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Fiocruz em Pauta

Fiocruz avança rumo à produção de vacina contra a covid - 19.

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BOLETIM PARLAMENTAR DA

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Ano 4/ Nº2

FIOCRUZ

Pauta

Fiocruz

avança

rumo à

produção

de vacina

contra a

covid-19

Página 3 e 4


BOLETIM PARLAMENTAR DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

EDITORIAL

A edição anterior deste boletim destacou os esforços da Fiocruz quanto às medidas que, naquele momento, buscavam preparar o país

para encarar uma pandemia que logo se consolidou. Se naquele período já nos mobilizávamos para acelerar a produção de kits diagnósticos,

capacitar profissionais de laboratórios centrais de todo o Brasil e de nove países da América Latina, e criávamos instrumentos e

estratégias inovadoras de informação e comunicação, agora o desafiador cenário nos conduz a movimentos mais ousados.

Em 27 de junho, o Ministério da Saúde anunciou o compromisso dos governos brasileiro e britânico de encomenda tecnológica para a

produção no país da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford. Em acordo da Fiocruz com a biofarmacêutica

AstraZeneca, mais de 30 milhões de doses dessa vacina, que está em sua fase 3 de testes, serão produzidas por Bio-Manguinhos até

janeiro de 2021. E ainda no primeiro semestre do ano que se aproxima deveremos alcançar a autossuficiência em todas as fases de

produção da vacina. A empreitada traduz a capacidade técnica e científica da Fiocruz, fruto de investimentos feitos nos últimos anos, em

especial no nosso parque tecnológico.

Foi com esse mesmo caráter inovador e de colaboração que inauguramos, em 19 de maio, o Centro Hospitalar para a Pandemia da Covid-

-19 - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Construído em menos de dois meses, no campus de Manguinhos, no Rio de

Janeiro, o Centro Hospitalar se diferencia dos hospitais de campanha por ser permanente. Ou seja, continuará em ação mesmo após a

pandemia. Oferece 195 leitos, dos quais 120 são Unidades de Tratamento Intensivo UTIs e 75 de semi-intensivo, dedicados ao atendimento

de pacientes graves do Rio de Janeiro.

Durante o mês de março, quando a pandemia avançava bruscamente nos países europeus e fazia as primeiras vítimas no Brasil, nossa

unidade Bio-Manguinhos iniciou o processo de escalonamento progressivo da produção de testes moleculares para diagnóstico da covid-

-19. Em menos de um mês, 200 mil testes foram entregues ao Ministério da Saúde. Na última semana de abril, a produção atingiu a marca

de 1,2 milhão de kits desenvolvidos. Atualmente, Bio-Manguinhos trabalha para cumprir a meta de 11,7 milhões de testes até setembro.

Após desenvolver os testes moleculares e aumentar a escala de produção, estamos apoiando o Ministério da Saúde na otimização do

processo de diagnóstico laboratorial das amostras coletadas. Para atender a demanda cada vez maior, a Fundação uniu a sua expertise

na área à infraestrutura tecnológica disponível e implantou plataformas automatizadas que operam em larga escala, podendo processar

diariamente, em seu pleno funcionamento, até 550 amostras cada uma.

O conjunto de ações da Fiocruz foram pactuadas pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários

de Saúde (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

E é assim, em meio às adversidades que o momento de pandemia nos impõe, que a Fundação Oswaldo Cruz celebra seus 120 anos,

assumindo seu compromisso histórico com a ciência de qualidade e com o atendimento das prioridades do Sistema Único de Saúde (SUS).

Nísia Trindade Lima

PRESIDENTE DA FIOCRUZ

Fiocruz participa de

ensaio clínico da OMS

Divulgação

científica

Fiocruz amplia ofertas

de cursos online

2

Coordenado no Brasil pela Fiocruz, com apoio

do DECIT/SCTIE/Ministério da Saúde, o

Solidarity Trial, ensaio clínico mundial da

OMS, será realizado em 18 hospitais de 12

estados brasileiros, e prevê uma redução de

80% no tempo para geração de evidências

sobre os tratamentos.

Em tempos de fake news, a Fiocruz tem

produzido conteúdos sobre a Covid-19

articulando conhecimento científico e

sociedade. Diversos materiais podem ser

encontrados no portal da instituição.

PORTAL EXCLUSIVO

www.portal.fiocruz.br/coronavirus

Em um cenário com

mudanças no conhecimento

sobre o novo coronavírus, a

capacitação é uma

ferramenta fundamental. O

curso “Covid-19: manejo da

infecção causada pelo novo

coronavírus” conta com mais

de 40 mil inscritos, e o curso

nacional de Saúde Mental e

Atenção Psicossocial na

Covid-19, com 65 mil inscritos.

Além disso, o portal da Rede

UNA-SUS (responsável pela

capacitação de profissionais

de saúde em todo o Brasil)

supera, diariamente, a marca

de 80 mil acessos.


Fiocruz produzirá

vacina da

Universidade

de Oxford contra

COVID-19

Fiocruz vai receber o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA)

A

da biofarmacêutica AstraZeneca para produção inicial de

30 milhões de doses da vacina para Covid-19, que está

sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford, além de viabilizar a

transferência de tecnologia. A vacina, considerada pela OMS (Organização

Mundial da Saúde) uma das mais promissoras do mundo,

está na fase 3 de testes e incorpora o Brasil nesta etapa, que é a

última em seres humanos para determinar sua segurança e eficácia.

A produção da vacina é uma iniciativa do governo brasileiro. O

acordo a ser firmado é com a biofarmacêutica AstraZeneca, que

detém o licenciamento da vacina da Universidade de Oxford. Por ele,

a Fiocruz adquire o produto antes do término dos ensaios clínicos

previstos e se dedica à produção em duas etapas. A primeira é a

produção de 30,4 milhões de doses antes do término dos ensaios

clínicos, o que representaria 15% da necessidade do Brasil, ao custo

de 127 milhões de dólares. A produção desses lotes deverá ser

concluída até janeiro de 2021. Depois disso, são necessárias etapas

de registro e validação, antes de uma possível distribuição.

O investimento inclui não apenas os lotes de vacinas, mas também a

transferência de tecnologia para que a produção seja nacionalizada.

“A infraestrutura e a capacidade da Fiocruz para incorporar novas

tecnologias e vacinas para o SUS são resultado de todo o investimento

que se fez na instituição nos últimos anos, especialmente em

seu parque tecnológico”, destaca a presidente da Fiocruz, Nísia

Trindade Lima.

A Fiocruz tem capacidade de executar todo o processamento final

da vacina, a partir do recebimento do IFA da AstraZeneca, contemplando

as etapas de formulação, envase, rotulagem, embalagem e

controle de qualidade. Em paralelo, a Fundação se prepara para

incorporar a produção do IFA, tornando-se autossuficiente em

todas as fases do processo. A previsão é de que isso ocorra nos

primeiros meses de 2021.

A Fiocruz tem capacidade de atuar imediatamente nas etapas de

formulação e processamento final da vacina, por meio de seu Instituto

de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz),

podendo chegar à produção de 40 milhões de doses mensais.

Ao término dos ensaios clínicos e com a eficácia da vacina comprovada,

a Fiocruz entrará na segunda etapa do acordo para a produção

de mais 70 milhões de doses, ao preço de custo de 2,30 dólares

cada. Segundo o diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, “o

estabelecimento do acordo pelo governo brasileiro é fundamental

para garantir a disponibilidade de doses para o país tão logo se

chegue ao registro da vacina. E Bio-Manguinhos possui competência

tecnológica e capacidade industrial para abastecer o SUS

rapidamente e incorporar a tecnologia, de modo a garantir a

soberania nacional em relação a este imunobiológico essencial

para o combate à pandemia”.

VACINA NACIONAL

A Fiocruz atua também em outras iniciativas na busca por

um imunizante, como em seus dois projetos de

desenvolvimento:

- Vacina sintética, com base em peptídeos antigênicos de

células B e T - ou seja, com pequenas partes de proteínas do

vírus capazes de induzir a produção de anticorpos

específicos para defender o organismo contra agentes

desconhecidos – neste caso, o Sars-CoV-2; e

- Vacina com a plataforma de subunidade (que utiliza

somente fragmentos de antígenos capazes de estimular a

melhor resposta imune), que testa diferentes construções da

proteína S, a principal proteína para a ligação do vírus

Sars-CoV-2 nas células do paciente, responsável pela geração

de anticorpos protetores/neutralizantes.

Além disso, a Fiocruz está desenvolvendo uma vacina que

utiliza o vírus da influenza como vetor vacinal expressando

fragmento da proteina S1 do Sars-Cov-2 para gerar resposta

imunológica local. Com esse processo, pretende-se

desenvolver uma vacina bivalente, que possa ser usada

contra influenza e contra o novo coronavírus.

WWW.FIOCRUZ.BR

3


BOLETIM PARLAMENTAR DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Notas

Fiocruz participa de

reunião na

Câmara sobre

vacina

O desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford, e

que deverá ser produzida pela Fiocruz, foi tema de uma reunião técnica da Comissão Externa da

Câmara dos Deputados de Enfrentamento à Covid-19, realizada no dia 1º de julho. A presidente da

Fiocruz, Nísia Trindade Lima, participou da audiência pública e apresentou aspectos do acordo com a

biofarmacêutica AstraZeneca, por meio do qual a Fiocruz vai produzir 30 milhões de doses até janeiro

de 2021 (ver matéria da página 3).

Centro hospitalar

reforça estratégia

Fiocruz contra

Covid-19

Entre as ações prioritárias de atenção e promoção da saúde da Fiocruz, está a construção do Centro

Hospitalar para a Pandemia Covid-19 - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).

De caráter permanente, o Centro Hospitalar possui 195 leitos: 120 UTIs e 75 leitos de tratamento

semi-intensivo. Em apoio às comunidades locais, a Fiocruz tem atuado no fortalecimento da UPA

de Manguinhos, com o reforço dos protocolos de biossegurança.

Produção e

ampliação da

testagem

Unidos contra

a Covid-19

A expansão da capacidade nacional de testagem envolveu na Fiocruz três pilares de atuação: o

aumento da produção dos testes moleculares, o reforço regional dos Lacens e a implantação das

Unidades de Apoio Diagnóstico da Covid-19. Após a ampliação na produção de testes moleculares, a

Fiocruz começou a distribuir, em abril, plataformas automatizadas em laboratórios da Fiocruz, no

campus do Rio Janeiro, e em Unidades de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 no IBMP, no Paraná, e

na sede do grupo Dasa, em São Paulo, por meio de um acordo feito com o Ministério da Saúde. Em

seu pleno funcionamento, essas plataformas terão condição de ampliar a testagem da rede em mais

de 350 mil amostras por mês.

O programa Unidos contra a Covid-19 (www.unidoscontraacovid19.com.br) foi criado com o objetivo

de reunir uma rede de parceiros para captação de recursos em um fundo emergencial para pesquisa

e produção, entre outras ações de combate ao novo coronavírus. Até final de junho, os recursos

arrecadados já somavam mais de R$ 136 milhões. A força das parcerias estabelecidas tem permitido

ações junto às populações mais vulneráveis, como a chamada pública para projetos de organizações

populares da sociedade civil de todo o Brasil.

Iniciativas para

integração de

dados sobre a

Covid-19

Expediente

Fiocruz em Pauta

Boletim Parlamentar da Fundação Oswaldo Cruz

Ano 4/Nº2 – EDIÇÃO ESPECIAL

A Fiocruz criou o Observatório Covid-19, que desenvolve análises integradas sobre cenários

epidemiológicos, impactos sociais da pandemia, medidas de controle, serviços de saúde, qualidade

do cuidado e segurança. Também atuam nessa frente a Rede Covida - Ciência, Informação e Solidariedade,

no monitoramento e produção de sínteses de evidências científicas; o Infogripe, que acompanha

os níveis de alerta para os casos reportados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG); e o

Monitoracovid-19, painel com dados da situação do país, com base nos casos e óbitos notificados,

e de outros países.

Supervisão

(Coordenação de Comunicação Social/Presidência)

Elisa Andries

Pamela Lang

4

Presidente da Fiocruz

Nísia Trindade Lima

Chefe de Gabinete

Valcler Rangel

Direção Fiocruz Brasília

Fabiana Damásio

Assessoria Parlamentar

(Fiocruz Brasília)

Mônica Geovanini

Mônica Mendes

Edição

(Ascom/Fiocruz Brasília)

Wagner Vasconcelos

Conteúdo

CCS/Presidência;

Wagner Vasconcelos; Nayane Taniguchi;

Maria Fernanda Marques (Fiocruz Brasília)

Keila Maia (Fiocruz Minas Gerais)

Projeto Gráfico

(Ascom/Fiocruz Brasília)

Carlos Sarina

www.fiocruz.br

www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br

www.agencia.fiocruz.br

/oficialfiocruz

@fiocruz

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