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A-Sutil-Arte-de-Ligar-o-Foda-se-Mark-Manson

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Por incrível que pareça, no entanto, o tempo que passei jogando pôquer

influenciou profundamente meu jeito de ver a vida.

A beleza do pôquer é que, embora a sorte esteja sempre envolvida, ela não

determina os resultados a longo prazo. Uma pessoa pode receber uma mão

horrível e vencer alguém com uma mão sensacional. A pessoa que recebe boas

cartas tem uma probabilidade maior de ganhar, é claro, mas, no final das contas,

o vencedor é determinado pelas — sim, você adivinhou — escolhas que faz ao

longo do jogo.

Eu vejo a vida da mesma forma. Todos nós recebemos cartas aleatórias no

início do jogo, alguns, cartas melhores. E, embora seja fácil nos fixar no que está

na mão e sentir que nos ferramos, na verdade o jogo está nas escolhas que

fazemos com essas cartas, nos riscos que decidimos correr e nas consequências

com as quais escolhemos viver. Quem, de maneira consistente, faz as melhores

escolhas diante das situações que se apresentam acaba ganhando no pôquer, e na

vida. Não necessariamente quem tem as melhores cartas.

Algumas pessoas sofrem psicológica e emocionalmente por causa de

deficiências neurológicas e/ou genéticas. Mas isso não muda nada. Elas herdaram

cartas ruins, é claro, mas não têm culpa. Assim como o cara baixinho que queria

uma namorada não é culpado por ser baixo, nem a pessoa que foi assaltada é

culpada por ter seus pertences roubados, mas todos têm responsabilidade. Se

escolhem procurar tratamento psiquiátrico, fazer terapia ou não fazer nada, no

final das contas a escolha também é deles. Há quem tenha tido uma infância

ruim. Há os que foram maltratados, violentados e destruídos física, emocional ou

financeiramente. Eles não são culpados por seus problemas e obstáculos, mas

mesmo assim são responsáveis — sempre responsáveis — por seguir em frente

apesar das dificuldades e fazer as melhores escolhas que puderem, seja qual for a

situação.

E, sejamos sinceros: se juntássemos todas as pessoas que têm algum distúrbio

psiquiátrico, que lutam contra a depressão ou pensamentos suicidas, que

sofreram negligência ou abuso, que lidaram com tragédias ou a morte de um

ente querido ou que sobreviveram a graves problemas de saúde, acidentes ou

traumas… Se reuníssemos todas essas pessoas e as colocássemos na mesma sala,

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