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— Isto não é assunto para brincadeiras — disse Thomas severamente. —
Você devia estar dormindo. O que está fazendo aqui em cima às duas horas da
madrugada?
Cassi levantou as folhas do computador.
— Eu não conseguia dormir e então pensei em ser diligente.
— Isso é ridículo — disse Thomas, pegando Cassi pelo braço e levando-a de
volta para as escadas. — Há horas que você devia estar dormindo.
— O comprimido para dormir não agiu — explicou Cassi enquanto eles
desciam.
—- Então você deve tomar outro. Palavra, Cassi. Você devia saber disso.
Fora do quarto, Cassi parou e olhou para Thomas.
— Desculpe. Você tem razão. Eu não estava pensando.
— O que está feito está feito — falou Thomas. — Vá para a cama. Vou-lhe
arranjar um outro comprimido.
Por um momento, Cassi observou Thomas caminhar resolutamente pelo
corredor em direção ao posto das enfermeiras. Então, voltou a entrar em seu
quarto. Pondo os dados do MSC sobre sua mesa de cabeceira, ela jogou seu robe
em cima de uma cadeira e tirou os chinelos. Aos cuidados de Thomas ela se
sentia mais segura.
Quando ele voltou com o comprimido, ficou de pé ao lado da cama, vendo-a
engoli-lo. Depois, como que para apoquentá-la, abriu-lhe a boca e fingiu
procurar pelo comprimido, para ver se ele havia desaparecido.
— Isso é uma violação da privacidade —- disse Cassi, puxando seu rosto.
— As crianças devem ser tratadas como crianças — ele riu.
Ele apanhou o papel impresso, levou-o para a cômoda e meteu-o numa
gaveta mais inferior.
— Esta noite, nada mais desse assunto. Você vai dormir.
Thomas puxou a cadeira para junto da cama, apagou a luz e ficou segurando
a mão de Cassi.
Ele disse a Cassi que queria que ela relaxasse e pensasse nas próximas férias.
Calmamente, descreveu as areias intocadas, a água cristalina, e o cálido sol dos
trópicos.
Cassi escutava, desfrutando as imagens. Logo foi envolvida por uma
sensação de paz. Com Thomas ali ela pôde relaxar. Conscientemente, pôde sentir
que o comprimido para dormir começava a agir, e que o sono estava chegando.
Robert foi apanhado no outro mundo entre o sono e a consciência. Tivera um
sonho terrível: estava preso entre duas paredes que implacavelmente se
apertavam sobre ele. O espaço onde ele estava se tornava cada vez menor. Ele