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ABRIL 2020
ADAPTAÇÃO À NOVA REALIDADE
A Airbus também adaptou os seus voos
comerciais para o transporte de mercadorias
nesta altura em que aumentaram as
necessidades de transporte. Ao remover os
lugares da classe económica dos seus aviões da
família A330 e A350, a empresa irá conseguir
responder de uma forma diferente à escassez
generalizada de capacidade de carga nos
porões, aproveitando o espaço para colocar
paletes nos trilhos dos assentos. Ao mesmo
tempo, esta solução chamada Airbus Service
Bulletin permite dar resposta às necessidades
de voos humanitários transportarem
equipamentos médicos e outros produtos de
primeira necessidade, onde são mais precisos,
tanto no período de pandemia como após, pois
a empresa já anunciou que irá manter este
serviço.
Por sua vez, no transporte marítimo, a Ocean
Network Express (ONE) investiu na expansão
da sua frota de contentores refrigerados, para
o transporte de perecíveis, um investimento
em mais 5.000 unidades refrigeradas, algumas
das quais com a tecnologia de Controlo de
Atmosfera incluída. Segundo a empresa, este
investimento deve-se ao aumento que o sector
tem tido, tanto no último ano (7%), como
recentemente devido às recentes necessidades
de transporte deste tipo de produtos,
apresentando como principais segmentos o das
frutas frescas e das proteínas, e espera-se que
este crescimento continue até ao final do ano.
Para além disso, a ONE também está a
trabalhar na aplicação da tecnologia IoT na sua
frota de contentores frigoríficos, permitindo
visibilidade em tempo real de informações
críticas, como a temperatura e a humidade no
interior do contentor, de forma a melhorar a
sua oferta no transporte de perecíveis.
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
VOLTA A SER UMA OPÇÃO
Em Portugal, há já alguns anos que a
movimentação de mercadorias através de via
ferroviária não era uma solução muito utilizada,
sendo que o nosso país era dos que menos
utilizava esta via quando comparado com
outros países da Europa. Segundo os dados da
Autoridade da Mobilidade e dos Transportes
(AMT), em 2018 este sector apresentou um
aumento de 65% no transporte de contentores
e de 39% no transporte de coque e produtos
petrolíferos refinados. Enquanto isso, a Medway
aumentou para 86% a sua quota-parte do
transporte total de mercadorias.
Por parte da empresa, Carlos Vasconcelos,
presidente da Medway, destaca que o
transporte ferroviário é o mais seguro para
enfrentar a pandemia, argumentando que
apenas um comboio pode transportar a
mesma carga que 40 camiões, e que em vez
de movimentarem 40 motoristas para esse
trabalho é apenas necessária uma equipa de
duas pessoas.
A Medway anunciou recentemente um
Certificado Anual de Transporte Sustentável,
a disponibilizar aos clientes que optem pelo
comboio para o transporte de mercadorias
e pretendam receber este selo, que informa
quanto as empresas evitaram em termos de
emissões de CO2 ao longo do ano ao utilizarem
este método, auxiliando-as ao mesmo tempo a
cumprir as suas metas ambientais.
Carlos Vasconcelos afirma ainda que “a
ferrovia é comprovadamente o meio de
transporte mais amigo do ambiente”, e de
acordo com os dados apresentados pela
empresa, um comboio da Medway emite em
média cerca de 6.0 kg CO2 eq/km, enquanto