Empresas do Vale Ed 82

nº 82 - Junho/Julho - 2018 - ano 15
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02
Í

Í
ndice
Outras matérias:
Matsuda- pág 36
Bernadinho- pág 38
04
Doce Espera
08
Bonito
Catargena das
28 Ìndias
Expediente
Diretor responsável:
José Carlos Reis de Souza
Departamento Jurídico:
Dr. Luis Antonio Ravani
Jornalista Responsável:
Camões Filho - MTB 18411
Editoração:
Letícia Casoni Peres
Tiragem: 5.000 exemplares
Distribuição gratuita e dirigida
Publicação Bimestral
Contato
Revista Empresas do Vale
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Rua do Correa, 255
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Dpto. Comercial
(12) 99787-6329
Editorial
José Carlos Reis de Souza
Diretor Responsável
Nessa edição que chega
às suas mãos, trazemos como
matéria de capa uma nova
loja inaugurada na cidade de
Taubaté, conhecida por “Doce
Espera”, no conceito de quartos
para bebês e artigos infantis.
Destacamos também outros
destinos turísticos, como Bonito
(MS), com suas grutas, a Lagoa
Azul, o Buraco das Araras e rios
de flutuação, além da paisagem.
Cartagena das Índias, na
Colômbia, a cidade amuralhada,
com seus casarios, fortalezas,
igrejas, mercado, museus e
teatro. E uma entrevista com o
ex-técnico da seleção brasileira
de vôlei, Bernardinho.
Apoio:
As fotos de divulgação foram cedidas pelas
empresas e/ou pessoas mencionadas nos textos.
Não é permitida a reprodução sem autorização
expressa dos autores, por escrito. Os textos,
informações e anúncios publicitários são de inteira
e exclusiva responsabilidade dos autores e empresas
anunciantes.
03

DOCE ESPERA
MÓVEIS & DECORAÇÃO
Taubaté recebe a segunda loja “Doce Espera - Móveis e Decorações, localizada na AV.
Profº Walter Thaumaturgo, 580 - Jardim das Nações - Taubaté (SP). Uma loja especializada
em quartos para bebês e artigos infantis. Constituída por quatro sócios: Denize Eliandra
Ramos; Maria Bernadete Tavares Guilherme; Márcio Alves Lisboa Pegas e José Ricardo da
Silva Junior. Todos profissionais, que somaram forças e experiências aplicando neste novo
empreendimento.
PREZE PELO CONFORTO E PRATICIDADE
Quando o casal aguarda ansiosamente o nascimento
de seu bebê, tem que estar preparado para esse novo
membro da família, que trará muitas emoções, amor,
carinho, ansiedade e medo. Antes à chegada do bebê é
necessários fazer adaptações que serão necessárias para
a segurança do bebê. Vamos aproveitar e dar algumas
dicas importantes:
• Não adianta comprar móveis bonitos se são pouco
práticos, pois podem acabar atrapalhando, além de
comprometer a segurança da criança.
• O berço tem que ser mais alto e ajuda a mamãe a
não se abaixar o tempo todo após o parto.
• Uma cômoda que também sirva como trocador,
facilita a locomoção e acesso aos objetos necessários.
• Protetores de berços e cortinas, devem ser lavados
com regularidade. E vale lembrar que é um acessório
importante se o local onde mora tem muitos
mosquitos e pernilongos, especialmente o Aedes
04

aegypti que transmite dengue, zika e chikungunya.
• O local onde vai dar o banho ao bebê, deve ser
selecionado com antecedência, e manter a banheira
no lavabo, que poderá ser melhor do que levá-lo
(a) para o quarto a cada banho. O banho ao recémnascido
tem que ser em torno de 5 a 10 minutos com
produtos não irritante de uso exclusivo do bebê.
• As vacinas são parte importante na proteção
e defesa do seu bebê, por isso o plano nacional de
vacinação engloba uma série de vacinas gratuitas.
• Objetos e produtos potencialmente perigosos
devem ser mantidos longe da curiosidade e mãozinhas
do bebê. Enfeites de porcelana ou porta-retratos de
vidro, devem ficar nas prateleiras mais altas, onde o
pequeno não alcance. Outro detalhe são moedas,
brinquedos e objetos pequenos que podem ser
engolidos,
DENIZE ELIANDRA RAMOS
Sócia proprietária
Trabalho há 19 anos no seguimento de móveis e decorações para quartos
de bebês, e desde o início apaixonei-me pelo mundo das mães e dos bebês,
e não sai mais. Em 2014 aflorou o sonho de montar a loja “Doce Espera”, que
tem tudo haver com às futuras mamães, que de fato é realmente o mundo que
elas estão vivendo, a doce espera dos nascimentos de seus bebês. Juntamente
com esse sonho, inaugurei a primeira loja em São José dos Campos no dia
22/11/2014, e comecei um trabalho diferenciado com as mamães. Com o passar
do tempo e as vendas prosperando devido a qualidade dos nossos produtos e
o bom atendimento, percebi que havia a necessidade de montar uma segunda
loja. Após uma pesquisa, cheguei a conclusão de que a cidade com potencial
comercial seria Taubaté. Mas para que pudesse colocar em prática um novo
projeto, seria necessário contar com mais investidores. E através de indicações
de amigos, conheci: Márcio Alves Lisboa Pegas e José Ricardo da Silva Junior, que
toparam serem nossos sócios investidores na loja “Doce Espera” de Taubaté, pois
a Maria Bernadete Tavares Guilherme já era minha sócia na loja de São José dos
Campos. Agora, inauguramos nossa segunda loja na cidade de Taubaté, e vamos
dar total atenção a todos (as) que nos procurarem.
NOVOS SÓCIOS
MARIA BERNADETE TAVARES GUILHERME
Sócia proprietária (Doce Espera de São José dos Campos)
A minha história com a empresa “Doce Espera”, começou quando
passei para deixar um currículo para tentar uma possível vaga de emprego,
pois, já havia trabalhado em uma loja no mesmo seguimento de bebê.
Foi nessa ocasião em que conheci a Denize. Após três meses, recebi uma
ligação da Denize, convidando-me para fazer um extra todos os sábados
e aceitei. No decorrer da minha jornada, logo passei a trabalhar às sextasfeiras
e sábados. Com o decorrer dos meses, a Denize passou a conhecer
melhor o meu trabalho e a confiabilidade em minha pessoa, resolveu então,
convidar-me para ser sua sócia. Conversei com meu esposo Reinaldo e
chegamos ao consenso de que seria um bom negócio e aceitei. Em maio
de 2017 fechamos o acordo, e passei a ser sócia da Doce Espera. A cada
dia procuramos melhorar a loja de São José dos Campos, no sentido de
atender da melhor maneira possível às pessoas que visitam à loja. Agora,
estou participando como sócia de mais um empreendimento em Taubaté
da Doce Espera.

MÁRCIO ALVES LISBOA PEGAS
Sócio proprietário
Conheci a Denize através da minha cunhada Areta, quando recebi o
convite para participar da sociedade na nova loja “Doce Espera” na cidade de
Taubaté, e fiquei muito feliz. Porém, não tinha como ficar permanentemente
em Taubaté, falei com a Denize se não haveria problema em conseguir uma
pessoa para ser sócio e representando-me na sociedade, para dar apoio
e estar próximo às outras sócias, ela concordou. Foi quando conheci José
Ricardo da Silva Junior durante um churrasco na casa da minha cunhada,
aonde conversamos muito e gostei da sua pessoa idônea. Mediante a
isso, fiz o convite a ele no intuito de conhecer a Denize. A partir daí fiz a
aproximação dos dois, e prontamente o José Ricardo gostou da ideia,
analisou a proposta e entrou na sociedade da loja de Taubaté. As coisas
estão fluindo e acontecendo e tem tudo para dar certo.
JOSÉ RICARDO DA SILVA JUNIOR
Sócio proprietário
Sou natural do Rio de Janeiro, casado, tenho duas filhas e permaneço
residindo há 35 anos na cidade de São José dos Campos. Conheci a
Denize, empresária e proprietária da loja “Doce Espera”, através do meu
amigo Márcio Alves Lisboa Pegas do Rio de Janeiro. Durante um churrasco,
estávamos falando de negócios/investimentos, e sabendo que a minha
pessoa tinha saído em maio de 2017 de uma empresa em que trabalhei
como metalúrgico durante 20 anos, Márcio aproveitou a oportunidade e
falou-me que tinha sido convidado a ser sócio da empresa “Doce Espera”,
junto com a Denize e a Maria Bernadete na nova loja de Taubaté (SP).
Ouvindo a história da empresa e da pessoa da Denize, me senti muito
tocado, e achei que estava na hora de mudar o meu seguimento profissional
e comercial, buscando novos desafios. Aceitei o convite para conhecer e
conversar com a Denize. Depois de conversarmos e avaliar a contabilidade
tributária, gostei da proposta que ela ofereceu e concordei, aceitando ser
mais um sócio para participar e somar, colocando a minha experiência em
liderança e coordenação, ajudando a alavancar a nova loja de Taubaté a ser
uma empresa de ponta e referência. E futuramente voar mais alto.
06

Por: José Carlos Reis de Souza
BONITO
MATO GROSSO DO SUL
Nesta edição, a Revista Empresas do Vale - Negócios & Turismo,
em parceria com a empresa Embarque - Viagens & Turismo, visando
interesses dos leitores que gostam de viajar, degustar uma boa
gastronomia, conhecer e curtir novos lugares, produziu uma matéria
sobre destinos turísticos de Bonito (MS).
Bonito está localizado na região Centro-Oeste do
Brasil no Estado do Mato Grosso do Sul, no entorno do
Parque Nacional da Serra da Bodoquena e Miranda. A
cidade está em meio a um dos vales do planalto, cuja
rocha predominante é o calcário, responsável pela
transparência das águas que cruzam rupturas das rochas,
recolhendo seus minerais ricas em bicarbonato de cálcio
e magnésio. O clima tropical normalmente fica na faixa
dos 32º C, e o período das chuvas vai de novembro a
abril. Com uma área de 4.934,318 km² e uma população
de 20.825 conforme último Censo do IBGE/ 2014. Bonito,
está aproximadamente a 265 km de Campo Grande
(MS) e congrega um conjunto de associações, empresas,
ONGs e órgãos governamentais que procuram organizar
e coordenar o ecoturismo, visando a sustentabilidade
local e a conservação da natureza. A região tem um
grande potencial turístico e atrações como: paisagens
naturais, cachoeiras, grutas, cavernas, mergulhos com
cilindros, flutuação em rios de águas cristalinas, rafting,
boia cross, observação de aves, passeios a cavalo, trilhas,
caminhadas, dolinas entre outras. Além disso, a flora e a
fauna exuberante, abrange mais de 4.000 mil espécies
de plantas, nos rios mais de 2.000 mil espécies de peixes
e aquáticos. A rua principal de Bonito tem lojas, lojinhas
de souvenires e orelhões com telefones em forma de
animais e aves. Além do artesanato indígena produzido
com matéria prima da região, a palha e sementes.
Quanto a gastronomia, Bonito sofreu influências de
diversos povos que vieram para a região e trouxeram
temperos e ingredientes que enriqueceram ainda
mais as receitas locais. Por exemplo: o Arroz Carreteiro
(mistura de arroz com carne-seca) que tinha a função
de alimentar os viajantes durante as longas jornadas.
Outro prato típico sobre influência do vizinho
Paraguaio é a chamada “Sopa Paraguaia”, uma espécie
de torta feita à base de cebola, milho e queijo. Não
podemos deixar de falar da “Chipa”, considerada uma
“prima” do pão de queijo mineiro, muito saboreada
entre os moradores da região. E não para por aí, no
cardápio tem peixes de água doce como: pintado,
dourado e piraputanga, preparados de todos os jeitos
e formas. A carne exótica de jacaré, que tem baixo
teor calórico, podendo ser degustado: frito, ao molho
de urucum, iscas na manteiga, pastel ou em forma
de sanduíche. Em 2013, Bonito recebeu o prêmio de
melhor destino turístico responsável do mundo, o
“World Responsibele Tourism Awards”, na Feira Wolrld
Travel Market, em Londres.
08

Vista externa da Lagoa Misteriosa. Foto de Jason Marinho

Dourado assado.
Carne de jacaré.
Saímos de Taubaté com destino ao Aeroporto de
Congonhas (SP), embarcando às 09:40hs. e pousando
às 10:20hs. no Aeroporto Internacional de Campo
Grande (MS). Após os tramites do desembarque,
uma van nos aguardava para dar continuidade à
nossa viagem. Percorremos em torno de 188 km
contemplando paisagens naturais até chegarmos ao
município de “Nioaque”, uma cidade encantadora
de tirar o fôlego, localizada no Centro-Oeste de
Mato Grosso do Sul, com uma população estimada
de 14.305 habitantes conforme Censo do IBGE/2014.
Almoçamos e partimos rumo a Bonito, uma viagem
de 114 km. Chegando, tivemos a oportunidade de
sermos recepcionados pelos senhores: Diones Nunes
Pinheiros (Consultor de Turismo) e Ronaldo Pones
(Gerente Operacional) da “Pousada Carandá Ville”.
Logo após o check-in, fomos acomodados em nossos
devidos apartamentos. À noite aproveitamos para
conhecer o centro de Bonito e saborear a gastronomia
sul-mato-grossense
10
Iscas de jacaré.
Chipa (tipo de pão de queijo mineiro).

POUSADA
CARANDÁ VILLE
Nossa estada em Bonito foi na Pousada Carandá
Ville, localizada à 200 metros do centro, um complexo
de hospedagem configurado em blocos em diferentes
bairros onde estão localizados. Com excelente estrutura
formada por mais de 30 profissionais com experiência
no segmento turístico que proporcionam reservas de
passeios, hospedagem, transporte terrestre, locação
de veículos, passagens aéreas e logística para eventos.
Os apartamentos são standard (Single, Duplo, Triplo,
Quádruplo e Quíntuplo), além de uma excelente área
verde, aonde é servido o café da manhã estilo colonial,
além de ambiente familiar e decoração regional,
misturando o rústico com o moderno.
Flávio Silva e José Carlos, em frente a Pousada Carandá Ville.
Endereço: Rua General Osório, nº 850 - Centro - Bonito
(MS)
Contatos: Código de área (67) 3255-3553 / 3255-4540
/ 99307-7444 / 99901-5091 / 3255-4540 / 99307-7444 /
99901-5091
“Excelente área verde, aonde é servido
o café da manhã estilo colonial, além de
ambiente familiar e decoração regional,
misturando o rústico com o moderno.”
Piscina em um dos blocos.
Restaurante.

Passeio pelo Rio Formoso.
Local onde tem o início ao passeio pelo Rio
Formoso.
PARQUE ECOLÓGICO
RIO FORMOSO
No dia seguinte após o desjejum, saímos para
o nosso primeiro passeio, embarcamos em uma
Fiat Doblò da empresa “Machado Transportes” e
percorremos em torno de 6,6 km até o Parque
Ecológico Rio Formoso. Na chegada, apresentamos
nossos vouchers (comprovante de pagamento), que
nos davam direito ao passeio de bote de borracha
inflável, da empresa “Bote Queda D’Água”. Diferente
do “Boia Cross”. O passeio é realizado em grupo de
11 pessoas e com muita emoção, porque é efetivado
com remos, despertando o lado aventureiro. Antes
de adentrar ao bote, recebemos equipamentos
obrigatórios e orientações do monitor Jodson, de
como proceder durante o percurso de 07 km realizado
no Rio Formoso, e deslumbrar a paisagem, passar
por três cachoeiras e três corredeiras, além de uma
parada para um bom mergulho e observar a fauna e
a flora por 20 minutos. Durante o passeio, ocorre uma
disputa de guerra de água entre outros botes. No final,
chegamos ao deck onde todos nós desembarcamos e
devolvemos os equipamentos.
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Antonio, Helena, Luana, Gabriel, Flávio Silva e José Carlos.
José Carlos, Gabriel e Jodson (monitor).

MONITOR
JODSON
Antes de iniciarmos o passeio coordenado
pela empresa “Bote Queda D’Água”, o grupo
tem que informar os seus devidos nomes e o
horário em que foram agendados para que
possam pegar as pulseiras de identificação e
coletes de segurança. Em seguida caminhamos
até à recepção e descemos 200 metros até
à margem do Rio Formoso, local em que
passamos algumas instruções e darmos início
ao passeio de bote. Vamos fazer um percurso
de 6,5 km e passaremos por três cachoeiras
pequenas e três corredeiras mais altas com
bastante emoção. Durante a alta temporada
mantemos três horários de descida: 8:00hs,
10:30hs e 15:30hs, sendo 70 pessoas por cada
hora.
“Vamos fazer um percurso
de 6,5 km e passaremos por
três cachoeiras pequenas e
três corredeiras mais altas com
bastante emoção. .”
BURACO DAS
ARARAS
Flávio Silva (Embarque - Viagens & Turismo) e José Carlos.
A linha azul é uma área com 29 hectares denominada
RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural, que
o próprio fazendeiro é que organiza. No entorno, são
outras fazendas que trabalham com suas atividades.
Saímos da Pousada Carandá Ville com destino ao Balneário
de Jardim, aonde encontra-se o “Buraco das Araras”, um
percurso de 52,1 km. No local o grupo é recebido por uma
pessoa, que nos dá as primeiras informações sobre o passeio:
“O passeio agendado de vocês está marcado para às 16:40hs.,
com formação de no máximo 12 pessoas. É um passeio
contemplativo de uma caminhada leve de 970 metros, com
dois mirantes de observação, e duração em torno de 01h:20m.
Recomendamos que usem repelentes e levem uma garrafinha
de água. Temos uma área de banheiros para que possam
usar antes da caminhada, um local com TV e café. Além dos
“Termos de Reconhecimento de Risco”, são informações sobre
o passeio e que devem ser preenchidos”.

Moroni Marques (biólogo), passando informações sobre o projeto.
José Carlos, posa no portal do Buraco das Araras.
Mirante para observar as araras.
Modesto Sampaio (proprietário da área), José Carlos (jornalista) e
Moroni Marques (biólogo).
Em seguida, o biólogo Moroni Marques nos leva
por uma trilha até um ponto onde passa informações
sobre a parte técnica e histórica do passeio: “Gente, meu
nome é Moroni Marques, vou estar acompanhando
vocês em uma caminhada de 01 km e duas paradas de
observação. Hoje nós temos o “Sistema de Gestão da
Segurança”, que trabalha com prevenção de acidentes,
como: permanecer nas trilhas, tomar cuidado com
plantinhas, como o “caraguatá” que tem espinhos,
evitando passar as mãos para não se machucarem. Nos
mirantes, tomar cuidado com os equipamentos pessoais
(óculos, celulares, máquinas fotográficas e filmadoras)
que possam cair no buraco. Vamos fazer o primeiro
percursos de 300 metros até chegarmos ao primeiro
ponto e mais 300 para o segundo ponto. Em seguida,
retornamos. O importante é vocês entenderem da parte
histórica. Neste painel existe a demarcação em linha
branca, que corresponde a área da fazenda com 100
hectares, e o foco é a preservação da biodiversidade.
Nesta área não tem criação de gado nem agricultura.
A linha azul é uma área com 29 hectares denominada
RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural, que
o próprio fazendeiro que organiza. No entorno, estão
outras fazendas que trabalham com outras atividades.
O fato das araras escolherem esse lugar e ponto de
reprodução, é devido a alta densidade vegetal, isto
é, tem sementes, plantas e flores. Na linha da reserva,
nós identificamos 22 espécies de plantas que as araras
utilizam como alimentação. Também foi identificado
quase 500 espécies de fauna e flora, sendo 5% dessas
espécies ameaçadas de extinção. O que acontece hoje:
“o turismo agrega a parte econômica que precisa ter para
a manutenção do projeto”. O “Buraco das Araras” tem 100
metros de profundidade e 500 metros de circunferência.
Considerada uma das maiores dolinas do mundo, que
é a depressão circular que ocorre em relevo cárstico
e que se forma a partir da depressão do solo e rochas
do teto de uma caverna por meio de uma drenagem
subterrânea. Calcula-se, que a formação geológica do
Buraco das Araras tem aproximadamente um período
de 200 a 300 mil anos atrás, classificada como dolina. Em
baixo, existe uma lagoa com aproximadamente 06 a 07
metros de profundidade, formada pelas chuvas. E dentro
do buraco existe toda uma vegetação, tanto na água
como terrestre, que permite uma biodiversidade dentro
da cavidade do lago. Os moradores do lago são: jacarés,
sucuri, teiús, e os quatis e macacos que conseguem entrar
e sair do buraco. O nosso grande dilema, é saber como
a sucuri e o jacaré chegaram até o lago. Muitos acham
que eles acabaram caindo por motivo de enxurrada,
outros, acham que existam conexões subterrâneas que
permitem a passagem de animais, ou foram colocados
para comerem os cadáveres que eram jogados. Histórias
não faltam, na verdade ninguém sabe ao certo. O que
sabemos: o casal de jacaré alimentam-se dos sapos e
peixes, como a traíra e o mussum. A sucuri, também vai
ter essa interação com esses seres para sua alimentação.
Outro detalhe, é a cor verde e turva da água, que são
algas que formam esse tapete devido a matéria orgânica
que cai (as folhas e galhos). A medida que a matéria
orgânica cai, aumenta a proliferação das algas, formando
esse tapete ao longo do ano.
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Araras vermelhas - foto de Christian Dalgas Frisch.

José Carlos, Henrique Peres Naufal e Flávio Silva.
PROJETO JIBOIA
O Projeto Jiboia localizado à Rua Nestor Fernandes nº 610, no bairro Formoso, na cidade de Bonito (MS).
Desde 2005 está aberto ao público, e tem a finalidade de desmistificar as serpentes não peçonhentas e seu
comportamento frequentemente relacionado à crueldade e ao perigo. Neste sentido, a ideia é que o visitante
conheça melhor os hábitos alimentares e principalmente de relacionamento desses animais para ter uma nova
percepção e quebrar pré-conceitos. Funciona todos os dias da semana, das 19:00h às 21:00h, podendo atender
em horários diferentes se agendado com antecedência. Contato: (67) 8419-0313
CARACTERISTICAS DA JIBÓIA
A jiboia-constritora (Boa Constrictor), popularmente conhecida como Jiboia, é uma serpente de porte médio
a grande, que pode chegar a medir 4 metros de comprimento quando adulta. Não é uma serpente peçonhenta,
ao contrário do que se imagina não é agressiva. Sendo carnívora, alimenta-se basicamente de aves, lagartos e
pequenos mamíferos (principalmente ratos) que mata por constrição ou esmagamento, envolvendo sua presa
no corpo e sufocando-a. A digestão é lenta, e leva cerca de sete dias, mas podendo levar semanas dependendo
do tamanho do animal, durante as quais fica parada em estado de topor (Sensação de indisposição ocasionada
pela redução da sensibilidade e dos movimentos corporais). De hábito noturno, possui olhos com pupila
vertical. A Jiboia pode gerar 50 filhotes em uma só gestação, que nascem entre novembro e fevereiro, totalmente
formados, sendo, portanto uma espécie vivípara.
16
Jiboia albina.
Um exemplar de jiboia.

Entrevista
José Carlos entrevistando Henrique Peres Naufal
Henrique Peres
Naufal
Empresário e proprietário do Projeto Jiboia
“Durante nossa estada em Bonito
(MS), recebemos o convite do empresário
e proprietário do “Projeto Jiboia”,
Henrique Peres Naufal, ilustre cidadão
natural da cidade de Taubaté (SP), e
que faz sucesso em Bonito (MS), para
assistirmos à uma palestra articulada
pelo biólogo e Herpetologista, Marcus
Augusto Buononato. À apresentação foi
uma experiência única sobre educação
ambiental, e no final o momento
mais esperado por todos que estavam
presentes, a oportunidade de fazer fotos
com uma jiboia nos ombros.”
O projeto começou através das minhas experiências
pessoais, quando em 1983 fiz um intercâmbio na Austrália
através do Rotary. E tudo o que você está vendo aqui,
é graças a minha experiência como intercambista. Na
Austrália tive a oportunidade de manusear uma serpente
pela primeira vez na minha vida e absorver um pouco de
informações, quebrando todo aquele pré-conceito que
eu tinha. Vencendo essa experiência quebrei esse préconceito
e desenvolvi um vinculo com o réptil através
de informações e fotografias, passando a respeitá-la
na natureza. Quando voltei ao Brasil, passei a ter o réptil
como animal de estimação. Após vinte anos, sai da minha
cidade natal Taubaté e mudei para o Mato Grosso do Sul
para trabalhar como intérprete na região do pantanal, e
presenciei que as pessoas matavam serpentes por falta de
informação, contato e conhecimento. Foi quando aflorou
uma luz na minha cabeça. Se eu vivenciei uma experiência e
mudei o meu conceito, posso perfeitamente proporcionar
às outras pessoas a mudança de comportamento. E foi assim
que conseguimos uniu turismo com educação ambiental,
organizando um trabalho pioneiro e independente. Não
somos ONG, não dependemos de governo e nem de
projetos, é um trabalho autônomo e sustentado pela
administração turística, trabalhando gratuitamente com a
população local, no intuito de mostrar a importância do
respeito com a natureza. Nosso objetivo é fazer as pessoas
entenderem a importância do equilíbrio do ecossistema,
pois, se não houver, quem vai sofrer é a espécie humana.
E para finalizar, nós mantemos diariamente uma palestra,
com início às 19:00 horas, aonde, através desta palestra,
você vai absorver informações, quebrar o seu pré-conceito
e ter conhecimento, além de tirar lindas fotos com a
serpente nos ombros e adquirir camisetas do Projeto Jiboia.

Marcus Augusto
Buononato
Biólogo, Herpetologista e palestrante
Basicamente a gente vive desconstruir préconceitos.
As pessoas vem para assistir à palestra
com várias informações, e sabidamente, o
animal tem uma bagagem cultural negativa
intensa. É interessante, porque logo no início
da palestra pergunto a todos: “quem é que não
vai tocar ou tirar fotos com a cobra! A maioria
levanta as mãos, porém, no final da palestra,
percebemos que são raríssimas as pessoas
que não aceitam. Nós quebramos esse tabu
através das informações técnicas, sempre
usando a curiosidade como atrativo, para que
aquela curiosidade leve a outra informação,
e assim, sucessivamente. Claro que não fica
uma coisa cansativa, e automaticamente você
recebe informações para ir desconstruindo
aqueles pré-conceitos. Sabe-se que a maioria
das pessoas, tem a informação de que a
cobra, quando pega a sua presa, ela usa
quebrar os ossos e depois abocanhar por
inteiro, que é puro mito. Esses animais tem
um comportamento evolutivo, ou seja, eles
tem um tipo de comportamento que eles não
sabem porque fazem, mas a sua conduta é
através do mecanismo evolutivo de mordedura. Se esse animal apertar
o seu alimento ao ponto de quebrar os ossos, os primeiros ossos a serem
quebrados, possivelmente serão as costelas, ocorrendo fraturas expostas.
A partir desse momento que esse animal tivesse fraturas expostas,
dificilmente ele teria condições de engolir. Mesmo que esse animal tenha
uma força muscular para isso, ele dosa essa força simplesmente para
matar o animal com uma parada cardiorrespiratória: não responde a caixa
torácica, morre por asfixia, pois não tem revascularização no cérebro e
tem uma parada cardíaca.
18
Canindé
Guia Turístico credenciado
“Antes de iniciarmos o passeio,
solicitamos ao guia turístico Canindé
para falar sobre a Gruta de São
Miguel .”
Esta região tem uma ocorrência
principalmente de calcário chamado de
“dolomito”, que tem carbonato de cálcio,
magnésio e calcita. Talvez a gente encontre
o quase mármore, que é um calcário que
passou por um processo de metamorfose,
transformado-se em uma outra rocha sílica
ou de ferro, que são basicamente as que
encontramos na Gruta de São Miguel. O passeio
tem a duração de aproximadamente 01 hora e
20 minutos, com um percurso total de quase
01 km, sendo: 180 metros de caminhada pela
passarela pênsil, mais 100 metros até a entrada
da gruta. Dentro da caverna caminhamos uns
220 metros e, mais a caminhada de volta até
a recepção. A Gruta de São Miguel diferenciase
pelas formas dos espeleotemas, além das
estalactites, estalagmites, coralóides e perolas
de grutas. A principal atração são os coralóides.
Também, existe a possibilidade de ver alguns
animais, como os morcegos habitantes da
caverna e a Coruja Suindara.

GRUTAS DE SÃO
MIGUEL
Interior da Gruta.
Entrada da Gruta de São Miguel
“Grutas de São Miguel é datada do período
Pré-Cambriano, de 4,6 bilhões de anos atrás,
onde deu-se o início a diversas características do
planeta Terra...”
De cima para baixo: Início do passeio. José Carlos, antes de entrar na
Gruta de São Miguel. Grupo de pessoas deslumbrando as formações
da Gruta de São Miguel.
O amanhecer de mais um dia, foi um bom motivo
para sairmos após o nosso desjejum e fazer um percurso
de 18,2 km, saindo de Bonito (MS) até a Grutas de São
Miguel, localizada na Reserva Natural Parque Ecológico
Vale Anhumas. Grutas de São Miguel é datada do
período Pré-Cambriano, de 4,6 bilhões de anos atrás,
onde deu-se o início a diversas características do
planeta Terra, como a formação dos oceanos, da lua,
de muitos minerais, de sua oxigenação, da formação
de algumas vidas multicelulares e das placas tectônicas.
Ao chegamos ao centro de visitantes (receptivo), logo
uma pessoa nos acompanhou até à administração e
perguntou qual o horário agendado, confirmado, cada
um de nós recebeu uma senha correspondente ao
horário. Após duas turmas que saíram para conhecer
a gruta, em seguida nos chamaram. Entregamos as
senhas, pegamos capacetes de segurança e lanternas.
Em seguida, seguimos para uma sala e recebemos
orientações do senhor “Canindé”, guia de turismo
credenciado pela EMBRATUR, que apresentou uma
palestra com vídeo ilustrativo, destacando as belezas da
região, como os aspectos históricos e ecologicamente
importante, além de ter a oportunidade de aumentar
nossos conhecimentos. O acesso à gruta é feito através
de uma trilha pênsil, com 180 metros de extensão e
05 metros de altura, permitindo caminhar por entre as
copas das árvores em meio a mata virgem. Em seguida
caminhamos mais 100 metros até a entrada da caverna,
onde começa uma aventura através de um mundo
subterrâneo, cheio de surpresas e encantamento.
Dentro das Grutas de São Miguel há iluminação artificial
e usa-se lanterna para facilitar a visualização através das
trilhas, e formações espeleológicas, como: estalactites,
estalagmites, travertinos, perolas, colunas e coralóides.

FLUTUAÇÃO NO
RIO SUCURI
Saímos com destino à Fazenda São
Geraldo, no intuito de participarmos
de uma experiência única, a famosa
flutuação pelo Rio Sucuri. Ao
chegarmos ao receptivo da fazenda,
fomos recebidos por um funcionário
que solicitou-nos os vouchers, que
dava-nos o direito ao passeio de
flutuação. Em seguida, apresentounos
a sede da antiga fazenda, a loja
de souvenir, o restaurante, o redário, o
pomar, a piscina com cascata e detalhes
sobre a flutuação. Na sequência,
recebemos chaves individuais para
guardarmos em armários, roupas e
objetos pessoais, equipamentos para
a flutuação (Roupa de neoprene,
máscara, snorkel, e calçado) e um
treinamento básico para adaptação ao
equipamento de flutuação na piscina
da sede. Após o treinamento, o grupo
tomou uma ducha rápida e embarcou
em um pequeno veículo safári que
nos levou até o início do passeio. A
primeira fase, é uma caminhada de 400
metros pela floresta plana e cascalhada,
conhecendo as principais nascentes,
sem o contato físico com a água. Após
a caminhada, chegamos a um deck de
onde começamos a flutuação de 1.800
metros ininterruptos, descendo em uma
suave correnteza. Durante o percurso,
tem um barco de apoio que acompanha
o grupo, que em caso de cansaço, frio
ou desconforto, basta a pessoa levantar
a mão e o guia coloca uma escadinha
e a pessoa sobe para o barco. Durante
o transcorrer da flutuação, existem dois
decks de apoio com rádios para uma
eventual emergência. Após o término
da flutuação o veículo safári já estava
aguardando o grupo para nos levar de
volta ao receptivo. A duração total é de
02 horas, incluindo aproximadamente
50 minutos de flutuação.
Endereço: Rodovia Bonito/São Geraldo
Km18 - Fazenda São Geraldo - Zona Rural,
Bonito (MS) - CEP: 79290-000
Flutuação no Rio Sucuri.
José Carlos, na entrada do receptivo e
administração .
Flutuação no Rio Sucuri.
Pier para flutuação no Rio Sucuri.
20
“Um dos passeios que o turista não pode deixar de fazer é a flutuação no Rio Sucuri. Localizado
a 18 km de Bonito (MS) em meio a Serra da Bodoquena, na Fazenda São Geraldo, com uma área
de 8.405 hectares. Conhecido pela transparência de suas águas cristalinas e o fundo branquinho
formado por pedaços de caramujos calcificados, permitindo ao visitante uma visão subaquática
devido a composição calcária das rochas onde nasce o Rio Sucuri e visualizar uma grande diversidade
de flora e fauna aquática, além do ecoturismo. “

GRUTA DO LAGO AZUL
O dia começou despontando um sol maravilhoso, após o nosso desjejum, partimos do centro de Bonito com destino
a “Gruta do Lago Azul, um percurso de 21,7 km até o local. A caverna foi descoberta por um índio Terena em 1924, e
possui em seu interior um lago azul com dimensões que a tornam uma das maiores cavidades inundadas do planeta.
Em 1978 foi tombada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Em 1992 um expedição Franco-
Brasileira de espeleomergulhadores, encontrou uma série de fósseis de mamíferos, como: o tigre de dente de sabre e a
preguiça gigante, que viveram durante o período geológico do Pleistoceno, compreendida entre 2.588 milhões e 11,7
mil anos atrás. Além das formações geológicas formadas por espeleotemas de várias formas e tamanhos. Ao chegarmos
ao receptivo, entregamos os nossos vouchers e constatamos o horário do passeio. Em seguida, recebemos uma touca
higiênica, um capacete e se estávamos com calçados adequados e permitidos. O próximo passo foi preencher um
formulário e participamos de uma palestra com o guia de turismo credenciado e responsável pelo grupo, que passou
informações e tirou algumas duvidas do pessoal do grupo. O passeio começou com uma caminhada por uma trilha
cascalhada e bem tranquila de 300 metros entre o receptivo até a entrada da gruta. Descemos aproximadamente 60
metros de profundidade com seus 300 degraus regulares e corrimão de cordas. Durante a descida foi solicitado a todos,
que durante a descida não utilizássemos máquinas fotográficas, celulares e filmadoras por questão de segurança, pois,
as fotos poderiam ser tiradas nos devidos pontos de parada. O passeio é contemplativo (caminhar, olhar e fotografar), não
temos contato com a água e o tempo médio é de aproximadamente uma hora e vinte minutos.
José Carlos e Flávio, na Gruta do Lago Azul.
Antonio e José Carlos.
O grupo caminhando pela trilha.
Receptivo e administração da Gruta do
Lago Azul.
Flávio Silva e Antonio.
Informações sobre a Gruta do Lago Azul.

LAGOA
MISTERIOSA
“O grande mistério da Lagoa é a sua
profundidade desconhecida, pois, o máximo
alcançado foi de 220 metros pelo mergulhador
Gilberto Menezes em 1998 e que não conseguiu
visualizar o fundo. “
Escada de acesso à Lagoa Misteriosa (foto -Beto Nascimento).
Lagoa Misteriosa (foto - Jason Marrinho)
Lagoa Misteriosa - (foto -Marcelo Krause).
22
A Lagoa Misteriosa está localizada ao fundo de uma colina
de 75 metros de altura, na mesma propriedade do “Recanto
Ecológico Rio da Prata”, no município de Jardim, a 45,1 km de
Bonito e 230 da capital (MS). O lugar é ideal para flutuação,
mergulho com cilindro e mergulho técnico em águas
cristalinas. A partir de 06 metros de profundidade, o local é
considerado uma caverna de cavidade formada pelo fluxo
de água do lençol freático, sendo uma das mais profundas
cavernas inundadas do Brasil e a sétima maior caverna
em extensão no país. O grande mistério da Lagoa é a sua
profundidade desconhecida, pois, o máximo alcançado foi de
220 metros pelo mergulhador Gilberto Menezes em 1998 e
que não conseguiu visualizar o fundo. Além do mistério ainda
não desvendado, os paredões, troncos e galhos espalhados,
transformam o local em um ambiente único. O mergulho de
batismo, é aconselhado para pessoas que não tenham curso
de mergulho, mas que realizam a experiência com cilindro de
forma segura, até a profundidade máxima de 08 metros, e o
mergulho autônomo, que se faz quando o mergulhador tem
certificação até os 18 metros. As reservas para o passeio são
feitas através das agências de turismo de Bonito. O visitante
ao chegar no local, tem que preencher um formulário, em
seguida é apresentado ao guia de turismo credenciado, que
passa algumas instruções e esclarecimentos sobre a lagoa, e
que deverá fazer o acompanhamento durante o mergulho
ou flutuação. O passeio tem início com uma pequena trilha
pela mata com duração de 20 minutos, onde há algumas
paradas para observação e reconhecimento da fauna e flora,
e finalmente a lagoa de cor azul exuberante. O acesso é feito
por uma escadaria de madeira com 179 degraus, e no final
encontra-se o deck de acesso à lagoa, aonde são distribuídos
os equipamentos que serão utilizados na flutuação: máscara,
snorkel e colete salva-vidas, além de receber mais algumas
orientações do guia de turismo. O mergulho com cilindro na
“Lagoa Misteriosa” está disponível em três categorias:
• Batismo: uma experiência de mergulho autônomo
para pessoas que querem mergulhar com cilindro, mas não
possuem curso de mergulho, acompanhadas por um instrutor.
A profundidade máxima atingida é até 08 metros.
• Autônomo Básico: para quem tem a certificação Open
Water Scuba Diver, será possível mergulhar até 18 metros de
profundidade. Até dois visitantes para um instrutor.
• Autônomo Avançado: para quem tem a certificação
Advanced Open Water Scuba Diver. Profundidade máxima
atingida: 25 metros. Até dois visitantes para um instrutor.
Quanto ao passeio de flutuação na Lagoa Misteriosa é
extraordinário. A visão dos dois abismos azuis que formam o
fundo da lagoa impressionam assim como: paredões verticais
rochosos, troncos caídos, depósitos de areia branca, galhadas
com folhas douradas e os peixes que brilham com os feixes de
luz que resume a Lagoa em um ambiente único.

Lagoa Misteriosa - (foto -Marcelo Krause).

Abismo Anhumas.
ABISMO ANHUMAS
Abismo Anhumas, é uma caverna localizada a 23 km de Bonito (MS) e tem a extensão de 72 metros de descida
vertical correspondente a um prédio de 26 andares. Foi descoberta por um peão depois de um incêndio na mata local.
Após o início das pesquisas de mapeamento, treinamento e capacitação de pessoal, foi aberta à visitação em 1999. A
aventura começa na cidade às 18:00 horas do dia anterior, aonde é feito o treinamento de rapel em uma plataforma de
10 metros de altura, muito importante para a segurança do passeio, na qual monitores ficam atentos e analisam quem
pode ou não descer o “Abismo Anhumas”: cardíacos, diabéticos, portadores de problemas nervosos ou psíquicos e
obesos, que são informados da impossibilidade de fazerem a descida. No dia seguinte, o grupo de turistas ao chegarem
à plataforma, aproveitam para observar o mirante enquanto vão sendo preparados com equipamentos obrigatórios
para efetuar a descida de rapel. Máquinas fotográficas, celulares e filmadoras, são deixadas em suas devidas mochilas
e entregues no deck de madeira montado no nível da água no Abismo Anhumas. A decida é feita em dupla por
uma pequena fenda, onde começa o rapel, técnica de descida em cordas, com duração de cinco minutos. Durante a
descida o visitante vai observando a imponência do centro da terra esculpido por milhões de anos, gota a gota d’água,
formando as mais lindas estalactites e estalagmites com formas variadas, e no final do rapel, com as pernas ainda
trepidantes e o coração voltando aos poucos a seu ritmo normal, chega ao deck e coloca: roupa especial de mergulho,
mascara e snorke para poder fazer o mergulho no lago com 80 metros de profundidade e aproximadamente 24 mil m³
de água cristalina, aonde pode-se observar mais de 20 cones submersos de formação calcária desenvolvidos a milhares
de anos e que preenchem o lago em seu entorno.
24
Estalagmites e estalactites no Abismo Anhumas. Foto Marcelle Ribeiro.
Visão do Abismo Anhumas.

RECANTO ECOLÓGICO RIO DA PRATA
Localizado a 36 Km da cidade de Jardim
(MS) e a 45 Km de Bonito (MS), o “Passeio de
Flutuação no Rio da Prata” começa na recepção
do atrativo com orientações e entrega de
equipamentos (roupa e bota de neoprene,
mascara e snorkes). A flutuação é realizada em
grupos de 09 pessoas com acompanhamento
de um guia especializado e credenciado.
O passeio de ecoturismo inicia com uma
agradável caminhada através de uma trilha pela
mata ciliar na “Reserva Particular do Patrimônio
Natural” em torno de aproximadamente 2.207
metros, onde o turista tem a oportunidade
de visualizar árvores centenárias, orquídes,
bromélias e mamíferos como: macaco prego,
tamanduá, cateto, cotia, quati, entre outros,
bem como observar aves que habitam o local,
até a chegada à nascente do Rio Olho D’água,
uma imensa piscina natural onde é feito um
treinamento que visa a adaptação da mascara e
o snorkel. Em seguida tem início a flutuação de
1.600 metros através da suave correnteza do Rio
Olho D’água contemplando um aquário natural
de águas cristalinas com cardumes de diversos
tipos de peixes do pantanal, como: dourados,
curimbatás, piaus e dourados, que apresentamse
em perfeito equilíbrio e tranquilidade.
Durante o percurso, a cada vinte minutos
tem uma parada. O passeio tem duração de
aproximadamente três horas e meia a quatro
horas, dependendo do grupo, e termina no
encontro com o Rio da Prata e nesse ponto, o
visitante poderá continuar flutuando ou pegar o
barco de apoio até o deck no final do percurso.
Depois tem um almoço tipicamente sul matogrossense,
para deleite do turista. Na sequência
tem inicio a cavalgada pelo pasto e terminando
com um lindo pôr do sol.
Passeio a cavalo (foto - Daniel de Granville).
Cardume de peixes (foto - André Turatti).
Deck de apoio para flutuação no Rio da Prata.
Flutuação no Rio da Prata

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Por: José Carlos Reis de Souza
CARTAGENA
DAS ÍNDIAS
Para você que é fascinado por histórias, monumentos, casarios e prédios antigos
preservados. Pois é, estamos falando de “Cartagena das Índias”, mais conhecida como
a “Cidade Amuralhada”, onde o tempo parece ter parado e o turista sente-se em pleno
século XVII. No centro histórico está concentrado um conjunto arquitetônico colonial
preservado que abriga restaurantes, cafés, hotéis, hostels, pousadas, museus e
inúmeras atrações.
28
Cartagena das Índias, cercada por ilhas,
pântanos e lagoas, era a sede da aldeia indígena
de Calamarí. Fundada no dia 01 de junho de 1533
pelo comandante espanhol Dom Pedro de Heredia,
que recebeu o nome em homenagem à Cartagena
da Espanha. É um dos destinos do Caribe mais
próximos do Brasil e, que seduz milhões de turistas
todos os anos. A cidade teve papel importante na
administração e na expansão do império espanhol
durante o período colonial, sendo sede do governo
e moradia dos vice-reis espanhóis que ali residiam.
A imigração estrangeira e a consolidação da classe
empresarial, contribuiu para que Cartagena das
Rua de Catargena das Índias.
Índias se consolidasse como um importante destino
turístico na América do Sul. Com seus 11 Km de
muralhas que abrigam a mais colorida arquitetura
colonial construída entre 1596 a 1798. Sua arquitetura
militar é reconhecida como uma das maravilhas da
Colômbia. Em 1959 a cidade histórica foi declarada
“Patrimônio Nacional da Colômbia” e, em 1984
“Patrimônio Histórico da Humanidade” pela UNESCO.
Seu centro histórico com ruas de pedras que abrigam
igrejas centenárias, castelo, casas, prédios coloniais
coloridos, museus, centro de cultura, lojinhas, cafés,
bares e restaurantes, possui um clima quente e úmido,
porém, os meses mais chuvosos vão de setembro a
novembro. A população é extremamente receptiva,
e ao som contagiante do ritmo caribenho da salsa
nos bares e restaurantes fazem com que a cidade
brilhe. As “palenqueras”: mulheres de San Basilio de
Palenque, uma pequena aldeia localizada a sudeste
de Cartagena, vestidas com roupas coloridas, ficam
vendendo frutas frescas em bacias, equilibrando em
suas cabeças, nos mais diversos pontos da cidade e,
que lembram bem as nossas baianas. A gastronomia
tem alto nível, mesmo quando você está disposto
a gastar pouco. Peixes , frutos do mar e banana da
terra, são o arroz com feijão deles. A geladíssima
limonada com coco oferece o frescor no calor tórrido
da cidade. A seguir vamos mostrar alguns pontos
turísticos que não devem deixar de visitar em sua
próxima viagem à Cartagena das Índias.

Palenqueras: são as mulheres com vestidos e turbantes coloridos vendendo frutas frescas nos mais
diversos rincões da cidade.

PUERTA DEL RELOJ OU
BOCA DEL PUENTE
A Torre del Reloj ou Boca del Puente, é a principal porta
de entrada para a cidade murada. Está localizada entre as
praças: Plaza de Independencia e Plaza de los Coches, onde
encontra-se a estátua de Pedro de Heredia, fundador da
cidade. O nome “Puerta del Reloj” responde ao relógio com
o qual foi coroado no início do século XVIII, enquanto o nome
de Boca del Puente é devido ao fato de que durante o período
colonial, uma ponte levadiça foi levantada ao pé do canal de
San Anastasio, que ligava a cidade murada ao lendário bairro
Getsemani. O relógio original veio dos Estados Unidos e foi
instalado em 1874. Por lá ele permaneceu por 63 anos, quando
foi substituído pelo relógio atual importado da Suíça. Este
portão é uma das obras mais bem-sucedidas da Escola de
Fortificação Espanhol-Americana e possivelmente uma das
mais bem preservadas do Novo Mundo.
IGREJA DE
SAN PEDRO CLAVER
A igreja foi erguida entre os anos de 1580 e
1654. É um templo colombiano de culto católico,
localizada no centro histórico de Cartagena, onde
encontra-se no altar-mor os restos mortais de San
Pedro Claver, com vestes litúrgicas mantidos em
uma urna de vidro. Ele foi um jesuíta atuante que
trabalhou com os escravos, buscando objetivo de
vida, conquista ou qualquer tipo de principio por
meios convencionais, tanto é, que foi nomeado
padroeiro dos escravos pela Igreja Católica. A
igreja faz parte de um conjunto de edificações
religiosas que inclui o Claustro de San Pedro Claver
e o Museu Arqueológico.
CATEDRAL DE SANTA
CATALINA DE ALEJANDRIA
É a principal igreja de Cartagena das Índias e uma
das mais antigas sedes episcopais (lugar onde um
bispo tem sua cátedra) do continente. Com sua cúpula
de 11,2 metros de diâmetro e 44 metros de altura
construída em 1923 pelo arquiteto francês Gastón
Lelarge, é considerada um símbolo da cidade para o
mundo. Sua construção é em estilo renascentistas
espanhol e teve início no ano de 1577, mas em 1586
quando havia apenas a torre a ser construída, o pirata
Francis Drake, destruiu parcialmente. A retomada da
construção foi realizada entre 1598 e 1612, com as
adições de várias coisas, como: a cúpula estilo florentino
muito alta e a adição de mármore na fachada principal.
No interior, você pode admirar: um altar dourado, um
púlpito de mármore brilhante, uma série de afrescos, a
arquitetura das paredes de mármore e as construções
em madeira de alto relevo. Está localizada próximo a
Praça da Proclamação esquina do Parque de Bolívar.
30

Visão do jardim do Convento de la Popa.
CONVENTO DE LA POPA
Fundado em 1607 e construído fora da cidade amuralhada no final do século XVI e concluído no ano de 1612 em homenagem
à “Nuestra Señora de la Candelaria de la Popa”, padroeira de Cartagena. O convento abriga um museu e a capela da Virgem de
la Candelária. Sua imagem está no centro do altar dourado, mostrada como uma Madonna Negra com um bebê de pele escura
(Jesus) e uma vela na outra mão. O convento é muito bonito, especialmente o pátio interior, repleto de flores e galhardas arcadas
de pedra. No dia 02 de fevereiro, acontece a grande procissão do santuário até o centro da cidade, aonde a santa é vestida com
um manto bordado por uma família local. Além de santuário, o convento serviu de base militar durante os ataques franceses e
ingleses em Cartagena, por ser um importante ponto de observação para ataques terrestres, onde eram feitas as comunicações
diretas com o Castillo San Felipe, através do sino. O santuário foi visitado pelo Papa João Paulo II em 1986. O acesso para chegar
ao convento só é possível com carro próprio ou contratando um taxi para fazer o trajeto de ida e volta, pois no topo da colina
não há serviço regular de taxi. Outra opção é através de algum city tour com serviço guiado. O convento é aberto todos os dias,
das 8:30 hs. às 17:30 hs.
Praça em frente à Igreja de San Pedro Clave, estão as obras
vanguardistas feitas de sucata por Edgardo Carmona.
PRAÇA DE SAN
PEDRO CLAVER
A Praça de San Pedro Claver, abriga uma
série de restaurantes, joalherias e lojas onde são
comercializados artesanatos, além da estátua
de San Pedro Claver (missionário jesuíta que foi
chamado “escravos dos escravos), uma obra do
artista Enrique Grau, e que contrasta com as
obras vanguardistas feitas de sucata por Edgardo
Carmona.
Palenqueras: são as mulheres com vestidos e turbantes coloridos
vendendo frutas frescas nos mais diversos rincões da cidade.
MERCADO LAS BÓVEDAS
Localizada ao norte da cidade amuralhada, entre
os fortes de Santa Clara e Santa Catalina. Com 47 arcos
e 23 abóbadas, é a última obra do período colonial
dentro do perímetro fortificado. Serviu como quartel
para os espanhóis, como prisão aos patriotas durante a
Independência e o começo da República. Atualmente
abrigam galerias de arte, bares e lojas de artesanatos.

TEATRO HEREDIA
ADOLFO MEJIA
O Teatro foi arquitetado onde encontrava-se as ruínas da
antiga “Iglesia de La Merced” construída em 1625. Em 1911 foi
Inaugurado oficialmente como “Teatro Municipal”. Em 1933 o
nome foi modificado para Teatro Heredia Adolfo Mejia, em
comemoração aos 400 anos da cidade. Em 1998 foi restaurado
sob a supervisão do arquiteto Alberto Samudio Trallero, como
o Centro Cultural de Artes Cênicas e Musicais. Construído
em forma de ferradura, com palcos e balcões divididos por
gelosias de aço, semelhante a encaixes que serviam para
ventilação. Possui escadarias e esculturas de mármores
italiano. O pano de boca e o teto, estão ricamente decorados
com pinturas do artista Enrique Grau, nascido em Cartagena.
Os enfeites que separam as galerias foram feitos de gesso
coberto com folhas de ouro de 2.2 quilates. Em 1970, o teatro
fechou suas portas,devido a sua deterioração, permanecendo
fechado por 28 anos. O processo de restauração do Teatro
Heredia perdurou de 1987 a 1998 e foi assinado pelo arquiteto
Alberto Samudio Trallero, que recebeu o Prêmio Colombiano
de Arquitetura, na categoria “Restauração”. Atualmente o
teatro está aberto à visitação.
FORTALEZA SAN FELIPE
DE BARAJAS
Sua construção teve início no ano de 1536 sobre a Colina de
São Lázaro a 40 metros acima do nível do mar pelos soldados
espanhóis e escravos africanos como lugar estratégico para
defesa militar da cidade, e ampliada em 1657 durante o período
colonial espanhol, no qual, hoje é a Colômbia. A fortaleza foi
transformada em um labirinto para os inimigos, que em caso
de qualquer tentativa de invasão, colocaria os invasores numa
cilada mortal, aonde tem túneis internos com saídas falsas. O
posicionamento das celas dos soldados, foram projetadas de
maneira a que ninguém que estivesse fora conseguisse enxergar
quem estava dentro, mas quem estava dentro enxergava
quem estava fora, parece confuso? Mas era para os inimigos
se perderem e viravam alvos fáceis. Tem: entrada principal,
praça, residência do castelhano, guarita, Santa Barbara, cozinha,
cisterna, plataformas de armas, galeria subterrânea e alguns
lugares para o armazenamento de pólvora. É considerado
um trabalho de engenharia militar impressionante pela sua
eficiência e capacidade de controlar o inimigo. A fortaleza foi
declarado Patrimônio da Humanidade em 1984 pela UNESCO, e
considerado uma das sete maravilhas da Colômbia.
VULCÃO DE TOTUMO
O Vulcão de Tutomo tem cerca de 20 metros de altura e está
localizado no norte da Colômbia no município de Santa Catalina.
Saindo de ônibus de Cartagena, o turista leva em torno de uma
hora até o local. Para chegar ao topo da cratera, o turista vai através
de uma escada rústica de madeira, dispostas uma para subir e outra
para descer. A profundidade da lama é de cerca de 2.500 metros,
mas é tão densa que é impossível ir abaixo da altura dos ombros.
A piscina de lama, está à 10 metros abaixo do topo, é formada por
um liquido denso de cinza vulcânica, onde as pessoas aproveitam
para um banho de lama quente que envolve o corpo. O espaço
tem capacidade para 10 pessoas aproximadamente. É bom saber:
paga-se um valor simbólico e barato para subir, tirar fotos ou fazer
massagem.
32

CASA DEL MARQUÊS DE VALDEHOYOS
A bela residência colonial construída por volta de 1765 localizada na Rua da Fábrica, ao norte do centro histórico
e que pertenceu ao Marquês de Valdehoyis, uma pessoa privilegiada que importava escravos e farinha, chama
à atenção, a fachada, as janelas com balaustres talhados em madeira e a sacada principal. O piso e teto também
são de madeira. A casa foi adquirida pela nação em 1969 e criada como uma sede alternativa do Ministério dos
Negócios Estrangeiros em 1979. Sua restauração foi realizada entre 2012 a 2014, e funciona como sede alternativa
da “Cancillería de la República”(Ministério de Relações Exteriores).
MUSEU DE ARTE
MODERNA
O Museu de Arte Moderna é composto
por dois edifícios: um construído na
segunda metade do século XVII e o
segundo construído no final do século
XIX como uma extensão das vinícolas ali
localizadas.

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3/24/16 10:15 AM

EM TERRA DE CEGO
Artigo publicado na Veja, abril de 2003
Nenhum ditado popular explica tão bem os problemas do
Brasil e do mundo como: “em terra de cego que tem um olho
é rei”.
Ele mostra por quê existe tanta gente incompetente
dirigindo nossas empresas e instituições.
Mostra também, por quê é tão fácil chegar ao topo da
pirâmide social sem muita visão ou competência.
Basta ter um mínimo de conhecimento para sair
pontificando soluções.
Todo mundo palpita em economia e futebol como se fosse
PhD no assunto.
Se nossos técnicos de futebol tivessem ouvidos os
palpiteiros, jamais seriamos pentacampeões mundiais de
futebol.
Por isso, temos tantos acadêmicos arrogantes, que se
acham predestinados a dirigir nossa vida com muita teoria e
pouca informação.
Existe um corolário desse ditado que me preocupa por
suas consequências.
“Em terra de cego, quem tem um olho é rei, e quem tem
dois olhos é muito malvisto”. Indivíduos inteligentes e capazes,
são encarados como uma enorme ameaça, e precisam ser
rapidamente eliminados pelos que estão no poder.
Por essa razão, pessoas com mérito e competência,
dificilmente são promovidas no Brasil.
Promovidos são os bajuladores e puxa-sacos.
Já cansei de ver gente competente que, de um momento
para o outro, deixou de ser ouvida pela diretoria.
Já vi muito jornalista que, de repente, caiu em desgraça.
Já vi muito jovem comentar algo brilhante na aula e ser
duramente criticado pelo professor, sem saber o motivo.
Todos cometeram o erro fatal de mostrar que tinham dois
olhos.
Quando aparece alguém com dois olhos, os reizinhos
tratam de eliminá-lo, quanto antes melhor.
Por favor, não deixe que isso aconteça com você.
Se você é um dos milhares de brasileiros que possuem dois
olhos, tome cuidado.
Em terra de cego, você corre perigo. Nunca mostre a seu
chefe, professor ou colega de trabalho os olhos que tem.
Lamento não poder dar nenhum bom conselho, eu sou
dos que tem um olho só.
A maioria dos dois olhos que conheço já desistiu de lutar e
optou pelo anonimato.
Quando eles têm uma ideia brilhante, colocam a solução na
mesa de seus chefes e deixam que a ideia seja descaradamente
roubada.
Eles se fingem de mortos, pois sabem que, se agirem de
modo diferente, poderão tornar-se vitimas. Ma há saídas
melhores.
Se seu chefe tem um olho só, mude de emprego e procure
companhias que valorizem o talento, que tenham critérios de
avaliação claros e baseados em meritocracia.
São poucas, mas elas existem e precisam ser prestigiadas.
Ou, então, procure um chefe que tenha dois olhos e grude
nele.
Ele é o único que irá entendê-lo.
Ajude-o a formar uma grande equipe. Se ele mudar de
empresa, mude com ele.
Seja diferente, procure os melhores chefes para trabalhar,
não as melhores companhias.
Normalmente, as grandes empresas já são dominadas por
reizinhos de um olho só.
Por isso, considere criar um negócio com outro com você.
Vocês terão sucesso garantido, pois vão concorrer com
milhares de executivos e empresários de um olho só.
Nosso erro como nação é justamente não identificar
aqueles que enxergam com dois olhos, para poder segui-los
pelos caminhos que trilham.
Eles deveriam ser valorizados, e não perseguidos, como o
são. O Brasil precisa desesperadamente de gente que pense
de forma clara e coerente, gente que observe com os próprios
olhos aquilo que está em sua volta, em vez de ler em livros
que nem foram escritos neste país.
Se você for um desses, tenha mais coragem e lute.
Junte-se a eles para combater essa mediocridade mundial
que está por aí.
Vocês não se encontram sozinhos. Nosso povo tem dois
olhos, sim, e é muito mais esperto do que se imagina.
Ele está é sendo enganado há tempos, enganado por
gente com um olho só.
Foi-se o tempo de uma elite pensante comandar a massa
ignara.
Hoje, a maioria do povo tem acesso à internet e a home
pages com mais informação do que essa intelligentsia (grupo
de intelectuais) tinha quando fez seu doutorado.
Se informação é poder, ela não é mais restrita a um
pequeno grupo de bem formados.
Nosso povo só precisa acreditar mais em si mesmo e
perceber que cegos são os outros, aqueles com um olho só.
Nada mudou.
Matsuda Corretora de Seguros Ltda
Rua Eduardo José Pereira, 345
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Bernardinho
“Bernardo Rocha de Rezende, mais conhecido como “Bernardinho”, ex-jogador
e ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, que durante a sua trajetória profissional,
marcou uma era no vôlei brasileiro.”
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Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho)
Natural: Rio de Janeiro
Nascimento: 25/08/1959
Ex- jogador e ex-treinador de voleibol, economista e
empresário
Bernardo Rocha de Rezende, mais conhecido
como “Bernardinho”, ex-jogador e ex-técnico da
seleção brasileira de vôlei, que durante a sua trajetória
profissional, marcou uma era no vôlei brasileiro. Jogou
vôlei de 1979 até 1986, defendendo times do Rio de
Janeiro (Fluminense, Flamengo, Vasco e Boavista)
e na seleção brasileira como levantador. Foi vicecampeão
olímpico em Los Angeles/1984, tri-campeão
sul-americano e campeão pan-americano. Em 1988
encerrou suas atividades em quadra para dar início à
carreira de treinador, passando a ser assistente técnico
da seleção brasileira masculina sob o comando de
Bebeto de Freitas, nas Olimpíadas de Seul. Em 1994,
assumiu o comando como técnico da seleção brasileira
de vôlei feminina. A partir de 2001, aceita o desafio de
comandar a seleção brasileira masculina, conquistando
uma série de campeonatos. Sempre inegável na
cobrança de resultados de seus comandados durante
os treinos para atingir o máximo da perfeição, e nos
jogos fica tenso, com adrenalina no máximo, exigindo
resultado de seus jogadores. Em seu currículo
deixou a seleção brasileira com um grande legado
de conquistas. Com a seleção brasileira feminina,
conquistou dois bronzes: Atlanta/1996 e Sydney/2000
e três Grand Prix: Xangai/1994/1996 e Hong Kong/1998.
Com a seleção masculina em quatro Olimpíadas,
conquistou: ouro em Atenas/2004 e Rio/2016, prata em
Pequim/2008 e Londres/2012. E nas Copas do Mundo,

Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho).
Conquista da primeira medalha de ouro em Barcelona em 1992.
conquistou ouro no Japão/2003/2007 e
prata no Japão/2011. Nos Campeonatos
Mundiais, conquistou: Argentina/2002,
Japão/2006 e Itália/2010. Além de oito
Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005,
2006, 2007, 2009 e 2010). Bernardinho!
Além de técnico, empresário em várias
frentes de negócios, palestrante e
autor dos livros: Transformando suor
em ouro e Cartas a um jovem atleta -
determinação e talento: o Caminho da
Vitória.
Conversamos nas dependências
do San Michel Hotel Convention &
Spa em Taubaté, com Bernardo Rocha
de Rezende (Bernardinho) sobre sua
trajetória como treinador da seleção
brasileira de vôlei feminina e masculina.
R.E.V. - Gostaríamos que você
falasse sobre a geração de prata e a
geração de 90?
Bernardinho - A geração de prata
foi desbravadora e muito importante,
porque na década de 1970/1980, não se
vivia financeiramente do voleibol. Um
líder foi o transformador e acreditou
em profissionalizar o sistema, criar
condições para que as pessoas se
dedicassem aquela atividade e dessem
condições exclusivamente ou quase.
Foi a geração de prata que plantou
um sistema de trabalho, teve início de
um planejamento e pensar no futuro
através da profissionalização do sistema
e abertura do mercado internacional. E
assim, começamos ir para fora do país
e viver as nossas lacunas. Depois veio a
geração de 1990, que inspirada naquela
geração, conquistou no dia 09/08/1992
em Barcelona a primeira medalha
de ouro masculina de voleibol, sob
o comando do técnico José Roberto
Guimarães.
R.E.V. - O que levou você, após
15 anos no comandando da seleção
brasileira de vôlei, deixar de ser o
técnico?
Bernardinho - A minha saída
da seleção brasileira foi tomada em
conjunto dentro de casa, entre minha
pessoa a Fernanda, e meus irmãos,
quando completei 57 anos. Além do
desgaste natural de muitos anos, estava
precisando dar mais atenção à família,
ficar mais perto das minhas filhas e
cuidar do meu pai. Em 2014 tomei um
susto quando retirei um tumor maligno
dos rins, e depois do que aconteceu
com meu amigo e técnico da seleção
de canoagem, Jesus Morlán, que
passou mal na cidade
que serve de base para o
treinamento dos atletas,
e descobriu que tinha
um tumor no cérebro,
passando por uma
cirurgia para extração do
mesmo.
R.E.V. - Você recebeu
muitos elogios dos
jogadores, torcedores
e imprensa, ao saberem
de sua saída da seleção
brasileira masculina de
vôlei?
Bernardinho - Na realidade ao
longo desses anos como técnico da
seleção brasileira, todos os torcedores
e imprensa foram muitos gentis e
generosos com a minha pessoa. Deramme
centenas de vezes a presença de
estarem prestigiando o nosso trabalho
em quadra, é uma coisa comovente,
que só tenho que agradecer pelo resto
da minha vida.
R.E.V. - Quando você deixou
a seleção brasileira, houveram
convites para trabalhar em outras
áreas empresariais ou política?
Bernardinho - Com certeza! Após o
meu desligamento da seleção brasileira,
surgiram vários convites interessantes,
alguns financeiramente, outros com o
propósito de educação e esporte.
R.E.V. - Para finalizar! O que você
poderia falar sobre o seu substituto
Renan Dal Zotto, como o novo
técnico da seleção masculina de
vôlei?
Bernardinho - Conheço o Renan e
somos amigos. É um grande técnico,
tem competência, é carismático e
José Carlos, entrevistando Bernardo Rocha
de Rezende ( Bernardinho).
inteligente. Eu havia preparado o
meu sucessor, criando expectativa
no Rubinho, porém, a escolha é da
Confederação Brasileira de Vôlei. Mas
o Renan é dirigente, está próximo da
gente, tem o nosso DNA e todo o nosso
apoio. Está fazendo um grande trabalho,
e a seleção vai continuar brilhando, é o
que importa.
“A geração de prata foi desbravadora e muito importante, porque na década de
1970/1980, não se vivia financeiramente do voleibol. “

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