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A-Sutil-Arte-de-Ligar-o-Foda-se-Mark-Manson

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Quando um grupo de psicólogos fez esse teste, aconteceu o que se esperava.

As pessoas se sentavam e começavam a apertar botões ao acaso até a luz se

acender, indicando que tinham ganhado um ponto. É claro que depois disso elas

tentam repetir aquela ação, só que a luz não se acende mais. Então, começam a

tentar combinações: apertar este botão três vezes, depois aquele botão uma vez,

depois esperar cinco segundos e… Tcharam! Mais um ponto. Até que, em

seguida, isso também deixa de funcionar. Talvez não tenha nada a ver com botões,

elas pensam. Talvez tenha a ver com a minha posição na cadeira. Ou o que estou

tocando. Talvez tenha a ver com meus pés. Plim! Mais um ponto. Sim, talvez

sejam os pés e depois apertar outro botão. Plim!

Geralmente, cada pessoa leva de dez a quinze minutos para descobrir a

sequência específica de ações para obter mais pontos. Costuma ser algo estranho,

como ficar num pé só ou apertar uma longa sequência de botões por um tempo

específico, com o corpo voltado para determinada direção.

Sabe o que é mais engraçado? É tudo aleatório. Não existe sequência, não

existe relação com o que a pessoa faz. É só uma luz que se acende e um apito. E as

pessoas ficam ali na sala dando piruetas e achando que aquilo está valendo

alguma coisa.

Deixando de lado o sadismo da situação, o propósito do experimento é

mostrar como a mente humana é rápida em criar e acreditar em um monte de

bobagens irreais. E, ao que parece, também somos muito bons nisso. Cada

participante do experimento saía da sala convencido de que havia entendido a

lógica por trás daquilo e ganhado o jogo. Todos acreditavam ter descoberto a

sequência “perfeita” de botões. Só que os métodos criados eram tão únicos

quanto os indivíduos colocados à prova. Um homem inventou uma sequência

enorme de acionamento dos botões que só fazia sentido para ele. Uma jovem se

convenceu de que uma das ações necessárias era bater no teto determinado

número de vezes; saiu da sala esgotada de tanto pular.

Nosso cérebro é uma máquina de gerar significado. O que entendemos por

“significado” são associações mentais entre dois ou mais eventos. Se apertamos

um botão e vemos uma luz se acender, concluímos que o botão foi a causa e a luz,

a consequência. Em essência, significado é isso. Botão, luz; luz, botão. Vemos

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