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*Julho/2020 Referência Industrial 220

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DURA BATALHA - Empresas adotam medidas preventivas para combater os impactos da pandemia<br />

PARCERIA E<br />

CRESCIMENTO<br />

ESCOLHA CERTA DE FORNECEDORES<br />

POTENCIALIZA RESULTADOS<br />

9 7 7235 9 4 66 0 7 3 0 0 2 2 0<br />

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SUMÁRIO<br />

INDUSTRIAL<br />

44<br />

<strong>2020</strong><br />

30<br />

40<br />

36<br />

MADEIRA<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

Alca Máquinas 07<br />

Contraco 19<br />

DRV Ferramentas 09<br />

Engecass 11<br />

Impacto Máquinas 47<br />

Linck 05<br />

Máquinas Águia 59<br />

Máquinas Dudi 53<br />

Marrari 39<br />

Mendes Máquinas 02<br />

Mill Indústrias 29<br />

Mill Indústrias 55<br />

Mill Indústrias 60<br />

Nazzareno 21<br />

MSM Química 13<br />

Picoloto 43<br />

Prêmio REFERÊNCIA 23<br />

Vantec 17<br />

Wood Home 57<br />

SUMÁRIO<br />

06 Editorial<br />

08 Cartas<br />

10 Bastidores<br />

12 Coluna Flavio C. Geraldo<br />

14 Notas<br />

20 Aplicação<br />

22 Frases<br />

24 Entrevista<br />

30 Principal À prova do tempo<br />

36 Comércio<br />

40 Marcenaria<br />

44 Mercado<br />

48 Madeira Tratada<br />

50 Artigo<br />

56 Agenda<br />

58 Espaço Aberto<br />

04<br />

referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


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serrarias para corte de toras classificadas por dimensão e não classificadas<br />

Inovação. Qualidade.<br />

Economia.<br />

MADE IN GERMANY


0 0 2 2<br />

EDITORIAL<br />

DRIBLAR<br />

OBSTÁCULOS<br />

NA CAPA<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

DURA BATALHA - Empresas adotam medidas preventivas para combater os impactos da pandemia<br />

PARCERIA E<br />

CRESCIMENTO<br />

ESCOLHA CERTA DE FORNECEDORES<br />

POTENCIALIZA RESULTADOS<br />

06<br />

A<br />

indústria brasileira precisará se reinventar<br />

ao fim da pandemia. A promessa<br />

da retomada econômica dos<br />

últimos anos foi interrompida, mas<br />

o setor produtivo do país já mostra<br />

sinais de forças para vencer mais este obstáculo.<br />

Neste cenário, a REFERÊNCIA INDUSTRIAL desta<br />

edição conversa com o novo presidente da Abimci<br />

(Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />

Mecanicamente), Juliano Vieira de Araújo,<br />

sobre o papel da instituição no futuro da indústria<br />

para a próxima década. Na editoria de Mercado,<br />

abordamos as medidas trabalhistas tomadas pelas<br />

empresas para enfrentar os problemas criados<br />

pela pandemia e pelo isolamento social. Além disso,<br />

o leitor poderá acompanhar matérias exclusivas<br />

nas editorias de Marcenaria e Madeira Tratada,<br />

assim como as principais novidades do setor. Uma<br />

ótima leitura!<br />

DRIBBLE AROUND THE<br />

OBSTACLES<br />

B<br />

razilian industry will need to reinvent<br />

itself at the end of the pandemic. The<br />

promise of economic recovery in recent<br />

years has been interrupted, but<br />

the Country’s productive sector has<br />

already shown further strength to overcome this<br />

obstacle. In this scenario, this issue of REFERÊN-<br />

CIA <strong>Industrial</strong> talks with Juliano Vieira de Araújo,<br />

the new President of the Brazilian Association<br />

of the Mechanically Processed Timber Industry<br />

(Abimci), about the role of the institution in the<br />

future of the industry for the next decade. In the<br />

Market Section, we approach the measures taken<br />

by companies as to labor to face the problems<br />

created by the pandemic and social isolation.<br />

Also, the reader will be able to follow exclusive<br />

articles in the Wood Working and Treated Wood<br />

Sections, as well as the news from the Sector.<br />

Pleasant reading!<br />

referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong><br />

ESTAMPA A CAPA DESTA<br />

EDIÇÃO ARTE EM ALUSÃO AOS<br />

PRODUTOS OFERECIDOS PELA<br />

COMPANHIA CATARINENSE MILL<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXII - EDIÇÃO <strong>220</strong> - JULHO <strong>2020</strong><br />

Ano XXII • N°<strong>220</strong> • Julho <strong>2020</strong><br />

9 7 72359 4 66073 0<br />

INDÚSTRIAS<br />

Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Murilo Basso<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista / Columnist<br />

Flavio C. Geraldo<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski e Fabiano Mendes / Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />

Tainá Carolina Brandão<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Tradução / Translation - John Wood Moore<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

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GARANTIDA GARANTEED<br />

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GROWING<br />

CHOOSING THE RIGHT<br />

SUPPLIERS CAN BOOST RESULTS<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />

consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />

segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />

conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />

de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista RE-<br />

FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />

exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />

consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />

governmental agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked to the forest based<br />

segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />

articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />

use, reproduction, appropriation and databank storage under any form or means of the texts, photographs<br />

and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />

the written authorization of the holders of the authorial rights.


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CERTIFICAÇÃO: - Produção das portas passa por processo rigoroso de controle de qualidade<br />

CARTAS<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

SOLUÇÕES INTELIGENTES,<br />

INOVAÇÃO E INTEGRIDADE<br />

INDÚSTRIA FORTALECE O MERCADO DE<br />

GERAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA<br />

CARTAS<br />

CAPA DA EDIÇÃO 219 DA<br />

REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE JUNHO DE <strong>2020</strong><br />

FUTURO<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

Ano XXII • N°219 • Junho <strong>2020</strong><br />

Por Antônio Saboia - Goiânia (GO)<br />

MERCADO<br />

Por Bruno Vaz -<br />

São Paulo (SP)<br />

As incertezas geradas pela pandemia do novo<br />

coronavírus trazem insegurança, mas com<br />

certeza a indústria brasileira superará esse<br />

desafio. Parabéns pela cobertura sobre temas<br />

econômicos!<br />

Em nosso mercado, a<br />

certificação de portas<br />

de madeira, por meio<br />

das normas Abnt, se<br />

transformou em algo<br />

essencial para dar<br />

ainda mais prestígio<br />

e confiabilidade ao<br />

segmento industrial<br />

madeireiro. Parabéns por<br />

expor essas características<br />

na reportagem!<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

MARCENARIA<br />

Por Fábio Prestes -<br />

Londrina (PR)<br />

COMÉRCIO<br />

Por Amilton Dias Cardoso - Florianópolis (SC)<br />

Tenho uma marcenaria e<br />

tudo que foi abordado<br />

na matéria condiz com a<br />

realidade. Saber buscar<br />

se modernizar, ainda mais<br />

em tempos como esse,<br />

é fundamental para a<br />

sobrevivência da nobre<br />

arte dos marceneiros.<br />

Excelente material!<br />

Todos os agradecimentos à Abimci (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />

Mecanicamente), que protocolou um documento,<br />

enviado aos governos do Brasil e dos EUA (Estados<br />

Unidos da América), com o pedido para estabelecer<br />

boas práticas regulatórias entre os dois países.<br />

08<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />

e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />

fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />

referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong><br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

CURTA NOSSA PÁGINA<br />

Revista <strong>Referência</strong> <strong>Industrial</strong><br />

@referenciaindustrial


para ser rei,<br />

não basta ter<br />

somente os<br />

nervos de aço<br />

As serras largas Lion são fabricadas em aço<br />

de alta liga que geram maior durabilidade,<br />

produtividade, economia e cortes precisos<br />

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SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS


BASTIDORES<br />

BASTIDORES<br />

PARCERIA<br />

ANGELITA RAUEN, ANDERSON IZIDORO E LUCAS RAUEN,<br />

DA ELETRO IZIDORO<br />

Foto: divulgação<br />

VISITA<br />

MARCOS EDUARDO DOLBERTH, DA CERUMAQ E<br />

GERSON PENKAL, COMERCIAL DA REVISTA<br />

REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

Foto: divulgação<br />

ALTA<br />

AUXÍLIO GOVERNAMENTAL<br />

As micro e pequenas empresas já podem<br />

solicitar o crédito oferecido por meio do<br />

Pronampe (Programa Nacional de Apoio<br />

às Microempresas e Empresas de Pequeno<br />

Porte). O FGO (Fundo Garantidor de<br />

Operações), de R$ 15,9 bilhões do Tesouro<br />

Nacional, foi liberado para avalizar empréstimos<br />

tomados pelos pequenos negócios. O<br />

anúncio foi feito pela Secretaria Especial de<br />

Produtividade, Emprego e Competitividade<br />

do Ministério da Economia, Receita Federal<br />

e Banco do Brasil, instituição gestora do<br />

fundo. Os recursos poderão ser pedidos em<br />

bancos públicos, privados, cooperativas e<br />

cooperativas de crédito que quiserem participar<br />

do programa. É permitida ainda a participação<br />

de agências de fomento estaduais,<br />

bancos cooperados, instituições integrantes<br />

do Sistema de Pagamentos Brasileiro, fintechs<br />

(empresa de inovação e tecnologia do<br />

setor financeiro) e organizações da sociedade<br />

civil de interesse público de crédito.<br />

BAIXA<br />

QUEDA DA PRODUTIVIDADE<br />

A CNI (Confederação Nacional da<br />

Indústria) informou que a redução da<br />

demanda de consumo, causada pelo<br />

isolamento social, afetou o faturamento<br />

das empresas, as horas trabalhadas<br />

na produção e a utilização da capacidade<br />

instalada da indústria de forma<br />

sem precedentes. De acordo com<br />

a pesquisa Indicadores Industriais<br />

do mês de abril, todos esses índices<br />

tiveram queda recorde e registram<br />

os menores níveis de toda a série histórica,<br />

iniciada em 2010. O emprego<br />

industrial foi o menor desde 2004. Em<br />

março, os três índices já haviam registrado<br />

queda. A indústria relata perdas<br />

de 23,3% do faturamento, queda de<br />

19,4% nas horas trabalhadas na produção<br />

e redução de 2,3% no número<br />

de empregados em abril, em relação<br />

a março deste ano. A utilização da capacidade<br />

instalada caiu 6,6% em abril<br />

se comparado a março e 8,2% em<br />

relação à abril de 2019.<br />

10 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


COLUNA<br />

FAMA DE MAU<br />

Flavio C. Geraldo<br />

FG4 MAD - Consultoria em Madeira<br />

Contato: flavio@fg4mad.com.br<br />

O<br />

tempo vai passando, mas a lembrança do<br />

exemplo dado pela fábula dos “Três Porquinhos”<br />

é sempre esclarecedora. Com alguma<br />

frequência, vemos como uma das explicações<br />

pelo preconceito em relação ao uso da madeira<br />

em construções o fato de termos, em nosso subconsciente,<br />

a memória remanescente da infância a respeito da<br />

escapada dos três porquinhos quando perseguidos pelo<br />

Lobo Mau.<br />

Para os mais esquecidos, os três porquinhos, chamados<br />

Prático, Heitor e Cícero, deveriam, cada um, construir<br />

suas casas para ficarem protegidos do Lobo Mau. Cícero,<br />

mencionado como o mais preguiçoso dos três, optou pelo<br />

caminho mais fácil, construindo uma pequena cabana com<br />

palha. Enquanto isso, Heitor decidiu construir sua casa utilizando<br />

madeira. Já Prático usou tijolos, cimento e pedras.<br />

Longe de serem analisados alguns detalhes que hoje<br />

fazem toda a diferença, a construção feita pelo porquinho<br />

Prático foi a mais trabalhosa e demorada, tanto que ele se<br />

chateava pelo fato de seus dois irmãos, por já estarem com<br />

suas casas prontas, terem tempo disponível para a diversão,<br />

enquanto ele ainda precisava pegar pesado.<br />

Um dia, finalmente, o Lobo Mau chegou. Faminto, decidiu<br />

que porquinhos assados fariam parte do seu cardápio.<br />

Com a aproximação do Lobão, cada porquinho correu para<br />

se esconder em sua cabana. Cícero, tremendo de medo,<br />

viu sua casinha se desfazer com um forte sopro do Lobo<br />

Mau. Por sorte, conseguiu escapar correndo para a casa do<br />

Prático.<br />

O Lobo, então, partiu para a sua segunda opção: tentar<br />

pegar Heitor, cuja casa era a de madeira. Foi aí que Joseph<br />

Jacobs, tido como o autor da fábula, criou um grande problema<br />

para a madeira enquanto material construtivo em<br />

algumas regiões do planeta. Segundo a história, bastaram<br />

dois fortes sopros para que a construção viesse abaixo,<br />

deixando o pobre Heitor apavorado. Para a sua felicidade,<br />

Foto: divulgação<br />

porém, conseguiu correr e refugiar-se na casa de Prático.<br />

Bem, o Lobão não teve dúvidas e foi até a terceira casa,<br />

pensando que, no máximo, três bons soprões resolveriam<br />

o problema. Ele soprou até perder o fôlego, mas a casa de<br />

alvenaria nem se mexia. Diz-se que até tentou entrar pela<br />

chaminé, mas queimou sua cauda e nunca mais voltou para<br />

importunar os três porquinhos.<br />

Fica, assim, na mente das crianças, que a casa de<br />

alvenaria seria a construção perfeita, à prova de lobos<br />

malvados e outros tantos males. Perderam os lobos, que<br />

ganharam a fama de mau, sem direito à caça para a sua<br />

sobrevivência, e perdeu a madeira, cuja imagem ficou comprometida<br />

como um material frágil para construções.<br />

O senhor Jacobs certamente não teve essa intenção<br />

quando escreveu a história e estava longe de prever esse<br />

tipo de consequência. Hoje, o Lobo Mau, se fosse mesmo<br />

mau, teria se dado mal. Provavelmente se tornaria vegetariano<br />

ou vegano.<br />

Quanto aos materiais utilizados, a palha teve uma trajetória<br />

de sucesso, não como material construtivo, é certo,<br />

mas como material de fertilização ou conservação do solo,<br />

para fins energéticos ou mesmo para a fabricação de acessórios<br />

e artesanato. Já a madeira vem lutando bravamente<br />

para ganhar o seu espaço como material construtivo e de<br />

engenharia em países onde a cultura madeireira ainda segue<br />

a cartilha do senhor Jacobs.<br />

A partir da utilização da madeira engenheirada do tipo<br />

mass timber, como a Mlcc (Madeira Lamelada Colada Cruzada),<br />

das vigas laminadas coladas e do sistema construtivo<br />

de base wood frame, vemos aos poucos se consolidar no<br />

Brasil uma significativa mudança da percepção em relação<br />

à madeira como material construtivo.<br />

Graças a essa gradativa mudança, a aceitação desses<br />

sistemas, elementos e tipos de componentes têm o reconhecimento<br />

da engenharia construtiva brasileira quanto<br />

aos modelos de construções do tipo industrializada ou<br />

modulares, com base na utilização intensiva da madeira.<br />

Distantes de serem novidade em muitos países onde a<br />

cultura madeireira é muito mais desenvolvida, começam a<br />

ser reconhecidos no Brasil como sendo mais adequados do<br />

que construções em alvenaria.<br />

É certo também que as demandas da sociedade pela<br />

sustentabilidade têm contribuído fortemente para a adoção<br />

de materiais construtivos amigáveis e de baixo impacto<br />

ambiental. A madeira cultivada apresenta-se como a<br />

melhor opção, afinal, trata-se de recurso natural renovável<br />

de ciclo curto. Possivelmente, em algum lugar, o senhor<br />

Joseph Jacobs esteja feliz com esse desfecho. Resta agora<br />

limpar a barra do Lobão, que, ao que parece, ainda carrega<br />

a sua fama de mau.<br />

12 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


NOTAS<br />

CONFIANÇA<br />

EMPRESARIAL<br />

O Icei (Índice de Confiança do Empresário <strong>Industrial</strong>)<br />

passou de 34,7 pontos, em maio, para 41,2 pontos, em<br />

junho, em uma escala de 0 a 100. Nessa metodologia,<br />

os 50 pontos marcam uma linha divisória entre confiança<br />

e falta de confiança. Quanto mais abaixo de 50 pontos,<br />

maior e mais disseminada é a falta de confiança. O aumento<br />

do índice pode ser explicado pela melhora nas<br />

expectativas do empresário para os próximos seis meses,<br />

que registrou alta de 8,4 pontos e subiu para 47,8<br />

pontos. A avaliação em relação ao momento atual ainda<br />

não é a ideal. O índice de condições atuais cresceu 2,7<br />

pontos e alcançou 27,7 pontos entre maio e junho deste<br />

ano.<br />

Foto: divulgação<br />

ECONOMIA<br />

BRASILEIRA<br />

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou<br />

as previsões macroeconômicas para <strong>2020</strong> e apontou queda<br />

esperada de 6% no PIB (Produto Interno Bruto), que é<br />

a soma de todos os bens e serviços produzidos no país,<br />

e a alta de 3,6% para 2021. Em março, ele havia estimado<br />

recuo de 1,8% este ano e crescimento de 3,1% para o ano<br />

que vem. Segundo o Ipea, os dados foram revistos diante<br />

do avanço da pandemia da covid-19 e de seus impactos na<br />

economia brasileira, especialmente, no segundo trimestre<br />

deste ano. O estudo destacou o início de uma gradual flexibilização<br />

das restrições à mobilidade e ao funcionamento<br />

das atividades econômicas a partir de junho. Considerando<br />

o cenário, projeta-se queda de 10,5% no segundo trimestre.<br />

Só na indústria, a retração deve ser de 13,8%, nos serviços,<br />

10,1%, e, no consumo das famílias, 11,2%. Para o terceiro e o<br />

quarto trimestres, a previsão é de recuperação da atividade<br />

econômica.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

PRODUÇÃO<br />

INDUSTRIAL<br />

Os efeitos do isolamento social imposto no país para<br />

conter a pandemia da covid-19 se refletiram nos dados<br />

da PIM (Pesquisa <strong>Industrial</strong> Mensal) de abril, divulgada<br />

hoje pelo Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).<br />

Na série com ajuste sazonal, as taxas foram<br />

negativas em 13 das 15 regiões pesquisadas, com oito<br />

delas apresentando o pior resultado da série histórica,<br />

iniciada em 2002, assim como o resultado nacional,<br />

que apresentou queda de 18,8% da atividade industrial<br />

de março para abril de <strong>2020</strong>. As maiores quedas<br />

ocorreram no Amazonas (-46,5%), Ceará (-33,9%), região<br />

nordeste (-29,0%), Paraná (-28,7%), Bahia (-24,7%),<br />

São Paulo (-23,2%) e Rio Grande do Sul (-21,0%).<br />

Tiveram resultados positivos apenas o Pará, com crescimento<br />

de 4,9% na comparação com março, e Goiás,<br />

que subiu 2,3%. Os dois Estados voltaram a crescer<br />

após apresentar queda no mês anterior, de -14,4% e<br />

-2,5%, respectivamente.<br />

14 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


AUXÍLIO DO<br />

BNDS<br />

O presidente do Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social), Gustavo Montezano,<br />

anunciou no início de junho um conjunto<br />

de ações emergenciais, no valor de R$ 4,3 bilhões,<br />

para combater impactos da pandemia da covid-19<br />

no país. Entre as medidas, destaca-se a suspensão,<br />

até o fim de dezembro deste ano, do pagamento<br />

de juros em contratos de financiamento do Bndes<br />

com estados, municípios e o Distrito Federal. Montezano<br />

anunciou também a aprovação de repasse<br />

emergencial de recursos para os 13 Estados que<br />

têm contratos ativos com o banco: Acre, Amapá,<br />

Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais,<br />

Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio<br />

Grande do Sul e Santa Catarina. O objetivo é que<br />

possam investir em ações de enfrentamento à pandemia<br />

e na redução do impacto das consequências<br />

econômicas. A medida permite também prorrogar<br />

os prazos das operações pelo mesmo período.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

PEQUENAS<br />

INDÚSTRIAS<br />

O Índice de Desempenho da Pequena Indústria mostra o impacto<br />

da pandemia da covid-19 no segmento. O indicador<br />

apresentou reduções de 13 pontos em março e 4,1 pontos<br />

em abril, quando o indicador ficou em 27,1 pontos numa escala<br />

de 0 a 100. Esse foi o menor índice da história. Segundo<br />

a Confederação Nacional da Indústria, a retração foi sentida<br />

em todos os setores, com maior ênfase na transformação,<br />

com 17,7 pontos negativos na construção civil, queda de<br />

15,7 pontos. Em menor escala aparece a extrativa, com uma<br />

redução de 6,9 pontos. “A falta de demanda, resultado das<br />

restrições impostas ao comércio, do isolamento e da piora<br />

da confiança dos consumidores, assumiu a primeira posição<br />

no ranking de principais problemas enfrentados pelas pequenas<br />

empresas da indústria de transformação”, destaca o<br />

relatório.<br />

LINHA DE<br />

CRÉDITO<br />

Foto: divulgação<br />

Em resposta ao pedido da Abimóvel (Associação Brasileira<br />

das Indústrias do Mobiliário) enviado ao Banco Central brasileiro,<br />

o presidente Roberto Campos Neto afirmou que irá<br />

formular mudanças na linha de créditos para folhas de pagamento.<br />

Segundo o responsável pelo BC (Banco Central), a<br />

tendência é que o limite de faturamento das empresas que<br />

podem contratar o crédito aumentará. Entretanto, Campos<br />

Neto não deu detalhes sobre a mudança. Atualmente, a linha<br />

é destinada para empresas com faturamento entre R$ 360 mil<br />

e R$ 10 milhões. Campos Neto disse que as firmas que contrataram<br />

o financiamento têm faturamento mais próximo dos<br />

R$ 10 milhões. “Isso mostra que nesse produto de folha de<br />

pagamentos vamos expandir (o limite de faturamento) para<br />

cima”, explicou, em entrevista ao UOL.<br />

JULHO <strong>2020</strong> 15


NOTAS<br />

SALÃO<br />

DE GRAMADO<br />

A Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário),<br />

entidade responsável pela realização do Salão<br />

de Gramado, anunciou que o evento acontecerá entre os<br />

dias 15 a 18 de Junho de 2021 no Serra Park, em Gramado,<br />

no interior do Rio Grande do Sul. A feira, que aconteceria<br />

em junho deste ano, precisou ser adiada devido o<br />

aumento do número de casos da covid-19 nos Estados da<br />

região sul do Brasil. “Diante deste cenário de incertezas<br />

e após reuniões online com os nossos Expositores, avaliamos<br />

conjuntamente todas as possibilidades de realização<br />

do Salão de Gramado, porém, as dificuldades de agenda<br />

no segundo semestre do pavilhão e as barreiras frente<br />

ao isolamento social nos impossibilitaram de retomar os<br />

planos”, afirmou a Abimóvel em comunicado oficial divulgado<br />

à imprensa.<br />

Foto: divulgação<br />

EXPORTAÇÕES<br />

GAÚCHAS<br />

O relatório: Conjuntura e comércio externo do<br />

setor de móveis no Brasil; com dados de março<br />

e abril, encomendado pela Movergs (Associação<br />

das Indústrias de Móveis do Estado do<br />

Rio Grande do Sul) e produzido pelo Iemi (Inteligência<br />

de Mercado), confirma a queda nas<br />

vendas do setor moveleiro gaúcho em função<br />

da pandemia, cenário já previsto pelos empresários.<br />

De acordo com o levantamento, no<br />

quesito exportações, em março as negociações<br />

ainda permaneceram positivas, com avanço<br />

3,4%, e somando US$ 13,8 milhões. No entanto,<br />

no mês de abril, é possível verificar recuo de<br />

45,0%, totalizando US$ 7,6 milhões. Mesmo<br />

com a queda significativa das exportações em<br />

abril, o saldo da balança comercial nesse mês<br />

ficou positivo em US$ 7,3 milhões.<br />

Foto: divulgação<br />

IMPACTO<br />

PARANAENSE<br />

O Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou<br />

em junho os resultados da produção industrial no Paraná. Os<br />

números revelam uma forte queda no setor em abril, quando a<br />

crise do novo coronavírus já influenciava a atividade no Estado.<br />

Na comparação com abril de 2019, houve queda de 30,6%. O<br />

indicador nacional, no mesmo período, ficou em -27,2%. Mas<br />

quando se analisam os números relativos ao acumulado do<br />

ano, de janeiro a abril, a queda é bem menor. O Paraná teve<br />

retração da atividade industrial em 6,2%. O indicador nacional<br />

ficou em -8,2%. “A queda na produção industrial, revelada<br />

pelos dados do Ibge, já era esperada devido às restrições a diversas<br />

atividades, que se intensificaram durante o mês de abril<br />

e paralisaram ou reduziram a produção em boa parte das fábricas”,<br />

afirma o presidente da Fiep (Federação das Indústrias do<br />

Estado do Paraná), Carlos Valter Martins Pedro.<br />

Foto: divulgação<br />

16 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


NOTAS<br />

PANDEMIA<br />

AFETOU EXPORTAÇÕES<br />

Consulta realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria)<br />

para medir impacto da pandemia do novo coronavírus<br />

no comércio exterior brasileiro revelou que a maioria<br />

das empresas foram afetadas negativamente. Entre as exportadoras,<br />

57% registraram queda no valor faturado. Entre<br />

as importadoras e aquelas que investem em países estrangeiros,<br />

a queda foi ainda mais relevante, de 70% em cada<br />

um dos grupos. O levantamento foi feito entre os dias 02 e<br />

10 de junho e avaliou os dados referentes a abril e maio de<br />

197 empresas internacionalizadas (exportadoras, importadoras<br />

ou com investimentos no exterior). Essa é a segunda<br />

consulta da CNI para avaliar o impacto da pandemia no<br />

comércio exterior do Brasil. Apesar do estudo mostrar um<br />

quadro extremamente negativo, na comparação com a<br />

primeira edição, os dados indicam que a queda no valor de<br />

exportações desacelerou. Em fevereiro e março o índice de<br />

retração foi de 80%, um percentual 23 pontos maior que o<br />

referente aos meses de abril e maio.<br />

Foto: divulgação<br />

MOVELSUL<br />

BRASIL <strong>2020</strong><br />

Adiada no mês de março devido ao avanço mundial da<br />

Covid-19, a Movelsul Brasil, maior feira de móveis da<br />

América Latina para lojistas e importadores, tem nova<br />

data anunciada: de 14 a 17 de setembro, em Bento Gonçalves<br />

(RS). O presidente do Sindmóveis e da Movelsul<br />

Brasil, Vinicius Benini, admite que o setor moveleiro deva<br />

ser um dos mais impactados pela pandemia, mas reforço<br />

a importância do evento para o segmento de móveis no<br />

país. “Desde março, a entidade buscou administrar a<br />

situação de uma feira já montada e a apreensão do setor<br />

moveleiro. Diante de um quadro de retomada responsável,<br />

entendemos que no mês de setembro as pessoas<br />

estarão mais seguras em circular e a feira estará apta<br />

a ocorrer”, afirma. “Precisamos considerar que o setor<br />

moveleiro é essencial para a cidade de Bento Gonçalves,<br />

ao mesmo tempo em que a Movelsul é essencial para o<br />

nosso turismo de negócios e para os negócios do setor<br />

moveleiro nacional”, completa Vinicius Benini.<br />

Foto: divulgação<br />

NOVAS<br />

MEDIDAS<br />

Medidas emergenciais e temporárias são fundamentais para atenuar o<br />

impacto da pandemia do novo coronavírus e garantir a sobrevivência de<br />

empresas e a renda de milhões de trabalhadores. Por isso, ainda em março,<br />

a CNI (Confederação Nacional da Indústria), com o apoio de federações e<br />

associações setoriais, propôs ao governo federal um conjunto de 38 medidas<br />

urgentes contra a crise. Depois, em abril, outras 30 novas ações foram sugeridas<br />

aos representantes dos três Poderes, totalizando 68 recomendações<br />

em diversas áreas, como trabalhista, tributária, creditícia, ambiental e de infraestrutura.<br />

Dentre elas, 50 já foram adotadas total ou parcialmente. “Todas<br />

as áreas foram contempladas de alguma forma com medidas emergenciais”,<br />

destaca Carlos Eduardo Abijaodi, diretor de Desenvolvimento <strong>Industrial</strong> da<br />

CNI. Segundo ele, “houve uma sensibilidade e uma real compreensão por<br />

parte do governo federal de que, em uma crise, algumas pautas não podem<br />

ser consideradas da mesma forma que nos momentos de normalidade.”<br />

Foto: divulgação<br />

18 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


estufas para secagem<br />

de madeira,<br />

TRATAMENTO<br />

FITOSSANITÁRIO HT e<br />

Tratamento para pallet<br />

Estufas de<br />

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e tratamento<br />

equipamentos<br />

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APLICAÇÃO<br />

CASE DE<br />

SMARTPHONE<br />

Foto: divulgação<br />

A versatilidade da madeira tem sido cada vez<br />

mais utilizada pela área de design, que tem ressignificado<br />

seu uso nos mais diversos contextos,<br />

desde o mobiliário até aplicações menores,<br />

como em ferramentas do nosso cotidiano. É o<br />

que a Qualtry, empresa de utilitários para casa<br />

e dia a dia, tem realizado com sua nova linha<br />

de cases de smartphones, que se aproveitam<br />

de madeiras de destruição e de fontes certificadas<br />

para dar um toque de requinte ao aparelho<br />

celular. Essas capas de madeira natural e<br />

resistente mantêm o smartphone seguro contra<br />

choques e arranhões acidentais. Além disso, a<br />

Qualtry ainda fornece um serviço de gravação a<br />

laser para a personalização da peça ao usuário.<br />

Mesmo sendo americana, a companhia aceita<br />

encomendas do Brasil e suas cases custam em<br />

torno de R$ 90.<br />

MADEIRA<br />

NA CABEÇA<br />

Com vasta experiência no vestuário jovem e surfista, a<br />

Koa tem produzido modernos e bonitos bonés com a<br />

aba de madeira, para auxiliar os esportistas nas praias<br />

de todo o mundo. Esses acessórios são construídos<br />

com um sistema laminado de madeira largamente<br />

testado pelas equipes de pesquisa da empresa. O<br />

resultado é uma superfície estável com três camadas<br />

de verniz de longarina marinha com um inibidor de<br />

UV que mantém sua elegância por anos de exposição<br />

aos elementos. “Nossos chapéus e viseiras combinam<br />

o artesanato do velho mundo, a bela madeira koa<br />

havaiana e uma sensação de diversão para criar um<br />

boné exclusivo. Fabricamos os chapéus e viseiras em<br />

uma variedade de cores sólidas e tecidos estampados”,<br />

explica Anna Kahuawan, designer da Koa.<br />

Foto: divulgação<br />

20 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


FRASES<br />

“A MELHOR SAÍDA SÃO OS ACORDOS COLETIVOS, DE REDUÇÃO DE<br />

SALÁRIO E JORNADA, ANTECIPAÇÃO DE FÉRIAS OU SUSPENSÃO DO<br />

CONTRATO DE TRABALHO, COM APORTE PARCIAL DO GOVERNO. PARA UMA<br />

REDUÇÃO SALARIAL DE ATÉ 25%, A PRÓPRIA CLT, EM SEU ART. 503, PREVÊ<br />

A POSSIBILIDADE POR DECISÃO EXCLUSIVA DA EMPRESA EM CASO DE FORÇA<br />

MAIOR, INDEPENDENTE DE ACORDO. E A PANDEMIA É A NOTÓRIA FORÇA<br />

MAIOR DO MOMENTO. É DE SE LEMBRAR A MP 680, DE 2015, PARA SALVAR A<br />

INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA, PERMITINDO REDUÇÃO DE SALÁRIO E JORNADA<br />

EM 30%, COM APORTE DO FAT (FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR) DE<br />

50% DOS SALÁRIOS REDUZIDOS”<br />

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS FILHO, MINISTRO DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO<br />

TRABALHO), SOBRE SAÍDAS PARA A CRISE ECONÔMICA GERADA PELA PANDEMIA<br />

“O<br />

CAMPO NÃO<br />

PAROU, MAS<br />

AS CIDADES E<br />

MUITOS ESTADOS<br />

PARARAM.<br />

NÃO VAI SER<br />

FÁCIL FAZER ESSA<br />

ECONOMIA PEGAR NO<br />

TRANCO NOVAMENTE.<br />

ENTÃO APELAMOS QUE<br />

OS GOVERNADORES<br />

E PREFEITOS PARA<br />

QUE, OBVIAMENTE COM<br />

RESPONSABILIDADE,<br />

COMECEM A ABRIR O<br />

COMÉRCIO”<br />

“AS INDÚSTRIAS EVITARAM AO MÁXIMO DEMITIR,<br />

OPTANDO POR DIVERSAS ALTERNATIVAS QUE<br />

POSSIBILITARAM FREAR O DESEMPREGO NOS PRIMEIROS<br />

MESES DA CRISE. MAS, NO MÊS DE ABRIL, PUDEMOS<br />

ACOMPANHAR QUE, LAMENTAVELMENTE, HOUVE MUITOS<br />

FECHAMENTOS DE POSTOS. DEPENDENDO DA DURAÇÃO<br />

DA CRISE, DAS AÇÕES DE RESTRIÇÕES DE CIRCULAÇÃO<br />

DE PESSOAS, DO FECHAMENTO DO COMÉRCIO E DA<br />

INDÚSTRIA E OS EFEITOS DAS MEDIDAS ECONÔMICAS, O<br />

IMPACTO PODE VARIAR. DE QUALQUER MODO, OS EFEITOS<br />

SERÃO SENTIDOS PELO MENOS ATÉ O FINAL DO ANO”<br />

VINICIUS BENINI, PRESIDENTE DO SINDMÓVEIS (SINDICATO DAS INDÚSTRIAS<br />

DO MOBILIÁRIO DE BENTO GONÇALVES)<br />

JAIR BOLSONARO,<br />

PRESIDENTE DO<br />

BRASIL, SOBRE A<br />

REABERTURA DO<br />

PAÍS DURANTE A<br />

PANDEMIA<br />

Foto: divulgação<br />

“O BRASIL SABE DA IMPORTÂNCIA<br />

DO CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DO<br />

PONTO DE VISTA FISCAL E AMBIENTAL.<br />

O BRASIL É UM PAÍS QUE ALIMENTA<br />

O MUNDO, PRESERVANDO O MEIO<br />

AMBIENTE. SE HÁ EXCESSOS E SE HÁ<br />

ERROS, CORRIGIREMOS”<br />

PAULO GUEDES, DURANTE REUNIÃO<br />

VIRTUAL DA OCDE (ORGANIZAÇÃO PARA<br />

A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO<br />

ECONÔMICO)<br />

22 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


Patrocinadores:<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

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ENTREVISTA<br />

DE OLHO<br />

NO AMANHÃ<br />

WITH AN EYE<br />

ON TOMORROW<br />

C<br />

om o olhar para o futuro, mas tendo como base a<br />

consolidada história construída por uma associação<br />

quase cinquentenária, o novo presidente da<br />

Abimci (Associação Brasileira da Indústria da Madeira<br />

Processada Mecanicamente), Juliano Vieira<br />

de Araujo, assume a gestão da entidade pelos próximos três<br />

anos. Na pauta, além dos conhecidos desafios enfrentados<br />

pelo setor produtivo para melhoria da competitividade, o objetivo<br />

é fortalecer a atuação dos Comitês Setoriais, avançar na<br />

representação internacional, na defesa de interesses nos mercados<br />

nacional e internacional, além de intensificar o monitoramento<br />

de informações relevantes às empresas associadas.<br />

ENTREVISTA<br />

Looking to the future, but based on a consolidated<br />

history built by an almost fifty-year-old association,<br />

Juliano Vieira de Araujo, the new president of the Brazilian<br />

Association of the Mechanically Processed Timber<br />

Industry (Abimci), takes over the management of<br />

the Entity for the next three years. On the agenda, in addition to<br />

the known challenges faced by the productive sector to improve<br />

competitiveness, the objective is to strengthen the performance<br />

of sectoral committees, advance in international representation,<br />

the defense of interests in the national and international markets,<br />

and intensify the monitoring of relevant information to member<br />

companies.<br />

JULIANO VIEIRA<br />

DE ARAUJO<br />

PERFIL: NASCIDO EM CURITIBA, 47 ANOS,<br />

FORMADO EM ADMINISTRAÇÃO, PÓS-GRADUADO EM<br />

NEGÓCIOS INTERNACIONAIS. PRESIDENTE DA ABIMCI<br />

E DIRETOR DA F.V.DE ARAUJO S.A.<br />

Foto: Marcos Mancinni<br />

DATE AND PLACE OF BIRTH: CURITIBA, 47<br />

PROFESSIONAL EDUCATION: MANAGEMENT AND POST-GRADUATE<br />

STUDIES IN MANAGEMENT<br />

FUNCTION: PRESIDENT OF THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF THE<br />

MECHANICALLY PROCESSED TIMBER INDUSTRY (ABIMCI) AND DIRECTOR<br />

OF F.V.DE ARAUJO S.A.<br />

24 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


JULHO <strong>2020</strong> 25


26 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


28 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


PRINCIPAL<br />

À PROVA<br />

DO TEMPO<br />

30 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


PRODUTOS DE ALTA<br />

DURABILIDADE E ROBUSTEZ<br />

FAZEM DE EMPRESA<br />

CATARINENSE DE SERRAS E<br />

MÁQUINAS, DESTAQUE NO<br />

SEGMENTO<br />

Fotos: Fom Conradi<br />

TIME-PROOF<br />

HIGH DURABILITY AND ROBUST<br />

PRODUCTS MAKE THE STATE OF<br />

SANTA CATARINA MANUFACTURER<br />

OF SAW BLADES AND SAWMILL<br />

EQUIPMENT A HIGHLIGHT OF THE<br />

SEGMENT<br />

JULHO <strong>2020</strong> 31


PRINCIPAL<br />

Q<br />

ualidade do serviço oferecido, tecnologia de<br />

ponta, durabilidade dos produtos e atendimento<br />

diferenciado. Essas são as principais<br />

características da Mill Indústrias: há 24 anos<br />

no mercado, a empresa também conta com<br />

um corpo de colaboradores qualificado e atento às crescentes<br />

evoluções e demandas do setor industrial brasileiro.<br />

Fundada em 1996 na cidade de Lages (SC), a companhia<br />

se tornou referência em serras e maquinários para o<br />

segmento de corte e secagem de madeira. A empresa hoje<br />

conta com um extenso mix de produtos para diversos ramos<br />

e um moderno parque fabril, com mais de 14 mil m² (metros<br />

quadrados) dividido em três categorias produtivas, sendo<br />

a unidade serras com foco em fabricação de lâminas para<br />

corte de madeira; unidade de equipamentos, que projeta<br />

e constrói equipamentos para a indústria madeireira, e a<br />

unidade caldeiras, secadores e autoclaves, com projetos<br />

personalizados conforme demanda.<br />

MERCADO SÓLIDO<br />

O setor madeireiro é um dos mais fortes do Brasil. Boletim<br />

divulgado pela IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores)<br />

referente ao primeiro trimestre de <strong>2020</strong> apontou que os<br />

produtos da indústria de base florestal brasileira alcançaram<br />

US$ 2 bilhões em comercialização com outros países.<br />

Enquanto a celulose totalizou US$ 1,5 bilhão, o papel representou<br />

US$ 451 milhões do montante e os painéis de<br />

madeira somaram US$ 68 milhões.<br />

Outro ponto a favor do industrial madeireiro no Brasil<br />

é a qualidade das florestas plantadas. Elas ocupam, hoje,<br />

1% de todo o território nacional,<br />

e fazem com que o país<br />

seja líder no ranking mundial<br />

de produtividade no ramo,<br />

possuindo 7,83 milhões de<br />

hectares plantados, e são<br />

responsáveis por cerca de<br />

6,9% do PIB (Produto Interno<br />

Bruto) industrial nacional.<br />

Além disso, o setor gera quase<br />

4 milhões de empregos<br />

diretos e indiretos.<br />

Neste cenário, diversas<br />

empresas brasileiras se tornaram<br />

referência quando o<br />

assunto é qualidade de madeira<br />

plantada. Nos últimos<br />

anos, o país tem comercializado<br />

sua matéria-prima para<br />

países como EUA (Estados<br />

Unidos da América), México,<br />

China, Reino Unido, Japão e<br />

Bélgica e também tem conquistado<br />

outros mercados,<br />

como França e Alemanha.<br />

Q<br />

uality of service offered, state-of-the-art<br />

technology, the durability of products, and<br />

differentiated service. These are the main<br />

characteristics of Mill Indústrias, with 24 years<br />

in the market, and a qualified technical staff<br />

that is attentive to the growing evolutions and demands of<br />

the Brazilian industrial sector.<br />

Founded in 1996 in the City of Lages (SC), the Company<br />

has become a reference in saw blades and equipment for<br />

the sawn wood and drying segment. Today, the Company<br />

has a broad mix of products for various segments and a<br />

modern manufacturing park, with more than 14 thousand<br />

m² divided into three productive categories: the saw blade<br />

unit with a focus on the manufacture of wood cutting blades;<br />

equipment unit, which designs and builds equipment for the<br />

timber processing industry: and, the boiler, dryer, and autoclave<br />

unit, with customized designs according to demand.<br />

SOLID MARKET<br />

The Timber Processing Sector is one of the strongest<br />

in Brazil. Ibá (Brazilian Tree Industry) Bulletin for the first<br />

quarter of <strong>2020</strong> pointed out that the value of products<br />

exported to other countries from the Brazilian forest-based<br />

industry amounted to US$ 2 billion. Where pulp totaled<br />

$1.5 billion, paper accounted for $451 million, and wood<br />

panels $68 million.<br />

IMAGEM DOS EQUIPAMENTOS<br />

DA BOA ESPERANÇA,<br />

TRABALHANDO HÁ QUASE 20 ANOS<br />

32 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


JULHO <strong>2020</strong> 33


34 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


JULHO <strong>2020</strong> 35


COMÉRCIO<br />

BARREIRAS<br />

COMERCIAIS<br />

DE ACORDO COM O SISTEMA SEM<br />

BARREIRAS, DO GOVERNO FEDERAL,<br />

SETOR PRIVADO IDENTIFICOU 17 NOVOS<br />

ENTRAVES COMERCIAIS EM <strong>2020</strong><br />

Fotos: divulgação<br />

36 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


JULHO <strong>2020</strong> 37


COMÉRCIO<br />

O<br />

setor industrial identificou 17 novas<br />

barreiras comerciais no exterior contra<br />

produtos brasileiros entre março e maio,<br />

mostra levantamento da CNI (Confederação<br />

Nacional da Indústria). Do total,<br />

10 dizem respeito a barreiras impostas pela China. As<br />

demais foram criadas pela Argentina, México, Arábia<br />

Saudita e União Europeia.<br />

O setor privado inseriu essas informações no<br />

Sem Barreiras (Sistema Eletrônico de Monitoramento<br />

de Barreiras às Exportações) do governo federal. A<br />

CNI atualiza esse levantamento periodicamente, em<br />

parceria com associações e federações estaduais da<br />

indústria, e contabiliza até agora 70 barreiras identificadas<br />

no exterior contra produtos brasileiros desde<br />

maio de 2018, quando o sistema foi criado. Os dados<br />

buscam ajudar o governo a definir estratégias para<br />

enfrentar esse problema.<br />

No caso da China, todas as barreiras dizem respeito<br />

a subsídios. Eles afetam a produção de itens<br />

como borracha, materiais elétricos e produtos metalúrgicos.<br />

Na prática, com os subsídios, esses bens<br />

circulam com preço abaixo do praticado no mercado<br />

DO TOTAL DE 70<br />

BARREIRAS<br />

COMERCIAIS IDENTIFICADA,<br />

APENAS 10% FORAM<br />

SOLUCIONADAS<br />

38 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


Conquiste a<br />

certificação<br />

fitossanitária<br />

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O controle fitossanitário é a solução Marrari para<br />

empresas que queiram fazer a exportação de sua<br />

madeira conforme as normas do MAPA.<br />

O controle fitossanitário opera de forma com que ele<br />

garante que a temperatura durante a secagem, ou outro<br />

método após a secagem, atinja um patamar no qual mate<br />

todos os insetos, fungos e outros invasores que possam<br />

proliferar no país importador.<br />

• Rede de comunicação com conversor serial USB<br />

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• Alimentação 110/<strong>220</strong> V<br />

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• Até 4 pontos de umidade por estufa (KD)<br />

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JULHO <strong>2020</strong> 39


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40 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


MARCENARIA<br />

EM CASA<br />

DE VOLTA À MODA, AS MARCENARIAS E OS TRABALHOS ARTESANAIS EM<br />

MÓVEIS TÊM CADA VEZ MAIS CAÍDO NO GOSTO POPULAR. ESSA É A SUA<br />

CHANCE DE FAZER VOCÊ MESMO E INICIAR SEU PRÓPRIO NEGÓCIO<br />

Fotos: divulgação<br />

JULHO <strong>2020</strong> 41


MARCENARIA<br />

E<br />

m tempos de popularidade do home office<br />

e de busca por vias alternativas para ganhar<br />

dinheiro, a possibilidade de abrir um<br />

negócio dentro da própria casa ganha cada<br />

vez mais adeptos. Aquele antigo clichê,<br />

visto em demasia em filmes e seriados americanos, do<br />

porão lotado de mesas e ferramentas de marcenaria<br />

deixou de ser algo de Hollywood para também tomar<br />

a realidade dos lares brasileiros.<br />

Com a facilidade da Internet em divulgar novas<br />

iniciativas, marceneiros de primeira viagem, que antes<br />

encaravam a prática como um simples hobby, conseguem<br />

não apenas iniciar seu ofício, mas também<br />

mostrá-lo aos mais diversos públicos. Mas antes de<br />

gastar com a compra de equipamentos, o marceneiro/<br />

empresário deverá tomar algumas precauções para<br />

que o sonho da independência financeira não acabe se<br />

tornando um piso em falso na vida econômica familiar.<br />

MERCADO<br />

O primeiro ponto a ser analisado é o entendimento<br />

do mercado de móveis de madeira em sua região. No<br />

Brasil, a prática tem crescido nos últimos anos, vinculada<br />

principalmente ao crescimento dos setores de<br />

construção e habitação.<br />

A urbanização também é um fator que tende a<br />

provocar um incremento de mercado, pois dá origem a<br />

uma maior procura por fabricação de móveis em geral<br />

sob medida para suas residências. Segundo o Ibge<br />

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2017,<br />

o Brasil conta com cerca de 68, 2 milhões de residências<br />

particulares, com uma média de quase 3 pessoas<br />

por domicílio, o que mostra o potencial mercadológico<br />

NO BRASIL, O NÚMERO DE<br />

MARCENARIAS TEM<br />

CRESCIDO ANO A ANO, VINCULADO<br />

PRINCIPALMENTE AO CRESCIMENTO<br />

DOS SETORES DE CONSTRUÇÃO E<br />

HABITAÇÃO<br />

42 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


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ROTATIVA<br />

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densidade e grande rigidez otimizando o corte<br />

em bitolas finas e aumentando a vida útil do<br />

revestimento<br />

• Rolo de corte com regulagem de altura<br />

• Conjunto de polias pressoras<br />

na entrada com cilindros<br />

pneumáticos<br />

• Acionamento do porta facas<br />

via servo motor com precisão<br />

de posicionamento<br />

• Operação e controle de corte<br />

via Painel IHM touch screen<br />

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Velocidade de cortes<br />

de até 180m/min<br />

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JULHO <strong>2020</strong> 43


MERCADO<br />

PARA ENFRENTAR<br />

A CRISE<br />

44 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


Fotos: divulgação<br />

DE ACORDO COM LEVANTAMENTO DA<br />

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, CERCA<br />

DE 47% DAS EMPRESAS PRECISARAM ADOTAR<br />

MEDIDAS TRABALHISTAS DURANTE A PANDEMIA<br />

Fotos: divulgação<br />

JULHO <strong>2020</strong> 45


MERCADO<br />

As medidas trabalhistas anunciadas no<br />

contexto da pandemia do novo coronavírus,<br />

principalmente na forma das<br />

medidas provisórias 927 e 936, têm sido<br />

instrumentos relevantes para o setor<br />

produtivo enfrentar o período mais grave da crise.<br />

Pesquisa encomendada pela CNI (Confederação<br />

Nacional da Indústria) mostra que 39% das empresas<br />

industriais haviam celebrado acordos individuais de<br />

redução de jornada e salário. Paralelamente, 22% das<br />

indústrias haviam realizado a suspensão temporária<br />

de contratos de trabalho nos últimos 45 dias. Ao<br />

todo, 47% das empresas entrevistadas afirmam ter<br />

adotado uma das alternativas isoladamente ou ambas.<br />

Os dados estão no levantamento: Os impactos<br />

da pandemia na indústria brasileira; realizado pelo<br />

Instituto FSB, que ouviu 1.017 empresas industriais<br />

em todo Brasil. “A pesquisa mostra que as medidas<br />

trabalhistas, que resultaram em mais de 8 milhões de<br />

acordos individuais para redução de jornada e salário<br />

e suspensão de contratos de trabalho, foram importantes<br />

para a preservação de empregos”, analisa o<br />

presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.<br />

Para o presidente do Conselho de Relações do<br />

Trabalho da CNI, Alexandre Furlan, o número é ex-<br />

pressivo porque mostra adesão de parte significativa<br />

da indústria em um período em que começavam a<br />

se esgotar as primeiras medidas adotadas pelas empresas<br />

ainda em março, como a concessão de férias<br />

coletivas, antecipação de férias, entre outras que<br />

vinham sendo pactuadas com sindicatos de trabalhadores.<br />

“O dado é importante porque mostra que a<br />

MP 936 veio em hora oportuna e ajudará as empresas<br />

a se manterem ativas com manutenção de postos de<br />

trabalho”, avalia.<br />

A pesquisa também buscou entender o tempo<br />

médio de duração dos acordos individuais celebrados<br />

entre empresas e trabalhadores. Em relação à<br />

redução proporcional de jornada e salários, metade<br />

dos acordos terá duração de três meses, enquanto<br />

31% serão de dois meses e 13% de um mês. Entre as<br />

empresas que realizaram a suspensão do contrato de<br />

trabalho, 79% relataram que o prazo será de dois a<br />

três meses. O dado sugere que parte desses acordos<br />

tenha sido celebrado via negociação coletiva (art. 476<br />

da CLT), que permite a suspensão por prazo maior do<br />

que o permitido pela MP 936.<br />

MEDIDAS SANITÁRIAS<br />

O levantamento investigou como as empresas estão<br />

lidando com os desafios de evitar a contaminação<br />

46 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


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cortes laterais formando um bloco ou<br />

semi-bloco retirando as costaneiras<br />

automaticamente, é transportado por uma<br />

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JULHO <strong>2020</strong> 47


MADEIRA TRATADA<br />

MADEIRA<br />

E TECNOLOGIA<br />

ESTUDANTES CONSTROEM PRIMEIRO PAVILHÃO DE MADEIRA DO<br />

MUNDO COM O AUXÍLIO DE ROBÔS - E COMPROVAM COMO<br />

O MATERIAL SERÁ PROTAGONISTA NO FUTURO<br />

Fotos: divulgação<br />

48 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


Alunos de mestrado da Universidade ETH,<br />

de Zurique, na Suíça, desenvolveram um<br />

ousado e inovador projeto de construção<br />

de um pavilhão de madeira moldado totalmente<br />

por robôs. A iniciativa faz parte<br />

do curso de Fabricação Digital, responsável por encontrar<br />

novas alternativas para a construção civil no país.<br />

O projeto, idealizado por alunos e professores,<br />

foi implantada no laboratório de pesquisa Gramazio<br />

Kohler. A estrutura de treliça do pavilhão é feita de madeira<br />

reforçada interconectada e é deixada descoberta<br />

por dentro para formar assentos de janela e uma escada.<br />

Por outro lado, a forma curva externa da estrutura<br />

é totalmente coberta por telhas de madeira. A parte<br />

desafiadora do projeto foi adaptar a técnica do robô<br />

aos materiais e dimensões não padronizados.<br />

“O objetivo era desenvolver processos robóticos<br />

adaptativos capazes de lidar com dimensões desconhecidas<br />

do material e qualidade da superfície, reduzindo<br />

assim o desperdício de material resultante do<br />

uso de produtos de madeira padronizados pré-processados<br />

(projetados)”, explicou Eric Javersen, mestrando<br />

e um dos idealizadores do pavilhão tecnológico.<br />

Os alunos/designers afirmam que sua estrutura é<br />

o primeiro pavilhão de madeira de dois andares do<br />

mundo construído usando robôs. “A construção da<br />

madeira tem uma história impressionante de uso das<br />

possibilidades de fabricação com peças de madeira<br />

colada, mas as tecnologias de montagem robótica<br />

ainda são muito raramente integradas”, alerta Philipp<br />

Eversmann, chefe do curso de Fabricação Digital na<br />

ETH de Zurique.<br />

“Por meio de técnicas de automatização e processos<br />

inovadores de feedback, o sistema de fabricação<br />

conseguiu minimizar o desperdício de material reagindo<br />

a diferentes tamanhos das peças, mesmo durante o<br />

processo de construção”, salienta Eversmann.<br />

Enquanto o piso térreo do pavilhão atua como um<br />

espaço de reunião ou de exposição, o piso superior,<br />

com o telhado inclinado para o lado, funciona como<br />

um local de observação. “Usamos e abusamos das<br />

propriedades da madeira laminada colada, como sua<br />

resistência e sua leveza. Sem contar as inúmeras possibilidades<br />

de implementação, como fôrmas, estruturas,<br />

esquadrias, pisos, forros, revestimentos e até todo o<br />

mobiliário”, acrescenta o professor.<br />

Em tempo recorde, a fabricação do pavilhão de<br />

eventos em Zurique, somado aos testes fases pré-construção,<br />

levou cinco semanas. Em seu relatório final<br />

sobre a obra, a classe do curso de Fabricação Digital<br />

ainda ressaltou que a ideia do grupo é exportar seu<br />

case para países do Terceiro mundo. “Como uma opção<br />

mais barata, acreditamos que esse sistema construtivo<br />

possa ajudar muitas pessoas carentes nos mais<br />

diversos continentes”, afirma o estudo.<br />

Os projetistas também esperam que seu projeto,<br />

que fez parte de uma longa pesquisa sobre o emprego<br />

de mão-de-obra remota na construção de madeira,<br />

contribua para o desenvolvimento de estruturas de<br />

armação fabricadas por robô para casas e outros projetos<br />

de grande escala na Suíça. Devido ao sucesso<br />

da iniciativa, o pavilhão fez parte da exibição de novas<br />

tecnologias da Bienal de Design de Zurique, que aconteceu<br />

em 2018.<br />

JULHO <strong>2020</strong> 49


ARTIGO<br />

50 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


EFICIÊNCIA DA COLAGEM<br />

DE MADEIRA TRATADA<br />

DE EUCALYPTUS CLOEZIANA F. MUELL<br />

PARA PRODUÇÃO DE MADEIRA LAMINADA<br />

COLADA (MLC)<br />

Fotos: divulgação<br />

PEDRO GUTEMBERG DE ALCÂNTARA SEGUNDINHO<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

FABRICIO GOMES GONÇALVES<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

GEANINE COSTA GAVA<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

VINÍCIUS PEIXOTO TINTI<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

SABRINA DARÉ ALVES<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

ADAIR JOSÉ REGAZZI<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

JULHO <strong>2020</strong> 51


ARTIGO<br />

O<br />

RESUMO<br />

s setores da construção civil, indústria<br />

moveleira, indústria de papel e celulose<br />

buscam novas alternativas para uma<br />

utilização mais racional da madeira que<br />

possam diminuir as limitações de seu<br />

uso, a exemplo da produção dos painéis reconstituídos<br />

dessa matéria-prima, como compensados,<br />

aglomerados de partículas, sarrafos, MLC (Madeira<br />

Laminada Colada), entre outros. No presente trabalho<br />

buscou-se avaliar a eficiência da colagem em<br />

taliscas de madeira de Eucalyptus cloeziana preservadas<br />

quimicamente com CCA (Arseniato de Cobre<br />

Cromatado).<br />

Foram utilizados seis adesivos (MUF: melamina-<br />

-ureia-formaldeído; PVA: poliacetato de polivinila;<br />

RF: resorcinol-formaldeído; TF: tanino-formaldeído;<br />

UF: ureia-formaldeído; PUR: poliuretano à base de<br />

mamona) e foram realizadas avaliações da interface<br />

madeira-adesivo por meio de fotomicrografias, da resistência<br />

ao cisalhamento, da porcentagem de falhas<br />

na madeira e mensuração da espessura da linha de<br />

cola.<br />

Para a visualização da interface madeira-adesivo<br />

retiraram-se cortes anatômicos de cada posição, plano<br />

transversal e plano longitudinal da junta colada,<br />

após amolecimento em água quente. Apenas nas<br />

taliscas unidas com TF não foi possível avaliar a interface.<br />

O CCA contribuiu de forma negativa nas propriedades<br />

físicas e mecânicas da madeira. O MUF apresentou<br />

os melhores resultados, representados por<br />

maiores penetrações do adesivo no material utilizado<br />

e consequentemente maiores valores de resistência<br />

ao cisalhamento e menores valores de delaminação.<br />

NO BRASIL, OS PAINÉIS<br />

SÃO PRODUZIDOS<br />

PRINCIPALMENTE POR PEÇAS DE<br />

MADEIRA DAS ESPÉCIES OBTIDAS<br />

POR REFLORESTAMENTOS DOS<br />

GÊNEROS EUCALYPTUS E PINUS<br />

INTRODUÇÃO<br />

A madeira é um material de origem biológica que<br />

apresenta propriedades físicas e mecânicas variáveis<br />

entre as espécies e dentro de uma mesma espécie,<br />

sendo matéria-prima indispensável em aplicações<br />

na construção civil, indústria moveleira, indústria de<br />

papel e celulose, dentre outras. Na sua forma maciça<br />

e em dimensões maiores, a madeira tornou-se, ao decorrer<br />

dos anos, um material difícil de ser encontrado<br />

devido à constante supressão de florestas nativas e à<br />

legislação ambiental vigente. Assim, os setores que a<br />

utilizam buscaram novas alternativas para um aproveitamento<br />

mais racional e que pudessem diminuir suas<br />

limitações de uso, a exemplo da produção dos painéis<br />

reconstituídos de madeira, como compensados,<br />

aglomerados de partículas, sarrafeados, MLC (Madeira<br />

Laminada Colada), entre outros.<br />

Associado a essa alternativa, tem-se o aproveitamento<br />

de resíduos madeireiros na produção destes<br />

painéis, desde que um estudo técnico do material<br />

seja realizado. Em empresas de imunização de madeiras,<br />

após seu efetivo tratamento com preservantes,<br />

os resíduos gerados apresentam em sua composição<br />

substâncias químicas tóxicas. Para o uso de madeira<br />

que passou ou não por um tratamento preservante,<br />

alguns estudos foram realizados em relação a sua colagem<br />

como forma de aproveitamento de resíduos, a<br />

exemplo de Abreu et al., Pereira et al, Bertolini et al.<br />

e Boa et al..<br />

A maioria dos painéis de madeira requer adesivos<br />

durante a produção para um melhor aproveitamento<br />

de suas pequenas peças. Segundo Carneiro et al., os<br />

mais utilizados pelo setor madeireiro e moveleiro são<br />

aqueles à base de poliacetato de vinila, ureia-formaldeído,<br />

fenol-formaldeído, poliuretano, colas à base<br />

de água, entre outros.<br />

Conforme Brady e Kamke, a região de interface<br />

é o volume que contém as células de madeira e o<br />

adesivo. De acordo com Albino et al., é importante<br />

conhecer essa interface em função da utilização crescente<br />

de produtos à base de compostos da madeira.<br />

Os mesmos autores afirmam que a adesão entre a<br />

madeira e o adesivo depende das características de<br />

cada um deles e do processo adotado para a colagem.<br />

Existem poucos estudos sobre como ocorre<br />

essa interação, apenas sobre a resistência ao cisalhamento<br />

na linha de cola.<br />

No Brasil, os painéis são produzidos principalmente<br />

por peças de madeira das espécies obtidas<br />

por reflorestamentos dos gêneros Eucalyptus e Pinus.<br />

Essas apresentam matéria-prima com boas características<br />

e são de rápido crescimento, segundo Iwakiri et<br />

al., quando comparadas com espécies nativas do Brasil.<br />

No gênero Eucalyptus, com características físicas e<br />

52 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


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e comprimento da capa por encoder;<br />

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cortando retalhos de até 90mm.<br />

JULHO <strong>2020</strong> 53


54 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


JULHO <strong>2020</strong> 55


AGENDA<br />

AGENDA<br />

<strong>2020</strong>/2021<br />

OUTUBRO<br />

3 A 6<br />

NOVEMBRO<br />

4 A 5<br />

SETEMBRO<br />

15 A 18<br />

FEIRA INTERNACIONAL DE<br />

TECNOLOGIA E PROCESSOS<br />

PARA A INDÚSTRIA DE<br />

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INDÚSTRIA FLORESTAL DE MINAS<br />

GERAIS<br />

LOCAL: BELO HORIZONTE (MG)<br />

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NOVEMBRO<br />

19 A 22<br />

FESQUA<br />

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DEZEMBRO<br />

3 A 6<br />

CAIRO WOODSHOW<br />

LOCAL: CAIRO (EGITO)<br />

WWW.CAIROWOODSHOW.COM/<br />

JULHO<br />

5 A 8/2021<br />

AGOSTO/<br />

17 A 21/2021<br />

SETEMBRO<br />

26 A 29/2021<br />

EXPOLUX<br />

LOCAL: SÃO PAULO (SP)<br />

WWW.EXPOLUX.COM.BR/PT-BR.HTML<br />

FENASUCRO<br />

LOCAL: SERTÃOZINHO (SP)<br />

FENASUCRO.COM.BR/PT-BR.HTML<br />

WOODMEX AND ASFI<br />

LOCAL: BIRMINGHAM (INGLATERRA)<br />

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56 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong>


ESPAÇO ABERTO<br />

FALTA CONCORRÊNCIA<br />

AOS BANCOS<br />

Apandemia do novo coronavírus e a crise que<br />

estamos presenciando deixam muito claro<br />

como as decisões do presente têm um impacto<br />

enorme em nosso futuro. A afirmação<br />

é evidente. Contudo, essa evidência esconde<br />

uma complexa e importante relação entre a realidade<br />

e os modelos científicos que usamos para tentar explicá-<br />

-la e compreendê-la.<br />

No domínio do direito antitruste, é frequente a utilização<br />

de modelos científicos para analisar aspectos<br />

relevantes da concorrência em um determinado mercado.<br />

A maioria desses modelos busca contribuir para a identificação<br />

do grau de concentração de um mercado em torno<br />

de poucos agentes econômicos, bem como do poder<br />

que esses agentes possuem para, individualmente ou em<br />

conjunto, influenciar esse mesmo mercado.<br />

Ao analisar atos de concentração de empresas, como<br />

fusões e aquisições, o Cade (Conselho Administrativo de<br />

Defesa Econômica) costuma recorrer a esses modelos<br />

para tomar suas decisões. A análise realizada pelo Cade<br />

nesses casos consiste, fundamentalmente, em estabelecer<br />

uma comparação entre dois cenários do mercado: o cenário<br />

real, existente antes da concentração, e um cenário<br />

hipotético, de como o mercado seria após ela ocorrer.<br />

Ao longo dos últimos 15 anos, o Cade autorizou diversos<br />

atos de concentração no mercado bancário, todos<br />

supostamente corroborados pelos modelos de análise<br />

de atos de concentração (Santander-Real, Itaú-Unibanco<br />

e Bradesco-Hsbc, para ficar em alguns exemplos). Atualmente,<br />

convivemos em um cenário no qual os 5 principais<br />

bancos do país – dois deles pertencentes ao Estado –<br />

dominam mais de 80% dos ativos e dos depósitos bancários.<br />

Nos EUA (Estados Unidos da América), os 5 maiores<br />

bancos concentram menos de 50% do mercado.<br />

AO LONGO DOS ÚLTIMOS 15<br />

ANOS, O CADE AUTORIZOU<br />

DIVERSOS ATOS DE CONCENTRAÇÃO<br />

NO MERCADO BANCÁRIO, TODOS<br />

SUPOSTAMENTE CORROBORADOS<br />

PELOS MODELOS DE ANÁLISE DE ATOS<br />

DE CONCENTRAÇÃO<br />

58 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2020</strong><br />

POR<br />

ADRIANO<br />

CAMARGO<br />

GOMES<br />

ADVOGADO, DOUTOR<br />

PELA USP, MESTRE PELA<br />

UNIVERSIDADE DE<br />

OXFORD, É PROFESSOR<br />

DA ESCOLA DE DIREITO<br />

E CIÊNCIAS SOCIAIS DA<br />

UNIVERSIDADE POSITIVO<br />

Seria possível voltar nossa análise para os modelos,<br />

para falarmos de oligopólio e de teorias econômicas que<br />

possam explicar eventuais falhas de mercado existentes<br />

no setor bancário. Nosso objetivo, porém, não é explicar<br />

as falhas, mas apenas mostrar que elas são facilmente<br />

identificadas se olharmos para a nossa realidade. E, falando<br />

dela, podemos ter a certeza de que, caso algum<br />

modelo não indique falhas na concorrência do setor bancário,<br />

ou não somos capazes de entendê-lo ou, então, o<br />

modelo está errado.<br />

Em março deste ano, o Banco Central anunciou medidas<br />

que injetaram R$ 1,2 trilhão no mercado, ampliando a<br />

liquidez dos bancos. Essa disponibilidade gigantesca de<br />

recurso, em um mercado competitivo, deveria produzir<br />

maior oferta de empréstimos a juros menores – os Bancos<br />

disputariam mercado. Em razão da crise atual, há ainda a<br />

expectativa de novas medidas, indicando a disponibilidade<br />

de mais de R$ 600 bilhões. Nada disso parece ser suficiente.<br />

Qualquer empresário que precisa de crédito para<br />

enfrentar a crise já percebeu: a oferta não aumentou e,<br />

aproveitando a crise, os juros cobrados estão mais altos.<br />

O oligopólio dos bancos controla o mercado.<br />

O resultado é desastroso: os consumidores, industriais,<br />

produtores rurais, comerciantes e autônomos<br />

brasileiros, que movem o país por meio da produção e<br />

aquisição de bens e serviços, são estrangulados por um<br />

mercado de crédito perverso. Um mercado que paga<br />

pouco pelo nosso dinheiro e que vende seu dinheiro mais<br />

caro do que quase todos os outros bancos do mundo.<br />

Um mercado que não conhece a crise econômica que<br />

todos nós vivemos nos últimos anos e que, diante dela,<br />

ganha ainda mais dinheiro. Há muito tempo pagamos,<br />

com juros, o preço das escolhas e dos modelos errados<br />

que fizemos no passado. Não há economia que possa<br />

crescer se a produção e o consumo são reféns do capital<br />

financeiro. Desta vez, num contexto de crise, o preço<br />

que vamos pagar por esses erros será ainda mais alto. Os<br />

bons modelos mostrarão isso no futuro.<br />

Foto: divulgação


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