Revista Gente por Márcia Travessoni
Gente por Márcia Travessoni é uma publicação de Márcia Travessoni em parceria com o Sistema Verdes Mares
Gente por Márcia Travessoni é uma publicação de Márcia Travessoni em parceria com o Sistema Verdes Mares
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KARIM AÏNOUZ
O cineasta de raízes cearenses
e histórias de projeção universal
As bases da Economia Criativa
delineadas pela expertise de
CLÁUDIA LEITÃO
+ Cultura, Decoração, Estilo,
Empreendedorismo e Gastronomia
R$ 14,00
www.ceara.gov.br
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Estamos
cuidando
da saúde
do Ceará.
Respeite o
isolamento
social.
Cuide-se.
O coronavírus tem causado perdas no
mundo inteiro. Aqui no Ceará, já são muitas
vidas perdidas, cada uma delas com uma
história interrompida. As consequências
atingem toda a sociedade e precisam ser
combatidas por todos. A prioridade do
Governo do Ceará é salvar vidas. Todos
os esforços estão sendo feitos para isso,
com a ampliação de leitos hospitalares
e de UTIs, além da compra de respiradores
e equipamentos de proteção individual,
e o apoio aos profissionais de saúde. Você
também precisa ajudar a salvar vidas,
respeitando o isolamento social, para
reduzir o contágio do coronavírus.
2 GENTE MT
CUIDAR DA SAÚDE
PARA SALVAR VIDAS.
Tianguá
Sobral
Caucaia
Itapipoca Fortaleza
Maracanaú
Unidades de UTI são fundamentais na luta contra o coronavírus.
Já foram criados mais de 500 novos leitos de UTIs, na capital e no
interior, e esse número continua crescendo.
MAIS DE 500 NOVOS LEITOS
DE UTI EM TODO O ESTADO
Crateús
Quixeramobim
Iguatu
Tauá
Juazeiro
do Norte
Barbalha
Icó
Limoeiro
do Norte
Brejo Santo
2 HOSPITAIS PARTICULARES ESTÃO
SENDO USADOS PELO GOVERNO,
para atender somente pacientes com o coronavírus:
o Hospital Leonardo da Vinci, que foi requisitado, e o
Hospital Batista, que foi contratado.
5 HOSPITAIS DE CAMPANHA
foram implantados, anexos ao Hospital Regional de Sobral, Hospital Geral de
Fortaleza, Hospital São José, Hospital do Coração e Hospital Geral César Cals,
em Fortaleza. Outros estão sendo feitos, um anexo ao Hospital Regional do
Sertão Central, em Quixeramobim, e outros em Caucaia e Maracanaú.
Foram comprados respiradores, equipamentos de proteção
individual e testes rápidos para identificar o coronavírus.
Dois aviões já vieram da China,
TRAZENDO 193 TONELADAS
DE EQUIPAMENTOS.
WhatsApp: 85 8439.0647
TeleSaúde:
0800 275 1475
Juntos, podemos cuidar melhor do nosso Estado.
3
EXPEDIENTE
GENTE POR MÁRCIA TRAVESSONI
É UMA PUBLICAÇÃO DO JORNAL
DIÁRIO DO NORDESTE E DE MÁRCIA
TRAVESSONI, COM VEICULAÇÃO
TRIMESTRAL, QUE ABORDA
CULTURA, COMPORTAMENTO,
NEGÓCIOS, MODA, GASTRONOMIA,
VIAGENS, LUXO, GENTE E TUDO O
QUE ACONTECE EM FORTALEZA.
CONTEÚDO
SUPERINTENDENTE
Ruy do Ceará
DIRETOR EDITORIAL
Ildefonso Rodrigues
DIRETOR COMERCIAL
Erick Picanço
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Márcia Travessoni
GERÊNCIA COMERCIAL
Lívia Medeiros
COORDENAÇÃO COMERCIAL
Naiara Martins
Tayro Mendonça
EDIÇÃO
Jéssica Colaço
TEXTOS
Equipe MT
PRODUÇÃO
Lucas Magno
FOTOGRAFIA
Alex Campelo
Camila Lima
Marília Camelo
Saulo Roberto
Fernando Travessoni
Eri Nunes
PROJETO GRÁFICO
LaBarca Design (Porto/Portugal)
DIAGRAMAÇÃO
Allan Victor Vieira
Chico Fábio
Hugo Martins
COLABORADORES
Lucas Farias
Érica Portugal
REVISÃO
Eliézer Araújo
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Tecnograf
MARKETING E PUBLICIDADE
Marcia Travessoni Comunicação e Eventos LTDA ME
Direção: Fernando José Travessoni de Pinho
Telefone: (85) 3224.4770
E-mail: comercial@marciatravessoni.com.br
CNPJ: 20.416.683/0001-70
Editora Verdes Mares Ltda.
Praça da Imprensa Chanceler Edson Queiroz, S/N
Bairro Dionísio Torres
Fortaleza, CE — CEP 60135-690
C.G.C.07.209.299/0001-38
“Fazer cinema,
contar histórias
é um ato de
liberdade
absoluta.
Então por que
não trazer
experiências
próprias?"
46
Cineasta cearense premiado
no exterior, Karim Aïnouz
transforma as próprias vivências
em narrativas com as quais o
mundo inteiro se identifica.
4 GENTE MT
GENTE MT
12 32 40
GALERIA VISITA
À beira do rio Jaguaribe, em Fortim,
Waleska Miranda mantém um oásis
repleto de memórias familiares, itens que
guardam histórias peculiares e que já
foi até cenário para gravação de filme.
EMPREENDEDORISMO
Com 42 anos de história na
Medicina cearense, o Hospital
Gastroclínica renova diariamente
o desafio de manter a essência
acolhedora e humana.
PODER
Especialista em Economia
Criativa, Cláudia Leitão detalha
os passos que o Ceará deu
no segmento e os incentivos
necessários na área.
62
GASTRONOMIA
Marcos Monteiro reuniu
a experiência adquirida
em restaurantes por todo
o país e transformou
a Monteiro Gastronomia
no catering de excelência.
66
ARTE
Ícone da fotografia brasileira,
Bob Wolfenson conta causos da
carreira e opina sobre a abundância
da imagem contemporânea.
72
DESIGN & DÉCOR
Artistas plásticas e ilustradoras
usam as paredes de
ambientes como telas onde
elas usam o próprio traço
como elemento de décor.
80 106
ESPELHO
ACONTECE
O mar inspira a vida e os O mood tropical e muito samba
negócios do influenciador deram o tom da festa de aniversário
digital Thiago Maciel, criador
de Igor Queiroz Barroso,
do Studio Orla e apaixonado que trouxe ainda Diogo
pela vida praiana.
Nogueira para agitar o evento.
5
Conversa
Finalizar e publicar cada edição da revista Gente por Márcia Travessoni é sempre
uma dádiva para mim, mas dessa vez, esse canal tão precioso foi interrompido por
um fato que nenhum de nós pôde prever e nos tem feito repensar nosso modo de vida
diariamente. A pandemia do novo coronavírus nos forçou a paralisar a produção não
só da nossa revista, mas adiar planos, rever estratégias e nos adaptar.
Logo que a oportunidade de retomar a produção apareceu, dentro das normas de
segurança exigidas pelos órgãos de saúde, tomamos a decisão de seguir em frente com
o conteúdo que havíamos preparado pensando no calendário original de lançamento.
E é justamente por acreditar que tudo isso vai passar que mantivemos os conteúdos
pensados e produzidos com tanto carinho, inspirando, em cada pessoa que ler nossas
matérias, o sentimento de esperança e transformação que também nos move.
Nossa capa é ninguém menos que o premiado cineasta brasileiro Karim Aïnouz
na capa, que foi indicado pelo Brasil como concorrente ao Oscar 2020 e, apesar de
ter ficado fora da disputa, emocionou e inspirou milhares de pessoas, no Brasil e fora
dele, com “A Vida Invisível”.
Fizemos uma visita revigorante à casa de Waleska Miranda, à beira do rio
Jaguaribe, em Fortim; mostramos como cultivar plantinhas em casa ajuda a deixar
a rotina mais leve, com dicas de jardineiros; e apresentamos três marcas locais
que trazem a identidade cearense como essência de cada peça. Desvendamos as
personalidades inspiradoras de Silvânia de Deus, Valter Costa Lima, Márcia Andréa
e Thiago Maciel; e contamos os bastidores do trabalho do renomado Bob Wolfenson,
em encontro do Museu da Fotografia. A família Ary explica os desafios de manter o
padrão de qualidade do Hospital Gastroclínica; e Cláudia Leitão delineia os rumos da
economia criativa no Estado.
Sou grata pela oortunidade que tenho de estimular cada um de vocês que nos
leem a seguirem vibrando na abundância da gratidão. Que após esse momento
de dificuldades sejamos cada vez mais conscientes dos nossos movimentos para o
crescimento espiritual, profissional e pessoal. Sejamos fortes, unidos e solidários!
Boa leitura, have fun!
@MARCIATRAVESSONI
6 GENTE MT
7
VIVÊNCIAS
MT
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PARAÍSO NATURAL
Em tempos de urgência na preservação ambiental e da busca
cada vez mais intensa pelo equilíbrio emocional e espiritual,
encontrar, pertinho de casa, um oásis em meio à natureza
é uma verdadeira dádiva. Essa experiência foi vivida pela
diretora da revista Gente, Márcia Travessoni, em recente
visita à praia de Moitas, no município de Amontada — mais um
paraíso no litoral do Ceará. “O que mais me chamou atenção
foram as pessoas da comunidade e como elas são conscientes
de tudo que fazem aqui. Todo o trabalho deles, a consciência
com a alimentação saudável, com a natureza, e a importância de
valorizar o que é nosso”, detalhou Márcia. Na vila de pescadores,
é possível se hospedar em uma pousada que usa do rústico chique
para acolher, e desfrutar da gastronomia local, toda à base de
ingredientes frescos.
9
HIGHLIGHTS
MÁRCIA TRAVESSONI É HOMENAGEADA NO PRÊMIO RIOMAR MULHER
A trajetória pioneira e inovadora da diretora geral da revista Gente,
Márcia Travessoni, foi reconhecida na sexta edição do Prêmio RioMar
Mulher. A honraria foi entregue pelo presidente do Grupo JCPM, João
Carlos Paes Mendonça, em cerimônia que aconteceu em março.
Além de Márcia - que foi homenageada na categoria Comunicação
-, mais nove mulheres tiveram seus trabalhos reconhecidos:
Ana Miranda (Arte e Cultura), Celina Hissa (Moda), Fátima Dourado
(Trabalho Social), Inês Melo (Saúde), Joana Ramalho (Economia e
Negócios), Manuela Nogueira (Gestão Pública), Regina Costa e Silva
(Arquitetura e Design), Rosa Mendonça (Justiça e Cidadania) e Zilma
Gurgel Cavalcante (Educação).
FOTO: REPRODUÇÃO
LIVES ANIMAM ISOLAMENTO E MOBILIZAM CORRENTES SOLIDÁRIAS
O confinamento em casa como medida para barrar a disseminação
do novo coronavírus gerou diversos fenômenos históricos, entre eles,
as lives musicais realizadas por diversos artistas no Brasil e mundo
afora. Por aqui, além de resgatar sucessos de décadas anteriores e
mostrar os artistas cantando dentro das próprias casas - a exemplo de
Ivete Sangalo, que tinha a cozinha como cenário -, as lives ganharam
caráter solidário e se convertiam na arrecadação de milhões de reais
e toneladas de alimentos, todos destinados à luta contra a pandemia
e ações de apoio a comunidades mais afetadas pela crise. Em escala
global, o “One World: Together At Home” mobilizou artistas como Paul
McCartney, Elton John, Billie Eilish e diversos outros, sob a curadoria
de Lady Gaga, realizaram diversas apresentações remotas, compondo
uma extensa programação do festival que visava informar, ajudar e
agradecer aos profissionais que têm lutado nessa batalha.
10 GENTE MT
AÇÕES DE FORTALEZA GANHAM PROJEÇÃO INTERNACIONAL
A vanguarda da capital cearense nas ações de mobilidade,
segurança viária e acesso a serviços básicos ganha cada vez mais
projeção e reconhecimento internacional. Em fevereiro, Fortaleza
recebeu o Prêmio Internacional Visão Zero para a Liderança Juvenil,
concedido pela Iniciativa Visão Zero para Juventude, liderado pelo
Centro Nacional para Caminhos Seguros para Escola, dos Estados
Unidos, com o apoio da Fundação FIA. O reconhecimento, entregue
na Suécia, destacou a redução de 20,7% nas mortes e lesões
infantis no trânsito, entre 2016 e 2018. Além disso, a Capital teve
renovada a parceria com a Fundação Bloomberg, passando a ser
Cidade Mentora na próxima etapa do projeto que visa garantir a
segurança viária em escala global.
FOTO: REPRODUÇÃO/ TIAGO LOPES
CAMPANHAS AJUDAM VULNERÁVEIS E DESPERTAM SENSO DE COMUNIDADE
Cestas básicas, marmitas, enxovais, ajuda financeira, produtos de
limpeza, equipamentos de proteção individual e diversos outros
itens essenciais se tornaram em metas de arrecadação de campanhas
solidárias que surgiram não apenas no Ceará, mas no mundo
inteiro, visando ajudar comunidades vulneráveis e que sentiram
com mais intensidade os efeitos da pandemia. Uma dessas iniciativas
é o Supera Fortaleza, articulado pelo Sistema Verdes Mares,
Prefeitura de Fortaleza, Somos Um - Empreendedorismo Social,
Bolero Comunicação, Rock Digital e Organizações Não Governamentais
e que tem conseguido ajudar centenas de comunidades.
Já o Auê do Amor (foto), uma extensão da Auê Feira, tem produzido
as “quentinhas do amor” para distribuir à população e trabalhado
também na arrecadação de cestas básicas.
HIGHLIGHTS 11
VISITA
HISTÓRIAS
DE UM OÁSIS
A JORNALISTA E DECORADORA WALESKA
MIRANDA ESCOLHEU A BEIRA DO RIO JAGUARIBE,
EM FORTIM, PARA INSTALAR UM REFÚGIO
REPLETO DE MEMÓRIAS DA FAMÍLIA
FOTOS MARÍLIA CAMELO
12 GENTE MT
Visita 13
VISITA
casa é de frente para o rio, de frente para a
luz, para o vento e para as estrelas”, anuncia
a jornalista e decoradora Waleska Miranda
ao abrir as portas de seu refúgio à beira do
rio Jaguaribe, em Fortim, litoral leste do
“Essa
Ceará. O local era uma vila de pescadores
e começou a receber casas de veraneio há 26 anos —
e a família de Waleska foi uma das primeiras a chegar. “Uns
amigos que voavam de ultraleve trouxeram a gente aqui,
e ficamos. No começo não tinha nem estrada”, lembra ela.
Para facilitar o processo, foi escolhida uma casa
pré-moldada, em madeira, para abrigar os hóspedes. “Fomos
decorando do nosso jeito, até ficar com a nossa cara. Hoje
tudo aqui tem a nossa alma, e é uma casa que acolhe”,
descreve ela. Os detalhes que contam a história da família
naquele lugar brotam em todos os espaços.
O primeiro deles é um grande painel pintado na parede
de uma sala de convivência, ou varanda protegida, onde a
família se protege do vento forte em alguns períodos do
ano. “Essa pintura foi produzida pelo Lucivaldi, um artista
de Guaramiranga, onde temos outra casa. Mas desde que
compramos essa, sempre estamos aqui”, explica. A casa que
testemunhou o crescimento dos filhos de Waleska agora é
espaço lúdico para os netos da jornalista. “Eles adoram vir
aqui e fazem sempre aquela festa”, acrescenta.
Dotada de cinco suítes e marcada pela iluminação
natural e diálogo constante com o cenário natural onde está
instalada, a casa tem a ambientação fortemente influen-
14 GENTE MT
ciada pelo trabalho que Waleska faz com antiquários. Peças
como cristaleiras, cômodas, cabeceiras de cama e outros itens
vintage são facilmente encontrados no espaço. “Você vai
sempre ver um arranhado, uma marca do tempo, mas isso
são histórias impressas nesses objetos”, argumenta.
MEMÓRIAS EM DETALHES
Histórias, inclusive, são o que não faltam àquela residência,
que já foi até cenário de filme: o longa Bela Donna,
de Fábio Barreto, filmado no fim da década de 1990 e com
Eduardo Moscovis no elenco. “Aqui era a casa do personagem
principal do filme, um inglês que vem ao Ceará após
a Segunda Guerra Mundial para investir na prospecção de
petróleo, e acabamos ficando com algumas peças cênicas,
como um baú e quadros com colagens do príncipe britânico”,
lista Waleska.
Além dos elementos cinematográficos, a casa evoca
narrativas a partir de peças como uma baqueta de apoio
comprada em um leilão do Copacabana Palace; a mesa de
centro da sala principal, que era uma mesa de tear de artesãs
Visita 15
VISITA
TOQUE
MT
Lembranças de sabor
Braço direito de Waleska
Miranda, os funcionários Edmilson
e João Paulo também colecionam
boas histórias da casa e dos
hóspedes ilustres que já passaram
por lá. Entre princesas, atores,
cantoras, ex-BBBs e diversas
outras personalidades, um causo
é comum a todos: ninguém resiste
à peixada, à tapioca e aos molhos
de pimenta produzidos pela dupla.
As receitas foram, inclusive, degustadas
e aprovadas pela equipe de
Gente por Márcia Travessoni.
do litoral; ou um grande cavalo de madeira do século
XIX, que vez por outra é adornado com um cesto de
palha andino em alusão a uma brincadeira da família.
“Nada aqui foi trazido só para decorar, tudo
tem uma história”, reforça Waleska, apontado para
a roleta de jogo do bicho, garimpada em Canoa
Quebrada, e um cangaceiro de ferro feito por um
artesão do Eusébio.
Ensolarada e arejada o tempo inteiro pela brisa
fluvial, a casa jaguaribana de Waleska convida o tempo
inteiro para sentar e apreciar um café em volta das
diversas mesas distribuídas no espaço, seja à beira
da piscina, debaixo da sombra das árvores na parte
posterior do terreno, no deck de madeira equipado
com um bar ou na grande mesa de jantar instalada na
cozinha, bem próxima ao fogão. “Sempre comemos
peixe pescado aqui mesmo, e procuramos o máximo
de comida fresca da região”, diz ela, ostentando três
jarras de sucos de siriguela, manga e limão, todos
colhidos nas redondezas. ¤
16 GENTE MT
Visita 17
MODA
DIVULGAÇÃO/ TODOS OS POEMAS
VESTINDO A
TERRA DO SOL
INSERIR A IDENTIDADE CEARENSE NAS PRODUÇÕES É A APOSTA DE MARCAS
LOCAIS COMO GABRIELA FIUZA, TODOS OS POEMAS E BABA
FOTOS MARÍLIA CAMELO
Mais do que uma decisão aleatória do que veste
o corpo, a moda é um fenômeno cultural
complexo. É processual, social, mutável.
Não se trata apenas de beleza, de conforto,
de estar “em alta”, mas, talvez, de tudo isso
unido à ideia de identidade. Pautados por
esses fatores, Gabriela Fiuza, Todos os Poemas e Baba
são grandes exemplos de marcas que escolheram abraçar
a mais representativa identidade como inspiração:
a essência cearense.
É o próprio Ceará que guia as criações. De formas
distintas, elas fazem uso de elementos e referências
locais como motor criativo de coleções. Seja através de
estampas coloridas, tecidos próprios para o eterno verão
em que vivemos, ou de toques artesanais, as brands são a
cara da nossa terra.
18 GENTE MT
DIVULGAÇÃO/ GABRIELA FIUZA
Gabriela Fiuza
O estalo para a criação da marca homônima de
Gabriela Fiuza surgiu ainda durante a faculdade de Moda,
na Universidade Federal do Ceará (UFC). Os conhecimentos
prévios de trabalhos manuais, tais como crochê,
tricô e pintura em aquarela, adquiridos ainda na infância,
somaram-se ao contato com o artesanato em Jericoacoara,
destino frequente da família, e a vontade mais recente
de quebrar os padrões do consumo de massa. Essa fusão
de motivações resumem a marca da cearense de 27 anos,
que começou trabalhando em um escritório no apartamento
e, hoje, já conta com loja-ateliê.
Criada em 2016, a marca Gabriela Fiuza foi idealizada
no modelo ready-to-wear, mas, antes mesmo de existir na
prática, os planos mudaram. “Eu desenhei um vestido
para usar em um casamento e, inocentemente, divulguei
nas minhas redes sociais. A peça fez o maior sucesso e
as pessoas começaram a me procurar para encomendar
roupas. O serviço sob medida, que hoje é nosso forte,
foi uma demanda que surgiu junto com a marca, mas que
não estava no projeto inicial”, explica a criadora.
Com a ajuda do designer Sérgio Klisman, colega dos
tempos de faculdade e responsável pela parte de modelagem,
Gabriela pensa as coleções tendo o crochê como
carro-chefe. O linho também é presença forte nas peças,
que sempre seguem o mood clean, atemporal e clássico.
Enquanto a concepção atravessa os olhares de Gabi
e Sérgio, a execução passa pelas atentas mãos de uma
cooperativa de artesãs. A designer, inclusive, reforça que
desacelerar o processo de produção, valorizando o trabalho
dessa equipe, é parte fundamental da política da empresa.
MODA 19
DIVULGAÇÃO/ TODOS OS POEMAS
Todos os Poemas
Aqui, falamos de delicadeza antes de qualquer outra
coisa. A começar pelo próprio nome, título de uma das
obras do escritor norte-americano Paul Auster, que já
entrega a literatura como fonte inspiradora. Comandada
pelas designers Angélica Freitas, Joana de Paula e Daniella
Milério, a Todos os Poemas surgiu da vontade de fazer uma
moda simples e, ao mesmo tempo, sofisticada, alinhando
o design ao artesanato e lançando olhares para a beleza
da cultura cearense.
O uso de tecidos de fibras naturais, como o linho,
o algodão e a seda, é regra em todas as coleções. Para além
das questões de preocupação ambiental, há também um
cuidado especial com a sustentabilidade social. “Trabalhamos
com um grupo de artesãs que não só executam, como
também participam do processo de criação, muitas vezes.
De fato, nós não temos peças baratas, porque valorizamos o
pagamento delas e respeitamos o tempo do fazer humano,
o fazer de todas as mãos envolvidas”, elucida Angélica.
A atemporalidade e a sofisticação da marca ficam
evidentes na coleção mais recente, “Reisado”, na qual a manifestação
folclórica teve suas influências medievais retratadas,
mas sob uma ótica nordestina, com o nosso toque e nossas
cores — e a pedida é sempre essa: crer na beleza do que é daqui.
20 GENTE MT
DIVULGAÇÃO/ BABA
Baba
Criatividade e pertencimento são palavras que sintetizam
a Baba, recente empreitada de Gabriel Baquit,
31. Cores primárias, formas geométricas e referências ao
imaginário cearense dão o tom da marca, que estreou
em grande estilo nas passarelas do DFB Festival de 2019.
Com direção criativa de Gabriel, que é publicitário por
formação, e direção de estilo assinada pela fashion designer
Marina Bitu, as coleções resgatam o olhar do público
para detalhes da história e do cotidiano cearense às vezes
esquecidos ou simplesmente despercebidos.
As marcantes obras do Sapateiro Alves, cenários
icônicos de Fortaleza (como a orla da Praia de Iracema e
o Edifício São Pedro) e figuras da memória afetiva cearense
estampam os produtos da brand. “É tão comum você ver
marcas daqui fazendo linhas inspiradas na Grécia, na Itália,
que eu me pergunto: será que a gente não consegue se
inspirar olhando pra frente, pros lados, pro aqui?”, questiona
Gabriel. “E eu acho que foi bem óbvia e simples,
até, a forma que concebi a Baba. Mas é muito bonito ver
a identificação instantânea das pessoas, o encantamento
com a nossa cidade refletida em estampas”, complementa.
Do requinte artesanal de Gabriela Fiuza e da Todos os
Poemas ao caráter inovador e divertido da Baba, é possível
apontar um fator característico que as três marcas
possuem em comum: a valorização das cearensidades em
suas diversas formas. ¤
MODA 21
EM PAUTA
GESTÃO MÉDICA
COM LARGA PROJEÇÃO NA ACADEMIA DE MEDICINA, O CIRURGIÃO MÁRCIO CRISÓSTOMO
COMPARTILHA AS EXPERIÊNCIAS DA PÓS-GRADUAÇÃO EM LIDERANÇA CIRÚRGICA DE HARVARD
FOTO MARÍLIA CAMELO
O
extenso currículo médico e acadêmico do na área técnica, continuamos nos formando, indo em
cirurgião plástico Márcio Crisóstomo ganhou congressos, verticalizando a área médica. Mas a gestão
recentemente mais uma qualificação. Diretor de pessoas, clínicas e consultórios, não temos. Então,
do Crisóstomo Hair & Skin Institute, centro o médico gerencia uma clínica ou é promovido a chefe
que é referência internacional em transplante de departamento de uma universidade, com mais de
capilar, o médico concluiu, em outubro do ano mil profissionais, e não tem o conhecimento para isso”,
passado, a pós-graduação em Surgical Leadership (Liderança
argumenta o Dr. Márcio, que se dedicou durante um ano
Cirúrgica, em inglês), na Harvard Medical School, a essa pós-graduação.
nos Estados Unidos. Voltado para cirurgiões em posição Os candidatos à turma foram convidados pela própria
de comando e restrita a 120 profissionais que passaram por universidade de Harvard a participar da seleção, que reuniu
uma rigorosa seleção, a formação reuniu conhecimentos apenas cirurgiões em posições de comando ou destaque,
das áreas de gestão e finanças e ampliou as conexões internacionais
chefiando serviços de universidades, clínicas e outras
do médico cearense.
instituições de ensino, e com projeção acadêmica a partir
“O objetivo desse curso era suprir uma deficiência da presença em publicações internacionais. “Eles focam
nos cursos médicos. Todos somos muito bem preparados muito no trabalho em equipe, em grupo. Tivemos módulos
22 GENTE MT
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
NOTA MÁXIMA
No jantar de gala que marcou a formatura
da pós-graduação em Harvard, em setembro
do ano passado, o Dr. Márcio Crisóstomo
foi surpreendido com uma premiação por
integrar a equipe que tirou a nota máxima no
trabalho apresentado no módulo de Finanças.
“Fizemos um trabalho em grupo e tiramos
10, mas eu achava que todo mundo tirava
essa nota. Com isso, ganhamos o prêmio de
‘excellence’. Foi uma surpresa porque, durante
o jantar, eles disseram que iam apresentar
os destaques do curso e chamaram o nosso
nome”, lembra o cirurgião.
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
de coaching, safety care, inovação e tecnologia e o maior
e mais complexo de todos, que foi o de finanças, e trouxe
vários conceitos novos para cada um de nós”, detalha o
médico sobre o programa de ensino.
Tão enriquecedor quanto os conhecimentos passados
em sala, salienta o cirurgião, foi o convívio no ambiente
acadêmico de Harvard. “A gente se sente imerso e com
vontade de estudar e aprender. Às vezes eu saía das aulas,
ia para a biblioteca da faculdade médica e ficava lá até
fechar. Achei várias preciosidades”, conta. Primeira universidade
dos Estados Unidos, Harvard despertou o interesse
e a admiração do Dr. Márcio há 10 anos, quando ele visitou
o campus da instituição pela primeira vez.
CONHECIMENTO PARTILHADO
Eixo importante da atividade do Dr. Márcio Crisóstomo,
o ensino deverá ter expansões em 2020, com o
acréscimo de conteúdos que ele adquiriu na universidade
norte-americana. “Além do ensino em transplante capilar
para estrangeiros, devemos ampliar e ofertar treinamentos
na área de Dermatologia e algo do que aprendi em
Harvard”, adianta o especialista.
O programa de ensino coordenado pelo Dr. Márcio,
no Instituto em Fortaleza, recebe alunos e profissionais
há quase dez anos, em programas de fellowship — ou intercâmbio
para estrangeiros — com foco nas técnicas de
transplante capilar. No ano passado, o ensino ganhou
contornos maiores com a inauguração da Crisóstomo
Academy, que congrega assuntos que vão além da Medicina.
Essa troca de experiências, inclusive, será ampliada a partir
da vivência com os colegas de turma em Harvard.
“Um dos colegas, da Alemanha, vem passar um mês
conosco no programa de fellowship, fora a abertura que
temos com todos esses colegas em vários países”, salienta
o Dr. Márcio, que dividiu a sala de aula com profissionais
oriundos de 23 países. O grupo já tem um encontro marcado
em junho de 2020, no Harvard Club de Nova York, quando
vão trocar mais experiências e analisar como foi a implantação
dos conceitos adquiridos durante a pós-graduação.
“A história diz que o simbolismo por trás da imagem
de Harvard é que, para aproveitar toda a experiência da
universidade, você teria que passar dois terços do seu tempo
estudando e em um terço do tempo esquecer o estudo para
aproveitar o entorno, os contatos e o networking. Então,
o contato que tive com esses colegas de altíssimo nível foi
fundamental”, descreve Márcio. ¤
em pauta 23
EM PAUTA
MUDAR
PARA MELHOR
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE
DE FORTALEZA É RENOVADO PARA FORMAR PROFISSIONAIS
MAIS INDEPENDENTES E AUTOPRODUTIVOS
FOTOS ARES SOARES/ DIVULGAÇÃO
No intuito de buscar profissionais mais independentes
e autoprodutivos, o Curso de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de
Fortaleza teve a grade curricular totalmente
reformulada. A mudança passa a valer este
ano e visa formar profissionais mais multidisciplinares,
autoprodutivos e capazes de compreender e
solucionar projetos amplos da área em um novo contexto.
A nova proposta é de um curso centrado no Ateliê de
Projeto como espaço relacional de um currículo construído
por competências. Segundo Camila Girão, professora e
coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade, “o ensino por competências se preocupa
em responder aos desafios da atualidade, articulando os
conhecimentos (saber) às habilidades (saber fazer) e às
atitudes (saber ser)”.
Atualmente o curso tem 10 semestres letivos. No novo
formato, cada ano será composto por um Ciclo Temático,
dividido em 2 semestres. Cada semestre contará um
problema de projeto único. Logo, cada semestre será como
um microcurso, aumentando de complexidade ao longo do
tempo. O objetivo é que o aluno tenha contato contínuo e
permanente com os três eixos de conhecimento estabelecidos
pelo curso: Teoria, história e projeto; Composição,
expressão e representação; e Tecnologias da construção.
“Não é apenas um currículo novo, é uma proposta
pedagógica nova que articula competências gerais requeridas
pelo contexto atual, tais como cognição, colaboração,
24 GENTE MT
PARA A PROFESSORA
CAMILA GIRÃO,
"toda a arquitetura
deve ser acessível".
comunicação e cidadania às competências específicas do
arquiteto e urbanista, estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN) e pelo Conselho de Arquitetura
e Urbanismo (CAU)”, explica Camila.
ESTUDOS CONTEMPORÂNEOS
Durante a graduação os estudantes irão estudar e
desenvolver projetos com temas específicos, como: Habitação;
Educação, Cultura e Lazer; Edifício e Paisagem;
Edifício e Cidade; e Edifício, Paisagem e Cidade. No novo
currículo, questões como sustentabilidade, relação com o
meio ambiente e inclusão social serão assuntos tratados
transversalmente. “A ideia é torná-los elementos cotidianos
e familiares ao exercício de projeto e não excepcionais ou
impositivos. Toda a arquitetura deve ser acessível, deve
atender às questões socioambientais e traduzir as necessidades
humanas”, esclarece Camila Girão.
A carga horária total será diminuída, mas a carga
horária do Ateliê de Projeto será aumentada em cerca de
20%. O tempo total do curso (dez semestres) não muda.
No primeiro semestre de 2020, a graduação irá ofertar
apenas o 1° e o 2° semestres da nova proposta. “Para esses
alunos, já realizamos um estudo de caso a caso sobre as
equivalências que serão concedidas, então os alunos não
sofrerão nenhum tipo de perda, nem financeira nem de
conteúdo. Em 2020.2 lançaremos mais dois semestres, o 3°
e 4°, e assim sucessivamente”, detalha a coordenadora.
Segundo Camilla, a receptividade com as mudanças tem
sido boa. “Sempre existem receios e cuidados necessários
para que tudo ocorra conforme planejamos, mas essa construção
partiu de um processo de muita reflexão, leitura,
cuidado e sobretudo de muita parceria e escuta docente e
discente”, conclui. ¤
em pauta 25
CULTURA
PARA
CONHECER
A CIDADE
GENTE POR MÁRCIA TRAVESSONI
PREPAROU UM GUIA CULTURAL
E ARTÍSTICO PARA DESBRAVAR
OUTRAS FACETAS DE FORTALEZA
FOTOS MARÍLIA CAMELO
Um passeio pelas ruas de Fortaleza revela uma
metrópole com vida urbana movimentada,
moradores dotados de bom humor e espontaneidade,
e paisagens que só uma capital litorânea
e nordestina pode ter. Essa é a cidade das praias,
do sol, da irreverência popular, que todos
conhecem e admiram.
É preciso explorar um pouco mais para descobrir outra
Fortaleza. Uma cidade que, além de bonita, é intensamente
cultural, rica em manifestações artísticas, do teatro à música,
do cinema à pintura, da fotografia à performance. Há quem
diga que, diante de tantas belezas naturais, a cultura em
Fortaleza fica em segundo plano.
A revista Gente por Márcia Travessoni discorda. Por isso,
elaboramos um guia com sugestões de lugares para ver e
experimentar arte na cidade. Para colaborar, convidamos
quatro cearenses, que conhecem facetas diferentes de Fortaleza,
para indicar seus espaços culturais preferidos na capital
e que valem um desvio das rotas turísticas tradicionais. ¤
26 GENTE MT
Tenda Árabe /
Embaixada da Cachaça
“Conheci a Tenda Árabe nas
reuniões informais da Academia
Cearense de Literatura e
Jornalismo, da qual faço parte.
É lá onde eu dedico as minhas
terças-feiras há alguns anos.
Quando se chega ao lugar
na primeira vez, sente-se o
ambiente de conteúdo cultural e
intelectual que é. Ideias, ideais,
convicções, ensinamentos e
aprendizados são assuntados,
regados a uma boa bebidinha
e alimentados pelo farto e delicioso
repertório gastronômico
da família Vasconcelos. Não tem
uma vez que eu vá lá e não saia
um pouco mais bem informado.
Como o lugar é restrito aos
acadêmicos e convidados,
sugiro aos visitantes irem
à Embaixada da Cachaça,
onde, após a reunião da
Tenda, todos se dirigem para
somar aos que compõem o já
tradicional Momento Literário.
A Tenda e a Embaixada são
cursadas por virtuosos artistas,
sobretudo, os notívagos
poetas de Fortaleza”.
TOTONHO LAPROVITERA
Artista plástico, arquiteto
e urbanista
Endereço: Rua João Brígido, 1245 — Joaquim Távora
Visitação: segunda a sábado, a partir das 10h. Entrada gratuita.
Mais informações: 85 3085-0428 / embaixadadacachaca.com.br / @embaixada.cachaca
Sobrado
Dr. José Lourenço
“Conheci o Sobrado Dr. José
Lourenço ainda em 2011,
quando fui ver o trabalho da
amiga Laís Pontes na exposição
‘É tudo fotografia’. A casa foi
construída pelo médico que lhe
dá nome para ser sua moradia e
consultório ainda no século XIX.
De lá pra cá serviu de oficina de
marcenaria, repartição pública
e até bordel. Até que em 2007,
depois de ser tombada e de
passar por uma reforma, abriu
como centro cultural. É uma
casa linda, com três andares e
um jardim. O piso de madeira
e os ambientes amplos nos
transportam para um tempo
em que o centro da cidade era
o lugar mais interessante de
Fortaleza, onde tudo acontecia.
E aproveitando a ida ao Centro,
um outro passeio bacana é a
visita guiada ao Theatro José de
Alencar. Com especial atenção
ao foyer, com suas paredes
carregadas de simbolismo e
história. Há muitas belezas
escondidas pelo nosso Centro.
Vale a visita!”.
BEATRIZ FIÚZA
Fotógrafa e diretora
institucional do Instituto
Beatriz e Lauro Fiúza.
Endereço: Rua Major Facundo, 154 — Centro
Visitação: terça a sexta-feira, das 9h às 17h. Sábado, das 9h às 14h. Entrada gratuita.
Mais informações: 85 3101-8827 / @sobrado154
cultura 27
Casa
José de Alencar
“Um lugar muito interessante
para se conhecer em Fortaleza
é a Casa José de Alencar, local
onde o romancista cearense
José de Alencar nasceu e viveu
a sua infância. Além de uma
parte remanescente da casa
original, é possível visitar as
ruínas do sítio onde funcionou
o primeiro engenho a vapor do
Ceará, que produzia cachaça
e rapadura de forma industrial.
Hoje, pertence à Universidade
Federal do Ceará (UFC),
que agregou ao espaço outras
opções culturais. Destaca-se
a coleção do artista plástico
cearense Descartes Gadelha.
Como cearense e como professora
da UFC, tenho orgulho de
divulgar este importante espaço
cultural. Em fins de semana,
pode-se saborear uma boa
comida típica no restaurante
local ou, simplesmente, tomar
um café à sombra das inúmeras
árvores, com copas generosas.
Visitar a Casa José de Alencar
me remete à linhas perfeitas de
‘O Guarani’, ‘Senhora’, ‘Iracema’,
‘A Viuvinha’, dentre outras
obras de Alencar, presentes
inesquecíveis do meu saudoso
e querido pai, que li na minha
adolescência”.
MARIA VITAL DA ROCHA
Professora da Faculdade
de Direito da Universidade
Federal do Ceará (UFC)
Endereço: Avenida Washington Soares, 6055 – Bairro José de Alencar
Visitação: segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Sábados, das 8h às 12h (com
agendamento prévio). Entrada gratuita.
Mais informações: 85 3229-1898 / casajosedealencar.ufc.br
Espigão da
Rua João Cordeiro
“É, sem dúvidas, um dos meus
lugares preferidos da cidade.
É onde costumo contemplar o
pôr do sol de Fortaleza. Sempre
quando vou à ‘terrinha’, quase
todo fim de tarde corro na Beira-
-Mar até o Espigão. Lá é onde
finalizo a corrida, tomo minha
água de coco e muitas vezes
me inspiro para compor minhas
canções. O visual panorâmico
de Fortaleza que se tem de lá é
lindo. É localizado na Praia de
Iracema, onde se tem outros
pontos turísticos muito bacanas
que também frequento, como o
Estoril e a Ponte dos Ingleses."
DAVI CARTAXO
Cantor e compositor
Endereço: Avenida Beira-Mar, 805-945 — Praia de Iracema (Espigão da João Cordeiro) / Avenida
Beira-Mar, 1681 — Meireles (Espigão da Rui Barbosa) / Avenida Beira-Mar, 2842-2982 — Meireles
(Espigão do Náutico)
Visitação: diariamente.
Acesso livre.
28 GENTE MT
O QUE MAIS CONHECER
E EXPERIMENTAR
NA CAPITAL CEARENSE
Espaço Cultural Unifor
Ao longo de mais de 30 anos, o Espaço
Cultural Unifor se tornou um dos
principais ambientes de fomento e
disseminação da arte no Ceará. Artistas
internacionais (como Miró e Rembrandt),
nacionais (como Antonio Bandeira e Vik
Muniz), e locais (como Leonilson Vieira),
já fizeram parte de exposições vistas por
milhares de pessoas no local.
Endereço: Av. Washington Soares, 1321
— Edson Queiroz
Programação: exposições de arte
Visitação: terça a sexta-feira, das 9h às
19h; e sábados e domingos, das 10h às 18h.
Entrada gratuita.
Mais informações: (85) 3477.3319 ou
unifor.br/espaco-cultural-unifor/
Caixa Cultural Fortaleza
A Caixa Cultural Fortaleza também é
parada obrigatória no roteiro de pontos
culturais da capital. A programação inclui
desde mostras de arte a shows de artistas
nacionais. Uma atração à parte é o prédio
que abriga a instituição, erguido no
século XIX para sediar a antiga alfândega
e tombado pelo Instituto de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Endereço: Av. Pessoa Anta, 287 —
Praia de Iracema
Programação: shows, filmes, exposições,
espetáculos de dança, atividades infantis,
oficinas, festivais e outros eventos.
Visitação: terça a sábado, das 10h às 20h;
domingo, das 12h às 19h. Entrada gratuita.
Shows, filmes e espetáculos têm horários e
entradas diferenciadas.
Mais informações: (85) 3453-2770 /
caixacultural.gov.br
Armazém da Cultura
O Armazém da Cultura nasceu como
editora de livros e hoje conta com
galeria e espaço cultural, onde são
realizados cursos, palestras, mostras e
eventos diversos.
Endereço: Rua Jorge da
Rocha, 154 — Aldeota
Programação: lançamentos de livros, exposições,
cursos, palestras e outros eventos.
Visitação: segunda a sexta, das 8h às 18h
Mais informações: (85) 3224-9780 /
armazemdacultura.com.br /
@armazem_da_cultura
Museu da Fotografia
Funcionando há apenas dois anos,
o Museu da Fotografia de Fortaleza possui
uma coleção com 2.500 obras, considerado
um dos maiores acervos fotográficos
do Brasil e pertencente ao Instituto Paula
e Silvio Frota. Além de ambientes para
exposições, o local abriga uma biblioteca e
espaços para exibição de filmes e realização
de eventos.
Endereço: Rua Frederico
Borges, 545 — Varjota
Programação: exposições, cinefotos,
palestras, oficinas e workshops.
Visitação: terça a domingo, das 12h às 17h.
Entrada gratuita.
Mais informações: (85) 3017-3661 /
museudafotografia.com.br
cultura 29
O QUE MAIS CONHECER
E EXPERIMENTAR
NA CAPITAL CEARENSE
Imagem Brasil Galeria
A Imagem Brasil Galeria leva ao público
um vasto acervo de imagens e obras
produzidas por fotógrafos colaboradores
e artistas convidados, como Gentil
Barreira, Beatriz Saboia e Jarbas Oliveira.
Parte dessa coleção — que abrange
fotografias de pessoas, cultura, lugares,
dentre outros temas — está disponível
para aquisição.
Endereço: Rua Rocha Lima, 1707 - Centro
Programação: exposições, palestras, cursos,
workshops e outros eventos.
Visitação: segunda a sexta, das 8h30 às
12h30 e das 14h às 18h.
Mais informações: (85) 3244-4625
Galeria Multiarte
Cândido Portinari, Di Cavalcanti,
Raimundo Cela, Tomie Ohtake e Irmãos
Campana são apenas alguns dos artistas
cujas obras já passaram pela Galeria
Multiarte. Com curadoria de ninguém
menos que Max Perlingeiro (capa da
última edição de Gente por Márcia
Travessoni), a casa está aberta há 32 anos
em Fortaleza e tem uma programação de
arte rica e variada.
Endereço: Rua Barbosa de
Freitas, 1727 — Aldeota
Programação: exposições e encontros
com artistas, curadores, críticos de
arte e educadores.
Visitação: segunda a sexta-feira, das 10h às
18h. Entrada gratuita.
Mais informações: (85) 3261-7724 / (85)
3261-2667 / galeriamultiarte.com.br
Centro Dragão do Mar de
Arte e Cultura
Principal polo cultural do Ceará, o Centro
Dragão do Mar de Arte e Cultura dispensa
apresentações. Cinema, teatro, galerias
e espaços para espetáculos oferecem
programações a todas as idades e todos
os gostos. Outro destaque é o Planetário
Rubens de Azevedo, que promove
atividades destinadas aos amantes
da astronomia.
Endereço: Rua Dragão do Mar, 81 —
Praia de Iracema
Programação: peças, exposições, espetáculos
de música e dança, filmes, palestras,
festivais e outros eventos.
Visitação: diariamente, das 8h às 22h.
Entrada gratuita. Cinema e teatro têm
horários e entradas diferenciadas.
Mais informações: (85) 3488-8600 / (85)
3488-8608 / dragaodomar.org.br
Casa D’Alva
Inaugurada em 2014 pelo artista cearense
Zé Guedes, que também está à frente da
curadoria, a galeria Casa D’Alva é feita
para os admiradores da arte em suas
várias formas, da pintura e da fotografia
à escultura e às instalações. Nos fundos
do espaço, ainda é possível encontrar o
ateliê particular de Guedes, que eventualmente
expõe suas obras.
Endereço: Rua João Brígido,
394 — Joaquim Távora
Programação: exposições
Visitação: segunda a sexta-feira, das 10h às
19h, e sábado, das 10h às 14h.
Mais informações: (85) 3252-6948
30 GENTE MT
Minimuseu Firmeza
A casa que foi lar e ateliê dos artistas
cearenses Nice Firmeza e Estrigas
guarda um histórico acervo de artes
plásticas, formado por pinturas, desenhos
e esculturas não só do próprio
casal, mas também de nomes como
Mário Baratta, Aldemir Martins e
Raimundo Cela.
Endereço: Via Férrea, 259 — Mondubim
Programação: exposições fixas e temporárias,
oficinas, rodas de conversa, palestras.
Visitação: quinta a sábado, das 8h às 16h.
Entrada gratuita
Mais informações: (85) 9 9959 2786/
minumuseufirmeza.org
Cineteatro São Luiz
Reinaugurado com sucesso há quatro
anos, depois de um longo período de
reforma, o Cineteatro São Luiz se tornou
um dos centros da cultura no estado.
A estrutura imponente do equipamento,
em plena Praça do Ferreira, é hoje palco
dos principais espetáculos cearenses.
Endereço: Rua Major Facundo, 500 — Centro
Programação: exibição de filmes, shows,
espetáculos e festivais.
Visitação: terça a sábado, das 10h às 18h30
(bilheteria). A entrada varia de acordo com
a programação.
Mais informações: (85) 3252.4138 /
cineteatrosaoluiz.com.br
Theatro José de Alencar
A história do teatro nacional passa
pelo Theatro José de Alencar. Fundado
em 1910, o equipamento já recebeu
produções estreladas por ícones dos
palcos e artistas amadores. Com seus
vitrais coloridos, jardins e foyer, o espaço
oferece visitas guiadas aos que querem
conhecer a fundo a estrutura e as
memórias das coxias.
Endereço: Rua Liberato
Barroso, 525 — Centro
Programação: espetáculos de teatro,
dança e música.
Visitação: visitas guiadas de terça a
sexta-feira, das 9h às 17h; aos sábados,
das 14h às 17h; e aos domingos, das 14h
às 16h. Entrada: R$ 10 (inteira) e R$ 5
(meia). Espetáculos têm horários e preços
diferenciados.
Mais informações: (85) 3101 2567 /
theatrojosedealencar.secult.ce.gov.br
Casa Absurda
Lar de artistas da cena alternativa de
Fortaleza, a Casa Absurda tem como
foco principal oferecer espaço de
ensaio a companhias teatrais da cidade,
mas também é aberta ao público para
exposições, shows, performances
artísticas e, claro, peças. Tudo isso dentro
de uma casa que manteve a atmosfera
aconchegante e familiar.
Endereço: Rua Isac Meyer, 108 — Aldeota
Programação: espetáculos teatrais,
exposições de arte e fotografia,
performances, apresentações musicais,
lançamentos literários.
Visitação: exposições de quinta a sábado,
das 18h às 21h. Espetáculos e outros eventos
têm horários e preços diferenciados.
Mais informações: (85) 98607-5502 /
(85) 98852-6360
cultura 31
EMPREENDEDORISMO
32 GENTE MT
TRADIÇÃO
EM ACOLHER
PRIMEIRA UNIDADE HOSPITALAR PARTICULAR DE FORTALEZA, O HOSPITAL
GASTROCLÍNICA CHEGA AOS 42 ANOS COM O DESAFIO DE CONSOLIDAR
UMA NOVA GESTÃO E MANTER A ESSÊNCIA ACOLHEDORA E HUMANA
FOTOS MARÍLIA CAMELO
Uma palavra define 2019 para o Hospital Gastroclínica:
renovação. Em novembro, a unidade
de saúde, considerada o primeiro hospital
particular de Fortaleza, completou 42 anos
de história, marca celebrada com a criação de
uma nova identidade para a empresa, que une
a tradição do acolhimento e a meta constante de ampliar
e aperfeiçoar os serviços prestados à população. O ano
também veio para consolidar a gestão dos irmãos Cristina,
Roberta e Tarso Ary, que receberam a missão de continuar
o trabalho iniciado em 1977 pelos pais, os fundadores
Edgard e Myrtha Ary, e, ao mesmo tempo, seguir evoluindo.
Em mais de quatro décadas de funcionamento,
a Gastroclínica cresceu de forma gradual. Nasceu como
clínica de gastroenterologia, tornou-se hospital e maternidade,
e, agora, atingiu o patamar de unidade de saúde
completa, com atendimentos em 15 especialidades, bloco
cirúrgico, Unidades de Terapia Intensivas (UTIs), leitos de
internação, além da própria ala voltada para as mães e os
recém-nascidos, que já é referência no Ceará.
Durante quase 40 anos, o médico e cirurgião Edgard
Nadra Ary, em atuação até hoje, e a esposa, Myrtha Ary,
ficaram à frente dos negócios. O centro surgiu da demanda
de profissionais e pacientes por um espaço desvinculado da
rede pública de saúde, única forma de acesso da população
ao serviço na época. A inauguração da clínica coincidiu
com a chegada dos primeiros planos de saúde ao estado
e, logo, a unidade privada passou a atender também
por meio de convênios.
Enquanto Edgard cuidava da parte médica, Myrtha era
responsável pela administração e pelo acolhimento dos
pacientes, característica que é marca registrada do hospital.
EMPREENDEDORISMO 33
EMPREENDEDORISMO
42 anos
em números
40 mil atendimentos anuais
10 mil cirurgias por ano
2.046 cirurgias cesarianas
1.854 cirurgias plásticas
1.489 cirurgias gerais
“Ela era muito acolhedora, amorosa, e tratava bem não
só o doente, mas a família toda, tanto que ficou bastante
conhecida por isso”, salienta Cristina Ary.
EXTENSÃO DA FAMÍLIA
A dedicação integral do casal à clínica fez com que a
unidade se transformasse na extensão da casa da família.
“O hospital foi crescendo à medida que a gente também foi.
É como se fosse um irmão, que nos acompanhou durante
toda a nossa vida”, acrescenta Roberta Ary.
Como na maioria das empresas familiares, Cristina,
Roberta e Tarso começaram a trabalhar na unidade muito
antes de assumirem a chefia. As filhas atuavam no setor
administrativo e o filho, que seguiu a mesma profissão
do pai, já atendia pacientes na área de cirurgia plástica.
Somente em 2016, com a morte da mãe, passaram a
gerenciar o hospital, cada um em sua área de formação.
Cristina ocupa o cargo de diretora de Marketing e Recursos
Humanos, Roberta é diretora financeira e Tarso está à frente
da direção clínica.
A perda da matriarca fragilizou a família e a empresa.
Junto com o desafio de superar o abalo emocional e liderar a
equipe de funcionários da Gastroclínica, os irmãos tiveram
de lidar com pressões internas e externas para garantir que
o serviço não fosse afetado.
“Havia muitos questionamentos: ‘Vai continuar?’, ‘Como
34 GENTE MT
vai ser agora?’. Mas nós acabamos transformando isso em
uma força. Decidimos continuar o legado dela e usamos
esse momento para fortalecer nossa essência. De uma certa
forma, ela permanece viva no espírito da clínica”, destaca
Cristina. “Nessa virada, ouvi muita gente dizendo que o
hospital ia mudar, ia ser diferente. De imediato, tivemos
que tranquilizar médicos e pacientes, e dizer que não ia
mudar nada”, afirma Tarso.
Assumir a gestão exigiu mudanças no modo como o
hospital funcionava. Dentre as principais, os irmãos citam
a necessidade de um maior planejamento sobre o futuro
da empresa. Decisões como a integração de serviços,
contratação de profissionais e aquisição de equipamentos,
por exemplo, são dialogadas e tomadas em conjunto. “Toda a
nossa história foi construída de uma forma natural, mas hoje
existe planejamento de expansão do hospital, no qual
queremos melhorar todos os serviços”, diz Cristina Ary.
Somente neste ano, o Hospital Gastroclínica acumulou
avanços que vão desde a inauguração do pronto-atendimento
em obstetrícia à realização da primeira cirurgia
em 4k no Ceará. Ambas as conquistas representam metas
da nova direção: atingir os mais altos níveis de qualidade
de serviço e obter reconhecimento como um lugar
que cuida das pessoas.
“Hoje tudo tem que ser mais calculado para minimizar
riscos. Precisamos nos adaptar, mas sempre temos
que parar e voltar para a nossa base, que é a atenção aos
pacientes”, conclui Tarso. ¤
EMPREENDEDORISMO 35
COMPORTAMENTO
Jardins
terapêuticos
O HÁBITO DE CULTIVAR PLANTAS EM CASA DEIXOU
DE TER A DECORAÇÃO COMO ÚNICO FIM E PASSOU A SER HOBBY
E ATÉ TERAPIA, DEIXANDO MAIS LEVES AS ROTINAS URBANAS
FOTOS MARÍLIA CAMELO
Para garantir qualidade de vida à população, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) recomenda que
uma cidade tenha, idealmente, 36 m² de cobertura
vegetal por habitante. Fortaleza passa longe disso.
No início deste ano, eram apenas 8 m². No meio
de tanto concreto, encontrar um ponto verde
dá fôlego e alivia o olhar. Não à toa, o gosto pelo plantar
tem despertado entre os fortalezenses. O desejo é ter o
próprio jardim, não importa se no quintal de casa ou na
varanda do apartamento.
Se algum tempo atrás espaços verdes eram apenas
parte da decoração, trazer a natureza para dentro do
lar e cuidar de cada planta desde a muda viraram hobby
e, para alguns, até terapia. Na casa da estilista Carolina
Cunha foi assim. A “minifloresta” que criou dentro do
apartamento, no bairro Cocó, começou com três plantas,
adquiridas apenas para completar o projeto arquitetônico
do espaço. Aos poucos, a coleção foi crescendo, assim
como as folhagens. Hoje, ela conta mais de 20 espécimes
de todos os portes, incluindo uma exuberante costela-de-
-Adão, pequenos cactos e suculentas, orquídeas esperando
para florescer e uma jiboia que transbordou o vaso e
se espalhou pela casa.
O interesse veio da mãe e da avó, que sempre tiveram
36 GENTE MT
o hábito de cultivar plantas, mas a habilidade só surgiu
com a prática. “Fui pesquisando, colocando no YouTube
e assistindo aos vídeos. Pegava a planta e ia mexendo,
cutucando, podando, colocando fertilizante”, diz Carolina.
“Pra mim, já virou hobby. Todos os dias rego e, pelo menos
a cada 15 dias, num domingo, eu vejo do que elas estão
precisando”, completa.
Aquelas que carecem de maior cuidado vão para a
“UTI das plantas”, nome que a estilista dá ao espaço na
área de serviços onde ela e a diarista, Helena, recuperam as
pacientes. “Ela leva lá pra trás, ajeita e depois libera”, brinca.
No dia a dia, além da rotina de rega, Carolina também acrescenta
à terra um pouco do próprio fertilizante, produzido
em casa a partir de borra de café, cascas de ovos e bananas.
“Na semana, é cansativo, mas quando sento pra cuidar, gosto
muito. É terapêutico, até. Acalma e dá muita vida”, conta.
"CONVERSAR COM AS PLANTINHAS"
Quem trabalha com o verde nota a mudança da relação
entre as pessoas que moram na cidade e a natureza. Israel
Máximo, conhecido em Fortaleza como Seu Jardineiro,
especialista em jardinagem, conta que recebe diariamente
perguntas sobre como iniciar o cultivo e quais espécies
plantar em apartamentos. Para Israel, o motivo é a vontade
A PAISAGISTA
(E JARDINISTA)
VÂNIA FRANCK
cresceu rodeada
de plantas e faz
questão de encher
a casa de verde
comportamento 37
COMPORTAMENTO
de ter mais qualidade de vida dentro de casa.
“A gente passa 24 horas na correria, no estresse. Tem a
violência, a questão política... Vejo muitas pessoas me procurando
e falando que a vida muda quando começa a ter planta
em casa, que ficam mais tranquilas. Planta acalma, você
tem um certo cuidado, uma troca. Eu converso com minhas
plantas sempre. Quando estou em casa, com raiva, vou lá e
fico falando com elas. Diminui o estresse”, diz o jardineiro.
Nascido na cidade das flores, Guaramiranga, Israel
herdou a profissão do pai e mantém, há dois anos, um box
na Praça das Flores. Além de vender mudas e plantas
adultas — em torno de 200 espécies — ele oferece serviços
de paisagismo, decoração e "soluções verdes", cujo objetivo
é resolver problemas ocasionados pela falta de natureza.
“Fortaleza tem potencial para ser uma cidade que abraça
o verde. Fora a parte decorativa, melhora a qualidade de
vida e a circulação do ar, deixa o ambiente mais ameno.
E, para algumas pessoas, também tem as questões de saúde
e espiritualidade”, completa.
É o caso da paisagista (ou jardinista, como ela prefere
ser chamada) Vânia Franck. As plantas sempre tiveram
lugar especial em sua vida e acabaram virando profissão.
“Brota naturalmente, todas as vezes que abraço uma
árvore, uma gratidão por abrigar, sombrear e alimentar o
espírito com seu poder transformador. É uma sensação de
paz e plenitude”, diz.
Vânia cresceu com um jardim em casa e passou grande
parte da infância subindo nas árvores do sítio dos avós.
Apesar de morar em um apartamento, ela se esforça para
preencher todos os cantos do lar com plantas, das janelas
ao banheiro. O segredo, diz, é encontrar a espécie certa
para cada ambiente.
Na profissão, Vânia costuma sugerir vegetações
resistentes e de simples cultivo, que já sejam adaptadas
ao clima cearense. Mas, em casa, a paisagista mantém
admiração especial por uma flor específica. Apaixonada
"PLANTA ACALMA",
defende o jardineiro
Israel Máximo
38 GENTE MT
Onde comprar
Erva Doce Jardins
Rua Almeida Prado, 1055 — Cocó
Mercado das Flores
Praça Joaquim Távora (Avenida
Pontes Vieira, entre as Ruas Capitão
Gustavo, Fiscal Vieira e Antônio
Furtado) — Joaquim Távora
Praça Dr. Carlos Alberto Studart
Gomes (Praça das Flores)
Avenida Desembargador Moreira,
s/n (esquina com a Avenida Padre
Antônio Tomás) — Aldeota
Jardim do Seu Flor
Rua Padre Valdevino, 1265
— Joaquim Távora
NO PRÓPRIO ATELIÊ,
Bruno Flor cultiva
plantas e ministra
cursos de jardinagem
por margaridas desde pequena, ela explica o porquê do
encanto: “Flor delicada, alegre, quase um sorriso, irradia
bem querença. Acho que tenho essa sensação pois, quando
menina, brincava de ‘bem-me-quer, mal-me-quer’, soltando
suas delicadas pétalas. Isto deixava meu espírito voar livre,
leve e solto”, conta.
RECONECTAR COM O VERDE
Seja por hobby ou a trabalho, cultivar plantas requer
dedicação. O biólogo e jardineiro Bruno Flor (sobrenome
de família que acabou coincidindo com a vocação) afirma
que, como todo ser vivo, flores e folhagens têm necessidades
especiais no que diz respeito a iluminação, exposição ao
vento, rega e adubação.
Em seu ateliê, Bruno, que atende pelo nome de Seu Flor,
promove cursos para os interessados em aprender mais sobre
esses cuidados. O público é crescente, a ponto de não conseguir
dar conta da demanda. Para ele, a alta procura é reflexo
do anseio cada vez maior por “se reconectar com o verde”.
“Quando vejo uma planta bonita, tratada de acordo com
a necessidade, penso que quem plantou tem um cuidado
grande com o ser vivo. A pessoa cria mais vínculo com
verde, mas também cria uma disciplina, uma rotina, e isso
é muito bom”, destaca.
Os cuidados mais básicos envolvem a quantidade de
água e luz solar que as plantas recebem e a disposição
delas no ambiente. Mas o ideal, segundo Seu Flor, é fazer
um planejamento. “Eu sempre digo que existem rotinas
semanais, mensais e anuais. A semanal é a rega, a mensal é
adubação a anual é trocar pelo menos uma vez de vaso”. ¤
comportamento 39
PODER
Os rumos da
criatividade
rentável
ESPECIALISTA EM ECONOMIA CRIATIVA, CLÁUDIA LEITÃO
DETALHA OS PASSOS QUE O CEARÁ DEU NO SEGMENTO
E QUAIS INCENTIVOS SÃO URGENTES NA ÁREA
FOTOS: MARÍLIA CAMELO
40 GENTE MT
Se você não sabe o que é economia criativa, certamente
já viu alguém fazendo, ou ouviu falar e
não percebeu, ou até mesmo colabora com ela.
Economia criativa está em (quase) tudo o que
circula ao seu redor. Para começar a discorrer
sobre o assunto, é necessário explicar, primeiro,
o que não constitui esse tipo de atividade, segundo defende
a diretora do Observatório de Fortaleza (Governança
Municipal e Políticas Públicas) do Instituto de Planejamento
de Fortaleza (Iplanfor), Cláudia Leitão.
“Economia criativa não é indústria. A palavra-chave
para a indústria é copyright, os direitos do autor. E na
economia criativa a gente não fala nisso. Economia criativa
no sentido que tentamos difundir não tem uma definição
regular. Mas podemos falar que é uma economia da
cultura para os informais, os pequenos empreendedores,
os microempreendedores, passando pela cultura do artesanato,
dos games, da arquitetura, das artes e de tantos outros
nichos”, engloba Cláudia, que foi também a responsável
pela criação e Secretaria da Economia Criativa do extinto
Ministério da Cultura.
Em novembro de 2019, Fortaleza recebeu o título
de Cidade Criativa em design pela Unesco. No total,
66 cidades do mundo receberam a honraria por contribuírem
com o desenvolvimento sustentável por meio de
ações inovadoras. A conquista foi publicamente celebrada
e trouxe ainda mais gente para os debates públicos e os
incentivos necessários para que esse eixo econômico possa
se desenvolver na capital e em toda a extensão cearense.
MENOS DEFINIÇÃO, MAIS DADOS
Para que a economia seja criativa, acrescenta a especialista,
ela precisa trabalhar com certos princípios.
“O primeiro é que ela vai produzir e depois vai devolver à
sociedade o que produziu. O segundo princípio é a sustentabilidade.
E não somente no lado econômico, mas social,
PODER 41
PODER
político e ambiental. Em terceiro lugar, a economia criativa
gera inclusão, desconcentração. E por fim, inovação.
Até porque a criatividade é a base da inovação”, especifica
Cláudia Leitão.
A ausência de dados sobre pequenos (e criativos)
empreendedores dificulta a catalogação e estudo da
economia criativa no Brasil. “Nas pesquisas, só aparece a
ponta do iceberg, mas os números são enormes. Do meu
quarto, eu posso fazer um aplicativo, vender para o Vale
do Silício e ganhar muito dinheiro. Ou seja, além de micro,
eu posso ser um nanoempreendedor”, exemplifica Cláudia.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias
Exportadoras de Carnes, o Brasil é o maior exportador
mundial de carne bovina. Segundo a Organização Mundial
do Comércio, o Brasil é o maior produtor de soja no mundo.
Para Cláudia, entretanto, o país poderia estar enviando para
o exterior outros tipos de produtos. “A gente poderia estar
exportando games, aplicativos. O agronegócio é insustentável.
A gente devia estar protegendo o açaí, porque ele
gera uma série de infinitas coisas. O que se pode fazer de
design dessa fruta é uma coisa magnífica. O açaí oferece uma
gastronomia fantástica. É muito mais fácil apostar nesse tipo
de negócio do que no agronegócio, por exemplo”, sugere.
Em 2011, foi criada a Secretaria da Economia Criativa
do Ministério da Cultura. A atribuição principal
era formular e implementar políticas públicas para essa
dinâmica econômica, que perpassava a criação, consumo/
distribuição e até exportação dos produtos. Cláudia esteve
à frente do projeto, no entanto, o órgão foi descontinuado,
durando apenas dois anos.
“A Classificação Nacional das Atividades Econômicas
(CNAE) é quem define as profissões. Artistas de rua, grafiteiros,
por exemplo, se encaixam em pintores de parede.
Designers de moda? Não estão na lista. Chefs de cozinha?
Também não. As profissões criativas não aparecem nessa
lista. E aí a Secretaria durou apenas dois anos. Ela foi um
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verdadeiro cometa. E descontinuou porque não havia, e não
há mais, nem Ministério da Cultura. O Brasil continua com
o desenvolvimento de cultura de séculos atrás”, critica.
VANGUARDA LOCAL
Cláudia Leitão resgata o nome do artesão e mestre da
cultura Espedito Seleiro para ilustrar como se encaixam os
incentivos necessários ao eixo criativo da economia. “Todo
mundo quer uma sandália dele. Uma bolsa. Uma cadeira.
Mas qual política protege o seu Espedito? Qual política
protege a dona Maria que trabalha na Beira-Mar vendendo
roupas que ela mesma produz? Nós temos uma diversidade
muito grande de indígenas, quilombolas, mestres
da cultura produzindo por aí. Essa turma toda trabalha,
mas não tem apoio algum. Eles trabalham do jeito que
podem, mas muitos estão em trabalhos informais. A gente
não tem dados, nem informação. Falta pesquisa para catalogar
isso tudo”, atesta.
O Ceará, em 2019, teve implantada na Agência de Desenvolvimento
do estado do Ceará (Adece), a Câmara Setorial
de Economia Criativa. “Essa Câmara reconhece alternativas
para o desenvolvimento do estado nos próximos 30, 40 anos.
É o Plano Ceará 2050”, resume. A capital também tem um
plano que engloba economia criativa.
“Fortaleza tem o plano Fortaleza 2040. É formado por 33
planos. Eles versam sobre educação, saúde, trabalho, energia,
segurança e tem um que fala de economia criativa. E isso vai
ser repassado de gestão em gestão para que a gente tenha,
daqui uns anos, um modelo de gestão econômico criativo.
Não é algo que se faz de um dia para o outro”, detalha. ¤
PODER 43
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PODER 45
CAPA
46 GENTE GALERIA MT
HISTÓRIAS PESSOAIS E
UNIVERSAIS
DIRETOR PREMIADO DENTRO E FORA DO BRASIL, KARIM
AÏNOUZ TRANSFORMA AS PRÓPRIAS VIVÊNCIAS EM FILMES
QUE LEVANTAM DISCUSSÕES ATUAIS E URGENTES
FOTOS MARÍLIA CAMELO
capa 47
Usar as próprias vivências como referência
para a criação artística é um processo
comum: acontece na pintura, na dança,
no teatro e também no cinema. “Fazer
cinema, contar histórias é um ato de liberdade
absoluta. Então por que não trazer
experiências próprias?”, argumenta o cineasta cearense
Karim Aïnouz, 53. Encontros e despedidas, amores mal
resolvidos, relações familiares e distâncias geográficas
foram algumas memórias que guiaram filmes dirigidos
por Karim. O que o faz único, contudo, é a maneira
como ele universaliza dramas aparentemente individuais
e, mais que isso, identifica sempre o momento
correto de trazer esses enredos à tona, adequando-os
à urgência do que se discute no mundo. “Aprendi que
é muito importante não ter medo de se colocar nas
histórias que você conta, e também se perguntar se o
que você está contando tem alguma relevância naquele
momento”, estabelece.
A mais recente história contada por Aïnouz em
enredo cinematográfico foi “A Vida Invisível”, baseado
no romance da escritora carioca Martha Batalha e
que aborda a relação de duas irmãs que acabaram se
distanciando pelas circunstâncias da vida. Para além
disso, o filme trata das limitações que a sociedade
machista impõe às mulheres, de sonhos que foram
apagados e vetados de serem concretizados. Conta
ainda sobre a mãe de Karim, Iracema Lima Aïnouz,
que ele imediatamente identificou ao ler a história
do livro. E puxa, ainda, outra narrativa: a do diretor
cearense que teve um filme indicado para representar
o Brasil na corrida ao Oscar 2020. “Apesar de ter sido
filmado no Rio de Janeiro, esse filme tem um DNA
nordestino, cearense”, orgulha-se Karim.
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“É muito importante
a gente ter luz
sobre os lugares
de resistência e
exuberância do
Brasil, e fico muito
orgulhoso de estar
fazendo parte
disso”, assume.
A notícia da candidatura ao Oscar chegou ao
cineasta pela internet, mas foi confirmada com uma
ligação de ninguém menos que Fernanda Montenegro,
aclamada atriz que já esteve na disputa pela estatueta
da academia de cinema e que integra o elenco de “A
Vida Invisível”. “Faz muito tempo que a gente não
chega nos nove escolhidos ou nos quatro finais. Mas,
mais do que isso, é importante para dar visibilidade
ao cinema brasileiro num momento em que ele está
sendo colocado em cheque”, defende, comprovando
a tese de que não apenas os filmes, mas os próprios
acontecimentos da vida de Karim são contemporâneos
a discussões em alta.
Em dezembro, a Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas de Hollywood divulgou a lista dos
longas estrangeiros finalistas na disputa pelo Oscar e,
infelizmente, a produção de Aïnouz não foi contemplada.
Mas, por ora, a escolha brasileira por um longa
dirigido por um cearense, e que aborda com tanto
cuidado temas sensíveis no cinema deve ser celebrada
como uma conquista. “É muito importante a gente
ter luz sobre os lugares de resistência e exuberância
do Brasil, e fico muito orgulhoso de estar fazendo
parte disso”, assume.
NARRATIVA EM CONSTRUÇÃO
A próxima produção de Karim Aïnouz ainda não
está pronta, mas já retrata a fusão das buscas pessoais
do cinesta e dos temas coletivos. Em 2019 ele fez
uma viagem para a Argélia, terra natal do pai, onde
pretendia iniciar as pesquisas para produzir um filme
que contasse a história de amor quase impossível entre
o argelino e a cearense, no início da década de 1960.
“Depois de ‘A Vida Invisível’, eu fiquei com muita
vontade de falar desse outro lugar, um país que eu
não conhecia. Cheguei na Argélia em 14 de fevereiro
e no dia 22 começou um movimento popular pacífico
fortíssimo com a determinação de se retomar um
governo democrático. Foi um presente da vida: nunca
ter isso nesse lugar, que é também minha casa, e ter
descoberto um negócio acontecendo e que é muito
importante”, reconhece.
Durante o período em que ficou no país norte-africano,
Karim acompanhou o dia de um ativista argelino,
filmando tudo com um celular devido à proibição do
uso de câmeras na região. “Foi muito bonito, a essa
altura do campeonato, poder fazer um documento
sobre um processo revolucionário”, conta, lembrando
da relação, mesmo que distante, entre o movimento
da Argélia e as ebulições políticas que têm marcado
especialmente países da América Latina.
PRODUÇÃO COLETIVA
Residente na Alemanha, com uma trajetória itinerante
e alma de viajante, Karim não abandona as raízes
e demonstra ter uma profunda relação com a terra onde
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nasceu. Ele visita Fortaleza pelo menos seis vezes ao ano,
principalmente devido à atuação como tutor de projetos em
um dos Laboratórios de Criação da Escola Porto Iracema
das Artes. “É um projeto inacreditável, sem nenhuma
arrogância e querendo se mostrar, mas é único no Brasil e
muito singular no mundo”, define.
Anualmente, o Laborário seleciona seis projetos de
audiovisual que serão integralmente acompanhados por
tutores, desde a sinopse da história, desenvolvimento dos
personagens até a versão final do roteiro. “Durante muitos
anos fui instrutor de laboratórios mundo afora e neles você
encontrava o autor uma vez. Eu sentia que deixava um
monte de órfãos, porque dava uma tutoria e ia embora”,
compara. Até o ano passado, o Laboratório já contava
quase 40 projetos em formação, sob a tutoria de Karim
e mais dois cineastas, além de uma equipe de produção e
consultoria. “É um projeto de sucesso também no sentido
financeiro, porque trouxemos dinheiro pro estado com as
produções feitas aqui, de roteiros que vieram do Laboratório”,
completa Aïnouz.
O "CELEIRO" CEARENSE
Reconhecendo o papel político do cinema, Karim se
diz grato não apenas por poder orientar jovens cineastas
no Ceará, mas por ter ajudado a construir as bases do que
transformou o nosso estado em um celeiro do audiovisual.
“Temos escolas de formação incríveis, a Vila das Artes, Casa
Amarela (Eusélio Oliveira), a UFC (Universidade Federal
do Ceará), a Unifor (Universidade de Fortaleza), o Porto
Iracema das Artes — que é a menina ou o menino dos meus
olhos —, você tem uma gama de formação de profissionais
no audiovisual que é singular. E não é só pra fortalecer
uma Hollywood, mas pra ser um lugar de formação de
contadores de histórias, ou não contadores, do cinema
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experimental. É um espaço de ebulição de profissionais
que imaginem, sonhem e pensem o audiovisual”, define.
O resultado desse solo fértil para as telonas no Ceará
teve dois grandes expoentes em 2019: “A Vida Invisível”,
que conquistou prêmios como o Grand Prix, da Mostra
Certain Regard, no Festival de Cannes, e três troféus na
Semana Internacional de Cine de Valladolid, na Espanha;
e "Pacarrete", filme do diretor cearense Allan Deberton,
que venceu oito categorias no 47º Festival de Cinema de
Gramado. “A gente tá colhendo frutos de ações que foram
implantadas há muito tempo. Não são prêmios acidentais,
são consequência de políticas de apoio ao audiovisual,
do trabalho de duas gerações”, argumenta Aïnouz.
Quando Karim começou a fazer cinema, no fim da
década de 1980, até mesmo o transporte dos rolos de
filme para o Ceará era difícil porque não havia latas que
coubessem o material. “Eu lembro que fiz um curta em
1994, que eram cinco dias de filmagens. No segundo dia,
quebrou a câmera, e aí, como faz pra consertar?”, recorda.
"NÃO TEM UMA OBRA"
Responsável pela direção de 14 filmes — entre os quais
estão sucessos como Madame Satã (2001), O Céu de Suely
(2006), O Abismo Prateado (2011) e Praia do Futuro (2014)
—, Karim ainda não assume as próprias criações como uma
obra. “Não tem um projeto, uma obra. Eu fico fazendo uns
filmes aí, faço um filme, faço outro, não tem um cálculo”,
brinca. De comum em todas essas produções está a vontade
de trazer à tona alguma história, necessidade que parece
sempre presente em Karim. “Cada filme pra mim é como
se fosse um novo caso de amor, mais do que qualquer
coisa, é um assunto que te dá tesão e que é importante
falar naquele momento”, declara. ¤
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TOQUE MT
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TOQUE
MT
SPAGHETTI
AO MOLHO DE VÔNGOLE
POR ANA CLÁUDIA MACÊDO FOTOS ALEX CAMPÊLO
Refeições especiais, às vezes, demandam uma preparação mais elaborada — processo que começa ainda na escolha dos ingredientes.
A empresária Ana Cláudia Macêdo gosta de se dedicar ao preparo de uma de suas receitas favoritas: spaghetti com vôngole. Tipicamente
italiana, a receita tem como diferencial o molusco que, apesar de ter se popularizado nas cozinhas da Itália, é encontrado também na
costa brasileira. “Quando faço no sábado à noite, eu compro ainda de manhã. Os vôngoles devem ser comprados vivos e deixados em
uma panela com água e sal por mais ou menos cinco horas, trocando a água a cada duas horas, para que eles fiquem limpos. Os vôngoles
que não abrem na panela, não servem para o consumo”, detalha Ana Cláudia. “Depois desse processo, o preparo é super simples”, garante
ela, que classifica a receita como “dos deuses”.
Tempo de preparo: 20 minutos (mais cinco horas de pré-preparo do vôngole)
Rendimento: 4 porções
Ingredientes:
- 400 g de spaghetti Adria Grano Duro
- 1 kg de mini vôngoles devidamente limpos (o
processo completo leva cinco horas de molho
na água com sal)
- 1 xícara de vinho branco seco
- 1 cebola grande picada
- 2 tomates picados
- 4 colheres de sopa de margarina Amorela
- 2 colheres de sopa de pimenta biquinho
- salsinha à gosto
- sal à gosto
Modo de preparo:
- Cozinhe o spaghetti Adria Grano Duro até ficar “al dente”. Reserve.
- Refogue na margarina Amorela a cebola, os tomates, a pimenta biquinho e
tempere com sal e pimenta. Acrescente o vinho branco e deixe evaporar.
- Coloque os mini vôngoles e deixe cozinharem até que as conchas abram.
Os vôngoles que não abrirem deverão ser descartados. Se preferir, adicione
mais margarina e vinho para deixar o molho mais encorpado.
- Acrescente o spaghetti Adria Grano Duro e finalize com a salsinha picada.
Para ver o passo a passo dessa e outras receitas se inscreva em nosso #CanalMT, do YouTube!
/MTRAVESSONI
toque MT 59
DEGUSTES
Por Lucas Farias
Brinde fresh
o ano inteiro
FOTOS MARÍLIA CAMELO
Tão símbolo do
verão quanto
banho de mar
e bronze é
regar o dia com
drinks cheios
de frescor — e foi justamente
o clima dos primeiros meses
do ano que inspirou a criação
de uma das minhas primeiras
bebidas autorais, ainda em 2009.
Inicialmente batizado de Fresh
Apple, em 2015 ele passou a se
chamar One, Two, Apple e leva
vodca, xarope de maçã verde,
soda e um toque de limão, para
garantir uma suave acidez e
permitir que a característica da
maçã seja o destaque de sabor.
E apesar de ter como
referência o calor do Brasil,
especialmente do Nordeste,
a ideia do One, Two, Apple
surgiu quando um amigo me
presenteou com uma vodca
gaseificada saborizada com
maçã-verde, sucesso nos
Estados Unidos naquela época.
Foi então que comecei a
fazer testes, incorporei o xarope
e vi a bebida virar sucesso em
bares e festas da capital. Hoje,
o One, Two, Apple está entre os
pedidos favoritos de eventos
e foi incorporado em diversas
cartas de bebidas de restaurantes
em Fortaleza.
Contudo, temos a dádiva de
morar na terra que faz sol e se
60 GENTE MT
→→LUCAS FARIAS É FLAIR BARTENDER
E FUNDADOR DA ONE, TWO DRINK!,
COM CARDÁPIOS PERSONALIZADOS PARA
EVENTOS E BEBIDAS AUTORAIS
curte o verão praticamente o ano
inteiro, o que abre a possibilidade
para testarmos drinks leves e
refrescantes com o sabor de
diversas frutas.
Para essas misturas, a vodca
é sempre minha escolha por ter
um teor alcoólico satisfatório e ser
neutra no paladar, valorizando mais
ainda a sensação dos outros ingredientes
que vão no copo ou taça.
E entre as frutas campeãs de sabor
está a siriguela, que tem safra
abundante na segunda metade do
ano e resulta em uma caipirosca
absolutamente sensacional, cheia
de tropicalidade e frescor.
Seja com maçã-verde, siriguela
ou qualquer outra fruta, essa
experiência de sabores pode ficar
ainda mais divertida a partir das
diferentes combinações que um
drink pode ter. O importante é
garantir um brinde refrescante e
com a leveza que o verão pede.
degustes 61
GASTRONOMIA
Toque
de mestre
O CHEF POTIGUAR MARCOS MONTEIRO TROUXE A EXPERIÊNCIA QUE
ADQUIRIU TRABALHANDO NOS MELHORES RESTAURANTES DO PAÍS PARA
O SERVIÇO DE CATERING QUE MANTÉM HÁ QUATRO ANOS NO CEARÁ
FOTOS: MARÍLIA CAMELO
62 GENTE MT
Cada prato montado cuidadosamente por Marcos
Monteiro revela um aspecto de sua identidade
como chef de cozinha: ingredientes ricos em
sabores e aromas, cores que despertam o paladar
de forma instantânea e, claro, apresentação
impecável. Ao longo dos mais de 20 anos de
carreira, o mestre-cuca potiguar — que fez do Ceará sua
casa — construiu um estilo gastronômico próprio, unindo
experiências com variados tipos de culinária e o desafio de
atender aos desejos de públicos exigentes.
Marcos vive há apenas oito anos em terras cearenses,
mas já é um dos chefs mais renomados do estado. Passou pelo
L’Ô Restaurante, na Praia de Iracema, e pelo Soul Gourmet,
no Parque Manibura, antes de criar, ao lado da esposa e
sócia Rejane Costa, o serviço de catering que carrega seu
sobrenome, a Monteiro Gastronomia.
A empresa consolida a paixão pela culinária que ele
desenvolveu quando ainda era menino, em Natal, no Rio
Grande do Norte. Aos domingos, gostava de observar a mãe
preparando o almoço de família, em especial uma suculenta
galinha caipira — especialidade da matriarca. Já nessa época,
sabia que sua relação com a comida ultrapassava a simples
necessidade de se alimentar.
“Acompanhava minha mãe cozinhando, temperando e
achava muito bonito o jeito como ela pegava uma simples
carne e transformava numa mesa riquíssima, onde a família
se reunia. Meu interesse nasceu dali”, recorda Marcos.
ESCOLA DA VIDA REAL
O primeiro emprego foi em uma padaria ainda em
Natal, onde se dividia entre o balcão, atendendo os clientes,
e a cozinha, fazendo massa de pão. Quando a primeira opor-
gastronomia 63
GASTRONOMIA
tunidade surgiu, foi morar em São Paulo, aprender culinária
na capital brasileira da gastronomia. Chegou adolescente,
com apenas 16 anos, e só saiu duas décadas depois.
Durante o tempo que passou na cidade, acumulou
cursos na área e passagens por 11 casas. Começou do zero,
descascando batata e picando salsinha. Depois, conseguiu
trabalho em uma rede italiana na produção de molhos
e outras bases que seriam distribuídas aos restaurantes.
“Eu ainda era muito jovem, cheio de vontade de crescer na
cozinha, fazer minha história. Assim que consegui, peguei
minha ‘graninha’ e fui para a Águas de São Pedro, escola de
gastronomia do Senac [Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial]. Passei dois anos lá estudando”, conta Marcos.
Em São Paulo, Marcos experimentou quase toda a
culinária mediterrânea, em especial as cozinhas italiana,
francesa e espanhola, que serviram de inspiração para seu
trabalho. O famoso Bar des Art, então comandado pelo
restaurateur Giancarlo Bolla, é, até hoje, referência gastronômica
para o potiguar. Embora tenha fechado as portas em
2014, o restaurante se manteve por mais de 20 anos entre
os mais disputados da capital paulista, com um requintado
cardápio baseado em pratos clássicos da Itália e da França.
64 GENTE MT
“Lá, eu conheci o porquê de um grande e bom restaurante:
o melhor caviar, o melhor peixe, os melhores pratos,
melhor treinamento de cozinheiro, melhor ambiente,
melhor espaço”, enumera. “Foi onde terminei minha
formação e me especializei”, acrescenta.
ASSINATURA PRÓPRIA
Esse repertório veio com Marcos para o Ceará em 2011
e fundamentou a criação da marca Monteiro Gastronomia,
há quatro anos, com foco no catering. O chef, que já realizava
a atividade paralelamente, deixou os restaurantes para se
dedicar integralmente à preparação de pratos para eventos.
O segmento não era novidade no mercado gastronômico
cearense, mas faltava refinamento, lembra. “Achei
que Fortaleza precisava ter esse trabalho refinado. Não é só
volume, o foco é levar excelência de serviço. Não vendemos
uma simples comida, vendemos experiência”, descreve.
Para formular os cardápios, o chef concilia seu estilo
aos gostos dos clientes. O trabalho é uma parceria,
diz Marcos, mas se torna mais desafiador à medida que
os consumidores vão aumentando o nível de exigência.
Segundo ele, os cearenses têm paladares simples: gostam
de comida farta, mesas coloridas e aromas marcantes.
No entanto, quanto mais contato possuem com as culinárias
de outros estados e países, mais altos são os padrões. É aí
que entra o toque do chef.
“Nosso grande parceiro é o cliente. Ele viaja, come algo
diferente e fala da experiência. Eu me inspiro a partir
disso”, diz. “Mas o grande responsável pelo crescimento
da gastronomia no Nordeste é o consumidor. Nós desenvolvemos
o prato, mas quem vai aprovar é quem vai
consumir”, finaliza. ¤
gastronomia 65
ARTE
OLHAR DE
FOTÓGRAFO
DO MENINO QUE NÃO GOSTAVA DE FOTOGRAFIA
À REFERÊNCIA COMO RETRATISTA, BOB WOLFENSON RETRATA
MEMÓRIAS E CLICA CAUSOS DA PRÓPRIA VIDA
FOTOS MARÍLIA CAMELO
A
primeira câmera veio aos 12. “Uma Beirette, vagabundésima,
daquelas que comprava em papelaria”. Não se
tornou fotógrafo por vocação. O pai morreu quando
tinha 15 anos. Precisou procurar emprego. Encontrou
em um estúdio fotográfico, mas não gostava muito
daquilo. Achava a fotografia de estúdio chata,
mecânica, litúrgica. Foi se tornando fotógrafo aos poucos.
De degrau em degrau, o paulista Bob Wolfenson se tornou uma
das referências nacionais como retratista, fotógrafo de nus e
de moda. Na passagem por Fortaleza no ano passado, para a
mostra "Retratos", seu trabalho de 2018 e que ficou em cartaz no
Museu da Fotografia Fortaleza, Wolfenson resgatou lembranças
de ensaios com famosos, debateu sobre a democratização da
fotografia e garimpou fotos tiradas no próprio celular.
O gosto pela fotografia foi sendo construído aos poucos.
Dentro do estúdio, agregou vícios e contaminou o olhar.
Precisava de identidade. “Uma hora eu me tornei fotógrafo
e foi aí que eu comecei a me achar medíocre. Porque eu não
sabia de nada. Daí eu larguei tudo e fiz uma ruptura”, conta.
Aos 28 anos, vendeu o que tinha para morar nos Estados
Unidos. Mandou cartas para vários fotógrafos famosos pedindo
uma oportunidade de emprego. “Quem me respondeu foi o
Bill King. Então eu fui trabalhar com ele. Foi um marco na
minha vida”, afirma.
Wolfenson passeou por várias categorias da fotografia.
Publicidade, nus, projetos pessoais... O gênero retrato,
66 GENTE MT
entretanto, norteou o talento dos seus cliques. “A coisa
mais permanente da minha vida são os retratos. Desde os
primórdios até hoje, convivendo com todas as disciplinas da
fotografia, o trabalho de retrato sempre foi meio permanente”,
relata. A mostra "Retratos", de 2018, evidencia o talento e a
qualidade do fotógrafo. Não à toa, foi aclamada como uma
das melhores do ano, com extensa repercussão de público e
crítica, e uma seleção preciosa e histórica de fotografias dos
50 anos de carreira.
“Fotografar Caetano é fácil. Ele é muito meu amigo”. Nomes
como Gisele Bündchen, Chico Buarque, Gilberto Gil, Dilma
Rousseff, Elis Regina, José Wilker... Alguns desses retratados
em menos de meia hora. “Eu acho que um retrato não pode
durar mais de vinte minutos. Acho mesmo! Todo mundo fala
isso. Porque depois você começa a incomodar. Às vezes cinco,
dois... às vezes no primeiro (minuto)! Mas é claro que você tem
que fazer mais”, brinca.
AVENTURA EM PARIS
Fotógrafos que representam grandes ícones para Bob
Wolfeson também foram capturados pelas lentes dele. “As fotos
com o Sebastião Salgado foram muito especiais. Não surgiu
de nenhum pedido, eu mesmo que pedi. Eu me ajeitei para
fazer para uma exposição em São Paulo. E quando eu estava
nos momentos de edição, eu falei: 'poxa tem uma pessoa nesse
meu panteão que eu sinto falta. Sebastião Salgado'".
arte 67
ARTE
Wolfenson articulou os contatos para chegar a Salgado,
conversou com o assessor e ouviu que o fotógrafo não
estava no Brasil. “Ah, ele está em Paris? Ok. Pois eu vou
lá fazer as fotos”. E foi. Chegou na França numa terça,
fotografou na quarta e voltou na quinta. “Acho que pelo
fato de eu ter tido o comprometimento de ir, ele foi muito
solícito. Em 15 minutos eu fiz as fotos. Ele perguntou se eu
estava lá há uns dias. Eu disse que tinha ido apenas para
fotografá-lo. Então ele me chamou para fazer mais fotos,
fomos para a rua, num restaurante, ele me pagou um ótimo
almoço, andei com ele por mais de uma hora. Ele foi muito
gentil”, regozija-se Bob.
DEMOCRATIZAÇÃO DA FOTOGRAFIA
A abertura de um obturador determina o tempo de
entrada da luz na câmera. O diafragma precisa a quantidade
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de luz que irá ser capturada através das lentes. Hoje em
dia é possível substituir toda essa teoria por um clique
na tela de um celular. Quem tem um smartphone, pode
fazer quantos registros a memória do aparelho permitir.
No entanto, o fotógrafo paulista aponta que a facilidade em
disparar flashes por aí pode até ter gerado o crescimento
da quantidade de registros, o que não quer dizer que a
qualidade tenha seguido o mesmo ritmo.
“Democratizou sim. Para o bem e para o mal. Nunca
houve tantas fotos ruins como as fotos ruins de hoje. Foto
ruim no sentido de banalização, de uso de efeitos, padrão de
mídia social, de luz, filtros. Acho que é dar uma relevância
para aquilo que não tem”, critica. Por outro lado, quantidade
também revela qualidade. E novos talentos.
“Tem muita gente boa (nas redes sociais) que talvez não
tivesse a possibilidade de ser fotógrafo. Antes, para ser
fotógrafo, você precisava saber matemática, física, química
— se você tivesse que revelar as coisas. O sarrafo já era
muito alto”, observa. Para Wolfenson, entretanto, o real
entendimento da arte de fotografar continua sendo para
poucos. “Ficou empírico. Você não precisa mais conhecer
(do assunto). E eu não reclamo disso. Porque sempre atrás
de uma câmera precisa de alguém com ideias, com técnicas,
com estilos”, assevera.
BOB SEM LENTES
No estúdio, o paulista recebe os equipamentos já em
ponto de fotografar. Nesta entrevista, a timidez só apareceu
para surpreender ao dizer: “Eu não sei operar uma câmera
sozinho”. Mas a explicação veio logo em seguida. “Às vezes
arte 69
SOBRE
BOB WOLFENSON
Publicações em que trabalhou
- Folha de São Paulo
- Veja
- Vogue
- Elle
- S/N
- Playboy
- Harper’s Bazaar
- Marie Claire
- Rolling Stone
Livros publicados
- “Jardim da Luz” (Editora DBA/
Companhia das Letras, 1996)
- “Moda no Brasil por Brasileiros”
(Cosac Naify, 2003)
- “Antifachada-Encadernação
Dourada” (Cosac Naify, 2004)
- “Cinépolis” (Schoeler, 2009)
- “Apreensões” (Cosac Naify, 2010)
- “Belvedere” (Cosac Naify, 2013)
- "24x36" (Schoeler Editions, 2013)
- “Bob Wolfenson” (Terra
Virgem Edições, 2017)
Exposições
- “A Caminho do Mar”, 2007
- “Nósoutros”, 2017
- “Modos de Ver o Brasil“, 2017
- "Retratos", 2018
me ligam para me perguntar qual o último lançamento de
câmera. Eu sei lá. Sei nada de câmera. Nada. Quem sabe são
meus assistentes, que são jovens e se interessam, querem
saber o último lançamento. Pergunta para eles que eles
sabem. Eu tenho até vergonha de falar isso”, revela.
“Dentro do estúdio, eu não sei nem qual o diafragma que
eu estou usando. Mas daí numa hora eu paro e falo que está
fora de foco. Porque eu conheço. Tecnicamente, eu sei muita
coisa. Mas eu pouco presto atenção a esses outros detalhes.
Eu presto atenção ao meu foco e à minha imagem”, pontua.
Mesmo fiel ao mundo analógico, Bob não se isenta de
redes sociais. Uma vez fotografou alguém aleatório em Nova
York e publicou no Instagram. O resultado o surpreendeu.
“Eu estava com o celular, vi uma cena que eu achei interessante,
tirei a foto, cheguei no hotel, postei. O cara que
foi fotografado se viu. Ele falou comigo. Disse que tinha
adorado. Entende o alcance disso?”, diz Bob, atento, que só
olhou o celular duas vezes durante a entrevista. A primeira
para atender a um telefonema e a segunda para mostrar a
foto tirada em NY. ¤
70 GENTE MT
UNIFOR
A MELHOR.
SEMPRE!
INSCRIÇÕES ABERTAS 2020.2
THAIS SANTANA
ALUNA UNIFOR
Ingresse com a
nota do ENEM
INSCREVA-SE EM
UNIFOR.BR
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uniforcomunica
arte 71
DESIGN & DÉCOR
Telas
tamanho máster
ILUSTRADORAS, DESIGNERS E ARTISTAS LEVAM
A PRÓPRIA ASSINATURA PARA GRANDES MURAIS,
UNINDO INTERVENÇÃO ARTÍSTICA E DÉCOR ORIGINAL
FOTOS MARÍLIA CAMELO
72 GENTE MT
A ARTISTA PLÁSTICA
OLGA LEITE
Barbosa ilustrou a
primeira parede na
década de 1970
Com um pincel na mão — ou até mesmo sem ele —,
Thiliê Aragão, Rebeca Melo e Olga Leite Barbosa
colorem o mundo por onde passam. Cada uma
com um estilo próprio, essas artistas, pintoras,
ceramistas ou seja qual for a designação artística,
elegeram paredes em branco como tela para as
próprias criações e levam para ambientes uma assinatura
única, que tem um toque de arte, design, decoração e,
sobretudo, personalidade.
Thiliê Aragão é graduada em Publicidade, chegou a
trabalhar em agências, arriscou-se na Arquitetura e se
aventurou pela Psicologia, até que decidiu apostar no dom
natural que tinha. “Abri a Bossa on The Wall. Só que a ideia
no começo era vender poster de músicas ilustradas. E assim
eu comecei. Eu não sabia o que era lettering, na época,
por exemplo. Nunca tinha feito curso”, revela. O trabalho
com pôsteres, entretanto, durou apenas quatro meses.
Na mesma época, o boom das grandes lousas negras que
preenchiam paredes virou moda e ela decidiu investir.
“O primeiro cliente me pediu que fizesse um desenho para
adesivar uma parede. Eu sempre achei que o acabamento
do adesivado não ficava bom. Pedi para pintar direto na
parede. E desde então, esse é o nosso carro-chefe”, detalha.
Entre os detalhes priorizados por Thiliê antes de
aplicar a assinatura em uma superfície, a qualidade da
tinta é determinante. “Eu sempre peço que seja esmalte
DESIGN & DéCOR 73
DESIGN & DÉCOR
sintético fosco. A coisa que eu mais prezo é o trabalho de
finalização da parede. Sempre peço que a parede esteja bem
pintada. Eu já deixei de fazer trabalhos porque a parede
estava mal pintada, mal acabada, cheia de bolhas. Eu até
podia riscar, mas o risco de descascar e ter que fazer de
novo era enorme”, esclarece.
A maior satisfação da artista ao ver uma parede assinada
com o próprio nome, garante Thiliê, é o reconhecimento
do cliente: ainda que a criação seja dela, a busca é sempre
retratar o outro. “Meu trabalho é sentar, conversar com
a pessoa e entender o que ela quer comunicar. O meu
trabalho é traduzir isso para a arte. Eu quero que vejam a
vibe daquela pessoa, não quero que vejam a arte da Thiliê.
Eu ajudo o outro a se expressar, sou apenas o meio. A minha
satisfação maior é o cliente olhar e dizer que era mais do
que ele estava esperando. Aí sim eu consegui atingir o
meu objetivo”, conclui.
PAREDES AQUARELADAS
Íntima do desenho desde pequena, Rebeca Melo também
migrou do papel para os murais. “O universo das minhas
artes não deixa de ter um toque fashion, muitas vezes utilizando
materiais e colagens como tecidos e aviamentos.
Murais são o que mais amo fazer. Imagino a parede como
se fosse uma enorme tela”, conta.
Hoje, Rebeca atua como estilista e ilustra murais sob
encomenda. “No papel você acaba tendo maior controle da
tinta, principalmente por ser sobre uma mesa. Isso no meu
caso, porque quase sempre eu uso aquarela, então existe
uma demão grande de água e reproduzir isso na parede ou
numa tela em pé se torna um pouco mais complicado por
acabar escorrendo muito”, explica.
Para Rebeca, murais em paredes aparecem como uma
maior tendência hoje em dia. “Hoje os clientes procuram
algo mais especial, feito sob encomenda, mais artístico e
exclusivo, com cara de feito à mão. É muito diferente de
comprar um papel de parede pronto. A pintura manual
traz um charme diferente, um significado único”, detalha.
O traço sutil de Rebeca aparece principalmente em
quartos de bebê, quando ela abraça o sonho das mães com
quem conversa antes de pintar uma parede. “A pintura
manual é tão única e serve como extensão desse sonho da
CRIADORA DA
"BOSSA ON THE
WALL", THILIÊ
ARAGÃO diz que
o trabalho dela é
ajudar o outro a
se expressar
74 GENTE MT
AS TELAS DE
REBECA MELO
são em tamanho
máster: paredes de
quartos infantis, na
maioria das vezes
mamãe em receber o bebê no cantinho mais poético, assim
como ela sempre imaginou. Existe um grande significado
nisso. Me sinto honrada por ser escolhida para, através do
trabalho das minhas mãos, poder gerar felicidade no coração
das pessoas”, reflete.
CERÂMICA, PAREDES E ONDE MAIS PUDER
No caso da artista plástica Olga Leite Barbosa, 70 anos,
os pinceis são as próprias mãos, que ela utiliza para moldar
peças em cerâmica e ilustrar essas superfícies. “Para algumas
superfícies eu prefiro a tinta à base d'água. A tinta acrílica
eu acho que desliza com menor facilidade. Quando é pintura
aquarelada, a base é a transparência. Com suavidade, leveza,
que com a água você consegue trabalhar melhor”, explana.
Uma das primeiras paredes pintadas por Olga foi na
década de 1970, na casa de uma vizinha e hoje os trabalhos
dela estão impressos tanto em porcelanas quanto quartos de
bebê ou muros de igrejas — tudo feito com amor. “Eu gosto
de me desafiar, de ser arrojada, desafiadora. Quando
vejo minha assinatura nas obras, é algo que não consigo
definir. É uma alegria muito grande ter atingido esse ponto.
Tem muito de vaidade também, claro. Mas é muito bom
saber aonde cheguei. E tudo isso foi à base de muito amor
e estudo pelo que faço”, finaliza. ¤
DESIGN & DéCOR 75
TOQUE MT
Consulta jurídica
O ADVOGADO WERNER FEITOSA SE POSICIONA NO MERCADO
COMO PROFISSIONAL QUE ORIENTA A TOMADA DE DECISÕES
NAS EMPRESAS E PREVINE CONFLITOS JURÍDICOS
FOTOS ALEX CAMPÊLO
As burocracias e litígios associados ao departamento
jurídico da maioria das empresas têm
outra perspectiva na visão do advogado Werner
Feitosa: situações para as quais ele tem solução.
Mais que isso, o fundador do escritório Werner
Feitosa Advogados Associados atua de maneira
a orientar empresários e gestores para que as
decisões administrativas sigam o melhor caminho,
longe de conflitos. “Minha equipe é treinada para
advogar de forma diferente da tradicional — que é
focada em ajuizar processos judiciais. Eles são
orientados para o que chamo de advocacia
consultiva, que consiste atuar gerindo crises,
focando em soluções e desenvolvendo, inclusive,
prevenções para que os litígios não cheguem aos
tribunais”, detalha Werner.
Essa atuação diferenciada começou a ser
moldada ainda no início da carreira do advogado,
que sempre se interessou em entender
os processos administrativos e produtivos das
empresas. “Tinha curiosidade em aprender como
as companhias funcionavam, onde estavam os
lucros, os gargalos e as dificuldades de cada
empresa, independente do segmento de atuação”,
lembra. Para Werner, o setor jurídico não deve
ser visto como aquele que “dá despesas para
a empresa”, mas como um departamento de
negócios, uma vez que visa conectar pessoas e
empresas para viabilizar negócios.
Com quase 13 anos de mercado e filiais do
escritório em Brasília e São Paulo, além da sede
em Fortaleza, Werner Feitosa praticamente definiu
a função (e o termo) advogado executivo —,
e chegou a ocupar cargos no conselho deliberativo
de grandes empresas, guiando gestores na
tomada de decisões. “Processos judiciais, muitas
vezes, distanciam as partes da solução do conflito,
e podemos trabalhar para não precisar chegar
nesse estágio”, arremata. ¤
Serviço
Werner Feitosa
Advogados Associados
Fortaleza — Brasília — Rio de
Janeiro — São Paulo
Tel.: (85) 3212 0383
@wernerfeitosaa
76 GENTE MT
Você merece o
maior programa
de obras da
nossa história.
Mais escolas
Você merece sempre mais, muito mais.
Mais escolas, mais creches, mais postos
de saúde, mais espaços públicos.
Por isso, a Prefeitura de Fortaleza não para
de trabalhar e realiza o maior programa
de investimentos da nossa história: o
Mais Ação. São mais de 900 ações que
já estão mudando a vida de quem mais
precisa. E já pedimos desculpas pelos
Novas vias
transtornos causados por tantas obras
espalhadas pela cidade. Eles vão passar
e o que fica são os benefícios que
transformam Fortaleza em um lugar
melhor para a gente viver.
Novos postos de saúde
Horta Social
Prefeitura e você.
Uma Fortaleza melhor é a gente que faz.
toque mt 77
TOQUE MT
Puro êxtase
CORES E INSTRUMENTOS MUSICAIS DÃO O TOM
DA LUMI BEAT, PROJETO QUE LEVA EXPERIÊNCIAS
FORA DO TRADICIONAL ÀS FESTAS CEARENSES
FOTOS ALEX CAMPÊLO
Casamentos, aniversários, congressos, eventos em
alto-mar… Quando o assunto é festejar, a Lumi
Beat é nome de expertise e sabe como elevar a
vivência do público a um outro patamar, tendo a
alegria e a curtição como imperativos. Para além
da diversão esperada de qualquer festa, a Lumi
aposta em entregar uma experiência sensorial e musical.
O projeto é uma criação do empresário e DJ Thiago
Camargo, de 39 anos. Nascido no Paraná e criado na capital
do Mato Grosso do Sul, ele chegou ao Ceará dez anos atrás,
motivado pela paixão por kitesurf, seu esporte preferido.
Se a paixão foi o motivo para a vinda, foi também ela a
razão da permanência. Conquistado pela terra cearense,
Thiago decidiu não mais ir embora, e aqui fortaleceu a
carreira profissional.
PLURAL
O encanto pela música é característica de Thiago
desde a infância. Apesar de formado em Fisioterapia,
foi na cena musical onde ele se encontrou. “Eu adorava
mexer no toca discos dos meus pais e, também, gravar em
fitas cassete. Sempre fui bastante eclético se tratando de
gêneros musicais”, revela.
A relação com o som e a mixagem se estreitou durante
78 GENTE MT
os seis anos morando no Texas, Estados Unidos. Lá, Thiago
Camargo aprendeu boa parte do que sabe hoje, e não hesitou
em colocar os conhecimentos em prática. Ao desembarcar
em Fortaleza, o paranaense trouxe na bagagem o gosto pela
combinação de música eletrônica com instrumentos diversos.
“Meu primeiro trabalho nesse formato se deu com o guitarrista
Pedro Torres. Demos início ao projeto Rockin’Deep, unindo
as batidas das pickups a solos de guitarra, algo inovador até
então no estado do Ceará. Posteriormente, iniciei paralelamente
intervenções com saxofonista, percussionista, violinista
e até participação de vocalistas”, recorda o profissional.
ENERGIA MÁXIMA
A mistura de instrumentos que Thiago aplica em suas apresentações
desde o início, hoje se soma ao uso dos chamados
“Color Drums” — tambores luminosos que, além da função
sonora, cumprem importante papel visual na festa: transmitem
verdadeira explosão de cores e sensações no público,
criando uma atmosfera única. É esse o diferencial da Lumi
Beat, atualmente composta por Javier Gonzales, na percussão;
Pedro Torres, na guitarra; e pelo saxofonista Thyago Lima,
além do próprio DJ Thiago Camargo, na linha de frente.
Também é marca registrada do projeto a forte interação,
do começo ao fim do show. “Entrar em contato com o público
é palavra de ordem no nosso time e a animação é o carro-
-chefe. Acho muito bacana quando eles sobem, participam
do espetáculo. A mágica se completa ali. É de uma energia
sem igual o cliente poder vivenciar o que a gente sente lá de
cima”, dispara o DJ, há uma década responsável por dar novo
sentido às celebrações nas noites cearenses. ¤
Toque mt 79
ESPELHO
Guiado
pelo mar
Inspirado pelo
mood do verão,
Thiago Maciel
expandiu sua
influência digital
para o mundo dos
negócios e há quase
três anos comanda
a Studio Orla
FOTOS MARÍLIA CAMELO
80 GENTE MT
Olhar para Thiago Maciel é se deparar com
o verão alencarino personificado. Desde
sempre, o cearense de 28 anos tem na
praia um refúgio. É também o mar que o
inspira e faz fluir as ideias. Não por acaso,
“alma salgada” é o slogan da Studio Orla,
brand que ele criou em 2017 e traduz em vestuário
e acessórios o mood ensolarado do Ceará.
Os mais de 70 mil seguidores no Instagram não
negam o alcance digital do empresário. E os registros
mais antigos na rede social confirmam que a
vibe praieira é legítima e intrínseca a ele, anterior
à criação da Orla. A conexão com a natureza já era
imperativa, mas, agora, sob olhar mais apurado,
rende ideias. “Todo esse universo da praia, de ser
livre, é algo que me acompanha. Mas, atualmente,
quando viajo, cada detalhe é inspiração em potencial.
As cores do lugar, um pôr do sol, tudo pode
virar coleção”, explica.
Além de um novo momento profissional, a Studio
Orla também influencia o estilo de vida e os propósitos
de Thiago Maciel. A preocupação com o uso de
tecidos naturais nas peças, por exemplo, despertou
nele mais consciência e engajamento em relação a
questões sociais e ambientais. “Estamos trabalhando
na campanha de uma camisa que terá toda a renda
revertida para ONGs que estejam atuando na limpeza
das praias do Nordeste, atingidas pelos vazamentos
de óleo. Eu me envolvi tanto com a ‘persona’ da marca
que abracei causas como essa. É responsabilidade
espelho 81
minha e da Orla, também. Nós evoluímos juntos”, dispara
o influencer, reforçando que, mais do que falar e fazer
publicações nas redes sociais, é preciso viver aquilo
em que se acredita.
CRIADOR E CRIATURA
A empresa é o ápice de uma carreira que começou a ser
trilhada bons anos atrás. A relação de Thiago com a moda
se estreitou após experiência como vendedor e subgerente
em lojas de roupa. Lidar com clientes, opinar sobre looks
e se manter atualizado sobre o mundo fashion foram,
por muito tempo, tarefas básicas do dia a dia profissional
e acabaram por impulsioná-lo a querer mais.
O primeiro passo no mundo dos negócios foi a criação
da TM Brand, especializada em t-shirts. Depois, ele alçou
voos ainda maiores e criou a Studio Orla, em 2017. Inicialmente
apenas no e-commerce, a loja logo ganhou espaço na
própria casa de Thiago, em forma de ateliê, e, atualmente,
compõe uma das vitrines da Casa da Vila. Independente do
formato, uma coisa é fato: a iniciativa deu certo a ponto
de criador e criatura se confundirem. Com identidades
bem definidas, Thiago e a Orla são a cara um do outro. ¤
82 GENTE MT
espelho 83
ESPELHO
Imersão
em arte
Movido por desafios,
Valter Costa Lima
vive novo momento
profissional com
a Tetu Design,
mesclando a
criação de projetos
arquitetônicos e
design de produtos
FOTOS MARÍLIA CAMELO
84 GENTE MT
No décimo quinto andar, porta adentro,
todos os olhares são de puro deslumbre
no apartamento onde reside Valter
Costa Lima. A riqueza de cores, formas e
texturas, do teto ao piso, entrega o genuíno
e poderoso senso estético do cearense de
37 anos. O esplendor do ambiente é percebido de
cara, mas se agiganta pelos detalhes. Em cada canto,
uma memória, um item especial.
Um baú vindo de Marrocos, uma luminária
vermelha que, toda desmontada, percorreu os céus
de Londres à Fortaleza para compor aquele cenário,
um retrato de Andy Warhol pintado por Julio Ghiorzi,
intimidando quem entra no recinto, quadros do
grafiteiro baiano Toz... É função difícil elencar tudo
que chama atenção no espaço. Por outro lado, é fácil
perceber que, na vida de Valter, a arte transborda.
A carreira profissional de arquiteto e urbanista tem
raízes fincadas na infância, quando o contato com o
campo artístico já era parte da rotina. “Ainda muito
novinho, eu fazia desenhos e tinha muita aprovação
dos meus pais. Eles emolduravam minhas criações
e eu achava aquilo o máximo”, conta. A inclinação
para a área, no entanto, não impediu Valter de se
permitir experimentar outros caminhos. “Quando
chegou o momento de prestar vestibular, resolvi fazer
Administração, e cursei por um ano. Depois, também
fiz um semestre de Publicidade”, relata. Após tantas
experimentações e inquietudes, o talento para projetar
e decorar prevaleceu.
Ainda durante a faculdade, no último semestre,
veio o impulso de criar o próprio negócio. Surgia,
espelho 85
então, a Tetu Arquitetura, em parceria com a arquiteta
Amanda Câmara. Hoje, Valter é o único no comando
da empresa, e é também o principal responsável pela
nova cara da empreitada.
TRANSIÇÃO
Há uma década no mercado, e em constante progresso,
a Tetu tem como mote principal o que Valter denomina
“design de afeto”. A ideia é entregar um trabalho moderno
— mas sem modismos —, evitando desperdícios de material
e, principalmente, captando a essência e particularidades
de cada cliente. “Não faz sentido, na nossa prática, projetar
qualquer coisa que seja menos do que aquela pessoa sempre
sonhou. Os projetos são realmente feitos a quatro mãos:
as nossas e as de quem nos contrata”, complementa.
Desde o início, a empresa mostra ser mais do que
um escritório tradicional de arquitetura. Para além dos
projetos de interiores, desenvolveu linhas de móveis e de
objetos de décor sob encomenda, virando referência de
mercado. A forte atuação em design de produto culminou
na nova fase: hoje, assinando como Tetu Design, as portas
se abrem para collabs com outras marcas e nomes da área
de renome nacional. ¤
86 GENTE MT
espelho 87
ESPELHO
Entusiasta
da coletividade
Fazendo moda há
mais de 30 anos,
a estilista Silvânia
de Deus é uma
das pioneiras
em espaços
colaborativos
no Ceará
FOTOS MARÍLIA CAMELO
88 GENTE MT
Falar de Silvânia de Deus, 48, é tarefa árdua.
Ela não é difícil de decifrar, mas é riqueza da
cabeça aos pés e em toda a sua história. Sil,
como também é conhecida, descobriu-se estilista
aos 12 anos, quando desenhou a primeira
peça (uma calça) e orientou a mãe, costureira,
em toda a produção. O curso técnico que fez, mais
tarde, no Centro de Design do Ceará (CDC) serviu
para “organizar as ideias”, segundo ela.
Mas o conhecimento primário veio das vivências
em casa, da mãe, do destino que a escolheu para ter
voz por meio da moda. As cores, texturas e histórias
da cearense podem ser encontradas hoje no Ateliê da
Sil, na Rua dos Tabajaras, local onde ela faz morada
há mais de 20 anos.
VOZ ATIVA
Antes de abrir o ateliê que leva o próprio nome,
Silvânia comandou a Odisséia, na década de 1990.
“Eu fazia uma curadoria de produções de designers
cearenses para vender na loja, junto com as minhas
próprias. Já era uma espécie de loja colaborativa,
espelho 89
mas sem esse nome, quando nem era moda”, relembra.
De uma década para a outra, o trabalho autoral espontaneamente
prevaleceu, marcado pela estreia, em 1999,
na primeira edição do Dragão Fashion Brasil.
A assinatura de Sil é percebida não só pelo capricho,
cuidado e beleza das peças, mas pelas histórias que costuram
cada uma delas, pela preocupação em abraçar todos os tipos
de corpos, e pela atmosfera na qual são concebidas, expostas
e vendidas. Afinal, o espaço é não só ateliê: é também casa.
E se confunde com a calçada, com as fachadas coloridas da
rua; se estende até a praia, símbolo máximo da trajetória
da estilista. É ele, o mar, o guia principal da vida e obra de
Silvânia de Deus. Não à toa, ela não se vê em outro lugar
que não perto dele.
Entusiasta e defensora da ocupação dos espaços, Silvânia
frequentemente abre as portas do ateliê-casa para o Fuá,
evento que mistura música, gastronomia e moda, convidando
as pessoas para uma troca de ideias, vivências e afetos.
“A Praia de Iracema é um bairro de todos, mas ainda se
fala dela como lugar violento, perigoso. Ora, perigosa é rua
desocupada. Quanto mais gente na rua, menos violenta ela
fica”, dispara, com o respaldo de quem verdadeiramente
vive Fortaleza e costura as linhas da própria história às da
cidade diariamente. ¤
90 GENTE MT
Completo para as suas férias.
espelho 91
ESPELHO
Crescer
e contribuir
Motivada pelo
conhecimento e por
impulsionar vidas, a
arquiteta cearense
Márcia Andréa há
um ano atua como
coach sistêmica e
já alcançou o mais
alto nível na área
FOTOS MARÍLIA CAMELO
92 GENTE MT
O
saber sempre deu tom à vida e carreira
de Márcia Andréa. Nascida em Fortaleza
e tendo também o Rio de Janeiro como
lar durante parte da infância, a cearense
de 55 anos passou por diversas áreas do
conhecimento, acumulou três formações
no ensino superior e atualmente se redescobre todos
os dias como coaching sistêmica.
O primeiro caminho escolhido foi o da Economia,
e ainda durante a graduação, Márcia abriu o próprio
negócio. O insight veio de uma identificação com o
mundo da moda, que sempre a acompanhou. Não à
toa, após graduar-se em Economia, embarcou para a
Itália e lá estudou Design de Moda. “Apesar de amar,
quando me formei, me deparei com um mercado
complicado e me desprendi da ideia da moda como
profissão” relembra.
A paixão pelo criar acabou abrindo portas e motivando
Márcia a descobrir outras vocações. Foi assim
que ela apostou na área de design de interiores.
Já estável no mercado, mais tarde, todo o envolvimento
com esse lado criativo culminou em sua terceira
graduação, desta vez em Arquitetura.
AUTOCONHECIMENTO
Toda essa dedicação profissional durante anos,
naturalmente, tornou a rotina de Márcia cada vez
mais atribulada. Imersa no trabalho, ela se viu com
espelho 93
pouco tempo para a própria família, especialmente aos
netos, por quem guarda muito apego. “Em 2018, percebi
a necessidade de uma vida mais congruente, equilibrada e
leve”, explica. “Por sorte minha, sou irmã do Paulo Vieira,
criador da Febracis (instituição de coaching), e passei a olhar
para esse universo com outros olhos”, complementa ela.
O encanto e o impacto com a experiência foram tamanhos
que Márcia Andréa decidiu não apenas viver aquilo,
mas dividir o conhecimento adquirido com outras pessoas.
Recentemente, ela recebeu o título de master coach, o nível
mais alto de todas as etapas de formação na área e, hoje,
no espaço de seu escritório, 60% do tempo é dedicado à
arquitetura, e os outros 40% ao coaching.
Dividida entre os dois ramos de atuação, a regra é
excelência máxima em tudo o que faz. A arquiteta e coach
consegue, inclusive, conectar as duas áreas por um raciocínio
simples e que faz todo o sentido: “Na arquitetura, construo
física e espacialmente, realizando o sonho do meu cliente.
E no coach, eu também consigo materializar sonhos, levando
aquela pessoa a viver o seu extraordinário”, dispara. ¤
94 GENTE MT
espelho 95
VIAGEM
Por Melaine Fernandes
Deserto
vanguardista
MELAINE FERNANDES INDICA OS ROTEIROS QUE
CONGREGAM A IMPONÊNCIA E AS EXPERIÊNCIAS ÚNICAS
QUE SÓ SE PODE TER NOS EMIRADOS ÁRABES
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
96 GENTE MT
Na descrição do
perfil que mantém
no Instagram,
a empresária
e gestora de
projetos Melaine
Fernandes se define como tendo
um “coração multinacional”,
conceito reafirmado pelas vários
fotos de viagens que ela publica
periodicamente, nos mais diversos
destinos ao redor do mundo — e as
fotos das viagens que ela fez se
multiplicam na barra de rolagem.
Sozinha ou acompanhada do
marido e dos filhos, a paulista
que reside no Ceará há 20 anos
está sempre a bordo de um avião,
descobrindo o mundo, e tem uma
relação peculiar com um destino
específico: os Emirados Árabes.
Situado no Oriente Médio, o país
é formado por sete emirados,
entre eles, Dubai e Abu Dhabi,
que congregam muito luxo, experiências
gastronômicas e culturais
inesquecíveis e construções em
tamanho gigante. Entre 2008,
quando visitou o país pela primeira
vez, e 2019, data da mais recente
passagem dela pela região, Melaine
já esteve cerca de cinco vezes nos
Emirados, a trabalho e a passeio.
“Quando fui a primeira vez,
o Burj Khalifa ainda estava em
construção”, lembra Melaine,
viagem 97
VIAGEM
citando o maior prédio do mundo e
um dos ícones de Dubai. A região
dos arranha-céus, shoppings
luxuosos, mesquistas e mercados
impõe ao visitante um calendário
rigoroso: no período do verão,
as temperaturas podem chegar
a 50 ºC, por isso recomenda-se
visitar os Emirados Árabes entre
novembro e março, durante o que
eles chamam de inverno.
"MAIOR DO MUNDO"
A arquitetura imponente e
vanguardista de Dubai, o principal
emirado do país, é também o foco
de parte do roteiro feito e indicado
por Melaine. “No Burj Khalifa,
aconselho fazer a experiência vip,
que você vai até o andar mais alto
e é recebido num lounge com
champanhe, canapés de ouro e
tem a vista fantástica de Dubai.
Outro prédio legal de visitar é o
Dubai Frame, de onde também
se tem uma vista interessante
da cidade; e o Dubai Mall,
que é o maior shopping do mundo.
Tudo lá é o maior do mundo”,
brinca Melaine.
Outra experiência indicada
por Melaine é um sobrevoo de
helicóptero em Dubai, quando
é possível admirar de cima os
complexos Jumeirah Beach e
Jumeirah Mall além do Jumeirah
Palm, famosa ilha artificial em
formato de folha de palmeira.
A arquitetura super vanguardista
do emirado também dá espaço
às construções mais tradicionais,
a exemplos dos mercados de ouro
e especiarias, locais indicados
pela empresária. “Muitos aromas e
cores, é fantástico, mas recomendo
ir com guia turístico”, aconselha.
Os desertos que cercam os
Emirados Árabes também são
98 GENTE MT
TOUR EM 2020
Para quem planeja desembarcar
no Oriente Médio este ano, Melaine
Fernandes recomenda uma visita,
em Dubai, à Expo 2020, mostra
prevista para acontecer entre
outubro deste ano e abril de 2021
e que vai reunir diversos lançamentos
em tecnologia e inovação
de 192 países. A mostra é uma
exposição universal e que acontece
a cada cinco anos, em uma parte
diferente do mundo.
pontos de visitação e abrigam
hotéis e resorts luxuosos.
É possível contratar passeios
particulares pela região ou,
por exemplo, almoçar no hotel Al
Maha Spa and Resort. “O nome do
restaurante é Al Diwaan, beautiful
scenery: no almoço sentada na
varanda é possível enxergar até as
montanhas de Oman à distância”.
VIZINHA FAMOSA
Em um percurso de 1h30 de
carro é possível chegar em Abu
Dhabi, outro emirado do país
e que tem uma filial do Museu
do Louvre. “Além do museu,
recomendo a visita à mesquita
Sheikh Zayed e na parte da tarde
para ver o pôr do sol. É lindo,
a estrutura toda em mármore.
É importante não esquecer dos
trajes, nas mesquistas e locais de
oração as mulheres não podem
mostrar os cabelos e nenhuma
parte do corpo”, salienta Melaine.
Nas entradas das mesquitas, acrescenta
ela, são disponibilizadas
roupas semelhantes a burcas para
mulheres que não estiverem com a
roupa adequada ao local.
OLHAR PARA A CULTURA
Para além das visitas a construções
imponentes e experiências
por vezes inusitadas, uma visita
aos Emirados Árabes proporciona,
segundo Melaine, a aproximação
com uma cultura que tem muIto
a nos ensinar. “Um aspecto
marcante foi entender que o islã,
apesar de significar submissão,
também significa paz entre corpo e
espírito, e que apesar de inúmeras
manifestações extremistas desses
praticantes, existem pessoas
muito boas, calmas, conscientes e
preocupadas em fazer o bem e que
também respeitam muito as outras
religiões e culturas. O silêncio é
uma virtude”, defende Melaine. ¤
viagem 99
LUXO
Salve
ousadia!
1. COMIC BAG
As peças clássicas e cheias de glamour da Gucci ganharam
ar divertido e retrô com a coleção especial dedicada a Mickey
Mouse, o famoso ratinho símbolo da Disney. Os produtos foram
desenvolvidos pelo diretor criativo da label italiana, Alessandro
Michele, e fazem referência também ao Ano Novo Chinês, dedicado
ao rato. A bolsa GG Marmont, por exemplo, vem em versões
com estampas não apenas de Mickey, mas também de Minnie
Mouse, em diversas cores.
1
2. PREMIÉRE
Uma das coleções de alta relojoaria da Chanel, a Première,
ganhou novos modelos este ano, renovando a linha de peças
atemporais e cheias de personalidade típicas da maison francesa.
Um dos destaques é o Premiére Rock com pulseira de aço e couro
rosa, e mostrador em madrepérola branca. Os mostradores da
coleção Premiére são octogonais, em alusão à Place Vendome,
famosa praça de Paris e um dos lugares favoritos de Gabrielle
Chanel, fundadora da marca.
3. UPCICLYNG FASHIONISTA
Se a preocupação com a sustentabilidade é a nova tendência
também no mercado, a joalheira paulistana Beatriz Brennheisen
tem lugar mais que garantido nesse meio. Habituada a
desenvolver peças com os mais diversos materiais, ela lançou
recentemente a coleção Casulo, cujos itens são confeccionados
a partir de materiais que estavam em desuso. Sucesso em Los
Angeles, a coleção está à venda no e-commerce da marca e na
loja Pinga, em São Paulo.
3
4
2
4. SALTO BUTANÊS
A profusão de cores, formas, texturas da cultura do Butão, país
asiático no extremo leste do Himalaia, inspirou uma coleção-cápsula
de Christian Louboutin. O resultado são peças que unem
um artesanato extremamente cuidadoso e detalhista ao rigor e
qualidade típicos da maison francesa. As bases de cada item
foram criadas no Butão, enquanto a parte superior dos sapatos e
sandálias foi desenhada por Christian e confeccionada na Itália.
100 GENTE MT
Luxo 101
SHOPPING
FENDI
Pare e volte no tempo. São os anos 80, as mulheres estão
em ascenção no mercado de trabalho e o visual “yuppie”
ganha as passarelas, com peças modernas, coloridas e
com leve desestrutura. As saias assimétricas ganham força
no look executivo, injetando ainda mais poder no dia a dia.
Corte para 2020 e perceba que a peça continua em alta,
com opções mil e pura versatilidade. Escolha a sua.
BALENCIAGA
ROKH
PREEN BY
THORNTON BREGAZZI
3.1 PHILLIP LIM
CHLOÉ
BOTTEGA VENETA
GANNI
MAISON MARGIELA
JONATHAN SIMKHAI
102 GENTE MT
SHOPPING 103
CARTAS PARA O CEARÁ
O mundo
numa cidade
EM NOVA YORK, A DESIGNER
DE INTERIORES THAÍS PEARCE
SE REDESENHA PROFISSIONALMENTE
E VIVE NOVAS CULTURAS
NO SONHO AMERICANO
FOTOS: ARQUIVO
O
convite era para
passar uma
temporada em
Nova York para
estudar inglês.
Mal sabia a
designer de interiores Thaís Pearce
que a estadia em Long Island lhe
reservaria grandes mudanças.
Morando em solo americano
há quatro anos, a cearense se
reinventou na profissão, descobriu
novas culturas e iniciou uma
nova vida a dois.
Mas que se abram parênteses,
porque essa história começa
alguns anos antes. Em 2014, Thaís
conheceu o futuro marido, o diretor
financeiro norte-americano Timothy
Malon. As duas famílias eram
amigas desde muito tempo. Foi o
pai de Tim, inclusive, quem fez o
convite para que Thaís morasse
por um tempo em Nova York
para aperfeiçoar o inglês. O casal
se conheceu em solo brasileiro,
começou a namorar em solo americano
e resolveu casar em 2018.
Hoje, Thaís faz parte de um
time de arquitetos e designers que
trabalham sob o comando do arquiteto
francês Thierry W. Despont,
bastante conceituado em Nova
York, Paris e Londres. “A restauração
da Estátua da Liberdade,
o hotel Ritz em Paris e a flagship
da marca Cartier são alguns dos
projetos em que atuamos. Essa tem
sido a experiência mais importante
da minha jornada profissional até
hoje", reforça ela.
DRIBLANDO A "BIG APPLE"
Com as quatro estações do ano
bem definidas, Nova York abraça
todos os gostos. Flores na primavera,
neve congelante no inverno,
folhagens em tons alaranjados
no outono e calor no verão. Muito
calor, diga-se. “Esse consegue
chegar a ser até mais quente que
o do meu Ceará. Para dias como
esse, temos praias aqui também!
O Hamptons e Montauk, os dois
em Long Island, possuem praias
superbacanas. Mas o mar é frio e
a areia acinzentada. Em questão
de beleza, não há nada aqui que
se compare com as nossas praias
cearenses”, avalia Thaís.
A saudade de casa é enorme.
Mas seja por meio da tecnologia
ou da presença oportuna da irmã
na mesma cidade, Thaís tenta estar
sempre perto de casa. “Graças a
Deus temos WhatsApp que permite
que eu esteja sempre em contato
com minha família. Todos os dias
tem aquela mensagem de incentivo
vinda dos meus pais. Conto
sempre com minha irmã Andressa,
que também mora em Nova York.
Somos muito unidas e procuramos
sempre forças uma na outra para
enfrentar cada desafio do dia a
dia. A presença e companheirismo
dela são muito importantes para a
minha vida aqui” agradece.
Morar numa cidade popular
como Nova York tem muitos pontos
positivos. Um deles é ser parada de
quem passa por solo americano.
“Minhas amigas vêm pelo menos
uma vez por ano”, conta a designer.
A capital cearense também está
no itinerário de Thaís. “Procuro
visitar Fortaleza pelo menos uma
104 GENTE MT
FOTOS: ARTHUR ROSA
Nova York,
por Thaís
Pearce
Visitar
“Indico dar uma passadinha para ver
o Vessel, uma estrutura de escadas
intercaladas em forma de vaso que
fica em um empreendimento de
prédios chamado Hudson Yards. É
necessário fazer reserva para subir,
mas é possível passar na frente e
fazer uma foto. Tem também um
shopping ao estilo 5th Avenue cheio
de lojas de grife”
Aproveitar
“Tudo em Nova York é estimulante.
Simplesmente andar pelas ruas e
ver o contraste de arquitetura é uma
combinação do passado com o presente
e o futuro. Passar de bicicleta
pelo Central Park já é um programa
massa e free”.
Degustar
“Acho legal ir ao Meatpacking, passear
pelo Highline, ver o Chelsea Market, que
é um local cheio de comidinhas e restaurantes.
O Catch, restaurante de frutos
do mar, é por lá também. Se quiser um
restaurante mais fino, o Nomad é super
requintado e mais badalado. Lartusi,
Carbone e Morimoto são todos boas
opções com menos turistas”.
vez ao ano. Gostaria de visitar mais
vezes, mas minha rotina corrida e
meu trabalho não permitem que
eu me ausente por muito tempo.
Meu marido ama minha terra.
Sempre que eu visito ele gosta de ir
junto”, garante.
REFÚGIOS
Para quando a distância da terra
natal bate forte, há uma opção mais
brasileira na Big Apple. “Sempre que
bate aquela saudade de coxinha e
feijoada eu visito meu restaurante
brasileiro preferido em Nova
York. Chamado "Casa" — nome
bem significativo. Vou lá sempre
que estou com saudade de uma
comidinha caseira com gostinho de
lar”, revela a designer.
Entre os tantos atrativos de NY,
a diversidade é o favorito de Thaís.
No meio da correria da “cidade que
nunca dorme”, é sempre possível
aprender e conhecer novas culturas.
“Existe pelo menos uma pessoa de
cada país do mundo morando em
Nova York, então o choque cultural
é gigantesco. Você escuta múltiplos
idiomas, aprende diferentes
culturas e ainda consegue comer
uma comida tradicional preparada
por nativos de cada lugar do
mundo”, acrescenta.
Por fim, não há como não
falar sobre o casamento de Thaís
e Tim. A união foi em Vermont,
nos Estados Unidos, em janeiro de
2018, durante o inverno. A cerimônia
ocorreu na igreja de Saint Bridget e
a recepção no Killington Ski Resort,
famoso centro de esqui. “O tataravô
do Tim fez parte da construção da
igreja. Teve um significado muito
grande ter casado lá. Além disso,
esqui é nosso esporte favorito.
Foi incrível casar em meio a tanta
neve e frio. Nossos amigos e
familiares vieram do Brasil e de
Nova York para nos prestigiar.
A coisa mais especial foi poder ter
meus pais, nossos amigos aqui
comigo”, relembra. ¤
CARTAS PARA O CEARÁ 105
ACONTECE
IGOR QUEIROZ
BARROSO
CELEBRA
ANIVERSÁRIO
EM CLIMA
TROPICAL AO
SOM DE DIOGO
NOGUEIRA
Fotos: Camila Lima
Carol Bezerra,
Igor Queiroz Barroso
e Roberto Cláudio
Foi em clima tipicamente brasileiro
que o empresário Igor Queiroz Barroso
celebrou o início de seu novo ciclo.
Em janeiro, o aniversariante recebeu
convidados em sua residência, no Edifício
Mansão Macedo, e surpreendeu com a
atração musical escolhida para embalar
a festa, o sambista Diogo Nogueira.
Fernando
e Márcia Travessoni
e Igor Queiroz Barroso
106 GENTE MT
Cláudio e Lenise Rocha
Cláudia, Aline
e Lívia Félix
Igor Queiroz Barroso
e Silvio Frota
Vera Félix,
Igor e Aline Barroso
e Majela Félix
Carlos Dale,
Cláudio Rocha,
Edson Queiroz Neto
e Antônio Almeida
Jório e Graça da Escóssia
ACONTECE 107
Beto e Ana Studart
Élcio Batista
e Igor Queiroz Barroso
Júlio Ventura,
Prisco Bezerra,
Igor Queiroz Barroso
e Cid Gomes
Pedro e Lígia Félix,
Aline e Igor Barroso
Prisco
e Niedja Bezerra
Suyane
e Cláudio Dias Branco
108 GENTE MT
Felipe Queiroz Rocha,
Vitor Frota,
Cláudio Rocha
e Alexandre Félix
Lisandro Fujita,
Aderaldo Silva
e Max Bezerra
Maira Silva
e Patrícia Macêdo
Tales e Jaqueline
de Sá Cavalcante
Ivan
e Ana Carolina Bezerra
Aderaldo Silva,
Amarílio Macêdo
e Ivan Bezerra
ACONTECE 109
Sérgio Resende
e Emília Buarque
Idézio
e Maryana Rolim
Bia Fiuza
e Mardônio Barros
Lisandro
e Eveline Fujita
Etevaldo
e Roberta Nogueira
Luiz e Luciana Gentil
110 GENTE MT
ACONTECE 111
ACONTECE
OS CLIQUES
DO BONITO
ENLACE DE MARI
VASCONCELOS
E ELISEU BECCO
Eliseu, Lúcia
e Eliseu Becco,
Mari, Vanderlan
e Silvia Vasconcelos
Fotos: Alex Campêlo
O
casal Mariana Vasconcelos e Eliseu
Becco trocaram alianças em uma linda
cerimônia. O sim aconteceu na igreja
do Líbano, com a presença dos familiares
e amigos próximos. Em seguida, a recepção
aconteceu no Hotel Gran Marquise. O bolo da
Dolce Divino foi um encanto à parte. O buffet
assinado pelo hotel contou com um menu especial
e exclusivo para o momento. A noiva envergou
um belíssimo vestido da estilista Solange Sahdo.
Mila, Guilherme
e Mateus Becco
112 GENTE MT
Mirella Freire
e Cláudio Rocha
Rafa Scienza
e Dado Montenegro
Priscilla e Bruno Becco
Edgar e Brenna Ximenes
Rafaella Ximenes
e Tiago Asfor
Carlos Ernesto
e Germana Becco
Fernanda Levy
ACONTECE 113
Carol e Igor Pinho
Rafael Fujita
e Carine Figueiredo
Lucas e Laime Câmara
Ingrid Tolentino
e Michel Foertsch
Erica Dantas,
Fernanda Levy
e Laime Câmara
Khrisley e Helmut Moraes
Mirele Gentil
114 GENTE MT
ACONTECE 115
ACONTECE
BRANCA E
RACINE MOURÃO
CELEBRAM NOVA
IDADE EM WHITE
PARTY TROPICAL
Fotos: Alex Campêlo
Anik, Elisa
e Thiago Mourão
Uma noite inesquecível, repleta de momentos
e detalhes marcantes. Assim foi a White Party
tropical promovida pelo casal Branca e Racine
Mourão, que comemoraram em janeiro mais um
ano de vida juntos, com festa luxuosa no La Maison.
A décor, assinada pela aniversariante, foi toda
inspirada em frutas e folhagens tropicais, com
direito a mesa de experiências multissensoriais.
Patrícia Dias
116 GENTE MT
Régis Vieira,
Inês e Lino Villaventura
Fernando
e Márcia Travessoni,
Neuma Figueiredo
e Esdras Guimarães
Marcus e Andréa Novais
Rodrigo Maia,
Bianca Cipolla,
Davi Silveira
e Isadora Capelo
Ana Virgínia Martins
e Izabela Fiuza
Luiz Eduardo
e Suzane Farias
ACONTECE 117
Rafael Xerez,
Carlos Pinheiro
e Luiz Victor Torres
Rodrigo
e Thamara Azevedo
Marjorie Marshall
e Rodrigo Porto
Daniel Simões
e Flávia Laprovitera
Fernanda Mattoso,
Dalva Arrais
e Lisieux Brasileiro
Anne Alcântara,
Branca Mourão
e Daniele Lopes
118 GENTE MT
Cecília Dafonte
e Lorena Gondim
Gladys Cindor
e Roberto Pamplona
Oswaldo Duarte
e Nathália da Escóssia
Eduardo Souza
e Marina Frota
Lilian Porto
e Arnaldo Aguiar
Mario Jorge
e Cláudia Menescal
ACONTECE 119
ACONTECE
MARCOS LESSA
CANTA EMÍLIO
SANTIAGO E
EMOCIONA PLATEIA
NO TEATRO RIOMAR
FORTALEZA
Fotos: Alex Campêlo
Marcos Lessa
e Jeycielle Oliveira
O cantor Marcos Lessa emocionou a plateia do
Teatro RioMar Fortaleza com show em homenagem
ao cantor carioca Emílio Santiago, falecido em
2013. A ideia da apresentação surgiu quando um
dos fundadores da Bossa Nova, Roberto Menescal,
apontou Lessa como sucessor do artista.
Márcia travessoni
e Etel Rios
120 GENTE MT
Pio, Marcos, Ticiana
e Stella Rolim
Izolda Cela
e Geovana Linhares
Tane Albuquerque
e Francisco Mattos Brito
Kira e Halder Gomes
Renata, Patriolino
e Maria das Graças Dias
Luciano
e Denise Cavalcante
ACONTECE 121
ACONTECE
BIA GRADVOHL
E WAGNER
NETO TROCAM
ALIANÇAS EM
UMA LINDA
CERIMÔNIA
Os noivos com os pais
Fotos: Eri Nunes
Uma cerimônia onde o amor foi o
grande protagonista. Foi assim o sim de
Wagner Neto e Beatriz Gradvohl.
O enlace reuniu muitos nomes conhecidos da
nossa sociedade, além de amigos e familiares
do casal. A cerimônia religiosa aconteceu na
belíssima igreja São Vicente de Paula. De lá,
os noivos seguiram para a recepção, que teve
decoração da competente Branca Mourão,
que usou orquídeas brancas na mesa do bolo.
Belíssima, a noiva usou um vestido assinado por
Wanda Borges, com joias do acervo familiar. Os
convidados foram animados pelo cantor Paulo
Benevides, o Dj André Guerreiro e ainda Paduo,
Carrosel de Emoções e Robinho Sympatia.
Fernando
e Márcia Travessoni
122 GENTE MT
Graça
e Jório da Escóssia
Vitor Frota e Dani Eloy
Ravi Macêdo
e Bruna Magalhães
Andréa
e Dante Bonorandi
Ana Virgínia Martins,
Martinha Assunção
e Cristiane Faria
Gina e Júlia Pompeu
ACONTECE 123
Luiz Marques
e Regina Aragão
Sandra Fujita
Nayara Azevedo,
Roberta Fernandes
e Marina Brasil
Wagner Fernandes
e Luiziane Cavalcante
Izabela Fiúza
e Márcio Menezes
Igor Santiago
e Lívia Marques
124 GENTE MT
Denise
e Carlos Pimentel
Cláudia
e Paulo Gonçalves
Lucas Marques
e Bruna Carneiro
Cássio,
Ana Vládia
e Olavo Sales
Sérgio
e Simone Jereissati
Dani Eloy,
Amanda Diniz
e Gabriela Assunção
ACONTECE 125
ACONTECE
ANJOS DO NATAL
2019: SHOW
BENEFICENTE
SURPREENDE
PÚBLICO; VEJA
OS CLIQUES
Fotos: Alex Campêlo e Eri Nunes
Show Anjos do Natal
O
choro do bandolim de Carlinhos Patriolino
foi responsável pela abertura do espetáculo
Anjos do Natal 2019, realizado em duas
sessões lotadas no Teatro RioMar Fortaleza.
A terceira edição do show beneficente, idealizado
por Márcia Travessoni, encantou pela qualidade
técnica e sensibilidade artística. A exibição de 20
aquarelas pintadas pelo cirurgião plástico Isaac
Furtado, pintadas para cada música, contribuiu
para o beleza do cenário. A direção artística do
espetáculo foi assinada por Fernando Travessoni
e o cerimonial comandado por Raí Meirelles. Subiram
ao palco nessa noite de solidariedade: Waldonys,
Marcos Lessa, Kayro Oliveira, Paulo Benevides,
David Valente e o Coral da Fundação Beto Studart,
além da Orquestra do Maestro Isaías Alexandre.
Veja cliques do espetáculo e das presenças.
Padre Eugênio Pacelli
126 GENTE MT
Waldonys
e Kayro Oliveira
Socorro França,
Márcia Travessoni
e Onélia Santana
Beto e Ana Studart
Stella
e Pio Rolim
Marcos, Júlia, Ticiana
e Beatriz Rolim Queiroz
Sara, Manoela Queiroz
e Ricardo Bacelar
Giuliana Botelho
ACONTECE 127
Gabriela, Prisco
e Niedja Bezerra
Jô e Pádua Lopes
Maestro Isaias Alexandre,
Márcia Travessoni
e Paulo Benevides
Isabel e Isaac Furtado
Marcos Lessa
Heloísa
e Everardo Telles
128 GENTE MT
Carlinhos Patriolino
Consuelda Andrade
e Etel Rios
Hélio
e Verônica Perdigão,
Danielle
e Valdísio Pinheiro
Natércia e Artur Bruno
David Valente
Márcia Travessoni
e Raí Meirelles
Talita Travessoni
ACONTECE 129
ACONTECE
PATRIOLINO DIAS
É EMPOSSADO
COMO NOVO
PRESIDENTE DO
SINDUSCON CEARÁ
Fotos: Alex Campêlo
Roberto Cláudio
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec)
recebeu a solenidade de posse da nova diretoria
do Sindicato da Indústria da Construção Civil do
Ceará (Sinduscon-CE). Na ocasião, o empresário
Patriolino Dias de Sousa foi empossado como
presidente da entidade para a gestão 2020-2023,
sucedendo André Montenegro de Holanda.
Ananias Grande
e Élcio Batista
130 GENTE MT
Giselle Bezerra
e Ciro Gomes
Patriolino Dias
e André Montenegro
Jean Amaral,
Graça Dias
e Aluísio Amaral
Patriolino Dias
e Tasso Jereissati
Jocielton Aquino,
Ricardo Bezerra,
Daniel Simões
e Flávio Pinto
Ruy do Ceará,
Antônio Henrique
e Jardel Rolim
ACONTECE 131
ACONTECE
RICARDO
BACELAR E JOÃO
CARLOS MARTINS
ENCANTAM O
PÚBLICO NA TAPERA
DAS ARTES
Fotos: Alex Campêlo
Joaquim Cartaxo
e Ritelza Cabral
A Tapera das Artes foi cenário do encontro
musical entre o compositor cearense Ricardo
Bacelar, o maestro João Carlos Martins e a
cantora Lia Veras. O concerto, que fez parte da
4ª temporada do projeto Encontro Mestre &
Aprendiz Almas Gêmeas, comoveu o público com
um repertório de clássicos da música erudita.
Manoela Queiroz Bacelar
132 GENTE MT
Ticiana Queiroz também
prestigiou o momento
Maria, Sarah
e Ricardo Bacelar
Ricardo Bacelar,
Felipe Adjafre
e Lia Veras
Carla
e Benjamim Oliveira
João Carlos Martins
Nayana Agrela
ACONTECE 133
ACONTECE
ENLACE DE RAYSSA
E ALEXANDRE
PEREIRA REUNIU
MUNDO SOCIAL E
POLÍTICO EM PESO
Fotos: Eri Nunes
Alexandre e Bebel Pereira
U
m casamento para ficar na história dos
enlaces que aconteceram durante 2019 em
Fortaleza. Foi linda a troca de alianças entre
Rayssa, filha de Fernando e Adriana Cavalcante com
Alexandre, filho de Alexandre e Bebel Ary Pereira.
A cerimônia foi realizada na igreja do Cristo Rei,
celebrada pelo padre Eugênio e o pastor Mário Levi.
Importantes nomes da nossa sociedade e do mundo
político fizeram questão de desejar felicidades ao
casal. Após a celebração, os noivos receberam os
convidados no La Maison Buffet. Entre os presentes,
o governador Camilo Santana, o prefeito Roberto
Cláudio, o senador Cid Gomes, além do secretário de
Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, pai do noivo.
Alexandre Pereira,
Maria Luiza Jereissati
e Rayssa Cavalcante
134 GENTE MT
Fernando Filho
e Adriana Cavalcante,
Alexandre Pereira,
Rayssa, Fernando
e Leticia Cavalcante
Prisco e Niedja Bezerra
Lisandro e Eveline Fujita
Régis Medeiros,
Camilo Santana,
Alexandre
e Alexandre Pereira,
Roberto Cláudio
e Cid Gomes
Gabriela Jeleilate
e Thiago Afonso
Vicente e Inês de Castro
Lia Linhares
ACONTECE 135
Cláudia e Beto Gradvohl
Phillip e Sakie Brookes
João Victor
e Suzana Pinto
Luciano
e Denise Cavalcante
Camila Arrais
e André Figueiredo
Marina e Henrique Brasil
Celina Hissa
136 GENTE MT
La Maison Catering.
O serviço e a qualidade do
La Maison na sua casa ou
onde você desejar.
ACONTECE 137
ACONTECE
COM
APRESENTAÇÃO
DO DJ KVSH, LYNA
MACHADO GANHA
SOFISTICADA FESTA
DE 15 ANOS
Fotos: Eri Nunes
Dummar Pessoa,
Lyna Machado
e Marlene Pessoa
A
graciosa debutante Lyna Machado celebrou
seus 15 anos com festa dos sonhos no Espaço
Coco Bambu por Toca. A herdeira de Gyna e
André Jucá Machado optou por um vestido em tom
suave com bordados florais, rico em delicadezas,
para o grande dia. Em meio à decoração exuberante
de rosas, idealizado por Dito Machado, Lyna surgiu
nas glamurosas escadas do espaço. Ela usou dois
vestidos, uma versão moderna, desenvolvida pela
Maison Cris, e outro mais tradicional, diretamente da
Europa. A aniversariante dançou a valsa com o pai
e o irmão, Diego Machado, e ainda se apresentou
tocando piano e cantando com uma amiga da Suíça.
O cerimonial do evento foi assinado por Raí Meireles.
A grande atração musical da noite foi o Dj KVSH,
considerado um dos 100 melhores do mundo.
Geovana Bezerra,
Gabriela Santos
e Gabriela da Escóssia
138 GENTE MT
Diego Machado
e June Borges
André Jucá,
Ana Cristina,
Vanda e Ivo Machado
Melaine e Eduardo Diogo
Ivana Bezerra
e Alexandre Rangel
Themis e Roberto Briand
Rodolfo e Jeritza Gurgel
Maria Victoria Ponte
ACONTECE 139
ACONTECE
LÍGIA ANTUNES
E PEDRO FÉLIX
TROCAM ALIANÇAS
EM BELA
CERIMÔNIA
Vera e Magela Félix,
Lígia Antunes,
Pedro e Adriana Félix
e Danilo Maia
A
elegância deu o tom do enlace de Lígia
Antunes e Pedro Félix. O jovem casal escolheu
a igreja do Líbano para o aguardado “sim”.
Foi após a troca de alianças, que o casal seguiu
para o La Maison. Com decoração da competente
Branca Mourão, tudo estava belíssimo. A noiva
surgiu deslumbrante em um elegante vestido Lucas
Anderi, com beleza assinada por Dudu Ferreira. Já
o noivo usou Ricardo Almeida. Para animar, o DJ
André Gueirreiro e os cantores Paulo Benevides
e Marcinho. A festa não teve hora para acabar.
Aline e Igor Barroso
140 GENTE MT
Alessandra Félix,
Amanda Martins
e Nathália Félix
Giorgiana Matos
e Francisco Rabib
Bárbara Alves
e Flávio Alves
Catherine Castro
e Ulisses Cidrão
Armanda Lucena
e Bruno Augusto
Hanna e
Alexandre Félix
Isadora Cruz
ACONTECE 141
Amanda Alencar, Lígia
Antunes,
Larissa Luna
e Nathália Rangel
André Alencar
e Isadora Cruz
Bruno Pentiado
e Lígia Feitosa
Cássio Alencar
e Andressa Palhano
Igor Alves
e Vanessa Rodrigues
Josemar
e Auxiliadora Lopes
142 GENTE MT
Laissa Linhares
e Lia Gadelha
Léo Dias
e Renata Félix
Nathália Rangel
Roberta Simões
e Airton Martins
Robson
e Raquel Mapurunga
Teixeira Júnior
e Larissa Rodrigues
ACONTECE 143
COM AS MELHORES
OPÇÕES DE
LANCHES
DE FESTAS INFANTIS A
EVENTOS CORPORATIVOS
144 GENTE MT
SERVIÇO
Serviço
Ateliê SIlvânia de Deus
Rua dos Tabajaras, 660 — Praia de
Iracema/Fortaleza
(85) 9 9814 4722
@ateliesilvaniadedeus
BABA
Rua Marcos Macêdo,
827 — Aldeota/Fortaleza (Elabore
Loja Colaborativa)
Shopping RioMar Fortaleza, piso
L2 — Rua Des. Lauro Nogueira,
1500 — Papicu/ Fortaleza (Elabore
Loja Colaborativa)
@insta.da.baba
Bossa on the Wall
(85) 9 9246 0136
contato@bossaonthewall.com.br
@bossaonthewall
Crisóstomo Hair
& Skin Institute
Rua Leonardo Mota, 2429 —
Dionísio Torres/Fortaleza
(85) 3032 2020/ 9 9667 3335
@instituto.crisostomo
Da Villa, por Olga Maria
(85) 9 8845 2710
@davilla.arte
Gabriela Fiuza
@gabrielafiuzaoficial
Hospital Gastroclínica
Av. Santos Dumont, 3371 —
Aldeota/ Fortaleza
(85) 3486 8700
@gastroclinicahospital
Lumi Beat (DJ
Thiago Camargo)
(85) 9 9938 2930
djthiagocamargo@icloud.com
@djthiagocamargo
Márcia André - Arquitetura,
interiores e coaching
integral sistêmico
Rua Vicente Leite, 884, sala 102
— Aldeota/Fortaleza
contato@marciaandrea.arq.br
@marciaandrea.arq
Monteiro Gastronomia
(85) 3039 0610/9 9775 8288
monteirogastronomia@gmail.com
@monteiro_gastronomia
Museu da Fotografia Fortaleza
Rua Frederico Borges, 545
— Varjota/Fortaleza
(85) 3017 3661
museu@museudafotografia.com.br
@museudafotografiafortaleza
One, Two Drink!
(85) 9 8181 5287
12drinkbar@gmail.com
@onetwodrinkbar
Rebeca Melo
rebeca.wanderley@hotmail.com
@becailustra
Studio Orla
Casa da Vila —
Rua Torquato Aguiar, 50 — Praia de
Iracema/Fortaleza
(85) 9 9957 6615
contato@studioorla.com.br
@studioorla
Tetu Design
falecom@tetu.design
@tetu.design
Todos Os Poemas
Loja Carandá — Av. Rui Barbosa,
888, 1° andar — Aldeota/Fortaleza
BemGlo — Rua Oscar Freire, 1105 —
Jardim Paulista/São Paulo
@todos_os_poemas
Universidade de Fortaleza
Av. Washington Soares, 1321 —
Edson Queiroz/Fortaleza
(85) 3477 3000
@uniforcomunica
Serviço 145
PODEROSA
ESSÊNCIA
Por Érica Portugal
VIDA NOVA E CASA RENOVADA
Sempre que um ano se inicia, fazemos listas,
promessas e a esperança se renova. Até que entramos
no piloto automático, vamos vivendo, ou melhor,
sobrevivendo, e nossas metas e sonhos são mais uma
vez engavetados. Mas não precisa ser assim. Somos os
capitães de nossas vidas, podemos dar um rumo positivo
para esta nova fase chamada 2020. E por onde iniciar?
Um bom lugar para começar estas mudanças é em
nossa casa, espaço sagrado que nos acolhe e guarda
tão bem, mas que muitas vezes é negligenciado. Há um
princípio hermético chamado Lei da Correspondência
que prega: “o que está em cima é como o que está
embaixo. O que está dentro é como o que está fora”.
Partindo disso, a casa é um espelho do nosso interior,
ou seja, bagunça, objetos quebrados, excessos e tantos
outros sinais nos dão um pequeno norte de como
caminha nossa vida. Se por um lado parece meio traumática
esta comparação, por outro é um ótimo termômetro
para iniciar uma mudança externa que automaticamente
se traduzirá no interior.
Seguem agora sete dicas que, se bem utilizadas, farão
uma diferença significativa em sua vida neste novo ano.
Primeiro, desenvolva a consciência de que seu lar é um
espaço sagrado, um local de descanso, segurança e renovação
de energia, pois somente desta maneira você criará
a cada dia, mais e mais, uma forte conexão com ele.
Segundo, trabalhe o desapego. Objetos,
móveis e roupas sem utilidade, que estão somente
ocupando espaço, precisam sair para que a energia
possa fluir melhor.
A terceira dica é desenvolver o hábito da organização,
seja numa simples gaveta ou num grande armário.
Um espaço organizado é sinônimo de ideias organizadas.
Quarto, crie algum espaço de relaxamento ou lazer.
Pode ser uma poltrona de leitura, um canto de meditação
ou um pequeno santuário, o importante é ter onde se
desligar um pouco do mundo e voltar-se para dentro.
Em quinto lugar vem o cultivo de plantas. Além de
decorar os espaços, elas alegram nossa alma. Tenha uma,
duas ou quantas puder: o simples ato de cuidar de uma
pequena plantinha acalma a mente e o coração.
A sexta orientação é viver e sentir o pulsar da casa.
Use aromas, cores e objetos que façam seu coração se
conectar. Nada substitui aquela sensação maravilhosa de
entrarmos em casa e nos sentirmos acolhidos por ela.
Por fim, seja grato por cada cantinho e item que
ali está. Quem pratica a gratidão adquire o hábito de
querer agradecer cada vez mais e se sentir feliz em
tudo e por tudo.
A escolha de uma vida melhor sempre está em nossas
mãos. Se queremos resultados diferentes, não podemos
continuar tendo os mesmos hábitos, e nossa casa é uma
ótima oficina de aprendizado para a vida. Feliz 2020 com
muita luz, paz e consciência!
→ → ÉRICA PORTUGAL É DESIGNER DE INTERIORES E CONSULTORA DE FENG SHUI E HARMONIA DA CASA.
FUNDADORA DO PROJETO CASA HARMONIZADA, CUJA MISSÃO É HARMONIZAR LARES E VIDAS.
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