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A genética aleatória

Em 2013, a BBC reuniu meia dúzia de adolescentes com Transtorno Obsessivo-

Compulsivo (TOC) e os acompanhou durante terapias intensivas que os

ajudariam a superar seus pensamentos indesejáveis e comportamentos

repetitivos.

Entre eles estava Imogen, uma garota de dezessete anos que tinha uma

necessidade compulsiva de tocar todas as superfícies pelas quais passava. Se não

fizesse isso, era dominada por pensamentos horríveis sobre a morte de sua

família. Havia também Josh, que precisava fazer tudo com os dois lados do

corpo: apertar a mão de uma pessoa com a mão direita e a esquerda, comer com

ambas as mãos, passar por uma porta com os dois pés e assim por diante. Se não

“igualasse” os lados, ele sofria graves ataques de pânico. Já Jack tinha a clássica

fobia de germes, por isso se recusava a sair de casa sem luvas, fervia água para

beber e se negava a comer qualquer coisa que não tivesse sido lavada e preparada

por ele mesmo.

O TOC é um transtorno mental, que pode ser controlado. E, como veremos,

esse controle se resume a equilibrar os valores do indivíduo diagnosticado.

A primeira coisa que os psiquiatras desse projeto fazem é dizer aos jovens que

eles devem aceitar as imperfeições de seus desejos compulsivos. Por exemplo,

quando Imogen tem pensamentos horríveis sobre a morte dos familiares, ela

deve aceitar que eles podem de fato vir a morrer e que não há nada que ela possa

fazer para impedir isso. Ou seja, Imogen é informada de que os acontecimentos

não são culpa sua. Josh é convencido a aceitar que, a longo prazo, “equalizar”

todos os seus comportamentos para torná-los simétricos prejudica sua vida mais

do que os ocasionais ataques de pânico. E Jack é lembrado que, por mais que se

esforce, os germes sempre estão presentes e sempre podem infectá-lo.

O objetivo é fazer esses jovens reconhecerem que seus valores não são

racionais — que, na verdade, sequer são valores deles, e sim advindos do

transtorno — e que, ao segui-los, estão prejudicando a própria vida.

O passo seguinte é encorajar esses adolescentes a escolher um valor mais

importante que o imposto pelo transtorno e, então, se concentrar nele. Para Josh,

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