradas na vida de pessoas

despreparadas; o exemplo pode ser

dimensionado na inexperiência de

uma garota de 13 anos, enraizada

nos sertões do nordeste, cheia de

sonhos, motivados pela força da

comunicação, e um segurança ou

vigilante que em momento algum se

atentou para os princípios e as regras

que norteavam sua atividade.

Abestalhados estamos nós que

acompanhamos a destruição de duas

famílias em menos de 72 horas, isto

é a partir da prisão do individuo pelo

seqüestro e o estupro da menina no

começo da sua adolescência. Não

vamos entrar no mérito do caso para

dizer se é amor, paixão ou loucura,

pois entendemos que a sociedade

é que dá forma à tecnologia de

acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que utilizam

essas tecnologias. Posso utilizar a tecnologia para comprar uma pizza, como

também para desgraçar a vida do próximo. A evolução da tecnologia das

redes de computadores permitiu um avanço na geração de diferentes formas

de comunicação entre as pessoas, pois através das redes de computadores

é possível conectar-se, superando grandes distâncias e alcançando grandes

velocidades de comunicação.

Isso foi o que aconteceu com a garota e o vigilante, distantes há 2.800

km. A distância trouxe um para perto do outro, só que a mesma distância

deixou de mostrar as consequências concentradas no desespero dos pais que

perderam a filha para um mundo totalmente desconhecido e manipulado

pela irresponsabilidade de quem saiu daqui para ir ao nordeste em busca

de aventura, sabendo pela própria profissão que exercia que isso ia dar

problema.

Nós que trabalhamos com a comunicação sabemos que o celular,

computador é uma necessidade constante. Em nossa atividade diária as

redes sociais deixaram de ser apenas uma forma de manter contatos,

passando a ser fonte de informação, publicidade, oportunidade e também

lazer. Para outros não. As conseqüências vão do uso prolongado, totalmente

desnecessário, às brigas entre marido e mulher, pais e filhos, aumentando

para pessoas assim, o distanciamento da realidade do mundo que vivemos.

Eu penso que as pessoas estão inseridas na sociedade, por meio das relações

que desenvolvem durante toda sua vida, primeiro no âmbito familiar, em

seguida na escola, na comunidade em que vivem e no trabalho; enfim, as

relações que as pessoas desenvolvem e mantêm é que fortalecem a esfera

social. A própria natureza humana nos liga a outras pessoas e estrutura a

sociedade em rede.

Agora temos um louco caso de amor, entre aspas, a provocar um debate na

sociedade para saber quem está certo, quem está errado, mas ficou para o

pagador de impostos mais uma conta pois a viagem de volta, já que a família

não tinha recursos para pagá-la ficou para o Estado do Ceará e a conta pior,

quem sabe, o seguro pela morte do vigilante dentro da cadeia, pois estava ele

sob a guarda do Estado.

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ECONOMIA

Felipe Moura diz que mercado pet foi

um dos menos atingidos com a crise

Setor que já vinha

apresentando ascensão nos

últimos anos se mantém

aquecido durante a crise da

pandemia.

O mercado pet em tempos de pandemia

tem tido um bom crescimento

nesse período, reflexo de um setor

que já vem em ascensão nos últimos

anos. De acordo com o IBGE, existem

mais de 139 milhões de animais de

estimação no país. Por trás deles, donos

ávidos por novidades para agradar

seus bichinhos. O resultado é um

mercado aquecido, que deve atingir

um faturamento de R$ 20 bilhões

em 2020. Hoje, o Brasil é o segundo

maior mercado pet do mundo, com

5% da fatia do faturamento global,

de US$ 124,6 bilhões.

Da mesma forma que humanos

estocaram alimentos e medicamentos,

por exemplo, os donos dos pets

também se preocuparam em garantir

a alimentação e saúde de seus bichos

de estimação. Desde o início da pandemia,

o setor disparou em 30%.

A Zee.Dog e a Zee.Now têm recebido

uma demanda ainda maior durante

a pandemia da Covid-19. Tanto

o e-commerce da marca, quanto o

aplicativo de delivery, que apenas durante

a quarentena teve crescimento

de 40% no total de pedidos e 52%

de aumento no volume de receita. É

importante ressaltar, que o número

de downloads do App, em menos de

um ano, já totaliza mais de 230 mil,

sendo 60 mil apenas entre os meses

de fevereiro e março. Além disso, as

marcas também estão com demandas

tanto para produtos essenciais,

o que já era esperado, quanto para

os não essenciais, como brinquedos

e acessórios. A demanda representa

65% x 35%, respectivamente.

Felipe Moura, o CEO da Pet Moura em Araraquara

O setor pet também teve aumento

na venda de produtos de higiene,

devido à redução da frequência de

passeios na rua. A Dog’s Care, por

exemplo, viu um aumento de 30%

nas vendas de tapetes higiênicos e

fraldas em seu site. Ana Carolina Vaz,

cofundadora e CEO da marca, acredita

que, com a redução de passeios,

donos têm visto a importância em

manter os cuidados também com os

animais de estimação.

RISCOS NA PANDEMIA

O setor pet foi considerado como

essencial em meio à pandemia e, por

isso, a empresa manteve todo seu

time administrativo/comercial home

office e parte de seus funcionários

da fábrica trabalhando. Ana explica

que, na linha de produção, houve reforço

nos cuidados de prevenção e

higiene, com avisos espalhados por

toda a empresa e alinhamento diário

para conscientização. “Já temos na

nossa prática o uso de máscaras e

álcool em gel em todas as estações,

pois trabalhamos com produtos que

são esterilizados, mas estamos redobrando

os esforços e cuidados

para evitar a transmissão do vírus,

inclusive medindo a temperatura de

todos duas vezes ao dia. Outra ação

importante foi a contratação de uma

empresa para vacinação de todos

contra H1N1”, pontua.

Além disso, vendo a preocupação

de lojistas do setor, a equipe de vendas

da Dog’s Care criou um movimen-

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to de conscientização do mercado pet

por meio de vídeos sobre as melhores

formas de lidar com clientes durante

esse período.

As medidas de prevenção estabelecidas

para o combate à pandemia

do novo coronavírus, com o fechamento

de alguns estabelecimentos

comerciais e a determinação de distanciamento

social, também afetaram

a rotina de pet shops e clínicas

veterinárias. Apesar de considerados

serviços essenciais, eles têm funcionado

com algumas restrições, como,

por exemplo, em relação aos serviços

de banho e tosa, que não estão autorizados

em muitas cidades.

De acordo com a analista do Sebrae,

Hannah Salmen, agora é o momento

de buscar diminuir os prejuízos

causados pela pandemia e aproveitar

o período de confinamento em casa

para incentivar, junto aos clientes, atividades

que possam gerar mais conexão

entre o tutor e os seus bichinhos

de estimação. “Passar mais tempo

em casa significa ampliar essa conexão,

estar mais atento à sua alimentação,

ao enriquecimento ambiental,

com atividades que possam demandar

brinquedos e outras atividades”,

analisou.

MOURA E O MERCADO

Felipe de Carvalho Moura, CEO da

Pet Moura, empresa que está no mercado

pet há 25 anos desenvolvendo

softwares para o mercado, observou

que: “Na terceira semana de março

foi visível o susto e a mudança de

comportamento dos consumidores,

quando as 1.800 lojas espalhadas

pelo Brasil, que são clientes de nosso

software tiveram o aumento de 75%

na venda de ração e medicamentos.

Depois logicamente caiu abaixo do

fluxo normal nas semanas seguintes,

entretanto, agora, praticamente todas

estão com seu fluxo normalizado”,

avaliou o empresário.

Para Moura o mercado pet foi um

dos menos atingidos com a crise.

“De uma maneira geral o segmento

pet foi muito menos atingido, praticamente

na minha avalição, já está

praticamente entrando no ritmo

normal quando falamos da ponta, o

consumidor final. Já na cadeia como

um todo, quem tem sofrido o reflexo

da crise tem sido a cadeia fabricante,

atacadista e distribuidores. Todos diminuíram

seus prazos de pagamento

dos pequenos varejistas, que por sua

vez ‘queimaram’ seus estoques antes

de recomprar, aumentando o ciclo de

reposição. E dentro desse período,

muitas fábricas, principalmente de

acessórios, acabaram fechando”, argumentou

o CEO.

Com essa vida “cibernética” o

CEO da Pet Moura acredita que a

visão de mundo já mudou e de mercado

também. Quem não se adaptou

à era on-line terá que acelerar o seu

processo para garantir a vida no universo

pós-pandemia.

“Quando realmente acabar essa

Lara e Thor

Lara sabe, ainda que

com 10 anos, que em

tempos de quarentena,

mudanças de rotina são

de suma importância e

a situação também afeta

os animais de estimação.

Mas, o mercado pet não.

pandemia ou desenvolverem a vacina,

o mundo já terá mudado radicalmente

em seus costumes e,

principalmente, a forma de compra e

consumo. Quem não se preparar para

esse novo mundo terá desaparecido.

Hoje o mundo é multicanal (omnichannel),

você precisa fazer delivery,

precisa estar no e-commerce, nos

marketplaces, no app e nos aplicativos

de mensagens, enfim, precisa

estar ligado no universo on-line. Antes

da pandemia até o final de fevereiro,

mais ou menos, o e-commerce representava

5% das vendas do varejo no

Brasil. Hoje já deve estar acima de

15%. O coronavírus está sendo o principal

fator para transformação digital

que está ocorrendo mundialmente e

será feita ‘5 anos em 5 meses’”, conclui

Felipe.

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GOLPE

Receita Federal

de Araraquara

descobre fraude

de R$ 10 milhões

INCERTEZA

Azul não inclui Araraquara na

retomada de atividades

Responsável pela fraude

é morador de São Carlos

e mil contribuintes devem

ser intimados a prestar

esclarecimentos

Uma fraude

nas deduções

de imposto de

renda de pessoa

física dos anos

de 2015, 2016,

2017 e 2018 é

apurada em operação

especial, realizada e comandada

pela Receita Federal do Brasil

em Araraquara.

É que o órgão nacional descobriu

um esquema fraudulento de deduções,

onde os contribuintes eram

cooptados por uma pessoa, de São

Carlos, para inserir deduções inexistentes

nas declarações e, assim,

aumentar o valor do imposto de renda

a restituir ou diminuir o valor do

imposto de renda a pagar.

A fraude se desenrola desde o

ano de 2015. Eram inseridas nas declarações

falsas despesas médicas,

com dependentes, com instrução,

com previdência privada e com pensão

alimentícia. O esquema ocasionou

aos cofres da União Federal perda

de cerca de R$ 10 milhões nos

anos de 2015 a 2018, abrangendo

mais de mil contribuintes.

Inicialmente, a Delegacia da Receita

Federal intimou essa pessoa

que elaborava as declarações e,

também, mais de 100 contribuintes

que receberam restituição em

valores indevidos. A multa para os

envolvidos pode chegar a 225% do

imposto devido, sem prejuízo da Representação

Fiscal para Fins Penais.

O vereador Rafael de Angeli

cobra uma articulação mais

efetiva do Poder Executivo

Municipal

Desde o dia 24 de março, a Azul

Linhas Aéreas, que voltou a operar no

Aeroporto Estadual “Bartholomeu de

Gusmão” no ano passado, determinou

a suspensão dos voos comerciais

de Araraquara para Campinas devido

à queda na demanda provocada

pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o vereador Rafael de

Angeli (PSDB), a empresa anunciou,

por meio de nota, a retomada de atividades

em algumas cidades, mas

Araraquara não estaria no rol desses

municípios. Diante deste cenário, o

parlamentar protocolou o Requerimento

nº 580/2020, em que cobra

uma articulação mais efetiva do Poder

Executivo Municipal.

“A volta de voos comerciais em

nossa cidade foi uma conquista árdua,

que não pode ser relegada neste

momento”, afirmou o parlamentar. No

documento, Angeli faz os seguintes

questionamentos: a empresa está

em contato com o município, discutindo

a retomada das operações? O

que o Executivo tem feito para que a

Rafael de Angeli “Araraquara está fora do

rol das atividades da Companhia Azul”

Azul não deixe de operar em nossa

cidade?

O vereador ainda solicita que a

Prefeitura divulgue a porcentagem

de assentos ocupados entre 17 de

dezembro de 2019 e 24 de março

de 2020 e indaga se o Executivo possui

alguma estatística que mostre a

procura de passageiros por voos no

trecho Araraquara/Campinas. Vale

lembrar que, inicialmente, estavam

previstos quatro voos semanais, com

capacidade para até 74 passageiros

cada, todas as terças, quintas, sábados

e domingos.

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ASSISTÊNCIA SOCIAL

Moradores de rua constroem favela

na lateral da Igreja do Santana

O vereador Jeferson Yashuda

foi chamado pelos vizinhos,

padre e paroquianos, que

não conseguem entrar na

igreja devido à agressividade

da nova moradora. Há quase

90 dias ele pede ajuda do

Executivo, mas nenhuma

providência foi tomada pelas

secretarias responsáveis

Na sessão da Câmara desta

terça-feira (16), o vereador Jeferson

Yashuda (PSDB), fez uma indicação

à Prefeitura Municipal para que tome

providências sobre moradores em

situação de rua que se alojaram em

frente à Igreja do Santana.

O parlamentar pede que o poder

público os acolha na Casa Transitória

ou outro lugar adequado. Para o

vereador um governo que se auto intitula

solidário e participativo, precisa

ter atitudes humanitárias.

Yashuda ressalta que Araraquara

tem uma rede de assistência social,

através dos seus 10 CRAS (Centro

de Referência de Assistência Social),

Centro Pop, casas de acolhimento e

Casa Transitória. Tem Guarda Municipal,

Centro de acompanhamento

para dependentes químicos de álcool

e drogas, mas os espaços públicos

estão tomados por moradores em

situação de rua.

Segundo a Secretaria de Assistência

Social a cidade conta hoje com

50 moradores de rua. O vereador diz

que “de forma inédita, nunca visto

antes, em frente à Igreja do Santana

se ergue uma favela, criada pelos

moradores de rua, edificando ao lado

do salão paroquial, e o que é mais

absurdo é que o local fica em frente

à Casa Transitória, onde se acolhe

essas pessoas”.

Moradores de rua acampam na lateral

da Igreja do Santana

Ele diz ainda que o caso vem se

tornando tão grave que ele participou

de uma reunião na Casa Transitória

no último 10 de junho com a gerente

de Assistência Social, Ana Cassia,

Assistente Social da Casa Transitória,

Azenilda, Comandante da Guarda Municipal,

Zacaro, o Padre Charles da

paróquia do Santana e Guilherme que

é assistente técnico da Casa Transitória,

que também já acompanham

o caso.

“Entendemos e respeitamos o posicionamento

de todos, assim como

respeito nossos irmãos moradores

de rua, mas não podemos deixar de

evidenciar a incapacidade do serviço

prestado pelo município, neste caso

em especifico. Essas pessoas estão

lá há quase 90 dias, desde o dia 20

de março, e até agora absolutamente

nada foi feito para acolhê-los na Casa

Transitória que fica em frente, ou levá-los

para um local adequado. Eles

usam o banheiro da Casa e recebem

marmitas diariamente, não sairão de

lá” – afirma Yashuda.

Vale ressaltar que Juliana que é

a moradora fixa do local, mas existe

uma rotatividade de cerca de cinco

pessoas. Ela é usuária de drogas,

agressiva e impede a entrada de

paroquianos, dos voluntários e até

mesmo do padre, pois está usando

o toldo do salão sem autorização da

comunidade e tomou conta da porta

lateral do salão.

“Os moradores do entorno, os

paroquianos e os comerciantes bem

como as pessoas que por ali passam,

vem nos cobrando sobre providências

que o Executivo tem que tomar. Enquanto

isso, fica um jogo de empurra-

-empurra e nenhuma secretaria assume

a responsabilidade, é necessário

um trabalho conjunto, mas tem que

ser feito. É inadmissível quase 90 dias

e nada foi feito”, desabafa o vereador.

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MÃOS QUE AJUDAM

Em ação social Mórmons entregam

mais de 3 mil máscaras em um dia

Um grupo com suas atenções permanentemente voltadas para à comunidade

Trabalho solidário mantido

pela Igreja de Jesus Cristo

dos Santos dos Últimos

Dias em Araraquara mostra

o poder de união dos

voluntários

O Programa Mãos que Ajudam

da Igreja de Jesus Cristo dos Santos

dos Últimos Dias entregou mais de

3 mil máscaras para a população de

Araraquara e Américo Brasiliense, na

semana passada, segundo Michele

Rocha, diretora de Assuntos Públicos.

Além de máscaras, estima-se que

próximo de 500 peças de agasalhos e

roupas foram coletadas para amenizar

o frio de famílias carentes.

O maravilhoso

trabalho dos

voluntários

A PRESENÇA DA IGREJA

EM AÇÕES SOCIAIS

Mais de 100 voluntários envolvidos,

entre a confecção, o embalo e a

entrega das máscaras participam das

ações sociais da igreja, disse Michele.

O número total de máscaras confeccionadas

e entregues para entidades

e população local já superou a 10 mil

unidades durante a Pandemia.

A metal nacional deste movimento

é de confeccionar 3 milhões de

máscaras. A Igreja está ativamente

envolvida nos assuntos cívicos da comunidade

onde os membros vivem.

Ela tem a obrigação de tomar posição

nas questões morais que a sociedade

enfrenta, segundo suas normas.

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IN MEMORIAM

Morre Francisco Henrique

Specian, o “Chico da Nestlé”

Convivendo com os araraquarenses por aproximadamente 30 anos, Chico Specian conquistou

a simpatia de todos por sua permanente alegria e vontade de viver.

Chico e uma das suas incriveis pescarias

Se alguém procurasse um bom

companheiro de pescaria logo chamava

Chico Specian. Mas ele era mais

que isso – profissional exemplar desde

os tempos da Fepasa e depois por

muitos anos da Nestlé.

Em sendo colaborador de uma

multinacional e com ação permanente

junto ao corpo diretivo da Nestlé,

em momento algum perdeu a simplicidade

e a vontade de ter perto de

si os colegas da fábrica. Foi assim o

seu jeito de viver em São Bernardo

(CD), Itabuna, São Carlos (CD), Porto

Ferreira e Araraquara deixando em

cada chão que pisava rastros de uma

amizade sincera.

Para com o velho Chico, diz o amigo

e ex-colaborador da fábrica em

Araraquara Sérgio Fracassi, todos

nós tínhamos além do respeito, a

admiração; era um conselheiro paras

todas as horas. E com Cláudio Sarti,

gerente da Nestlé em Araraquara,

formou uma dupla reconhecidamente

querida pela diretoria geral da companhia

com brilhante atuação. Para

ambos não houve prêmio maior que

estarem na unidade local quando da

organização das comemorações dos

50 anos de fundação da fábrica em

Araraquara.

Na sexta-feira (19 de junho), Chico

passou mal por volta das 10h, provavelmente

um ataque cardíaco leve. A

esposa Mariliza chamou à ambulância

que o levou para o Hospital São

Paulo e quando dos exames teve o

segundo ataque, não resistindo.

Casado com Mariliza, pai de três

filhos, Eliza, Fábio e Heitor, o “velho

chico” deixa a terra que embora não

sendo filho – aprendeu a amar. Quem

o conheceu carregará sempre o orgulho

de ter sido seu companheiro.

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SAÚDE

RESPIRA

Araraquara é protagon

Setor que já vinha

apresentando ascensão nos

últimos anos se mantém

aquecido durante a crise da

pandemia.

Após 40 dias do anúncio da instalação

de uma filial da empresa araraquarense

Biogeoenergy, do Grupo

Geoterra, em Camaçari, região metropolitana

de Salvador na Bahia, para

fabricar cerca de 2 mil respiradores

por mês, o empresário Paulo de Tarso

Carlos, enfrenta dificuldades para

levantar vôo com o sonho de desbancar

a industrialização chinesa, pelo

menos neste momento.

Chegando a se apresentar como

dono da Iesa, local onde está instalada

a BioGeo, Paulo de Tarso, é acusado

de não entregar 300 respiradores

que foram comprados pelo Consórcio

do Nordeste e que seriam fabricados

na matriz da empresa em Araraquara.

Para isso ele teria recebido

antecipadamente R$ 24 milhões da

HempCare Pharma, sediada em São

Paulo, que por seu turno recebera

R$ 48.748.575,82 do consórcio que

congrega nove estados do nordeste

brasileiro.

Inicialmente o contrato da importadora

HempCare seria com uma indústria

chinesa, mas segundo a empresa

brasileira - houve o temor de

enviar os recursos para a China, tendo

em vista os inúmeros problemas

que vinham ocorrendo com outros

contratos efetuados pelos chineses,

como equipamentos desviados ou

retidos nos EUA, demora e incerteza

na entrega, problemas técnicos, quebrados

etc, e depois não receber os

equipamentos.

Os respiradores BR Respira Brasil que ainda aguardam autorização da Anvisa para fabricação; a BioG

agência dar aval a qualidade do produto e poder certificá-la. A apresentação ocorreu no dia 26 de m

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DORES

ista de novela baiana

A Biogeoenergy foi

criada em maio do ano

passado com capital

de R$ 10 mil; em maio

passado a empresa

alterou este capital

para R$ 10 milhões.

O objeto social da

empresa não prevê

claramente a fabricação

de respiradores, nem

tampouco ventiladores

pulmonares que seriam

entregues ao Consórcio

do Nordeste.

eo fez publicamente o lançamento da marca antes da

aio na sede da BioGeo dentro da Iesa. Paulo Tarso ao meio.

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A HempCare por sua postura

comercial e necessidade em dar

cumprimento ao contrato buscou a

alternativa de comprar os aparelhos

de uma indústria nacional, pois pela

proximidade seria mais prático se dar

solução aos problemas que viessem

a surgir.

COMO COMEÇOU

A Revista Piauí conta que em meados

de fevereiro, o engenheiro Antonio

Carlos Alvarez Fasano foi procurado

por assessores de um colega

dos tempos de Instituto Tecnológico

da Aeronáutica (ITA), o ministro da Ciência

e Tecnologia Marcos Pontes. Na

época, a Covid-19 se alastrava pela

Europa, e o governo brasileiro sabia

ser questão de tempo até o vírus

chegar ao Brasil – o primeiro caso da

doença seria registrado em São Paulo

no fim daquele mês. Os assessores,

entre eles também alguns colegas de

ITA, propunham que Fasano, dono de

uma fábrica de equipamentos de automação

industrial, desenvolvesse

um ventilador mecânico pulmonar

com tecnologia nacional. O ministério

sabia que o aparelho, essencial

para a sobrevivência de infectados

pelo coronavírus nos hospitais, seria

objeto de cobiça de governadores e

prefeitos. “Eles me disseram que, se

eu quisesse fazer a diferença, aquele

A Polícia Federal está investigando a aquisição de 152 respiradores e 1.580 bombas

de infusão compradas da China no valor de 50,4 milhões de reais pelo governador do

Pará, Helder Barbalho (MDB). Os equipamentos deveriam ser instalados em UITs de seis

hospitais que tentam salvar vidas de pacientes com Covid-19. Mas um defeito técnico

impediu que esse maquinário fosse utilizado.

era o momento”, recorda Fasano.

Em sua matéria a revista conta

que foram dois meses de pesquisa

até o desenvolvimento do ventilador,

batizado de “Respira Brasil”, feito

com tecnologia brasileira, com exceção

das válvulas, importadas do

Japão. “O nosso ventilador não está

muito atrás dos outros. Fizemos testes

na Santa Casa de São Paulo e os

médicos gostaram muito”, diz o engenheiro.

Para montar o equipamento,

Fasano associou-se à Biogeoenergy,

de Araraquara, uma empresa polivalente:

fabrica de fornos industriais a

dessalinizadores de água; faz projetos

O extrato dispensando a licitação e autorizando a compra em fevereiro

para usinas hidrelétricas e tratamento

de esgoto. Paulo de Tarso Carlos,

apresenta-se como CEO da empresa.

No início dos anos 2000, quando era

dono de uma empreiteira, Carlos foi

condenado em primeira instância na

Justiça por fraude na licitação para

construir um centro de convivência do

idoso na região de Franca – a pena

acabou prescrita, comenta a Piauí.

Para concluir o projeto dos ventiladores,

Paulo de Tarso contratou a

Hempcare, uma importadora de cannabis

para fins medicinais sediada

em São Paulo, como “distribuidora

exclusiva” do “Respira Brasil”.

Assim no início de abril, a Hempcare

assinou um contrato de 48,74

milhões de reais para o fornecimento

de trezentos ventiladores pulmonares

ao Consórcio do Nordeste, um pool

formado pelos nove estados da região

para a realização de várias parcerias,

incluindo a aquisição de insumos e

equipamentos utilizados no combate

ao novo coronavírus. Tudo foi pago antecipadamente.

Seriam sessenta aparelhos

para a Bahia e trinta para cada

um dos demais estados. Segundo a

assessoria do consórcio, o contrato

previa o fornecimento de aparelhos

importados da China, diz a Piauí.

|20


PRESSA EM ENTREGAR

Após problemas para a aquisição

de respiradores com origem chinesa,

diz o Bahia Notícias, a empresária

Cristiana Prestes Taddeo, CEO da

HempCare, relatou que uma nova

situação envolvendo o negócio surgiu

após empresários terem criado

um grupo no WhatsApp, onde “facilitadores”

participariam do processo

de compra dos aparelhos. Como não

conseguiu comprar os equipamentos

da China, ela afirma que recebeu o

dinheiro através de Carlos Kerbes,

sócio do irmão do secretário Bruno

Dauster – cujo nome não foi mencionado

no depoimento – que intermediava

a compra no país asiático.

Como a empresa chinesa não

possuía certificado da Anvisa para os

respiradores, a HempCare teria pago

R$ 400 mil para Kerbes, intermediar

o contato com a fornecedora asiática.

Revelando então que os respiradores

teriam problemas nas “válvulas pneumáticas”,

necessitando de reparos

para a validação na Anvisa.

Dauster então teria sugerido aumentar

o valor do contrato, saltando

de 23 mil dólares para 27 mil dólares,

e depois para 35 mil dólares. Com a

negativa da empresária.

Depois das conversas com esse

grupo de empresários e dos problemas

com a aquisição dos respiradores

na China, Cristiana decidiu comprar

respiradores nacionais. Ela teria

pactuado a readequação no contrato

firmado para aumentar para 480 respiradores,

já que o valor seria menor.

Mesmo sem ainda ter acontecido os

produtos, Dauster pediu para a empresária

mais 300 respiradores nacionais,

o que, segundo ela, foi vetado

após o secretário de Saúde da Bahia,

Fábio Vilas-Boas, afirmar em seu Twitter

que nenhuma empresa brasileira

teria a validação. Dauster então teria

enviado uma mensagem: “Amiga, errei,

o BR2 [respirador brasileiro] não

foi aprovado”.

Então a empresaria ficou preocupada.

Segundo ela, o pagamento

pelos respiradores já teria sido feito

e Dauster voltado atrás com o pedido.

Ela diz que jamais afirmou que iria

entregar os equipamentos no mesmo

momento, além de ter sido envolvida

na doação de respiradores para a prefeitura

de Araraquara-SP.

Segundo ela, Carlos Gabas seria

irmão de alma do prefeito da cidade,

e que precisaria de 30 equipamentos,

porém não teria verba e o

pedido teria vindo implícito. Após um

O diretor da Biogeo quando da

apresentação do RB 3 em Araraquara

acompanhada de novas promessas

período, a Procuradoria da Prefeitura

de Araraquara teria pedido que ela

assinasse um termo de doação dos

respiradores, já que existia uma notícia

de que a prefeitura teria comprado

os equipamentos e eles não teriam

sido entregues.

NOVOS PROBLEMAS

Preso na Operação Ragnarok, o

empresário Paulo de Tarso Carlos,

dono da Biogeoenergy, uma das empresas

envolvidas na compra fraudada

de respiradores pelo Consórcio

Nordeste, revelou em depoimento à

Polícia Civil que teria recebido uma

proposta de superfaturamento de

insumos de combate ao coronavírus

do superintendente da Secretaria de

Desenvolvimento Econômico (SDE). A

pasta é administrada pelo vice-governador

da Bahia, João Leão (PP).

Demora em conseguir aprovação

da Anvisa levou o Consórcio do

Nordeste a cancelar o contrato; o

assunto agora passava por uma

discussão política

21|


O FIM CHEGANDO

No domingo, 31 de maio, um dia

antes de ser preso no Rio de Janeiro

por conta da ação movida pelo consórcio

que buscava parte da devolução

do dinheiro que lhe foi destinado

para fabricação dos respiradores, o

empresário Paulo de Tarso disse ao

RCIA - “já estamos com autorização

para produzir, não temos autorização

para a entrega ainda, assim podemos

produzir e deixar no estoque”.

Na troca de mensagens com o

nosso portal ele também assegurava

a chegada de algumas peças,

confecção e adesivamento de caixas,

além da compra de outros componentes

que chegariam entre a quinta e

a sexta-feira através de um vôo que

sairia de Dubai. Otimista contou que

a linha completinha de produção,

100% rodando com 48 funcionários,

mais 20 técnicos de manutenção que

viriam na semana, seguia uma programação.

Até fez um convite para

fotografarmos a mercadoria e a produção

dos aparelhos.

Mas, os planos fracassaram. Detido

pela Polícia Civil no Rio de Janeiro,

Paulo de Tarso permaneceu no COE

de Salvador pelo menos os cinco dias

da prisão temporária para prestar depoimentos

sobre a transação milionária

dos respiradores que não foram

entregues.

Bruno Dauster, pediu demissão do cargo de secretario da Casa Civil do Governo da

Bahia logo após ser denunciado pela HempCare

Foi na Coordenadoria de Crimes

Contra a Ordem Econômica (COE)

que o empresário araraquarense

contou que já havia solicitado ao secretário

da Casa Civil, Bruno Dauster,

um prazo de 15 dias para devolver

os R$ 24 milhões que lhe foram pagos

pela HempCare, a partir de um

eventual acordo que a HempCare

vinha tratando com o Estado (consórcio).

Ratificando às autoridades

do COE seu interesse em devolver o

dinheiro o empresário assumiu sua

parte no polo passivo, a outra seria

da HempCare, que também sempre

se manifestou favorável a devolver

sua parte ou quem sabe os próprios

respiradores, desde que fabricados

pela BioGel.

Uma semana depois de deixar o

COE, Paulo de Tarso disse que gastou

com insumos os cerca de R$ 24

milhões que recebeu da Hempcare e

que não devolveria o valor declarado

o que causou pânico aos baianos.

Na sua declaração, pontua que

gastou totalmente os R$ 24 milhões

para poder começar a fabricar os respiradores

e acusa o Consórcio Nordeste

de não aceitar os equipamentos

produzidos pela Biogeoenergy.

Já em nota ao RCIA, o empresário

assegura que não fez negócio com

Carlos Gabas, superintendente

do Consórcio do Nordeste

o Consórcio, mas com a Hempcare:

“O dinheiro veio da Hempcare e foi

usado para a compra de materiais

para a fabricação de respiradores”,

argumentou.

Na mesma nota informa que “a

BioGeo agora teme devolver o dinheiro

para o consórcio”. Explica: “Entendemos

que o dinheiro veio de lá, e

depois ser cobrado pela HempCare

judicialmente. O que a empresa propõe

é entregar os respiradores ou

o dinheiro, desde que mediante um

Termo de Ajustamento de Conduta

em que fique claro que ao pagar o

consórcio, torna nula uma possível

dívida com a Hempcare. “Entenda

que a transação foi entre duas empresas,

sem que Paulo soubesse que

o recurso vinha do consórcio”, diz a

assessoria do empresário.

A HempCare contudo contesta:

Paulo de Tarso sempre soube

do Nordeste pois no contrato está

escrito que ela não poderia vender

para nenhum Estado participante do

consórcio.

A própria HempCare assegura que

- deixou claro em acordo estabelecido

no Ministério Público do Estado da

Bahia que reconhece a necessidade

da devolução do valor que lhe compete,

aguardando neste momento a

distribuição do processo na Vara competente

para tornar pública a devolução

imediata da parte que recebeu.

Só que agora a discussão tornou-

|22


-se política para definição do foro: o

caso deve permanecer na Bahia sob

a guarda do governador petista Rui

Costa ou ser encaminhado para o STJ

- Superior Tribunal de Justiça, que é

o órgão do Poder Judiciário do Brasil

que assegura efetivamente a uniformidade

à interpretação da legislação

federal? Sobre isso o STJ deverá se

pronunciar nos próximos dias.

O FIM CHEGANDO

A partir da primeira semana de

maio o que chamou a atenção foi a

doação anunciada de 30 aparelhos

BR 2, fabricados em Araraquara e

fornecidos gratuitamente à Prefeitura

de Araraquara, avaliados em R$

4,2 milhões. A coincidência estava

no relacionamento político e petista

de Carlos Gabas (ex-ministro da Previdência

de Dilma Roussef) e o prefeito

Edinho Silva, que o supwerintendente

tratou nas conversas com a dona da

HempCare de “irmão de alma”.

Voltando no tempo é possível se

ver no Portal da Transparência da

Prefeitura de Araraquara, a publicação

do termo de doação dos 30

ventiladores pulmonares fabricados

pela BioGeo Fabricação e Locação de

equipamentos Modelo Br2 que está

instalada em Araraquara. Os valores

unitários dos respiradores ficam

em R$ 140 mil reais, totalizando R$

4.200 milhões, onde a doadora será

a Hempcare Pharma Representações

Ltda. O termo de doação foi assinado

no dia 12 de maio, dois dias depois

do Consórcio do Nordeste cancelar o

contrato com a HempCare.

Em seu depoimento no COE de

Salvador a empresária disse que - foi

envolvida na doação de respiradores

para a Prefeitura de Araraquara-SP.

Segundo ela, Carlos Gabas seria

irmão de alma do prefeito da cidade,

Carlos Kerbes, sócio do irmão do ex secretário Bruno Dauster

e que precisaria de 30 equipamentos,

porém não teria verba e o pedido teria

vindo implícito. Após um período, a

Procuradoria da Prefeitura de Araraquara

teria pedido que ela assinasse

um termo de doação dos respiradores,

já que existia uma notícia de que

a prefeitura teria comprado os equipamentos

e eles não teriam sido entregues

por uma importadora chinesa

R. Y. Top Ltda.

Sobre a doação a Prefeitura na

época chegou a enviar uma nota ao

RCIA explicando que - a entrega prevista

é de 30 respiradores de Semi-

-UTI, fabricados no Brasil, que vão se

somar aos 13 respiradores de UTI que

Araraquara já tinha em suas unidades

e aos 30 aparelhos mecânicos adquiridos

da empresa araraquarense Essence

Dental.

Ao sentir-se envolvida pelos noticiários

e depoimentos ao COE envolvendo

o nome de Araraquara, o prefeito

Edinho Silva no dia 18 de junho

decidiu reincidir o têrmo de doação.

É importante citar que os ventiladores

mecânicos que seriam doados

para Araraquara - BR 2, também entregues

ao Consórcio do Nordeste são

os mesmos que não foram aprovados

pela Anvisa e que levou o fabricante

a mudar o projeto criando uma outra

versão - o BR 3, que ainda não foi

aprovado.

23|


SOLIDARIEDADE

Homem de Lata

arrecada mais de

4 toneladas de

alimentos em live

Com apoio da TEDDEWORK,

transmissão também

recebeu mais de R$ 9 mil

em doações, que serão

encaminhadas para

instituições locais

A live solidária do grupo Homem

de Lata foi um sucesso. Com apoio

da TEDDEWORK, a iniciativa arrecadou

4,5 toneladas em alimentos, bem

como mais de R$ 9 mil reais em doações.

Esse valor em dinheiro será repassado

para os asilos Vila Vicentina,

O Grupo Homem de Lata pelo trabalho em parceria com a Tedde Work

Gêneros alimentícios arrecadados durante a live

Lar São Francisco de Assis e Otoniel,

bem como o Instituto dos Cegos.

As cestas básicas serão direcionadas

para os profissionais da graxa

(eventos), técnicos, roadies, músicos,

funcionários de empresas de eventos,

seguranças, etc. A transmissão foi feita

no último 6 de junho, na página

do Facebook e no canal no YouTube

da banda. “Queremos agradecer os

apoios da TEDDEWORK, Techs Internet

e Max Fácil e também todos que

colaboraram, de alguma maneira.

Muito obrigado”, completa Tiago, do

Homem de Lata.

Segundo Pedro Tedde, o grupo

TEDDEWORK também ficou extremamente

satisfeito com o resultado.

“Cumprimos nosso papel social neste

momento de tanta dificuldade. Reconheço,

também, o esforço do grupo

Homem de Lata em participar do projeto,

afinal, o setor artístico também

foi extremamente atingido por essa

pandemia. Agradecemos, imensamente,

a quem colaborou”, finaliza.

|24


HISTÓRIAS QUE A VIDA CONTA

Dia do Migrante: A chegada de

Jiseli no Assentamento Monte Alegre

É com o cheiro da terra que ela tempera suas horas de

trabalho, plantando, cuidando de um pequeno rebanho de

gado ou produzindo pães e bolos em uma confeitaria de

assentados

A agricultura familiar

trouxe muitas

pessoas para região,

migrantes do Norte e

Nordeste que estavam

atrás de uma vida melhor

ou um pedacinho

de chão.

Uma das guerreiras

é Jiseli Dias de Souza

Santana que chegou

à região com 23 anos

com seu marido Eliéser

Gomes Santana na

época com 31 anos e

se instalaram em Motuca.

Ela conta que saíram de Utinga na

Bahia há 35 anos, na época do plano

Collor, onde seu sogro vendeu a propriedade

rural da família para tentar

uma vida melhor na cidade.

Jiseli diz que quando chegaram,

passaram por três fazendas, sempre

trabalhando com a terra, pois é o que

gosta de fazer, e foram funcionários

por 15 anos. Em 2006 conseguiu uma

área no Assentamento Monte Alegre,

onde até hoje ela e o marido tocam a

propriedade.

Ela criou dentro do seu jeito baiano,

um mundo bem diferente da realidade

vivenciada hoje em dia. É com o

cheiro da terra que ela tempera suas

horas de trabalho, plantando, cuidando

de um pequeno rebanho de gado

ou produzindo pães e bolos em uma

confeitaria de assentados. Com orgulho

carrega no semblante as marcas

da enxada rasgando o chão, fazendo

brotar uma esperança que alimenta

seu jeito humilde de mulher destemida

e vencedora. Já foi agraciada com o

prêmio de mulher agricultora e o selo

DIA MUNICIPAL

DO MIGRANTE

Família reunida para a comemoração dos 38 anos de casados de Jiseli e Elisiér

da agricultura familiar.

Hoje ela trabalha na Padoka e diz

que “Já fiz cursos no Sebrac, conto

com a assistência do Sebrae, pois no

início foi muito difícil e não pensávamos

que seria a explosão que foram

nossos pães e bolos, e continuamos

firmes e fortes aqui”, afirma ela sempre

sorridente.

Relembrando sua chegada há

35 anos ela diz que “trouxemos na

bagagem algumas coisas de casa e

roupas, construímos nossa vida aqui

em Araraquara”, finaliza a Jiseli da Padoka

como é conhecida pelos ciclistas

que frequentam a padaria artesanal

rural, e que tem o bolo de milho mais

conhecido da região.

No dia 18 de junho o casal Jiseli

e Elisiér completou 38 anos de casados

ao lado de seus três filhos, Cristiane,

Luciana e Eliéser Júnior que já

lhe presentearam com quatro netas

e um neto.

A vida nos apresenta vários caminhos,

e tomar o rumo da nossa região

como moradia, só nos faz crer que o

Brasil é um celeiro de muitas gentes

e de vários sabores.

Araraquara passa comemorar

em 19 de junho, o Dia

Municipal do Migrante,

em homenagem aos

cidadãos migrantes

que contribuem para

a riqueza sociocultural

e econômica do município.

Na mesma data

se comemora o Dia do

Migrante no Estado de

São Paulo.

A lei municipal é

de autoria do vereador

José Carlos Porsani,

por indicação da Associação

de Bueno de

Andrada para Cultura

e Turismo Rural – ABA-

Tur.

No Brasil, as maiores correntes

migratórias são originárias das várias

regiões Norte e Nordeste, em razão da

desigualdade social existente nessas

regiões, não só em conseqüência do

clima seco e do solo pouco produtivo

dos sertões, mas também pela

má distribuição de terras e de renda

entre a população. As regiões Sul e

Sudeste do Brasil, bem desenvolvidas

industrialmente, são visadas pelos migrantes,

atraídos pelas perspectivas

de trabalho.

Em Araraquara, a migração se deu

em decorrência da possibilidade de

acesso ao mercado de trabalho formal

e aos direitos trabalhistas como parte

integrante do processo migratório de

interesse. Acolher migrantes, promove

a igualdade entre todos como uma riqueza

e oportunidade de se aprender

com outras culturas do nosso país.

A migração para a área rural, se

deu com a formação dos assentamentos

rurais, Bela Vista do Chibarro, há

31 anos, Horto de Bueno e o Monte

Alegre, na década de 90.

25|


Panelas novas também são

vendidas em sua oficina

PROFISSÃO DAS ANTIGAS

Paneleiro, mas só até os 100 anos

A arte de transformar

antigas panelas em novas,

chama clientes de toda a

região para a oficina de

Carmo Nigro

Em sua oficina além de Nossa Senhora

do Carmo ter lugar especial, sua foto

com 2 anos também fica fixa na parede

Em tempos de pandemia e panelaços,

as panelas voltam brilhar nas

mãos hábeis de José Carmo Nigro,

um dos mais antigos “paneleiros”

de Araraquara. Sejam bules antigos,

chaleiras, panelas velhas, tudo sai de

sua oficina como novos.

Carmo mantém seu Hospital das

Panelas há 18 anos no bairro do Santa

Angelina, na Avenida 50 numero

739 recebendo os fregueses como

amigos, sempre sorridente e bem

humorado, mostra que para ele não

existe utensílio de cozinha que não

tenha conserto.

José Carmo Nigro nasceu em 16

de julho de 1938, na Fazenda da

Onça em Itápolis, dia de Nossa Senhora

do Carmo, na qual ela tem um

lugar especial em sua oficina. Ele fará

no próximo mês, 82 anos.

Em 1952, começou a trabalhar na

Fabrica de Panelas Nigro onde permaneceu

até 1968, e o seu pai, Roque

Nigro, trabalhou na fábrica por 50

anos. Então, Carmo deixou as panelas

de lado e resolveu comprar um bar,

estabelecimento este que sua esposa

ficou tomando conta, pois ele arrumara

um emprego como gerente de uma

locadora de carros em Ribeirão Preto,

depois partiu para São José do Rio

Preto e Campinas.

Quando retornou para Araraquara,

foi caminhoneiro por cinco

anos, teve loja de peças de motos

no centro, segurança da Petro Sul,

mas sentia falta de suas panelas.

Carmo foi por muitos anos redentorista

e participou de várias missões

junto aos padres da Igreja Santa

Cruz. E foi lá onde um dia apareceram

várias panelas que precisavam

ser consertadas e ele as arrumou, foi

neste momento há 18 anos, que ele

se sentiu motivado a abrir uma oficina

e fazer o que realmente gosta.

Ele e um de seus filhos montaram

uma bancada para que pudesse trabalhar,

e acabou por ganhar alguns

maquinários que ainda os usa para

os consertos.

|26


Hoje conserta panelas em sua

casa, onde recebeu a reportagem e

pudemos caminhar entre panelas de

todas as épocas. Marcas que já saíram

de linha, mas tem conserto estão

por todos os lados. “Hoje comprar algumas

panelas sai caro, então trazem

para mim, pois sabem que só utilizo

peças originais para não ter problema”

diz ele mostrando vários tipos

de borrachas e válvulas para pressão

que mantém na oficina.

Ele acredita que devido à pandemia,

e as pessoas em casa cozinhando

mais, seu trabalho aumentou, ele

recebe pessoas de toda a região.

“Com R$ 20 ou R$ 30 reais você tem

uma panela nova, ninguém quer pagar

R$ 250”. Alguns restaurantes que

fecharam suas portas devido a crise

no setor provocada pela pandemia

de coronavírus, deixaram com ele as

grandes panelas para serem vendidas.

Também mantém uma prateleira

com panelas novas para venda.

Para ele trabalhar neste setor, o

diverte, diz que conheceu muita gente

além de fazer amigos que muitas

vezes se sentam para aguardar consertos,

apenas para colocar a prosa

em dia. Casado com Ivone Franciscato

Nigro tem três filhos, Simoni, Érica

e Roque Neto, que já deram ao casal

quatro netos.

Sentimental, chora ao falar do pai

e das saudades que sente de sua

nona napolitana (avó), ao mostrar sua

foto com dois anos de idade que fica

pendurada em sua parede e também

uma foto de Seo Roque Nigro trabalhando

na fábrica ao lado do amigo

Orlando Ferrari.

Carmo acredita que ninguém mais

de sua família vai seguir consertando

panelas: “se somarmos todo o tempo

que vivo em meio às panelas deve dar

uns 50 anos, então sigo neste trabalho

só até os 100 anos, depois me

aposento” – diz ele já se preocupando

com seus clientes.

Ele guarda com muito carinho a foto do pai, Roque Nigro trabalhando na fabricação de

panelas com o amigo Orlando Ferrari, que também se aposentou em meio as panelas

Caso você tenha

uma panela

precisando dos

cuidados de

Carmo é só entrar

em contato pelos

telefones:

(16) 3461.6990

ou ainda

(16) 98163.2079

Panelas antigas ou modernas, saem como novas

José Carmo

além de

arrumar

as panelas

de pressão

estufadas,

da dicas que

como deixalas

sempre

em forma

27|


A VELHICE

TEXTO

Profa. Dra. Suzana Cristina

Fernandes de Paiva

Departamento de Economia/

UNESP/Araraquara

Victor Fillipi Martins Souza

da Silva

Graduando do Curso de Ciência

Econômicas da UNESP/Araraquara

15 de junho – Dia Mundial de

Conscientização da Violência

Contra a Pessoa Idosa

O envelhecimento é uma das maiores conquistas

da humanidade no século XX

A Organização das Nações Unidas

(ONU) e a Rede Internacional de

Prevenção à Violência à Pessoa Idosa

elegeram o dia 15 de junho como

o Dia Mundial de Conscientização

da Violência Contra a Pessoa Idosa.

É uma data simbólica que objetiva

conscientizar a sociedade de que os

idosos têm direitos e que todo ato de

violência deve ser repudiado, denunciado

e punido.

O envelhecimento é uma das

maiores conquistas da humanidade

no século XX. De acordo com a ONU,

a população idosa com mais de 65

anos já superou o número de crianças

com menos de 5 anos, e em 2050

uma em cada seis pessoas terá mais

de 65 anos, cerca de 16% da população

total. Em 2019 o Brasil atingiu

de 29 milhões de pessoas com 60

anos ou mais, o que correspondendo

a 13,8% da população total, com tendência

de aumento expressivo para

as próximas décadas, segundo estimativas

do IBGE.

O envelhecimento populacional

tem sido possível graças a conjunção

de diversos fatores que ampliaram a

expectativa de vida das pessoas e

hoje ganha destaque nas agendas

acadêmicas e de políticas públicas.

Mas infelizmente o preconceito e discriminação

por idade também emergiram

como temas importantes.

No Brasil é evidente a discriminação

e estereótipos em relação aos

idosos. Abandono, abuso, omissão,

negligência, maus-tratos, desprezo,

preconceito e violência dos mais

diferentes tipos (física, psicológica,

social, verbal, financeira, sexual) são

expressões de um fenômeno complexo

e multifacetado de difícil controle

e que expressa um grande atraso da

sociedade no trato das pessoas idosas.

A International Network for the

Prevention of Elder Abuse (INPEA) e a

Organização Mundial de Saúde (OMS)

definem a violência contra a pessoa

idosa como “qualquer ato, único ou

repetitivo, ou omissão, que ocorra em

qualquer relação supostamente de

confiança, que cause dano ou incômodo

à pessoa idosa.”

O ageismo ou idadismo são expressões

que representam este

processo discriminatório que cria estereótipos

e alimenta o preconceito

contra a pessoa idosa. Ele está enraizado

em comportamentos e na mentalidade

dos indivíduos, e explicam os

altos índices de violência sofrida por

esta parcela da população.

A face mais terrível desse fenômeno

é o fato de que a maioria dos

agressores são membros da própria

família, tendo em vista que quase

80% da violência contra idosos

acontecem no ambiente doméstico. A

questão se agrava na medida em que

o laço emocional familiar, o medo e

as dificuldades de acesso aos canais

de denúncia, faz com que ocorra uma

subnotificação desse crime bárbaro.

Os dados mais recentes do Disque

100 informam que em 2018 foram registradas

no Brasil 37.454 denúncias

de violações contra a pessoa idosa,

um aumento de 13% em relação ao

ano anterior. Já os dados do DATASUS

revelam que no mesmo ano 2.307

idosos vieram a óbito em decorrência

de agressões, 239 só no Estado

de São Paulo, enquanto Araraquara

registrou 4 óbitos por agressões, 3

por lesões autoprovocadas intencionalmente,

2 por fatos indeterminados

e 15 por quedas.

Infelizmente, a rotina imposta

pela pandemia da Covid-19 tem ampliado

a violência contra as pessoas

idosas. O fato de fazerem parte do

grupo mais vulnerável à Covid-19,

que pode levá-los a morte, já provoca

uma sensação de medo, insegurança

e solidão. Este sentimento tende a

ser agravado com o crescimento do

preconceito que tem se manifestado

na forma de memes, tuites e áudios

preconceituosos que circulam nas

redes sociais. Ainda que possa ser

inconsciente, essa prática tem um

custo emocional elevado e gera mais

preconceitos e constrangimentos.

|28


Acolher e cuidar com respeito e

empatia a pessoa idosa é um dever

da família, da sociedade e do Estado,

conforme declara a Constituição

Federal de 1988 e o Estatuto do

Idoso. É preciso cobrar do Estado o

compromisso do cuidado com o idoso,

garantindo o acesso a uma rede

integral de serviços de acordo com

as suas distintas necessidades e que

promova ações e políticas planejadas

para resguardar seus direitos sociais.

Mas, é preciso ajudar a sociedade a

superar seu olhar preconceituoso

sobre a velhice, pois a indiferença, o

silêncio e a omissão causam vítimas

e cerceiam direitos.

A conscientização pode começar

com ações no campo educativo, do

ensino fundamental à universidade,

com o objetivo de criar em todas as

idades a conscientização sobre o

problema da violência e uma ampliação

da valorização do envelhecer.

É necessário criar um ambiente de

inteligência intergeracional em que

o envelhecer seja aceito como um

ciclo natural da vida e onde atitudes

antienvelhecimento sejam abolidas.

Envelhecer já é uma oportunidade

para a maioria, mas envelhecer

dignamente ainda é um privilégio de

poucos e negado a muitos pela supressão

de direitos, pelo silêncio e

a omissão.

29|


SEM PASSAGEM

Produtores rurais

interditam Ponte

dos Machados

em Araraquara

Com tratores fechando a passagem a mobilização chamou

a atenção da Prefeitura Municipal que correu para o

lugar visando negociar com população que reside nas

proximidades do Bairro dos Machados

Após a colocação de tratores impedindo

a passagem de caminhões

ou até mesmo veículos de passeio

pela ponte do bairro dos Machados

– sentido Araraquara-Guarapiranga, o

coronel João Alberto Nogueira Júnior,

Secretário Municipal de Cooperação

dos Assuntos de Segurança Pública

se dirigiu ao local para negociar com

produtores rurais.

A manifestação em junho se deu

por conta dos problemas técnicos na

ponte que liga a cidade ao bairro; segundo

os moradores daquela região,

não é de hoje que é solicitada a interferência

do município diante dos

riscos que os veículos e as pessoas

passam. Um dos moradores disse

que há má vontade das autoridades

e que o direito de ir e vir não está

sendo respeitado.

Representando o prefeito Edinho

Silva, o coronel João Alberto disse durante

as negociações que – uma nova

Coronel João Alberto, representando o

prefeito Edinho, acompanha a revolta que

vem da periferia

ponte está orçada em R$ 1.5 milhão

e que o município não dispõe de valores

para a construção. Argumentou

ainda que – está acontecendo tratativa

com o governo do Estado para

novo projeto através de convênio,

porém a burocracia neste momento

está emperrando.

Bloqueio da ponte:

revolta que vem da

periferia, através dos

produtores rurais

|30


Uma outra sugestão é da instalação

de uma ponte móvel mas para

isso teria que ser feita uma parceria

com o Exército, precisando contudo

do aval do Governo Federal.

Como a ponte não está interditada

integralmente os produtores decidiram

por conta bloqueá-la e chamar

a atenção das autoridades, até que

ocorra um posicionamento oficial sobre

a nova passagem: “Estamos cansados

de promessas”, comentam os

moradores.

Prefeitura e produtores ainda estão

no local buscando uma negociação

para a retirada das máquinas e

ainda que seja uma passagem com

restrições – o tráfego voltaria ao normal.

Só que para eles (moradores) o

problema não é este e sim o estado

precário da ponte que poderá desabar

e ceifar vidas, como das crianças

que utilizam o transporte escolar.

Fechamento da passagem

Após as tratativas entre Coronel

Alberto e produtores rurais, será marcada

uma reunião entre a Secretaria

de Obras Públicas e moradores do

entorno da ponte para que possam

chegar a um consenso. A ponte foi

liberada por volta das 11h30. Duas

reuniões já foram realizadas na prefeitura

para dar solução ao caso, contudo,

ainda não houve desfecho.

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31|


ARTIGO

Law and Economics

Ubiratan Reis

E agora, Supremo?

No último dia 07 de maio, quebrando todos os protocolos,

o Presidente da República, a passos largos,

acompanhados de Ministros e empresários, adentrou

ao Supremo Tribunal Federal, sendo recebido pelo

Presidente da Corte, em uma “visita de cortesia”.

A repercussão do encontro evidenciou o desconforto

do Governo Federal com as decisões prolatadas

pelos Ministros do STF, em especial, neste episódio,

sobre a política econômica nacional, especialmente,

sobre a distribuição de competência administrativa

sobre o gerenciamento das atividades econômicas,

dentre elas, a suspensão das atividades do comércio.

Pode-se, na liberdade deste singelo artigo, dizer

que, o Presidente da República chamou a alta cúpula

do Poder Judiciário para dançar, sem qualquer cerimônia,

em uma festa nada animada, com música

fúnebre de fundo,no compasso de calamidade pública

de saúde e harmonia de crescimento exponencial do

desemprego.

Embora a triste, mal ensaiada e desorganizada a

visita não se apresenta como o melhor método para

harmonização entre os Poderes; neste episódio, a

falta de liturgia do Chefe do Executivo escancarou a

indesejada intervenção judicial no mercado, daí, o

constrangimento daqueles que não estão familiarizados

com a interação entre o Direito e a Economia.

Quando uma empresa precisa tomar uma decisão,

as primeiras providências são as de obter todas

as informações necessárias e fundamentais para

fazer uma escolha racional, ou o mais próximo da

racionalidade possível. São consultados advogados,

contadores, consultores, economistas etc, tudo para

que sejam minimizados eventuais riscos econômicos

e jurídicos.

Ocorre que, embora o STF faça algumas análises,

tais estudos não são determinantes para direcionar

os acórdãos que, em sua maioria das vezes, são

fundamentados em convicções jurídicas, com uma

incomoda carga ideológica e principiológica.

A demonstrar essa realidade, cita-se os reflexos

da decisão do Ministro Ricardo Lewandowski, monocraticamente,

de condicionar, a chancela sindical,

a validade dos acordos individuais de redução de

jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporária

de contrato de trabalho previstos na Medida

Provisória (MP) 936/2020.

Enquanto as empresas se debruçavam em análises

jurídica, financeira e de mercado para ponderar sobre

eventuais dos acordos com seus empregados, avaliando

os riscos eminentes de possíveis entendimentos

da Justiça Trabalhista, vem uma decisão da Suprema

Corte que dificultava a manutenção de muitos empregos.

Posteriormente, a decisão não se manteve no Pleno

do Tribunal, mas entre a concessão da liminar e sua

revogação, várias pessoas amargaram, e ainda amargam,

as mazelas do desemprego.

Outro imbróglio, que ainda surtirá vários efeitos

econômicos, se refere a atribuição de competência

entre os Estados e os Municípios acerca de quais dos

entes detêm competência para definiras restrições em

razão da pandemia da Covid-19.

Isto, porquanto, em recente decisão, o Ministro

Edson Fachin do STF ressaltou a necessidade de

preservação das competências dos entes, todavia,

contraditoriamente, ao nosso sentir, manteve a decisão

do Tribunal de Justiça do Paraná que esgotava a

competência do Município de Londrina, que flexibilizava

a abertura de estabelecimentos industriais, da

construção civil e comerciais.

A medida em que o Supremo Tribunal Federal se

envereda para decisões eminentemente econômicas,

ainda mais quando as previsões meteorológicas são de

fortes pancadas de recessão e rajadas de desemprego,

sua imagem fica desgastada, não só perante a comunidade

jurídica, mas, sobretudo, sobre a coletividade

de uma forma geral, já que o Presidente da República,

através do seu ato, trouxe o Supremo Tribunal Federal

para o olho do furacão.

Diante deste impasse causado pelos próprios

Ministros do STF, fato é que, as consequências econômicas

decorrentes do combate à Covid-19 não são

mais atribuídas ao Governo Federal, mas aos Governos

Estaduais, aos Governos Municipais e ao Supremo

Tribunal Federal, daí, diante da complexidade do

mercado, surge uma indagação relevante aos constitucionalista,

a Suprema Corte está preparada para

assumir um protagonismo que ontologicamente não

lhe pertence? E agora, Supremo?

Ubiratan Reis é advogado tributarista/econômico e escreve para a

Revista Comércio, Indústria e Agronegócio (ubreis@gmail.com)

|32


FUTURO

Pedidos de recuperação judicial

devem bater recorde em 2020

Senado analisa PL que agiliza processo de negociação entre

empresas e credores, mas especialistas preveem sobrecarga

no Judiciário

Segundo diversas consultorias

especializadas, 2020 pode chegar

a registrar até cinco mil pedidos de

recuperação judicial no país, um verdadeiro

recorde causado, sobretudo,

pela pandemia do coronavírus. Até então,

o número mais alto de pedidos

de recuperação judicial fora em 2016,

com 1,8 mil casos. Os setores mais

afetados são os de serviços, mais

especificamente turismo, eventos e

produções, hotelaria, academias e

restaurantes.

Para Claudio Pedro de Sousa

Serpe, advogado pós-graduado pela

Fundação Getúlio Vargas em Direito

de Empresas e Economia, especialista

em recuperação judicial, a lei

11.101/2005, que trata do tema no

Brasil, precisa de uma reforma urgente.

“Especialmente no sentido de determinados

créditos, que pela lei atual

não integram a recuperação judicial.

Com a inserção de novas classes de

credores, tais como a tributária, garantia

imobiliária, da alienação fiduciária,

arrendamento mercantil, dentre

outras que são excluídas pela lei atual,

o processo de recuperação judicial

passará a ser mais abrangente e aumentará

a possibilidade da recuperação

ter maior sucesso”, analisa.

“Em alguns Estados já se detecta

um aumento de 90% nos trâmites de

recuperação judicial quando comparado

com o ano anterior”, compara

Victor Fernandes Cerri de Souza, vice-presidente

da Comissão de Direito

Contratual, Compliance e Propriedade

Intelectual da Ordem dos Advogados

do Brasil, Seção São Paulo. Ele complementa:

“Aqui, a gente ainda esbarra

numa questão econômica, que já

trazia uma sazonalidade para determinados

negócios nos últimos cinco,

seis anos, fazendo com que, por si só,

existisse uma fragilidade inerente”.

Datada de 2005, a lei 11.001 foi

um avanço no país, sendo aplicada

com o princípio da continuidade da

atividade empresarial. “A cessação

da atividade empresarial traz grandes

consequências para a coletividade,

que acaba permeando a cadeia de

produção. Os credores perdem seus

créditos, os empregados seus empregos,

o fisco os tributos e a população

produtos e serviços que eram oferecidos

por necessidade. Então ela é uma

lei de cunho social muito importante

que busca viabilizar a superação do

momento de crise financeira e econômica

de uma empresa”, avalia Cerri,

sócio do escritório Correa Porto, sediado

em São Paulo.

Outro ponto positivo é a promoção

de acordo coletivo da devedora com

seus credores, em prejuízo a acordos

individuais, que nem sempre têm êxito.

Também há a suspensão de ações

e execuções contra a empresa devedora,

a possibilidade de apresentação

de um plano de recuperação viável e a

determinação judicial para não retirada

forçada de bens indispensáveis à

atividade da empresa devedora.

A adequação, no entanto, é necessária.

“É uma lei que já possui

15 anos e foi pensada para resolver

problemas ordinários de economia e

não problemas extraordinários, como

numa pandemia”, afirma Serpe, sócio

do escritório Serpe Advogados.

Em busca de uma solução para o

momento atual, a Câmara dos Deputados

aprovou recentemente o Projeto

de Lei nº 1.397/2020, que institui

medidas emergenciais e transitórias

para as empresas que estão em crise

devido à pandemia ou que estejam

em processo de recuperação judicial.

Agora, o projeto deverá ser apreciado

pelo Senado Federal.

Por um lado, o texto amplia a utilização

do instituto da recuperação

judicial para as micro e pequenas

empresas, e estipula que o pagamento

aos credores poderá ser feito em

até 60 parcelas (possibilidade atual

é de 36 parcelas). A proposta ainda

suspende por 30 dias as execuções

judiciais e extrajudiciais de dívidas

vencidas após 20 de março de 2020,

bem como os atos como a decretação

de falência, o despejo por falta de

pagamento, a cobrança de multas de

mora e de não pagamento de tributos.

33|


HOMENAGEM

Morre Adail Bombarda, plantador

de cana e pecuarista

A família Bombarda sempre foi muito conceituada na

região de Araraquara e voltada para as atividades agrícolas

e também pecuária, tinha um relacionamento extenso

com a comunidade.

Em junho, o setor canavieiro perdeu

um dos seus importantes membros,

muito conhecido. Adail Bombarda,

sorridente, envolto pela alegria e

com enorme vontade de viver, teve

complicações após uma cirurgia realizada

em Ribeirão Preto.

Ligado ao campo vinha se dedicando

à pecuária, à agricultura e a

criação de suínos; seu falecimento

causou grande tristeza entre os plantadores

de cana, cultura tradicional

entre e os familiares.

Para o presidente da Canasol,

Luís Henrique Scabello de Oliveira a

perda para o setor é lamentável pois

Adail representava a continuidade

dos negócios familiares e sempre

como companheiro do setor teve o

respeito e a consideração de todos.

“Posso dizer que como plantador de

cana sentimos essa perda, pois se entrarmos

na história canavieira vamos

ver o papel que a família Bombarda

desempenhou, contribuindo decisivamente

para o fortalecimento desta

atividade”, completou o presidente da

Canasol.

Pela maneira carinhosa com que

vivia junto à comunidade, Adail organizava

anualmente almoço beneficente

com o objetivo de angariar recursos

destinados as obras realizadas pelo

Asilo de Mendicidade.

Adail

Bombarda

A FAMÍLIA

Adail, filho de Cecília e Pascoal

Bombarda, tinha como irmãos Leda,

Humberto e Sidney. Do seu primeiro

casamento com Maria Lygia Tremonte,

já falecida, teve os filhos Ricardo,

Gustavo e Flávia. Atualmente era casado

com Maria Cecília Costa.

|34


INFORMATIVO

AGRO

N E G Ó C I O S

Edição: Julho/2020

SINDICATO RURAL, SENAR, SEBRAE E CANASOL

Solidariedade em

tempos de pandemia

A união de quatro entidades em Araraquara propiciou a

confecção de 12 mil máscaras que estão sendo distribuídas por

elas para reforçar junto à sociedade, a importância do seu uso

como forma de proteção e combate ao Coronavírus. Quatro

municípios e entidades assistenciais receberam as doações.

Em plena pandemia uma situação

inusitada foi tomada pelo Sindicato

Rural de Araraquara, Senar SP, Canasol

e Sebrae que, sentindo a carência

das máscaras na proteção contra o

Coronavírus, decidiram se juntar e

capacitar pessoas interessadas em

trabalhar de forma voluntária. Assim,

em menos de 20 dias, pelo menos

12 mil máscaras estavam confeccionadas.

Antes mesmo do término da

confecção já houve a liberação para

a entrega e por iniciativa dos próprios

organizadores.

Orgulhoso com a iniciativa, o presidente

Nicolau de Souza Freitas,

do Sindicato Rural de Araraquara,

comentou durante cada doação efetuada

que momentos assim, além da

demonstração de solidariedade, servem

para reforçar o papel que cada

entidade desenvolve junto à comunidade

que atende.

“Posso garantir que a nossa história

é de proximidade com a população

e sempre estamos presentes pois

são atos que dignificam o trabalho de

cada uma delas”, disse Nicolau.

Ele também em nome de todos,

agradeceu o empenho das costureiras

que participaram do curso e

espontaneamente colaboraram na

confecção da máscara de proteção.

“Muito obrigado a todas”, concluiu o

presidente.

Nicolau de Souza Freitas (presidente do Sindicato Rural), João Henrique de Souza Freitas (coordenador regional do Senar SP), Jorge Piquera

lozano (Canasol) e Marcelo Xavier Benedette (Sindicato Rural) com as máscaras produzidas durante o curso de capacitação

35|


TRABALHO SOCIAL

NOVA EUROPA

Com pouco mais de 11 mil habitantes e sem nenhum óbito nesta passagem da pandemia

causada pelo Coronavírus, o município de Nova Europa implantou medidas severas para

conter o avanço da doença, como fechar os acessos da cidade.

João Henrique de Souza Freitas (Senar SP), Luiz Carlos Santos (prefeito de Nova Europa),

Nicolau de Souza Freitas (Sindicato Rural), Jorge Piquera Lozano (Canasol) e Marcelo Xavier

Benedette (Sindicato Rural) durante a entrega das máscaras

O prefeito Luiz Carlos Santos (PTB)

recebeu na sede do Sindicato Rural

de Araraquara, na manhã desta quinta-feira

(18), mil máscaras doadas

pela entidade para serem distribuídas

entre os moradores de Nova Europa.

As máscaras foram confeccionadas

por alunas que participaram de curso

preparatório realizado pelo Senar

(Serviço Nacional de Aprendizagem

Rural) em maio e o próprio Sindicato

Rural, com apoio da Canasol e do

Sebrae.

Foi a forma encontrada pelo Senar

e Sindicato Rural visando minimizar

os impactos do Coronavírus na região,

disse o presidente Nicolau de Souza

Freitas ao prefeito Luizão. De acordo

com Nicolau, o sindicato e o Senar

sempre estiveram presentes em movimentos

sociais que contribuem com

o bem-estar dos produtores e trabalhadores

rurais. Só que agora, disse

ele, a pandemia ocasiona aos municípios

da nossa base problemas de

maior gravidade, daí a contribuição

que creio chega em boa hora.

“De fato, nem sei como agradecer

essa valiosa ajuda do Senar, Sindicato

Rural, Sebrae e Canasol. O momento

é também de dificuldades para

Nova Europa que graças a Deus não

teve nenhum óbito”, comentou o prefeito

Luiz Carlos Santos, o “Luizão”.

Mas, para isso ele teve que tomar

algumas medidas drásticas, uma delas,

bloquear no final de março, vias

que dão acesso à cidade para conter

o trânsito de pessoas que chegam

de outros municípios e evitar a proliferação

do novo Coronavírus. Na

época, a imprensa ressaltou que os

locais foram impedidos com tubos de

concreto. Todo trabalho vinha sendo

monitorado pela Polícia Militar.

Segundo Luizão, o bloqueio principal

foi feito na estrada rural que dá

para a Rodovia Victor Maida (SP-331),

que é usada por pessoas que viajam

de Araraquara, Tabatinga, Ibitinga e

Gavião Peixoto para a cidade.

Justamente nesse ponto, os motoristas

que tentavam passar eram

questionados sobre o motivo da viagem

e tinham a temperatura medida

por policiais. Carros com placas de

outros municípios e pessoas com febre

também eram proibidas de entrar

em Nova Europa. “Talvez por essas

medidas não tivemos nenhuma morte”,

completa o prefeito.

Prefeito Luiz Carlos Santos (Nova Europa) e o presidente Nicolau de Souza Freitas

|36


TRABALHO SOCIAL

AMÉRICO BRASILIENSE

O prefeito do município de Américo Brasiliense, Dirceu Pano, recebeu mil máscaras para

distribuição aos moradores da sua cidade. A entrega ocorreu na sede do Sindicato Rural em

Araraquara, em maio.

Também Américo Brasiliense recebeu

as máscaras confeccionadas

por participantes do curso de capacitação

organizado pelo Senar e Sindicato

Rural, com apoio da Canasol

e Sebrae. Ao todo foram produzidas

cerca de 12 mil máscaras para doar

ao municípios da sua base territorial,

onde fazem parte as cidades de Américo

Brasiliense, Santa Lúcia, Rincão,

Nova Europa e Boa Esperança do Sul.

No dia 9 de maio, o prefeito Dirceu

Pano esteve no Sindicato Rural para

receber as doações. Segundo o prefeito

de Américo, a cidade na primeira

semana de maio já contava com 53

casos confirmados de Covid-19, dois

óbitos, 19 pessoas aguardavam resultado,

43 se encontravam curados e

nenhum internado. Eram os números

naquele momento.

Dirceu Pano se mostrava comprometido

pois “o gripário montado para

atendimento da população era tido

referência e elogiado pela fiscalização.

“Temos como referência também

o AME, onde foi liberada uma área

para acolhimento de nossos pacientes,

que também são recebidos na

Gota de Leite para atendimento infantil,

Santa Casa e Hospital da Solidariedade

de Araraquara.

Dirceu dizia naquele momento

que era necessário conter a proliferação,

para que o comércio voltasse

a atuar, mas que seria ingenuidade

acreditar que com a flexibilização os

Suze Timpani entrevista Dirceu Pano

Coordenador Regional do Senar, João Henrique de Souza Freitas, o prefeito de Américo,

Dirceu Pano, o presidente do Sindicato Rural, Nicolau de Souza Freitas e o vereador de

Américo, Mário Augusto de Campos (PSDB).

números não iriam aumentar. “Estamos

colocando fiscalização, fazendo

um trabalho de orientação nas ruas”.

Uma outra situação naquele instante

focada por ele, era o horário

de funcionamento do comércio na

cidade que estava trabalhando das

12h às 18h, uma preferência dos comerciantes.

“Estamos fazendo esta

experiência, pode ser que haja mudanças.

De fato houve, com o recúo

da flexibilização e sendo base territorial

de Araraquara o município vem

funcionando das 12h às 16h.

AS DOAÇÕES

Quanto as máscaras que foram

doadas pelo Sindicato Rural e Senar,

Dirceu disse que chegavam em boa

hora, pois iria distribui-las a várias entidades

e também ao Fundo Social

que faz entrega gratuita para qualquer

pessoa necessitada. “Já orientamos

aos fiscais da prefeitura para

que carreguem consigo máscaras,

para caso encontrem alguém sem,

já ofereça”.

Passados três meses, Dirceu Pano

lamenta os problemas econômicos

que a pandemia vem trazendo: “No

mês de abril só de Fundo de Manutenção

e Desenvolvimento da Educação

Básica (FUNDEB) e Fundo de

Participação dos Municípios (FPM),

houve queda de R$ 1.500 milhão;

ainda estamos conseguindo fazer os

pagamentos em dia, mas isto, mais

adiante pode refletir nos fornecedores

da prefeitura”, comentou o prefeito

aparentando preocupação.

O governo Federal havia prometido

uma verba de R$ 4.400 milhões,

tipo ajuda parcelada, mesmo assim,

Américo sairá com um prejuízo de

quase R$ 600 mil reais. Depois de

agosto é que não sabemos como vamos

ficar” – afirmou Pano.

Estiveram presentes na entrega

das máscaras, o Coordenador Regional

do Senar, João Henrique de

Souza Freitas, o prefeito de Américo

Brasiliense, Dirceu Pano, o presidente

do Sindicato Rural, Nicolau de Souza

Freitas e o vereador de Américo, Mário

Augusto de Campos (PSDB).

37|


SOLIDARIEDADE

Sindicato Rural e Senar entregam máscaras

para moradores da Praça do Carmo

Entidades rurais do município

acompanharam um grupo de

voluntários na distribuição

Na noite de 18 de junho, o Sindicato

Rural de Araraquara representado

por Iracema de Souza Freitas e o

coordenador do Senar, João Henrique

de Souza Freitas, entregaram máscaras

aos moradores em situação de

rua na Praça do Carmo.

O Sindicato Rural e o Senar com

apoio da Canasol e Sebrae, estão

confeccionando máscaras, com apoio

de voluntárias associadas das entidades

com o objetivo de ajudar a combater

o cornavírus neste momento de

pandemia.

As entidades rurais acompanharam

um grupo de voluntários que entregam

comida, roupas, cobertores

entre outros itens a moradores das

praças da cidade.

A dona de casa Ana Paula Agostinho,

seu marido Antonio Ferraz, a

Iracema de Souza Freitas, João Henrique de Souza Freitas e as voluntárias Ana Paula

Agostinho e Camila Muzel

cunhada Camila Muzel e Marcelo Ferraz,

explicam que devido à pandemia

do Coronavírus, se sentiram sensibilizados

com a situação das pessoas

menos favorecidas e resolveram fazer

as doações todas as quintas-feiras

nas praças. O Sindicato Rural sabendo

do trabalho do grupo achou por

bem ajudá-los com máscaras.

PEREGRINAÇÃO

Ana Paula conta que muita gente

ajuda doando cobertas, marmitas e

colheres descartáveis, alimentos e

verduras. Após tudo pronto, o grupo

sai procurando nas praças da cidade,

pois de acordo com ela, as pessoas

que vivem nas ruas andam muito. “A

Praça do Carmo é um dos piores lugares,

muita gente se junta aqui”. A

reportagem pode conferir que cerca

Dayana diz que não mora na

praça, mas costuma frequentar

durante à noite

de 10 pessoas foram atendidas pelo

grupo, entre elas uma cadeirante.

“Essa cadeirante não sabemos

onde ela fica, mas toda semana encontramos

com ela, o marido e o filho

nesta praça, além de uma família que

mora em frente a Chevrolet. Passamos

na praça do Santana e hoje não

tinha ninguém, mas na semana passada

haviam mais de 10 pessoas,

eles são imprevisíveis”. Perguntada

se pretendia continuar com o trabalho

solidário após a pandemia, ela afirma

que “enquanto Deus me der forças

pretendo continuar a ajudar, pois é

muito gratificante”, afirma Ana Paula.

De acordo com a voluntária, seu

genro também faz o mesmo trabalho

as quartas-feiras e ela faz as quintas

para que os moradores em situação

de rua possam ser atendidos mais

vezes por semana.

Vale ressaltar que todos os atendidos

na praça, não estavam fazendo

uso de máscaras e cada qual ganhou

algumas do Coordenador do Senar.

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CURSOS - JULHO 2020

• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO - MÓDULO III

01 a 27/07 - Local: Araraquara

• ARTESANATO COM MADEIRA MACIÇA

RECICLAVEL - UTILITÁRIOS E DECORATIVOS -

TÉCNICAS

06 a 09/07 - Local: Araraquara

• PROLEITE - PASTAGEM DE INVERNO -

MÓDULO VII

06 e 07/07 - Local: Araraquara

• TOMATE ORGÂNICO - CONTROLE DE

PRAGAS E DOENÇAS - MÓDULO IV

06 e 20/07 - Local: Araraquara

• AGRICULTURA ORGÂNICA - O ORGANISMO

DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE -

MÓDULO I - 16 PARTICIPANTES

13 e 27/07 - Local: Araraquara

Participantes do programa Incêndio: prevenção e combate no campo, realizado para os

funcionários da Usina São Martinho, antiga Santa Cruz, em Américo Brasiliense

CAPACITAÇÃO

Nova turma de brigadistas

na Usina São Martinho

Preocupação é a nova época

da estiagem que agora

ganha força na região

O Senar SP e o Sindicato Rural de

Araraquara realizaram em Américo

Brasiliense nos dias 8 e 9 de junho

mais um curso destinado a formação

de brigadistas (Incêndio: prevenção

e combate no campo), orientando os

participantes sobre as técnicas mais

eficientes. O curso foi realizado na

Usina São Martinho.

Segundo o coordenador, João

Henrique de Souza Freitas, durante os

dois dias os participantes tiveram treinamento

em técnicas de prevenção

ao princípio de incêndio, abandono

de área e primeiros socorros. “Foram

aulas teóricas e práticas e os participantes

garantiram o recebimento

do certificado com validade nacional.

O coordenador do Senar considera

que esta é uma região propícia para

focos de incêndio por conta da cultura

da cana. “Com praticamente 100%

da cana colhida crua, o fogo nos canaviais

virou sinônimo de problema.

Nessa época de baixa precipitação de

chuvas, a incidência de incêndios é

intensa e um fator adicional que tem

tornado a situação ainda mais dramática

para os produtores, é o aumento

da ocorrência de incêndios acidentais

e criminosos nas áreas de cultivo de

cana-de-açúcar.

Já o instrutor Henry Lopes, que

tem uma proximidade muito grande

com os produtores e os trabalhadores

rurais, ao capacitar novos profissionais

para o desempenho da função,

entende que praticamente todas as

usinas em operação no Estado de

São Paulo participam de iniciativa

semelhante (formando brigadistas),

com a manutenção de equipe treinada

e equipamentos disponíveis para

auxiliar a contenção das queimas acidentais

ou criminosas.

Para ele, o investimento realizado

pelo setor produtivo nesse tipo de

estrutura é também significativo. A

quantidade de funcionários alocados

pelas unidades produtoras paulistas

em suas brigadas de incêndio totaliza,

em média, 70 por usina.

Os alunos foram certificados e

estão integrados à usina como brigadistas.

• AGROTÓXICOS - USO CORRETO E SEGURO

- NR 31.8

13 a 15/07 - Local: Américo Brasiliense

• EQUIDEOCULTURA - PREPARAR O ANIMAL

PARA A LIDA COM O GADO BOVINO

13 a 17/07 - Local: Nova Europa

• FRUTICULTURA BÁSICA - INSTALAÇÃO DA

LAVOURA

13 a 15/07 - Local: Araraquara

• TURISMO RURAL - ATRATIVOS TURÍSTICOS

NO MEIO RURAL - MÓDULO IV

13 a 15/07 - Local: Araraquara

• SEGURANÇA NO TRABALHO

EM ALTURA - NR 35

13 a 15/07 - Local: Araraquara

• FEIRA DO PRODUTOR RURAL - BOAS

PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS

- MÓDULO II

16 e 17/07 - Local: Araraquara

• SEGURANÇA EM MAQUINAS E

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS - NR 31.12

16 a 18/07 - Local: Américo Brasiliense

• PROLEITE - ALIMENTAÇÃO - MÓDULO VIII

20 até 27/07 - Local: Araraquara

• SEGURANÇA NO TRABALHO EM

ALTURA - NR 35

20 a 22/07 - Local: Araraquara

• PROCESSAMENTO ARTESANAL DE CARNE

BOVINA - TÉCNICAS

28 a 30/07 - Local: Araraquara

• FEIRA DO PRODUTOR RURAL - PRODUTOS

RURAIS PARA COMERCIALIZAÇÃO

- MÓDULO III

30, 31/ 07 e 06, 07/08 - Local: Araraquara

Coordenador SENAR/SP Araraquara:

João Henrique de Souza Freitas

39|


ESPECIAL

O consumidor busca produtos fresquinhos chegados da roça

Novo conceito de feira

com os produtores rurais

O novo formato de

feira livre está sendo

implantado em Araraquara

e Américo Brasiliense

depois da capacitação

do próprio produtor com

acompanhamento técnico e

regras que norteim produtos

com qualidade.

Em busca de alternativas de comercialização

aos produtores da região,

o Sindicato Rural de Araraquara,

o Senar SP e a Fundação Itesp estão

realizando novamente neste ano o

Programa Feira do Produtor Rural.

O projeto, segundo o coordenador

regional do Senar SP, engenheiro

agrônomo João Henrique de Souza

Freitas, é resultado da parceria dos

produtores rurais com as entidades,

além do apoio das prefeituras que

requisitam junto ao Senar a implantação

do programa.

Desde o início da realização das

feiras, o projeto já capacitou cerca

de 60 produtores dos assentamentos

Monte Alegre, Silvânia e Bueno

de Andrada, criando condições para a

comercialização de alimentos saudáveis

e preços justos para a população

das cidades envolvidas.

A capacitação do pequeno produtor rural

permite colocá-lo no mercado agro, criando

seu próprio círculo de bons negócios e

aumentando a renda familiar

|40


No pontos onde se instala

a Feira do Produtor Rural

tem se transformado

num importante

centro de compras

para o consumidor.

Toda capacitação é

oferecida gratuitamente,

aproveitando-se a

experiência do produtor

e sua dedicação à terra.

Além das orientações,

recebe graciosamente o

estande para o trabalho,

bem como o uniforme.

Um dos principais

objetivos do programa é

facilitar a permanência

do homem no campo e

ampliação da sua renda

familiar.

REINVENTANDO

As turmas já consolidadas desde

2017 são acompanhadas pelas

Comissões Gestoras formadas por

representantes das entidades organizadoras,

além de lideranças escolhidas

pelos próprios produtores. Este

processo possibilita a conquista de

novos pontos de venda aos grupos de

interessados na produção de hortifrutigranjeiros,

fortalecendo a geração

de renda.

“As feiras possibilitam a comercialização

de produtos da agricultura

familiar local, gerando renda direta

aos produtores, estimulando a diversificação

dos produtos, além de levar

aos consumidores alimentos frescos

e saudáveis”, comenta Maria Clara

Piai da Silva, da Fundação Itesp, que

por sua ligação com o campo faz a

chamada dos interessados em participar

do programa.

O presidente do Sindicato Rural de

Araraquara, Nicolau de Souza Freitas,

comenta que a missão do Sindicato

Rural e do Senar é reconhecidamente

social, pois contribui com o fortalecimento

de uma interação entre o

campo e a cidade.

AS FEIRAS - ONDE E QUANDO ACONTECEM

Atualmente os grupos que foram capacitados através desta parceria

possuem os seguintes pontos de venda:

Araraquara

Segundas-feiras: Jardim Santa Clara, das 16h às 20h.

Terças-feiras: Valle Verde, das 16h às 20h.

Quartas-feiras: Praça do Parque CECAP, das 16h às 20h.

Sextas-feiras: Estacionamento do Estádio da Ferroviária - das 16h

às 20h.

Sextas-feiras - Adalberto Roxo, das 15h às 19h.

Sábados - Jardim Aclimação - Associação AMAR - das 8h às 12h.

Américo Brasiliense

Quartas-feiras - Jd Vista Alegre, das 15h às 19h.

Feira atualmente realizada no Adalberto Roxo

41|


GASTRONOMIA

As delícias do leite

Na Fábrica Meninas da Roça em Bueno, o curso dado pelo Senar e o Sindicato Rural vai ajudar a fortalecer a gastronomia do distrito

O Laticínios Meninas da Roça

que começou fabricando

queijos, com os cursos dados

em junho pelo Sindicato

Rural e Senar acaba

ganhando novos produtos

com derivados do leite como

iogurtes, manteiga e doce de

leite, por meio de técnicas

artesanais.

Foi em um pequeno laticínio, recém

inaugurado com o SIM - Serviço

de Inspeção Municipal, no distrito

de Bueno de Andrade e onde a proprietária

Flávia Honorato e mais um

grupo de interessadas, receberam capacitação

para o processamento de

derivados de leite. O curso foi dividido

em duas etapas, a primeira delas nos

dias 6 e 7 de junho, sendo abordada

a produção de manteiga, doces

e fermentados derivados de leite. Já

nos dias 13 e 14 de junho, as participantes

aprenderam a produzir queijos

de massa crua, semi-cozida e cozida.

O pequeno laticínio representa o

empreendedorismo de Flávia Honorato

e uma sócia-colaboradora que

decidiram investir na Fábrica Meninas

da Roça, aproveitando a fama do

setor gastronômico criado em Bueno

de Andrade.

Localizado em uma esquina atrás

da estação ferroviária, o laticínio um

mês depois de inaugurado e fabricando

apenas queijo, buscou ampliar seu

O presidente do Sindicato Rural

de Araraquara, Nicolau de Souza

Freitas e o coordenador regional

do Senar SP, engenheiro agrônomo

João Henrique, acompanham o

curso ministrado pela engenheira de

Alimentos, Roberta Zanoveli Rossini

|42


leque de produtos, encomendando

para isso os dois cursos do Senar,

totalmente gratuitos com objetivo de

capacitar profissionais para o mercado

de trabalho, principalmente a

empresa.

O laticínios

em Bueno de

Andrada

O BEABÁ DO LEITE

Nem bem começou a manhã do

dia 6 e lá está a instrutora do Senar

SP, engenheira de Alimentos, Roberta

Zanoveli Rossini, ao lado das alunas

que se preparam para aulas teóricas.

Mexendo com colheres, elas logo depois

disciplinam as panelas ferventes

de onde sairão novas remessas de

manteiga, doces e fermentados de

derivados do leite.

A produção de queijo começou

há pouco mais de um mês, depois

da abertura da fábrica. Agora para

ampliação da produção e buscando

aumentar este portfólio, Flávia e sua

sócia participaram do curso realizado

em parceria com o Sindicato Rural e

o Senar SP.

A capacitação trouxe novas perspectivas

para as sócias pois se a fábrica

dispunha apenas de queijos,

também passou a ter novos produtos

como outra fonte de renda.

Roberta, a instrutora, conta que

nestes dois módulos, trabalhou junto

A identidade dos queijos

fabricados no lugar

Diversificação dos produtos e a

nova marca que surge

aos oito alunos - os processos para

produtos com características próprias

dentro dos Regulamentos Técnicos

de Identidade e Qualidade (RTIQ) e

padrões de Higiene Operacional.

ACOMPANHAMENTO

O coordenador regional do Senar

Com a formação

de novos

profissionais

dentro do setor

gastronômico,

o Senar SP e

o Sindicato

Rural cumprem

o importante

papel de

contribuirem com

o desenvolvimento

econômico da

região. Assim,

Bueno de Andrada

faz surgir um

latícinios que

produz, além do

queijo - doces

deliciosos e com

alto padrão de

qualidade

Os doces que

agora surgem

no mercado

SP, engenheiro agrônomo João Henrique

de Souza Freitas, explica que

este programa capacita profissionais

ligados às atividades do campo para

o desenvolvimento de produtos alimentícios

oriundos do leite. Os alunos

aprendem sobre higiene pessoal,

ambiente, equipamentos e utensílios;

educação ambiental; conservação e

tratamento do leite; pasteurização;

principais etapas de fabricação; tipos

de coagulação; medidas equivalentes;

e noções básicas de comercialização.

Nisso tudo, explica o coordenador,

o curso ajuda a levantar a autoestima

da comunidade e a identificar o distrito

enquanto polo produtor de doces

de qualidade. Hoje é possível que seja

oferecido um doce padronizado, com

sabores diferentes. Dentro do que foi

ensinado criou-se um padrão de qualidade

dentro da “doceria”.

Assim, Bueno de Andrada que era

conhecida pelas suas coxinhas, agora

se agiganta com a produção de doces

e do leite.

43|


EM BUSCA DA QUALIDADE

Está chegando mais

uma safra do nosso

tomate orgânico

Com aulas teóricas no Sítio 3 Ramos e práticas no Sítio Santa

Paula, teve sequência o programa que versa sobre o plantio

do tomate orgânico, organizado pelo Sindicato Rural, Senar e

Fundação Itesp.

Durante o mês de junho teve

sequência o Programa Tomate Orgânico,

resultado da parceria entre Senar,

Sindicato Rural de Araraquara e

Fundação Itesp - GTC Araraquara, nos

assentamentos Monte Alegre II e III.

Orientados pelo instrutor Marcelo

Sambiase, os participantes agora

acompanham o desenvolvimento das

plantas na área experimental localizada

no Assentamento Monte Alegre

II. É a chamada condução da planta.

Aprendendo com as instruções

dadas pelo Senar, os produtores

rurais superam os desafios e

adentram ao mercado consumidor

bem mais seguros

|44


Sambiase explora

toda a questão

macro, como clima,

formação de solos,

vegetação, contexto

natural, para depois

regionalizar e

explorar as questões

de Araraquara e

suas peculiaridades

naturais. O curso

acontece de forma

bem participativa

ensinadas no Programa Tomate Orgânico,

a fim de diminuir o uso de insumos

químicos na produção. Desta forma,

flexibilizam os ensinamentos do

curso, adaptando-os à sua realidade.

Os alunos, todos praticamente

produtores, plantam o tomate para

o consumo próprio e outra para comercialização

nas feiras e alguns

pontos de venda como mercados e

quitandas.

Para eles, com as orientações passadas

pelo programa de ensinamento

do Senar SP, Sindicato Rural e Fundação

Itesp, a produção certamente

será ampliada, pois vai envolver até

mesmo a parte de gestão: “Estamos

nos organizando, aprendendo e com

certeza vamos fortalecer o nosso

agronegócio”, comentam.

ATÉ O FINAL DO ANO

Agora em julho, haverá aula do

módulo relacionado ao Controle de

Pragas e Doenças. Na oportunidade,

os participantes poderão aprender

técnicas para evitar as pragas nos

tomateiros, além de dicas sobre nutrição

das plantas, que é um dos pilares

da produção orgânica.

Em agosto, ocorrerá o módulo V,

vinculado à frutificação, diz o instrutor

Marcelo Sambiase. Neste módulo, os

produtores aprenderão mais técnicas

para conduzir os frutos, a fim de garantir

melhor qualidade nos produtos.

Uma experiência enriquecedora

das atividades de capacitação promovidas

pelo Senar, é a possibilidade

de visitas a diversos produtores que

participam do Programa, a fim de sanar

dúvidas e aproveitar a presença

do instrutor que pode sugerir formas

de otimizar as práticas nas áreas de

produção dos interessados.

Alguns produtores já plantam tomate

há vários anos no modo convencional

e aproveitam algumas técnicas

Sambiase

explora toda

a questão

macro,

como clima,

formação

de solos,

vegetação,

contexto

natural,

para depois

regionalizar

e explorar as

questões de

Araraquara

e suas

peculiaridades

naturais.

O curso

acontece de

forma bem

participativa

45|


CAPACITAÇÃO

A NR 31.12

e os seus

efeitos

A operação de tratores

agrícolas com as diversas

máquinas e implementos

nele acoplados, exige um

conhecimento prévio de

controles e comandos de

operação do trator, além da

sua adequação ao trabalho

agrícola preconizando

sempre a segurança do

trabalhador.

O Sindicato Rural de Araraquara e

o Senar-SP organizaram na segunda

quinzena de junho, o curso de Segurança

em Máquinas e Implementos

Agrícolas - NR 31.12, realizado na

Usina São Martinho, em Américo

Brasiliense. O curso foi totalmente

gratuito e os formandos receberam

certificado de capacitação. Na pauta

a prevenção de acidentes no trabalho

e as Normas Regulamentadoras NR

31.12, também com destaque para a

proteção ambiental.

Na abertura o instrutor Nelson

Barbosa, do Senar, falou aos participantes

da legislação sobre saúde

e segurança na operação com máquinas

e implementos agrícolas e os

riscos inerentes às atividades. Fez

com que cada aluno conhecesse a

real importância dos equipamentos

de proteção individual, bem como a

sinalização de segurança na operação

com máquinas e implementos

agrícolas.

Um dos pontos interessantes do

programa foi também passar aos

alunos os conhecimentos que o trabalhador

deve ter com os primeiros

socorros. Como sempre ocorre, as

máquinas utilizadas foram disponibilizadas

pela própria usina que visa

capacitar e dar segurança aos seus

trabalhadores.

Os cursos

ministrados

pelo Senar e o

Sindicato Rural

em Américo

Brasiliense,

em sua parte

teórica têm

sido realizados

no Centro de

Treinamento

Novenio Pavan

Cláudio Barbosa, instrutor do Senar

ao finalizar o programa, destacou

que os cursos organizados pelo Senar

e o Sindicato Rural são excelentes

oportunidades das pessoas se qualificarem

profissionalmente e ingressarem

no atual e competitivo mercado

de trabalho.

“Temos muitos casos de pessoas

desempregadas que participaram de

nossos cursos e conseguiram voltar

ao mercado de trabalho. Outras concluíram

o curso, começaram a trabalhar

por conta própria e hoje têm

uma boa renda para manter um bom

padrão de vida para sua família”. No

caso da São Martinho, completou,

ela busca dar a oportunidade do trabalhador

se capacitar ou aperfeiçoar

sua atividade para crescer profissionalmente

dentro da empresa.

O curso tem sido

destinado às pessoas

ligadas ao meio rural,

produtores, filhos de

produtores, trabalhadores

rurais, profissionais

do setor, prestadores

de serviço e parceiros,

que façam a gestão da

segurança do trabalho

ou que estejam expostas

a riscos na operação das

máquinas agrícolas

|46


47|


NOTÍCIAS

CANAS

L

EDIÇÃO JULHO| 2020

MANTIDA A TRADIÇÃO

Canasol comemorou as festas juninas

de uma forma bem diferente em 2020

Associados ganharam um “Kit Festa Junina” para festejar, cada um em sua casa

Nossas amadas festas juninas,

com shows musicais e deliciosas comidas

típicas, tiveram que ser canceladas

em todo o país, na esteira da

pandemia do novo coronavírus. Você

ficou triste com essa notícia?

Nós ficamos, e muito, afinal as festas

Juninas organizadas pela Canasol

anualmente, sempre marcaram época

diante de sua grandiosidade e a

participação de todos. Este ano para

garantir os festejos dos produtores

rurais associados a Canasol preparou

um Kit Festa Junina, para que cada

um pudesse fazer o seu “arrasta pé”

com muita animação em sua casa.

E para que pudessem estar unidos

mesmo em tempo de pandemia,

a Canasol chamou seus associados,

para que de 24 a 30 de junho, retirassem

em suas dependências as “guloseimas”

que fazem parte da tradição

da festa, além das bandeirinhas.

Para que não houvesse aglomeração

no momento da retirada, a Canasol

orientou os associados a ligarem

antecipadamente para o número (16)

3311.9104 e desta forma agendassem

o horário. Tudo caminhou em

paz, seguindo as recomendações da

Saúde visando a proteção contra a

Covid-19.

No kit os associados encontraram

paçoca, pé de moleque, doce de

abóbora e batata, pipoca doce, pé

de moça entre outros itens. “Mantivemos

a tradição das nossas festas

juninas”, disse o presidente Luís Henrique

Scabello de Oliveira.

A colaboradora da Canasol, Larissa Chichineli entregando o kit ao

associado Francisco Teruel Ramal

Associada Sandra Regina Donnangelo

Gravena recebendo seu kit

Domingos Bau, nosso associado, sempre

presente em nossas festas juninas

|48


CAMPANHA SOLIDÁRIA

Canasol faz distribuição de

máscaras para associados

e trabalhadores rurais

Ação desenvolvida na sede da Canasol juntamente com o

Senar, Sindicato Rural e Sebrae teve o objetivo de proteger

pessoas que atuam nas frentes de trabalho nos canaviais.

A Canasol se sente envaidecida

em ter participado de importante

manifestação de solidariedade junto

ao trabalhador que atua especificamente

na cultura da cana-de-açúcar.

Em maio, a nossa entidade dentro de

uma programa de parceria cedeu seu

auditório para que voluntárias fossem

capacitadas para a produção de máscaras

de proteção.

Com a confecção de 12 mil máscaras

a Canasol, o Senar, o Sindicato

Rural e o Sebrae puderam atender

os municípios de Boa Esperança do

Sul, Américo Brasiliense, Santa Lúcia,

Rincão e Nova Europa.

Tone Antonelli, Orestes Citta e o

presidente da Canasol, Luís Henrique

Ricardo Magnani

Filho e Rafael

(Canasol)

O presidente Luís Henrique Scabello

de Oliveira ressaltou durante o

desenvolvimento do programa que

o apoio da diretoria da Canasol foi

imprescindível pois “tratava-se de

um momento em os equipamentos

de proteção haviam desaparecido

do mercado e era dar cobertura aos

trabalhadores que atuam no campo,

bem como as cidades que integram

a nossa região canavieira”.

Tone Antonelli (Canasol) com os

associados Flávio Giro e André Giro

Tone e Elias Olive, da Canasol com o associado Giro e

colaboradores em Nova Europa

Tone Antonelli (Canasol) com o associado de Ibaté, Igo Muller e

colaboradores

49|


SEU NOME ESTÁ NA RUA

SAMUEL BRASIL BUENO - IN MEMORIAM

Francisco Aureliano de Araújo

Com muito trabalho e visão empreendedora, auxiliou

na manutenção da família e na educação dos filhos.

Nasceu no dia 16 de junho de

1926, na cidade de Angicos no Estado

do Rio Grande do Norte.

Filho de Antônio Alves de Araújo

e Luiza Francisca de Araújo, Francisco

era o segundo filho do casal de

uma prole de 15 irmãos.

Fez seus primeiros estudos na

sua terra natal e completou o curso

técnico na Escola Ferroviária de

Araraquara.

Casou-se em 12 de setembro de

1950 com Maria do Céu de Araújo,

com quem teve 12 filhos: José, Maria

(Tuca), Orlando, Fátima, Francisco

Lázaro, Antonio, Carlos, Sandra,

Manoel, Paulo, Marcio e André. Estes

filhos lhe deram 28 netos e bisnetos.

O potiguar Francisco migrou

para o Estado de São Paulo por volta

de 1950, junto com a esposa e

o primeiro filho José. Estabeleceu-se

na Fazenda Rio dos Peixes, no município

de Araraquara, onde nasceu

Maria, a segunda filha.

Logo em seguida arrumou emprego

e começou a ganhar o sustento

da família na empresa Anderson

Clayton. Após seis meses

A esposa Maria do Céu com as irmãs

e o irmão

foi contratado pela antiga EFA - Estrada

de Ferro Araraquara - como

foguista, ficando nessa empresa até

o seu falecimento. Permaneceu em

Araraqura até 1956, onde ainda

nesceram mais três filhos: Orlando,

Fátima e Francisco.

Nesse mesmo ano, foi transferido

para Jales-SP, onde nasceram

os filhos: Antonio, Carlos, Sandra,

Manoel e Paulo. Nessa cidade, além

de trabalhar na ferrovia, tornou-se

comerciante, dono de um pequeno

armazém de secos e molhados.

Francisco, desde o Rio Grande

do Norte, mantinha o hábito de

lavrar a terra, onde cultivava hortaliças

e legumes que, muitas vezes,

tinha que dividir com os vizinhos de

tão boa mão que tinha para o plantio.

Criava ainda animais como galinhas

e porcos para o sustento da

família. Conseguia dividir seu tempo

entre o trabalho profissional e a

lida da horta e dos animais.

Curioso que era, aprendeu vários

ofícios e os exercia nas horas

vagas. Foi construtor, pedreiro, pintor,

eletricista e encanador. Como tinha

muita habilidade com as mãos,

“arranhava” algumas músicas no

violão e também cortava cabelos,

barbeava e aplicava injeção em

toda a família e também, quando

solicitado na vizinhança.

Foi uma pessoa amável e fácil

de fazer amizades, conquistava todos,

com sua prole não dava mole;

era enérgico, mas muito atencioso e

amoroso. Como bom artesão, também

fazia brinquedos de madeira

para os filhos.

Apesar das dificuldades financeiras,

Francisco sempre buscava

alternativas para complementar a

renda familiar, proporcionando-lhe

Francisco Aureliano de Araújo

melhores condições de vida.

A sua capacidade de trabalho

e sua visão empreendedora auxiliou

na manutenção da família e na

educação dos filhos. Sempre valorizou

a educação, sendo que todos os

anos reservava o seu 13° para compra

do material escolar, que naquela

época era necessário para cursar

Maria do Céu e Francisco de Araújo na

saída da missa das Bodas de Prata

|50


MATÉRIA PUBLICADA ORIGINALMENTE EM 04/01/2009

qualquer escola pública.

Com sua esposa (quase sempre

grávida, em convalescença ou cuidando

dos bebês em casa), era ele

que participava das reuniões na escola.

Todos os 12 filhos estudaram,

sendo que a maioria concluiu o curso

universitário.

Em 1966 foi novamente transferido

para Araraquara, exercendo

a função de auxiliar de maquinista,

trazendo sua esposa e os 10 filhos.

A família doi morar nas proximidades

do Parque Infantil, na Rua Padre

Duarte. Logo em seguida foram

para o Santa Angelina, próximo da

Avenida Fransisco Salles Colturato.

Na primeira oportunidade, em

1968, comprou uma pequena casa

na Vila Xavier, no Jardim Popular.

A casa bem simples necessitava de

algumas mudanças para melhor

acomodar a todos. Nessa época

os filhos mais velhos começaram a

trabalhar e foi possível uma reforma

na casa, com a mão de obra da

própria família.

Durante esse período,

Francisco trabalhava

nas horas de folga como

construtor, pedreiro, encanador,

garçom em buffets,

etc. Chegou a comprar,

com um sócio, dois

caminhões que eram utilizados

na safra da cana

prestando serviços às

usinas da região. Como

lhe restavam apenas dois

anos para se aposentar,

conciliava todos seus afazeres

na esperança de

ficar apenas com a safra

de cana.

No final de sua carreira,

como funcionário da FEPASA,

realizou o curso de formação na

empresa e passou a função de maquinista

na ferrovia.

Só que o destino lhe reservava

algo não muito agradável. Até hoje

uma lacuna enorme ficou entre seus

Com a presença do prfeito Edinho Silva e familiares, a solenidade de descerramento

da placa inaugural do Museu Ferroviário “Francisco Aureliano de Araújo”

filhos. No dia 6 de abril de 1978

beijou sua esposa e seus filhos pequenos

e saiu para trabalhar para

nunca mais voltar. Naquele dia,

Francisco estava trabalhando na

estação ferroviária para bater seu

cartão de ponto não ouviu que havia

uma outra locomotiva em fun-

Toda a família reunida na chácara após a inauguração do Museu Ferroviário

SEU NOME ESTÁ NA RUA

cionamento, atravessou os trilhos e

foi atropelado, vindo a falecer no

hospital da Santa Casa de Misericórdia

de Araraquara, aos 52 anos.

Francisco está sepultado no Cemitério

São Bento.

Através da Lei n° 6.858, de 5 de setembro de 2008, que denomina

“Francisco Aureliano de Araújo” o Museu Ferroviário de Araraquara,

implantado no prédio da antiga Estação Ferroviária, na Avenida

Antonio Prado, s/n.

51|


VIP

VIDA SOCIAL por Maribel Santos

Reflexão necessária...

Olá, querido leitor! Espero e desejo que você esteja bem

e enfrentando o momento pelo qual estamos passando

da melhor forma possível. Não é fácil ter que lidar todos

os dias com uma enxurrada de notícias trágicas, números

alarmantes, sobreviver às dificuldades financeiras, e

ainda se deparar com a guerra política liderada por

homens egocêntricos e sem escrúpulos. Ano eleitoral,

e uma oportunidade para refletirmos quem serão os

melhores candidatos para nos representar e trabalhar

com honestidade por nossa cidade. Ser honesto, íntegro,

competente, sério, dedicado, comprometido são atributos

necessários que deverão ser avaliados. Não se iluda

com promessas vagas, sorrisos largos e tapinha no

ombro. Seja firme, avalie com prudência para poder

votar com consciência e assertividade. Faça sua parte,

cuide da sua saúde, e por consequência você estará

cuidando da saúde do seu próximo. O momento é de

muita responsabilidade. Fique bem, e não perca a sua fé.

Namastê!

Venício Buglio e Diva Aparecida Emílio

Adelino José Francisco e

Márcia Francisco

Fotos: Marcela Campos

Eder Magrini e

Camila Marani

Magrini

Edmilson Oliveira, Marcia Gianinni,

Leila Zaniolo Paulucio e

Paulo Antônio Paulucio

Edinei Viruel Sarbo

e Tatiana Fernandes

|52


ACERVO

Trago na edição de julho alguns click’s do meu acervo

para matar a saudade dos eventos sociais da cidade.

Em breve estaremos festando e revendo os amigos!

Geovana Braga, Marta Di Marco e

Juliana Mincatto kurmann

As irmãs Iamada, Karina e Márcia

Eliana Toloi e Sylvana Ellero

Fernando Giroto, Maria Fernanda Canato e

Georgia Colino

O casal Lopes,

Maria e Marcelo

Eduardo

Luciana Padovani Melluso,

Marilene Ramos, Ana Araujo

e Patrícia Bueno Nigro

53|


ACERVO

Relembrando

momentos

especiais

do Carnaval

2020 que foi

animadíssimo e

deixou saudade.

Wladimir Domingues Soldado

e Claides Soldado

Karina Oliveira Santos e Flávio Marques

Silvio José Segnini e Edo Ferro

ANIVERSÁRIOS

Julho|2020

A diretoria do SINCOMERCIO cumprimenta todos os aniversariantes

DATA

NOME

EMPRESA

DATA

NOME

EMPRESA

01/07

01/07

01/07

01/07

03/07

03/07

03/07

03/07

04/07

05/07

06/07

09/07

09/07

10/07

10/07

11/07

11/07

12/07

13/07

13/07

Cícero Dalla Vecchia

Lais de Souza Lima

Rita de Cassia França Saião

Sérgio Fernandes

Atílio Luiz Mori

Eliete Pena A. Ferreira

Juliana Cecchetto

Marlene Dulcineia Sualdini

Viviane Cristina Mascarin Guidelli

José Benedito Pilon

Marlene Porsani

Derli Rosana Vitorino Derencio

Neusa Maria Oliveira de Medeiros

Diego Luiz Martins

Ricardo João Mahfuz

Luis Carlos Barelli

Valentin Sérgio Rodela

Aparecido Antonio Rodela

Silas Compre

Udilce Zago Nogueira

Lojas Cem

Agulinha

Rita Sayão

Dream Store Colchões

Amalfi Mori Peças

Vestylle Mega Store

Drogaria Total Unidade São Bruno

Graciano R Affonso/GRA Tratores

Mark’s Tintas

Jopasa

Drogaria Borsari

Vitorino Imobiliária

Magazine Fascinação

Jock’os

J Mahfuz

Escritório Barelli de Contabilidade

Drogaria Iguatemy

Drogaria Iguatemy

Escritório Exatus de Contabilidade

Odontoclinic

15/07

16/07

17/07

18/07

19/07

20/07

22/07

22/07

22/07

23/07

23/07

25/07

25/07

26/07

26/07

28/07

29/07

30/07

30/07

31/07

Alexandre Aurélio Harteman

José Antonio R Dos Santos

Daniel Gustavo Ciriani da Silva

Nelson Carlos Biancolini

Eliane Fátima Tedeschi Barros

Eliana Michetti R. Laurini

Edna Souza Costa

Gerson Meneghesso

Thiago Acquarone Gomes

Clari Benjamin Pancera

Luiz Camilo Trevisan

Carlos Lucas Romero

Lúcia Helena Zambon Fornielles

Eugenio Lamoréa

João Matheus Antonio Fante

Romoaldo Smirne

Renaldo Pizzimenti

Maria de Lourdes Braghini Mori

Ricardo Caparelli

Vanessa das Neves Julio

Help informática

Imobiliária São Paulo

Mundo Verde

Autoara Veículos

Liceu Monteiro Lobato

Francine Jóias

Passarinho Hortifruti

Esfera Musical

Imobiliária São Paulo

Alfaiataria Del Rey

Escritório Trevisan de Contabilidade

Escritório São Lucas de Contabilidade

Francisco Fornielles Contabilidade

Lamorea Materias de Construção

Sincomercio

Smirne Madeiras e Materiais p/ Construção

DD.Pres.S.C.Atac.Louças, Tintas e Ferrag.S.Paulo

Amalfi Mori Peças

Móveis Caparelli

Alfa Colchões

|54


Rafael Gibim e Rodrigo Viana

O casal

Mariano,

Érica e Adriano

Renato Segnini

Norma Conti de Medeiros, Vera Dias Aiello

e Isabel Dias

Vilminha

Medeiros

Mercedes Segnini e Terezinha Marcantonio

55|


Luís Carlos

BEDRAN

Sociólogo e cronista da Revista Comércio,

Indústria e Agronegócio de Araraquara

O segredo da felicidade

Felicidade nada mais é do que

um estado de espírito, o de possuir

uma condição de equilíbrio, de

satisfação pessoal perante o mundo,

de estar de bem com a vida. É

procurada por todos, mesmo sem

o saberem, vivendo ou não em sociedade

e depende do entendimento

que cada um tem dela.

Felicidade absoluta e permanente

não existe; o que há mesmo

são breves instantes de felicidade e,

sendo possível, tentar aproveitar ao

máximo esses momentos. Ela tem

caráter pessoal, compartilhando-a

ou não com seu semelhante. Entretanto,

alguns filósofos entendem

que ela somente pode existir no convívio

social e, por isso consideramna

até um direito, tal como exposto

no século 18 em alguns Estados da

Federação americana e também na

Declaração dos Direitos do Homem

e do Cidadão, criação da Revolução

Francesa de 1789.

Mas o que queremos expor é

uma ideia que evidentemente não

deve ser inédita, pois o conhecimento

humano é antigo e muito vasto e

até nalgum lugar já foi levantada.

É que essa qualidade, a de ser feliz,

que sequer precisa ser a maior possível,

porém mesmo a pequenina, a

depender do estado de espírito de

cada pessoa, pode subordinar-se a

pelo menos três requisitos básicos:

Saúde, Sorte e Sabedoria.

Assim a Saúde viria em primeiro

lugar, porque sem ela não temos

nada. Até poderíamos afirmar que,

mesmo com pouca saúde, física e

mentalmente, de certa forma viveríamos

razoavelmente bem de acordo

com as circunstâncias. Porém

essa é uma característica que nem

todas as pessoas conseguem ter: a

da resiliência, ou seja, a capacidade

de adaptação do ser humano frente

aos obstáculos existentes. Então

tudo irá depender de cada um.

Um outro requisito para que possamos

atingir a felicidade seria a

Sorte. Porque a vida não é matemática,

não é racional completamente.

Vai depender do acaso, dos acontecimentos

que se sucedem durante

o tempo, durante o transcorrer da

vida, que tanto podem ser ou não

favoráveis. Isso na hipótese de que

o indivíduo consiga viver bastante, o

que nem sempre se consegue.

É aquilo que os árabes chamam

de Maktub, o destino, o que estava

escrito, o que tinha de acontecer.

Pois o que representa o destino, a

vida, não é o jogo do xadrez, racional

e matemático. É o jogo do

gamão para os orientais, o Taule

que não depende apenas da habilidade,

do raciocínio dos jogadores

e sim dos dados que são jogados

no tabuleiro, do acaso, da sorte ou

do azar.

Será que se não tivermos sorte

em nossa existência chegaríamos

a ser completamente felizes? Essa

é uma reflexão filosófica que nem

todas as pessoas costumam pensar

e seria típica daquelas que vivem

bastante, dos idosos. Porque os jovens

de um modo geral, simplesmente

vivem o dia a dia e nunca se

sabe se conseguirão chegar um dia

à velhice.

Mas as pessoas que vivem bastante

podem dar muitos exemplos

sobre os familiares ou os amigos

que, pelas mais várias circunstâncias,

acidentes, doenças, ou fatalidades

que geralmente não provocaram,

morreram ainda jovens.

Azar mesmo. Então quer dizer que

as pessoas, somente tendo saúde

e sorte poderiam ser consideradas

felizes?

Aí é que está a questão. Cremos

que não. Ou nem sempre. Porque

não bastam. Ainda precisamos

possuir um terceiro elemento, justamente

para administrar ambas,

tanto a saúde como a sorte. E que

é a Sabedoria. Porque precisamos

conduzir a sorte com sabedoria, o

que não significa inteligência, desde

que, obviamente, tivéssemos saúde.

Meu amigo Manoel José Caldas

dos Santos, o Neco, dos velhos tempos

do IEBA, faz uma analogia com

o pensamento de Al-Khwarizmi, o

Pai da Álgebra, um filósofo árabe.

Ele pontuava o valor de um homem,

considerando para a Ética o dígito

1; para a inteligência, agregava

o 0, ou seja 10; para a Riqueza,

acrescentava mais um zero, 100 e

depois mais um zero para a Beleza,

num total de 1.000. Mas se a ética

não estivesse presente, nada mais

teríamos.

Então, da mesma forma, a saúde

vem em primeiro lugar; a sorte,

em segundo e para completá-las,

em terceiro, a sabedoria, somando

100. Assim, se não tivéssemos saúde,

sorte e sabedoria inexistiriam.

Assim, o ser humano tendo saúde

e sorte, mas sabendo geri-las

com sabedoria, que pode incluir a

inteligência - no que nos diferenciamos

dos outros seres vertebrados ou

invertebrados, os quais ainda desconhecemos

o quanto eles são, se

são, inteligentes - podemos chegar

à conclusão de termos encontrado

o segredo da verdadeira felicidade.

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