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Alternativa válida: As vantagens dos biocombustíveis, por Emerson Martin<br />
OLHAR PARA O AMANHÃ<br />
RECUPERAÇÃO ECONÔMICA PASSA<br />
PELA ENERGIA RENOVÁVEL<br />
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ENERGIA LIMPA<br />
ESTADOS UNIDOS<br />
DIVERSIFICAM MATRIZ<br />
BIOGÁS<br />
PARANÁ INVESTE NO SETOR
SUMÁRIO<br />
06 | EDITORIAL<br />
Bases sólidas<br />
08 | CARTAS<br />
10 | NOTAS<br />
16 | ENTREVISTA<br />
20 | PRINCIPAL<br />
26| PELO MUNDO<br />
A vez da energia limpa<br />
30| CASE<br />
Meta sustentável<br />
34| ECONOMIA<br />
A força da energia solar<br />
38| BIOENERGIA<br />
42 | ARTIGO<br />
48 | AGENDA<br />
50| OPINIÃO<br />
A energia solar, o coronavírus<br />
e a recuperação econômica<br />
04 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL<br />
Estampa a capa desta edição montagem<br />
alusiva ao desenvolvimento da energia<br />
eólica sustentável no Brasil<br />
BASES<br />
SÓLIDAS<br />
V<br />
ivemos tempos difíceis, mas inegavelmente são em períodos de incerteza que surgem grandes<br />
oportunidades. E, claro, o próximo passo pós-pandemia passa obrigatoriamente pelo<br />
desenvolvimento sustentável e pelo setor de energias renováveis. Por isso, nessa edição da<br />
REVISTA BIOMAIS, abordamos como o setor pode alimentar a recuperação econômica assim<br />
que a crise do coronavírus passar. Também falamos sobre a força da energia solar e trazemos boas novas:<br />
no dia da energia eólica o Brasil completa 16 GW de capacidade instalada. Por fim, conversamos com o<br />
professor Emerson Martin, que explica a importância da utilização de energia limpa no lugar de combustíveis<br />
fósseis e quais são as vantagens de se optar pelo etanol em detrimento de materiais mais tradicionais.<br />
Tenha uma excelente leitura!<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO VII - EDIÇÃO 38 - JUNHO <strong>2020</strong><br />
Diretor Comercial<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />
Diretor Executivo<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />
Redação<br />
Murilo Basso<br />
(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />
Dep. de Criação<br />
Fabiana Tokarski - Fabiano Mendes - Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
(criacao@revistareferencia.com.br)<br />
Representante Comercial<br />
Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />
Dep. Comercial<br />
Gerson Penkal,<br />
Tainá Carolina Brandão (comercial@revistabiomais.com.br)<br />
Fone: +55 (41) 3333-1023<br />
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0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da<br />
JOTA Editora - Rua Maranhão, 502 - Água Verde -<br />
Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />
Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />
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Veículo filiado a:<br />
A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente, dirigida aos<br />
produtores e consumidores de energias limpas e alternativas, produtores de resíduos<br />
para geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários,<br />
órgãos governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/<br />
ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos, anúncios ou colunas assinadas, por entender<br />
serem estes materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução,<br />
apropriação, armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />
proibídas sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exceto para fins<br />
didáticos.<br />
REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed at clean alternative<br />
energy producers and consumers, producers of residues used for energy generation and<br />
cogeneration, research institutions, university students, governmental agencies, NGO’s, class<br />
and other entities, directly and/or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does<br />
not hold itself responsible for concepts contained in materials, articles, ads or columns signed<br />
by others; these are the responsibility of their authors. The use, reproduction, appropriation,<br />
databank storage, in any form or means, of the text, photos and other intellectual property<br />
of REVISTA BIOMAIS are strictly forbidden without written authorization of the holder of the<br />
authorial rights, except for educational purposes.<br />
06 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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CARTAS<br />
PELO MUNDO<br />
Ótima reportagem sobre como a África busca soluções para crise energética. Que mais nações<br />
em desenvolvimento possam se inspirar nesse exemplo!<br />
Carlos Tavares – Goiânia (GO)<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
Excelente conversa com o pesquisador Tony Reames. É preciso, cada vez mais, democratizar o acesso à energia.<br />
Carlos Macedo – Manaus (AM)<br />
PEQUENO PASSO<br />
Mesmo que se trate de um dos maiores poluidores do mundo, é fundamental saber que a China tenta reduzir as<br />
emissões de carbono – mesmo assim, as outras nações precisam ficar atentas e monitorar a situação no país asiático.<br />
Josias Cardoso de Souza – Recife (PE)<br />
BONS EXEMPLOS<br />
Histórias como a da Costruzioni Nazzareno, de empresas que priorizam os clientes e se<br />
mantêm firmes após anos e anos, são inspiradoras para aqueles que estão começando a<br />
empreender. Continuem trazendo esses cases!<br />
Luísa Karpinski – São Paulo (SP)<br />
Foto: divulgação<br />
REVISTA<br />
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energia<br />
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NOTAS<br />
ALTERNATIVA NA<br />
PRODUÇÃO DE BIODIESEL<br />
Estudo desenvolvido na Ufpr (Universidade Federal<br />
do Paraná) mostra que o descarte correto do óleo vegetal<br />
pode ser um aliado interessante na produção de biodiesel.<br />
Infelizmente, ainda é comum o descarte incorreto do<br />
produto, que muitas vezes é jogado diretamente na rede<br />
de esgoto. Segundo a pesquisa, existe a possibilidade de<br />
adequação do óleo residual para a produção do biocombustível.<br />
Os pesquisadores lançaram mão de métodos<br />
físicos e químicos para avaliar os parâmetros estabelecidos<br />
no estudo, como acidez, pH (potencial hidrogeniônico)<br />
e massa específica. Para utilização do óleo residual, o<br />
produto precisou ser purificado para que suas características<br />
ficassem desejáveis para a produção do biodiesel. De<br />
acordo com os pesquisadores, o Brasil possui potencial<br />
gigantesco para a produção de biocombustível a partir<br />
do óleo de soja, produto que está presente na cozinha de<br />
todos os lares do país.<br />
Foto: divulgação<br />
BIOGÁS FORTALECIDO<br />
Com o objetivo de ampliar a oferta de energia limpa, com<br />
foco na sustentabilidade, o Governo do Paraná tem buscado desenvolver<br />
ações conjuntas com entidades especializadas a fim<br />
de fortalecer a cadeia produtiva de biogás no estado. Em abril,<br />
foi firmada a primeira parceria nesse sentido, entre o Tecpar<br />
(Instituto de Tecnologia do Paraná) e o CIBiogás (Centro Internacional<br />
de Energias Renováveis). Junto com a Copel, o CIBiogás é<br />
corresponsável pela central termelétrica de Entre Rios do Oeste,<br />
que começou a funcionar em 2019. Trata-se da primeira planta<br />
do Brasil a transformar dejetos suínos em biocombustível. O<br />
objetivo da parceria é estruturar um laboratório para certificação<br />
de biocombustíveis no Paraná, espaço onde seria possível<br />
avaliar, orientar e certificar a origem do combustível renovável<br />
produzido no estado. Também estão previstos workshops<br />
temáticos envolvendo as equipes das duas instituições e<br />
organizações parceiras, além de visitas técnicas em projetos de<br />
referência em produção e uso de biometano.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
POTENCIAL DA SOJA<br />
Nos dias 2 e 3 de setembro de <strong>2020</strong>, será realizado em Goiânia (GO),<br />
o Congresso Internacional de Biomassa. O encontro tem como objetivo<br />
divulgar pesquisas acadêmicas de peso na área, de modo a fomentar a<br />
inovação. Um desses trabalhos foi desenvolvido a partir do resíduo da<br />
soja, que sobra durante a colheita. O estudo identificou que o material<br />
pode ser utilizado para gerar energia limpa, vez que a planta possui alto<br />
potencial calorífico. Dessa forma, poderia haver reaproveitamento para<br />
gerar energia para as propriedades rurais que cultivam a planta. Eventuais<br />
aviários também poderiam ser abastecidos. A biomassa representa<br />
importante alternativa econômica para quem trabalha no campo, além<br />
de ser ambientalmente correta ao óleo diesel comumente utilizado.<br />
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
HOLANDA SUSTENTÁVEL<br />
Relatório desenvolvido pela PBL (Agência Holandesa de Avaliação Ambiental)<br />
e divulgado recentemente concluiu que o país deverá incluir a produção de<br />
biomassa em seu portfólio caso queira atingir as metas propostas pelo governo<br />
para diminuir a emissão de gases poluentes. Segundo a agência, apenas painéis<br />
solares e usinas voltadas à produção de energia eólica não darão conta de cumprir<br />
os objetivos propostos. A PBL afirma que a biomassa possui um papel importante<br />
na efetivação da economia circular, que contribuiu para o desenvolvimento<br />
sustentável. A Holanda é considerada por muitos especialistas o país do futuro<br />
por conta de ações que buscam preservar o meio-ambiente, como o incentivo<br />
ao uso da bicicleta como meio de transporte e o desenvolvimento de técnicas de<br />
agricultura sustentável, com utilização reduzida de água e de pesticidas.<br />
Foto: divulgação<br />
EXPANSÃO<br />
Presente no Mercosul desde 2011, a SSM<br />
Solar do Brasil, uma das maiores fabricantes<br />
de estruturas de fixação para sistemas solares<br />
fotovoltaicos do país, decidiu expandir<br />
suas instalações ao redor do globo. A empresa<br />
afirmou ter planos de aumentar, nos<br />
próximos anos, sua produção em relação<br />
às estruturas metálicas, além de investir em<br />
inovação e tecnologia. A SSM Solar do Brasil<br />
produz e distribui estruturas de fixação para<br />
projetos renováveis, tendo como meta levar<br />
soluções sustentáveis para a produção de<br />
energia limpa. Os projetos são desenvolvidos<br />
e modulados de acordo com a solicitação<br />
de cada cliente. Seus produtos são<br />
baseados na inovação, alto desempenho e<br />
qualidade. A empresa também tem como<br />
objetivo fortalecer e valorizar o desenvolvimento<br />
tecnológico da indústria brasileira.<br />
UNIÃO DE FORÇAS<br />
Duas empresas japonesas vão construir um projeto híbrido de energia renovável<br />
no Camboja, país do sudeste asiático, com o objetivo de produzir energia<br />
elétrica. O sistema vai unir a produção de biomassa à energia solar e deve<br />
ficar pronto em 2021. Serão utilizadas cascas de arroz, alimento produzido em<br />
abundância na região e bastante representativo economicamente, como combustível.<br />
O investimento está orçado em US$ 3,7 milhões. A planta foi projetada<br />
de modo a produzir mais de 1.500 kw (kilowatts) de energia. O projeto também<br />
vai contar com subsídio do governo japonês. Atualmente, o gasto com eletricidade<br />
é um dos principais desafios enfrentados pelo setor de arroz no Camboja.<br />
A iniciativa vai ajudar a reduzir esses custos de forma significativa.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
11
NOTAS<br />
MAIS CONHECIMENTO<br />
O projeto GEF Biogás Brasil, que é implementado pela Unido (Organização das<br />
Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial), lançou em maio o “Curso de Fundamento<br />
do Biogás”, que é gratuito e remoto. São 40h (horas) de conteúdo abordando os<br />
mais importantes aspectos da produção e do uso do biogás para geração de energia<br />
elétrica e térmica, além da conversão em biometano, que pode ser usado como combustível<br />
para veículos, como gás industrial e que pode até mesmo ser injetado na rede<br />
de gás natural. O público-alvo são profissionais que atuam ou desejam atuar no setor<br />
de energia renovável e também estudantes interessados na temática. Os inscritos têm<br />
até 90 dias para finalizar o conteúdo. O curso dá direito a certificado, emitido após o<br />
término das aulas e realização das avaliações pelo aluno. Interessados podem se inscrever<br />
até dezembro de <strong>2020</strong>. Mais informações: www.nacoesunidas.org.<br />
Foto: divulgação<br />
CANA<br />
GENETICAMENTE<br />
MODIFICADA<br />
Os testes em campo da cana BtRR<br />
estão em fase final. Trata-se de variedade<br />
geneticamente modificada de<br />
cana-de-açúcar, desenvolvida nos<br />
laboratórios da Embrapa Agroenergia,<br />
no Distrito Federal, em parceria com a<br />
startup PangeiaBiotech. A variedade<br />
une dois modos de ação para garantir<br />
resistência à broca-da-cana, praga que<br />
afeta os canaviais, e ao herbicida comercial<br />
glifosato, usado no controle de<br />
plantas invasoras. “O grande diferencial<br />
dessa tecnologia é a expressão de duas<br />
proteínas bioinseticidas em toda a<br />
extensão da planta, tóxicas para insetos<br />
suscetíveis, mas inócuas para outros<br />
organismos”, explica Hugo Molinari, pesquisador<br />
da Embrapa e líder do projeto.<br />
Os resultados têm sido positivos.<br />
ENERGIA RENOVÁVEL<br />
Segunda maior produtora de petróleo no país, atrás somente da Petrobrás, a<br />
Shell Brasil deu seu primeiro passo na geração de energia renovável. Está sendo<br />
analisado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) o pedido de outorga<br />
de três usinas solares fotovoltaicas em Brasilândia de Minas (MG). A empresa<br />
pretende construir três parques – Aquarii 1, 2 e 3 –, com capacidade instalada<br />
de 50 MW cada. Em compromisso com a sua matriz, a Shell Brasil quer alcançar a<br />
neutralidade de carbono em 2050. A empresa produz, em média, 441,7 mil barris<br />
por dia de óleo. Devido à pandemia do coronavírus, o setor do petróleo enfrenta<br />
um verdadeiro colapso, já que o isolamento social levou à redução do consumo.<br />
Trata-se da pior crise em um século. Em abril, o preço caiu de forma vertiginosa.<br />
Foto: divulgação Foto: divulgação<br />
12 www.REVISTABIOMAIS.com.br
GIGANTE<br />
Na primeira quinzena de maio, o governo dos EUA<br />
(Estados Unidos da América) aprovou a construção do<br />
maior projeto solar de sua história. A iniciativa consiste<br />
numa planta de 690 MW (megawatts) e instalações<br />
auxiliares na região de Las Vegas, no oeste do país. Batizado<br />
de Gemini, o projeto tem investimento estimado<br />
em US$ 1 bilhão e seria a oitava maior usina do gênero<br />
no planeta. A construção deve ser dividida em duas<br />
fases: uma para ser finalizada em 2021 e outra com<br />
previsão de conclusão para 2022. A expectativa é de<br />
que a planta gere eletricidade suficiente para abastecer<br />
260 mil casas. A iniciativa sinaliza a energia solar como<br />
parte dos planos de recuperação econômica pós-crise<br />
do coronavírus. Em <strong>2020</strong>, os EUA devem registrar mais<br />
energia produzida a partir de fontes renováveis do que<br />
por carvão, que há uma década era responsável por<br />
metade da produção de eletricidade no país.<br />
Foto: divulgação<br />
ÁLCOOL EM GEL<br />
O projeto coordenado pelo ISI Biomassa (Instituto Senai de<br />
Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS), que busca<br />
fórmulas alternativas para a produção de álcool em gel sem necessidade<br />
do espessante cabopol já apresenta resultados. O cabopol<br />
é uma das matérias-primas utilizadas na fabricação do produto<br />
e se encontra em falta no mercado. Os pesquisadores elencaram<br />
oito potenciais espessantes, que agora precisam ter sua eficácia<br />
comprovada. A iniciativa foi aprovada no Edital de Inovação para<br />
a Indústria na categoria: Missão Contra Covid-19. O álcool gel 70%<br />
é um dos principais aliados na prevenção ao coronavírus, vez que<br />
é utilizado na assepsia das mãos. Serão investidos R$ 2,6 milhões<br />
no projeto, financiados pelo Senai Nacional, Embrapii (Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e pela Abdi (Agência<br />
Brasileira de Desenvolvimento Industrial).<br />
Foto: divulgação<br />
Imagem: reprodução<br />
FENASUCRO &<br />
AGROCANA É<br />
ADIADA PARA 2021<br />
Realizada em Sertãozinho (SP), a Fenasucro<br />
& Agrocana, principal evento de Bioenergia<br />
Sucroenergética do mundo, anunciou recentemente,<br />
que a edição <strong>2020</strong> foi adiada para<br />
17 a 20 de agosto de 2021. "A escolha de adiar<br />
o evento acontece diante da análise de um<br />
cenário atípico e ainda altamente imprevisível, tendo como principais objetivos resguardar a saúde e a integridade de visitantes,<br />
expositores e parceiros, assim como responder de forma adequada aos impactos econômicos da pandemia, que afeta indiscriminadamente<br />
todos os setores da economia", informaram as empresas organizadoras em comunicado enviado aos clientes. Enquanto<br />
se prepara para uma feira ainda melhor para o ano que vem, a organização do evento trabalha para proporcionar aos expositores e<br />
visitantes da Fenasucro & Agrocana oportunidades de interação em formato digital.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
13
NOTAS<br />
BIOGÁS INDIANO<br />
O ministro de Petróleo e Gás Natural da Índia, Dharmendra<br />
Pradhan, afirmou recentemente que o governo do país está<br />
explorando alternativas financeiras globais a fim de implementar<br />
projetos de biogás comprimido (CBG). O objetivo é reduzir<br />
as importações de petróleo de que o país depende. O governo<br />
indiano objetiva abrir 5 mil usinas de biogás no país, com investimento<br />
de US$ 24 bilhões. De quebra, as autoridades pretendem<br />
que o subproduto das usinas contribua para o crescimento<br />
da agricultura orgânica na localidade. Uma das principais fontes<br />
de poluição atmosférica da Índia é a queima de palha e restolho<br />
da safra anterior de arroz, a fim de preparar o solo para novas<br />
plantações. As usinas de biogás permitirão aos agricultores a<br />
eliminação dessas práticas.<br />
Foto: divulgação<br />
BIOMASSA NO TOPO<br />
Relatório recente divulgado pelo governo do Reino<br />
Unido mostrou que a parcela de energias renováveis na<br />
região atingiu um recorde de 36,9% em 2019. As estatísticas<br />
demonstraram registro de 119 TWh (terawatts-hora)<br />
de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis. A<br />
geração a partir de fontes de bioenergia atingiu recorde<br />
de 36,6 TWh, um aumento de 5,2% em relação a 2018. A<br />
geração de bioenergia foi impulsionada pela reabertura da<br />
usina de Lynemouth, no nordeste da Inglaterra, como uma<br />
instalação movida a biomassa no final do ano retrasado,<br />
de acordo com o Departamento de Negócios, Energia e Estratégia<br />
Industrial do Reino Unido. Originalmente, a planta<br />
operava a carvão.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
COGERAÇÃO<br />
Levantamento mensal da Cogen (Associação da<br />
Indústria de Cogeração de Energia), referente a junho de<br />
<strong>2020</strong>, apontou que a cogeração de energia elétrica em<br />
operação comercial no Brasil já conta com 634 usinas, o<br />
que representa 18,8 GW (gigawatts) de capacidade instalada,<br />
mais de 10% da matriz elétrica nacional. Do total,<br />
62% são oriundos da combustão a partir da biomassa da<br />
cana-de-açúcar. O Estado que lidera o ranking nacional<br />
é São Paulo, com 221 usinas e 6.967 MW (megawatts)<br />
instalados, correspondendo a 36,05% do total nacional.<br />
Em seguida vem o Mato Grosso do Sul, com 28 usinas e<br />
1.836 MW, 9,87% do total do país. Quanto aos setores industriais<br />
que mais utilizam a cogeração de energia estão<br />
o sucroenergético, papel e celulose e petroquímico.<br />
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ENTREVISTA<br />
EMERSON<br />
MARTIN<br />
Formação: Doutor em Engenharia<br />
Química pela Universidade Estadual de<br />
Campinas<br />
Cargo: Coordenador da pós-graduação<br />
de Engenharia de Energias Renováveis da<br />
PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica<br />
do Paraná)<br />
A VEZ DOS<br />
BIOCOMBUSTÍVEIS<br />
A<br />
pandemia do coronavírus levou as pessoas ao isolamento social e, consequentemente, reduziu os<br />
índices de poluição atmosférica. Menos carros na rua, menos emissão de gases. A expectativa de<br />
especialistas do setor é que a situação acenda um alerta na sociedade sobre a necessidade de se<br />
investir cada vez mais em biocombustíveis, fontes de energia de caráter renovável. Em entrevista,<br />
o engenheiro químico Emerson Martin explica a importância da utilização de energia limpa no lugar de combustíveis<br />
fósseis e quais são as vantagens de se optar pelo etanol em detrimento de materiais mais tradicionais.<br />
Martim é professor titular e coordenador dos cursos de graduação em Engenharia Química e Engenharia<br />
de Alimentos, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Na instituição, também coordena a pós-graduação<br />
de Engenharia de Energias Renováveis. Confira:<br />
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
O isolamento social promovido para conter o<br />
avanço do coronavírus reduziu a poluição. Esse<br />
fato pode acender um alerta nas pessoas sobre a<br />
necessidade de deixar os combustíveis fósseis de<br />
lado e investir cada vez mais em energia limpa?<br />
Com a diminuição do fluxo de veículos, a<br />
emissão de gases à atmosfera também diminui.<br />
Consequentemente, a poluição do ar é reduzida. Ao<br />
mesmo tempo, com o isolamento social, as pessoas<br />
ficam mais em casa, aumentando o consumo de<br />
energia – com a utilização de aparelhos de ar condicionado,<br />
por exemplo. É de se pensar em outras<br />
formas de geração de energia, tais como a energia<br />
solar e a energia eólica, que são inesgotáveis e limpas.<br />
É preciso que se invista no setor, tanto por parte<br />
do consumidor, quanto pelo Estado.<br />
Existe algum tipo de incentivo fiscal no Brasil<br />
hoje para empresas que utilizem energias renováveis?<br />
Muito embora ainda bastante tímidos, há programas<br />
do Governo Federal nesse sentido, como o Padis<br />
(Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico<br />
da Indústria de Semicondutores e Displays), o<br />
Reidi (Regime Especial de Incentivos Para o Desenvolvimento<br />
da Infraestrutura) e o Repes (Regime Especial<br />
de Tributação para a Plataforma de Exportação<br />
de Serviços de Tecnologia da Informação). Também<br />
há convênios para isenção de Icms (Imposto sobre<br />
Circulação de Mercadorias e Serviços), na esfera<br />
estadual, no sentido de ampliar as pesquisas para<br />
desenvolvimento, infraestrutura e inovação relativos<br />
a outras fontes de energia renováveis.<br />
O etanol é realmente competitivo em relação<br />
à gasolina?<br />
Quando comparamos os preços de produção<br />
do etanol, teoricamente mais caros, em relação à<br />
gasolina, não se deve ignorar os aspectos de empregabilidade,<br />
econômicos e de qualidade ambiental.<br />
Do ponto de vista social, o etanol gera 3,4 empregos<br />
por barril/dia, enquanto o petróleo gera 0,06. Com<br />
o etanol, há uma significativa redução de níveis de<br />
poluição atmosférica, como a carga de monóxido<br />
de carbono emitido à atmosfera, por exemplo. Além<br />
disso, o etanol é uma fonte de energia renovável,<br />
diferentemente da gasolina, proveniente de um<br />
combustível fóssil e não renovável.<br />
Por que se especializar em biocombustíveis<br />
hoje?<br />
Os biocombustíveis, mais especificadamente o<br />
etanol, foram a alternativa encontrada pelo governo<br />
brasileiro nos anos 1970 e 1980 frente às crises do<br />
petróleo. Foi criado, na época, o Proálcool (Programa<br />
Nacional do Álcool). Com investimento e pesquisas,<br />
o Brasil é até hoje líder na produção mundial desse<br />
combustível, sendo um importante item na matriz<br />
energética nacional na atualidade. Houve muita evolução<br />
no setor: temos os carros com motor total flex<br />
e o etanol é adicionado à gasolina, em torno de 20%.<br />
Por sermos um país com grande potencial agrícola,<br />
há espaço para produzirmos outros biocombustíveis,<br />
além do etanol a partir da cana-de açúcar. Pode-se<br />
citar a produção de etanol a partir do milho – já há<br />
unidades em funcionamento na região centro-oeste,<br />
inclusive – e a produção de biodiesel a partir de<br />
várias oleaginosas, como soja, dendê, girassol, mamona,<br />
entre outras. Pequenas propriedades também<br />
podem produzir biogás.<br />
Com investimento<br />
e pesquisas, o Brasil<br />
é até hoje líder na<br />
produção mundial de<br />
biocombustíveis<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
17
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PRINCIPAL<br />
O FUTURO DA<br />
ENERGIA RENOVÁVEL<br />
PÓS-PANDEMIA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
SETOR PODE<br />
ALIMENTAR A<br />
RECUPERAÇÃO<br />
ECONÔMICA<br />
ASSIM QUE<br />
A CRISE DO<br />
CORONAVÍRUS<br />
PASSAR<br />
20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
21
PRINCIPAL<br />
A<br />
crise causada pelo coronavírus fez muitas<br />
autoridades do planeta inteiro decretarem<br />
o isolamento social como medida para<br />
conter o avanço da doença. Com a menor<br />
circulação de veículos, foi verificada, consequentemente,<br />
uma redução na poluição ao redor do mundo.<br />
Relatório da Nasa mostrou queda considerável no<br />
índice de poluição na China entre os meses de janeiro<br />
e fevereiro, quando o país estava em lockdown. Já na<br />
Itália, dados da Agência Espacial Europeia referentes a<br />
março, mês em que a nação atingiu o pico da doença,<br />
mostraram enorme redução de dióxido de nitrogênio,<br />
gás produzido com a queima de combustíveis fósseis.<br />
Em São Paulo (SP), a mancha de poluição na região<br />
metropolitana da capital diminuiu na primeira semana<br />
de abril, em comparação ao mesmo período em 2019.<br />
Apesar do momento difícil, não se pode negar que<br />
os dados em relação ao meio-ambiente são animadores.<br />
Mas serão suficientes para causar maior conscientização<br />
na sociedade e fomentar o crescimento<br />
do mercado de energia renovável? É preciso ressaltar<br />
que a enorme queda na demanda de eletricidade e de<br />
transporte derrubou os preços do petróleo e do gás<br />
a mínimos históricos, o que fez também com que as<br />
empresas de combustíveis fósseis tivessem de lutar<br />
para encontrar espaço de armazenamento suficiente<br />
para alocar enormes quantidades de produto.<br />
O diretor-geral da Irena (Agência Internacional<br />
para as Energias Renováveis), instituição intergovernamental<br />
voltada a promover o uso desse tipo de<br />
energia, Francesco La Camera, afirma que os líderes<br />
globais devem aproveitar a oportunidade para<br />
projetar pacotes de recuperação econômica voltados<br />
a acelerar a mudança na direção da energia eólica e<br />
solar ao invés de continuar sustentando a economia<br />
de combustíveis fósseis, principais responsáveis pela<br />
poluição quando queimados.<br />
“A única coisa que devemos temer é que os<br />
22<br />
www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 23
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
25
PELO MUNDO<br />
A VEZ DA<br />
ENERGIA LIMPA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ESTADOS UNIDOS DA<br />
AMÉRICA TERÃO MAIS<br />
ENERGIA PRODUZIDA POR<br />
FONTES RENOVÁVEIS DO QUE<br />
POR CARVÃO EM <strong>2020</strong><br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
27
PELO MUNDO<br />
E<br />
m <strong>2020</strong>, pela primeira vez na história, os EUA<br />
(Estados Unidos da América) devem registrar<br />
mais produção de eletricidade a partir de<br />
energia renovável do que a partir do carvão,<br />
informa a Energy Information Administration, agência<br />
do governo do país responsável por coletar, analisar<br />
e disseminar informações sobre energia. A drástica<br />
redução está ligada à crise causada pela pandemia do<br />
coronavírus e deve promover reflexos profundos na<br />
luta contra a mudança climática.<br />
O carvão é o mais poluente dos combustíveis<br />
fósseis. Desde 2005, a redução no uso dessa modalidade<br />
de energia nos EUA reduziu em 15% a emissão de<br />
dióxido de carbono no país. A previsão do governo é<br />
que, neste ano, as emissões caiam outros 11%, o que<br />
seria a maior queda em, ao menos, 70 anos.<br />
O Covid-19 está empurrando os produtores de<br />
carvão para uma crise nunca vista antes. O isolamento<br />
social levou fábricas, lojas, restaurantes e complexos<br />
de escritórios a fechar suas portas temporariamente<br />
para evitar a disseminação do vírus, já que, atualmente,<br />
os EUA são o epicentro mundial da doença.<br />
Consequentemente, o consumo e demanda por<br />
eletricidade caiu de forma drástica. Pelo fato de as usinas<br />
de carvão serem mais custosas de operar do que<br />
as usinas que produzem energia a gás ou a partir fontes<br />
renováveis, muitas empresas de serviços públicos<br />
optaram por cortar a energia produzida pelo carvão.<br />
Ter mais energia produzida a partir de fontes renováveis<br />
do que a partir do carvão é algo que parecia<br />
impossível no país até uma década atrás, quando o<br />
material era responsável por gerar quase metade da<br />
eletricidade dos EUA.<br />
Professor de engenharia civil e ambiental na<br />
Universidade Rice, no Texas, Daniel Cohan, diz que o<br />
cenário está mudando mais rápido do que até mesmo<br />
os mais otimistas poderiam imaginar.<br />
“Há uma década, ensinava a meus alunos que o<br />
carvão era a fonte básica de energia, que funcionava<br />
o tempo todo, e que a energia solar era algo que até<br />
Relatório divulgado<br />
pela Energy Information<br />
Administration mostra que<br />
o consumo total de carvão<br />
vai cair cerca de um quarto<br />
nos EUA em <strong>2020</strong><br />
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META<br />
SUSTENTÁVEL<br />
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INTEL SE COMPROMETE A<br />
DEPENDER APENAS DE ENERGIA<br />
RENOVÁVEL ATÉ 2030<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
31
CASE<br />
A<br />
Intel, gigante da tecnologia, anunciou em<br />
maio uma meta ousada e bastante sustentável,<br />
que implica na redução drástica<br />
da emissão dos gases do efeito estufa. Até<br />
2030, a empresa quer depender somente de energia<br />
renovável e acabar com o envio de resíduos a aterros<br />
sanitários em suas operações globais de fabricação. O<br />
compromisso foi estabelecido no Relatório Anual de<br />
Responsabilidade Corporativa da empresa.<br />
No documento, a Intel também comunicou que<br />
muitas das metas estabelecidas para <strong>2020</strong> foram atingidas.<br />
Atualmente, a companhia recicla mais de 90%<br />
do seu lixo e praticamente não envia mais resíduos<br />
perigosos a aterros. A quantidade de gases de efeito<br />
estufa emitidos na fabricação caiu cerca de 30% desde<br />
2010. Ainda, em relação à água, a Intel reduziu seu<br />
consumo em 38%, o que representa uma economia<br />
de 44 bilhões de galões na última década, de acordo<br />
com a empresa.<br />
A companhia tem planos para reduzir outros 10%<br />
do CO2 (dióxido de carbono) oriundo de suas fábricas<br />
gerado pelo uso de eletricidade. Em 2019, essas emissões<br />
totalizaram 2,79 milhões de toneladas métricas<br />
do gás, o que representa uma quantidade menor do<br />
que uma usina de carvão consegue bombear em um<br />
ano. A Intel já adquire energia renovável suficiente<br />
para dar conta de mais de 70% de seu uso de eletricidade<br />
no mundo todo, incluindo a totalidade de suas<br />
operações nos EUA (Estados Unidos da América) e na<br />
Europa.<br />
A Intel não é a única gigante da tecnologia a se<br />
comprometer com objetivos ambientais à medida em<br />
que a preocupação com as mudanças climáticas cresce<br />
a cada dia. Cientistas alertam que se a emissão dos<br />
gases do efeito estufa não chegar próximo de zero até<br />
2050, as consequências serão catastróficas. A Dell tem<br />
como objetivo reduzir pela metade a emissão desses<br />
gases em suas operações até 2030. Já a Microsoft planeja,<br />
para os próximos 10 anos, reduzir ainda mais sua<br />
emissão de CO2. A empresa praticamente já eliminou<br />
sua pegada de carbono.<br />
A Intel também tem procurado reduzir o desperdício,<br />
com foco no reaproveitamento. Menos de 1%<br />
dos resíduos perigosos gerados na fabricação dos<br />
produtos é enviado para aterros sanitários. A amônia<br />
é reutilizada em fertilizantes, enquanto os resíduos de<br />
fluoreto de cálcio são reutilizados em cimento.<br />
“O mundo enfrenta desafios que compreendemos<br />
melhor a cada dia, à medida em que coletamos<br />
e analisamos mais dados, mas não há uma resposta<br />
coletiva – das mudanças climáticas, passando pelas<br />
profundas divisões digitais em todo o mundo, e chegando<br />
à atual pandemia [do coronavírus] que mudou<br />
completamente as vidas de todos nós”, explica Bob<br />
Swan, CEO da Intel. “Podemos resolvê-los, mas apenas<br />
se trabalharmos juntos.”<br />
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ECONOMIA<br />
A FORÇA DA<br />
ENERGIA SOLAR<br />
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SETOR DEVE RESISTIR AO<br />
CENÁRIO ECONÔMICO ADVERSO<br />
QUE SE DESENHA COM A CRISE<br />
DO CORONAVÍRUS<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
35
ECONOMIA<br />
P<br />
or mais que o colapso na saúde e na economia<br />
causado pela pandemia do Covid-19 deva atrapalhar<br />
a concretização das projeções iniciais de crescimento<br />
do mercado solar fotovoltaico brasileiro,<br />
a expectativa é de que o setor se mostre resiliente frente à<br />
crise que se desenha e termine <strong>2020</strong> com um desempenho<br />
positivo.<br />
Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica),<br />
o número de pedidos de outorga para a produção de<br />
energia no país cresceu 73% em abril, somando 5.683,27<br />
MW (megawatts), contra 3.282,3 MW no mês anterior,<br />
totalizando 132 projetos. Muito se deve ao aumento no<br />
número de pedidos relacionados a usinas da fonte solar<br />
fotovoltaica, com crescimento de 270% no período – em<br />
abril, o volume de pedidos foi de 5.402,77 MW, enquanto<br />
em março foram registrados 1.458,90 MW.<br />
Já a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar<br />
Fotovoltaica) aponta que a potência instalada de geração<br />
solar fotovoltaica no país mostrou crescimento de aproximadamente<br />
um GW (gigawatt) entre janeiro e maio de<br />
<strong>2020</strong>, com o volume total do país chegando a 5,5 GW.<br />
“O mercado cresceu muito esse ano e a expectativa<br />
é de que continue crescendo. Óbvio que a pandemia<br />
afeta o setor e a economia como um todo. Não teremos o<br />
crescimento bombástico que projetávamos inicialmente”,<br />
declarou Rodrigo Sauaia, presidente da entidade.<br />
Se entre 2015 e 2016 o PIB (Produto Interno Bruto)<br />
brasileiro apresentou queda de 3,8% e 3,6%, o mercado<br />
de energia solar cresceu 104% e 125%, respectivamente.<br />
Ainda, conforme a Absolar, enquanto o Brasil passou por<br />
uma crise grave entre o final de 2014 e 2016, acumulando<br />
uma queda de 8% no PIB, o mercado solar cresceu mais<br />
de 300% nesse período. Mesmo que o atual momento vá<br />
dificultar o crescimento que era esperado para <strong>2020</strong>, a<br />
perspectiva é positiva para o pós-crise, já que o segmento<br />
de energia solar produz empregos bem qualificados, com<br />
boa remuneração e descentralizados. Ainda, a economia<br />
gerada para quem investe na energia solar é significativa –<br />
a conta de luz pode ficar de 50% a 95% mais barata –, sendo<br />
que o retorno médio de investimento é de 3 a 5 anos.<br />
O fundo de investimento em energia renovável<br />
também tem se mostrado resistente perante a atual crise.<br />
Enquanto os fundos de investimentos internacionais<br />
sofreram queda média de 16% no valor de suas cotas, os<br />
fundos de investimentos em energia renovável registraram<br />
redução significativamente menor, de 3,2%. Os dados são<br />
da AIC (Association of the Investment Companies).<br />
Custos de operação baixos e previsíveis, imunes a tensões<br />
geopolíticas como as que mexem com o mercado de<br />
petróleo e gás, é uma vantagem a ser citada. Como a energia<br />
renovável também não precisa ser despachada, acaba<br />
sendo menos impactada pela queda na demanda – o Brasil<br />
registrou retração de 11% no consumo de energia elétrica<br />
entre 21 de março e 8 de maio deste ano, de acordo com<br />
a Ccee (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).<br />
Nesse cenário, as energias solar e eólica estão entre as mais<br />
competitivas.<br />
Ao impulsionar a energia<br />
renovável, as emissões<br />
globais de dióxido de<br />
carbono poderiam ser<br />
reduzidas em pelo menos<br />
70% nos próximos 30 anos<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
37
BIOENERGIA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
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INOVAÇÃO E<br />
BIOGÁS<br />
SISTEMA DE USINAS INAUGURADAS NO PARANÁ,<br />
APROVEITA DEJETOS DE ANIMAIS PARA VIRAR GÁS<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
<strong>39</strong>
BIOENERGIA<br />
O<br />
Paraná ganhou, recentemente, duas plantas<br />
de geração elétrica a biogás, a partir<br />
de resíduos alimentares e agropecuários.<br />
As usinas, que têm capacidade elétrica<br />
instalada de 1.430 kW (kilowatts) e podem produzir<br />
15.600 m³ (metros cúbicos) diários de biogás, são<br />
uma iniciativa da Castrolanda e do grupo Unium, que<br />
investiram um total de R$ 17,8 milhões na empreitada.<br />
Fazem parte da Unium as cooperativas Frísia e Capal,<br />
além da própria Castrolanda.<br />
O biodigestor da usina da Castrolanda, localizada<br />
em Piraí do Sul, na região dos Campos Gerais, foi instalado<br />
em UPL (Unidade de Proteção de Leitões), já que<br />
usa dejetos suínos como matéria-prima. São 100 m³<br />
de biogás produzidos por hora, que alimentam uma<br />
planta de 230 kW de potência.<br />
A outra usina se trata de planta da Energik Geradora<br />
de Energia, do grupo Unium, instalada em Castro,<br />
na mesma região. Essa usina lança mão de dejetos<br />
suínos para produção de biogás, oriundos de um<br />
frigorífico da Alegra, e também de logística reversa da<br />
usina de leite da Naturalle. Ambas as marcas fazem<br />
parte do catálogo da Castrolanda. Ainda, são usados<br />
resíduos das unidades de batatas fritas e de lavagem<br />
de batatas da própria cooperativa. Nessa planta, a capacidade<br />
é de geração de 550 m³ por hora, destinados<br />
a abastecer uma geração de 1.200 kW de potência.<br />
Um destaque das usinas é a capacidade de captar<br />
o CO2, resíduo decorrente do processo que é utilizado<br />
no sistema produtivo, já que os sistemas foram instalados<br />
para converter biogás em biometano, e que será<br />
usado em frigoríficos da Alegra. A economia anual<br />
pode chegar a R$ 1 milhão, o equivalente à compra de<br />
gás carbônico no mercado.<br />
Ainda, haverá economia na disposição de resíduos.<br />
Em média, as indústrias que abastecem a Energik gastavam<br />
R$ 1,5 milhão ao ano para descartar os resíduos<br />
que vão alimentar o biodigestor. Agora, esses resíduos<br />
serão usados internamente, de forma a garantir que<br />
será dada a eles a destinação ambientalmente correta.<br />
Usinas usam dejetos<br />
suínos como matériaprima<br />
e têm capacidade<br />
de captar o CO2<br />
decorrente do processo<br />
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
41
ARTIGO<br />
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
UMA PREOCUPAÇÃO<br />
COM AS TECNOLOGIAS DE COMBUSTÃO<br />
DE LENHA E CARVÃO PARA A COCÇÃO<br />
DE ALIMENTOS E A VULNERABILIDADE DE<br />
PESSOAS CONTAGIADAS PELO COVID-19<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
ANANIAS FRANCISCO DIAS JÚNIOR<br />
Pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo),<br />
Departamento de Ciências Florestais e da Madeira<br />
ÁLISON MOREIRA DA SILVA<br />
Pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo),<br />
Departamento de Ciências Florestais e da Madeira<br />
FABÍOLA MARTINS DELATORRE<br />
Pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo),<br />
Departamento de Ciências Florestais e da Madeira<br />
GABRIELA FONTES MAYRINCK CUPERTINO<br />
Pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo),<br />
Departamento de Ciências Florestais e da Madeira<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
43
ARTIGO<br />
RESUMO<br />
G<br />
lobalmente, há mais pessoas usando combustíveis<br />
sólidos da biomassa, como lenha<br />
e carvão vegetal, do que em qualquer outro<br />
momento da história humana. Ainda, não<br />
distante, principalmente, em zonas rurais, o uso de biomassa<br />
animal, como restos de ossos, carcaças e dejetos<br />
animais também são muito utilizados. Em muitos países<br />
e regiões em desenvolvimento, a biomassa é o principal<br />
recurso energético para cozinhar, aquecer e iluminar. As<br />
estimativas são de que 2/3 da população do mundo a<br />
utilize para a cocção de alimentos. Cozinhar frequentemente<br />
com a biomassa têm sido associado à baixa renda<br />
familiar. Porém, em classes sociais mais elevadas, também<br />
é observado, como o tradicional churrasco, ou o bife super<br />
gourmet como o dirty steak, ou ainda, em pizzarias a<br />
culinária a base de fogão a lenha. Na maioria das culturas,<br />
as mulheres lideram a culinária doméstica, tal fato é fortemente<br />
observado no Estado de São Paulo, e ao mesmo<br />
tempo, são elas que aparecem frequentemente ocasionadas<br />
com doenças crônicas respiratórias resultantes dessa<br />
exposição, relatadas em todo o mundo.<br />
São Paulo tem uma área rural de 16,5 milhões de hectares,<br />
com 833 mil pessoas trabalhando com atividades<br />
agropecuárias e 188,6 mil estabelecimentos agropecuários<br />
(Ibge, 2017), com uma faixa etária distribuída entre<br />
25-75 e com renda até 2 salários mínimos e mais que 2,6<br />
salários mínimos (Figura 1) (Ibge 2010).<br />
Figura 1. Salário médio mensal dos trabalhadores formais nos<br />
munícipios de São Paulo. Fonte: Ibge (2010).<br />
Conforme os dados do último censo do Ibge (Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística), o percentual da<br />
população com rendimento nominal mensal per capita<br />
de até meio salário mínimo é de 31,6% (Ibge 2010).<br />
As principais atividades rurais são, lavouras, pastagens<br />
e matas. Já o setor urbano do Estado corresponde<br />
a 99%, de pessoas (Ibge, 2019). Dentre os segmentos<br />
que mais crescem no Brasil, muitos estão relacionados à<br />
alimentação, destacando-se as churrascarias e pizzarias.<br />
O Brasil é o 6° maior consumidor de carne do mundo,<br />
de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas<br />
para a Alimentação e a Agricultura), e estima-se que o<br />
consumo de carnes aumentará em cerca de 8 milhões de<br />
toneladas (17%) até 2027 (FAO, <strong>2020</strong>; Brasil, <strong>2020</strong>). Cerca<br />
de 1 milhão de pizzas são produzidas diariamente para<br />
alimentar o país, que ocupa a 2º posição do ranking de<br />
consumo de pizzas do mundo. O estado de São Paulo<br />
destaca-se por ser o consumidor principal, em que cerca<br />
de 572 mil pizzas são consumidas diariamente, sendo<br />
considerada a segunda cidade que mais come pizza no<br />
mundo (Silva, 2018). Conforme o Ibge, a alimentação fora<br />
de casa consome, em média, 31,1% do total de gastos<br />
das famílias brasileiras (Loja Brasil, 2019; Exame, 2019).<br />
Tais ramos alimentícios dependem da utilização da<br />
biomassa, como lenha e carvão vegetal para a cocção dos<br />
alimentos.<br />
O uso da biomassa para a cocção e, ou preparo de<br />
alimentos, não é exatamente o problema, mas sim a<br />
engenharia e a funcionalidade dos equipamentos de<br />
combustão (fornos, fogões etc.) utilizados, totalmente<br />
inadequados. Isso é uma questão que permeia há séculos<br />
na sociedade humana. A questão chave a ser observada é<br />
que a pandemia e o número de casos em SP têm crescido<br />
consideravelmente, e o combate a essa moléstia, passa<br />
pela prevenção. Sabe-se que a mortalidade é elevada<br />
em pessoas com problemas respiratórios e o perfil sócio<br />
alimentar da população está relacionada a vulnerabilidade<br />
e letalidade de pessoas quando acometidas pelo<br />
Covid-19.<br />
A biomassa é um combustível alternativo aos combustíveis<br />
fósseis, e apesar da sua sustentabilidade e de<br />
todos os benefícios ambientais envolta dela, é preciso se<br />
atentar no cenário atual de pandemia ocasionada pelo<br />
Covid-19, a sua forma de queimá-la para gerar o calor,<br />
especificamente, com as emissões gasosas e de materiais<br />
particulados emitidos por meio da fumaça. Atenção aos<br />
44 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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AGENDA<br />
OUTUBRO <strong>2020</strong><br />
BWEXPO<br />
Data: 6 a 8<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: www.bwexpo.com.br<br />
DESTAQUE<br />
NOVEMBRO <strong>2020</strong><br />
FÓRUM FLORESTAL MINEIRO<br />
Data: 5 a 6<br />
Local: Belo Horizonte (MG)<br />
Informações: https://malinovski.com.br/<br />
agenda-<strong>2020</strong>/<br />
INTERSOLAR<br />
Data: 16 a 18<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: www.intersolar.net.br/pt/inicio<br />
JUNHO 2021<br />
FIEE SMART FUTURE<br />
Data: 20 a 23 de julho de 2021<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: www.fiee.com.br/pt-br.html<br />
Imagem: divulgação<br />
FESQUA<br />
Data: 08 a 11<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: http://www.fesqua.com.br<br />
JULHO 2021<br />
FIEE SMART FUTURE<br />
Data: 20 a 23<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: www.fiee.com.br/pt-br.html<br />
A Fiee (Feira Internacional da Industria de Elétrica,<br />
Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade)<br />
é um evento segmentado, focado na evolução dos<br />
setores elétrico e eletrônico, apresentando Tecnologias<br />
e Soluções para Eficiência e Produtividade,<br />
de Geração de Energia à Conectividade. Em sua 31ª<br />
edição, a Fiee Energy é um palco dedicado a toda<br />
infraestrutura do setor elétrico, onde o mercado de<br />
energia e seus consumidores encontram soluções<br />
para as principais fontes de energia.<br />
48 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A FEIRA DA<br />
INDÚSTRIA<br />
DO EUCALIPTO<br />
O Show Florestal MS é a nova feira florestal nacional, que<br />
vem para impulsionar o crescimento do mercado industrial<br />
de florestas plantadas, promover inovação e gerar negócios.<br />
A cidade de Três Lagoas em Mato Grosso do Sul, vai receber<br />
um novo conceito de feira em 2021, com:<br />
info@malinovski.com.br<br />
www.showflorestal.com.br<br />
Organização:<br />
Apoio Master:<br />
+55 (41) 9 9924-<strong>39</strong>93<br />
+55 (41) 3049-7888
OPINIÃO<br />
Foto: divulgação<br />
A ENERGIA SOLAR,<br />
O CORONAVÍRUS<br />
E A RECUPERAÇÃO<br />
ECONÔMICA<br />
A<br />
pandemia do Covid-19 (novo coronavírus) tem<br />
suscitado um grande debate entre os gestores<br />
públicos mundiais e os especialistas em saúde<br />
e em economia: como promover a adequada<br />
segurança sanitária e, ao mesmo tempo, reduzir ao máximo<br />
os efeitos negativos da crise econômica colateral nas nações<br />
ao redor do globo?<br />
Dentro dessa discussão, há uma questão que paira sobre<br />
o setor produtivo mundial: como dinamizar as atividades<br />
econômicas com segurança, de modo a manter os negócios<br />
operando e as pessoas com emprego e renda, preservando,<br />
simultaneamente, a saúde da população?<br />
Após o momento mais crítico da atual pandemia<br />
mundial, a fonte solar fotovoltaica será, certamente, uma<br />
ferramenta estratégica para o rápido reaquecimento das<br />
economias do mundo e, especialmente, do Brasil, país com<br />
um dos maiores potenciais solares do planeta. Trata-se da<br />
fonte renovável com o maior potencial de geração de empregos<br />
e renda no planeta. Para cada novo MW (megawatt)<br />
instalado, a solar gera de 25 a 30 novos postos de trabalho,<br />
a maioria deles localizados nas regiões em que os sistemas<br />
são instalados. De acordo com a Agência Internacional de<br />
Energia Renovável (International Renewable Energy Agency<br />
– Irena), a fonte solar já é responsável por mais de um terço<br />
dos mais de 11 milhões de empregos renováveis do mundo.<br />
Outro diferencial é que estes postos de trabalho são ocupados<br />
por profissionais qualificados, com formação técnica<br />
e superior, além dos rendimentos serem maiores do que a<br />
própria média salarial brasileira.<br />
Por estes fatores, o setor solar fotovoltaico é reconhecido<br />
como uma potente mola propulsora do desenvolvimento,<br />
trazendo mais renda e poder de compra para as famílias<br />
brasileiras, além de gerar mais caixa para as empresas com a<br />
economia nos custos operacionais. A solar também aumenta<br />
a arrecadação dos governos, ajudando a recuperação dos<br />
cofres públicos, reduzidos pelas necessárias medidas de<br />
combate à pandemia.<br />
Para aliviar os efeitos da crise econômica, a Absolar<br />
apresentou ao Governo Federal e ao Congresso Nacional<br />
a proposta de criação de um programa emergencial para<br />
instalar sistemas solares fotovoltaicos em consumidores<br />
de baixa renda com tarifa social. Também propôs à Aneel<br />
(Agência Nacional de Energia Elétrica) a permissão de<br />
doação dos créditos excedentes da geração distribuída às<br />
instituições de serviços essenciais que atuam no combate ao<br />
novo coronavírus, como hospitais e centros de saúde.<br />
Não há como negar os impactos da pandemia para a<br />
economia brasileira e, consequentemente, ao setor fotovoltaico.<br />
Distribuidores de equipamentos solares relatam<br />
reduções entre 60% e até 90% no faturamento durante os<br />
primeiros 30 dias de isolamento, em comparação com janeiro<br />
ou fevereiro de <strong>2020</strong>. Estes impactos variam conforme a<br />
região do País, pois o Brasil possui dimensões continentais e<br />
nem todos os lugares são afetados na mesma intensidade.<br />
Por outro lado, também não se pode negar o papel<br />
propulsor da fonte solar fotovoltaica, inclusive na história<br />
recente do Brasil. Nas crises econômicas de 2015 e 2016, o<br />
PIB (Produto Interno Bruto) do país foi de -3,5% ao ano, mas<br />
o setor solar fotovoltaico cresceu mais de 300% ao ano, no<br />
mesmo período. Agora, mesmo considerando o período de<br />
crise aguda na economia brasileira e mundial, o setor solar<br />
fotovoltaico deverá crescer, tanto em termos globais quanto<br />
no próprio Brasil, apesar de fazê-lo em patamares menores<br />
que os previstos inicialmente.<br />
No total acumulado, a solar já trouxe mais de R$ 26,8<br />
bilhões em novos investimentos privados ao país, tendo<br />
gerado cerca de 130 mil empregos desde 2012. A fonte acaba<br />
de ultrapassar a marca de 5 GW (gigawatts) de potência<br />
operacional no Brasil, somadas as usinas de grande porte<br />
e os pequenos e médios sistemas instalados em telhados,<br />
fachadas e terrenos. Como os dados demonstram, a solar<br />
poderá ajudar, e muito, a retomada da economia e dos<br />
empregos do país. A exemplo do que já fez pela sociedade<br />
brasileira no passado próximo, a energia solar fotovoltaica<br />
está preparada para alavancar a recuperação do Brasil, tanto<br />
em termos econômicos, quanto sociais e ambientais.<br />
Por Alcione Belache, CEO da Renovigi - Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar<br />
Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar<br />
50 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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