42 ABRIL <strong>2020</strong> para, em conjunto com os nossos parceiros, retalhistas e fornecedores, definirmos novas estratégias e direcções que lhes permitam adaptar os seus programas de marca própria para responderem aos novos desafios”. No caso da Hovione, o facto de ter uma fábrica em Macau, permitiu estar exposta mais cedo aos desafios da Covid-19, uma vez que o vírus se instalou nesta cidade antes de em Portugal. Assim, através da experiência da empresa em Macau foi possível antecipar e organizar pro-activamente as equipas, trabalhando em diferentes fluxos de trabalho e com total transparência, sendo capazes de agir rapidamente com base no conhecimento que já detinham, de acordo com Vasco Grilo, head of global procurement da Hovione. Duas das medidas implementadas, com o foco na segurança dos colaboradores, foram o teletrabalho para quem seria necessário, e higienizar o local de trabalho para quem não pôde ficar em casa. O impacto nas operações começou a sentir- -se quando o número de casos em Portugal, na Irlanda e nos EUA começou a aumentar, países onde a empresa detém várias instalações, uma vez que alguns membros das equipas se encontravam em quarentena ou isolamento. Ainda assim, até ao momento, o responsável revela que ainda não sofreram nenhuma interrupção significativa de material ou mesmo nas operações, fazendo o possível para que a entrega dos produtos e serviços decorra normalmente. No que à logística diz respeito, Vasco Grilo considera-a “resiliente”, uma vez que as equipas deste sector têm conseguido encontrar alternativas enquanto colaboram com os fornecedores, ainda que as restrições às viagens aéreas comerciais estejam a limitar as opções de carga NÃO SABEMOS O DIA DE AMANHÃ, MAS ADAPTAR- NOS-EMOS RAPIDAMENTE ÀS RESTRIÇÕES E DESAFIOS QUE ESTA CRISE NOS IMPÕE, BEM COMO AOS NOSSOS NEGÓCIOS Vasco Grilo, Hovione aérea da empresa, onde os preços subiram significativamente. Por outro lado, a área de compras e procurement tem implementado um processo de gestão de risco, monitorizando o risco de interrupção dos seus fornecedores globais, e apoiado pela variedade de estratégias de mitigação que adoptaram. “A proximidade com fornecedores críticos e stakeholders internos tem sido fundamental, e as compras estão cada vez mais envolvidas no planeamento e gestão de projectos, garantido a continuidade do fornecimento”, explica o responsável. Esta crise mostra que é necessário continuar a apostar na gestão do risco, avaliar a pegada geográfica dos fornecedores e ainda desenvolver estratégias para mitigar impactos negativos no futuro. Pedro Carmo termina afirmando que “não sabemos o dia de amanhã, mas adaptar-nos-emos rapidamente às restrições e desafios que esta crise nos impõe, bem como aos nossos negócios”. •
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