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A-Sutil-Arte-de-Ligar-o-Foda-se-Mark-Manson

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vai gerar problemas — pelos quais você também será responsável.

Os juízes não escolhem o que julgar. Quando um caso vai ao tribunal, o juiz

não cometeu o crime, não o testemunhou nem foi vítima, mas é responsável pelo

crime. Esse juiz precisa escolher as consequências daquele ato; deve identificar o

parâmetro apropriado para avaliá-lo e garantir que a avaliação seja consistente.

O tempo todo somos responsabilizados por atos dos quais não temos culpa. É

a vida.

Eis uma forma simples de diferenciar mais claramente os dois conceitos: culpa

é passado, responsabilidade é presente. A culpa aponta para escolhas já feitas,

enquanto a responsabilidade aponta para escolhas sendo feitas agora, a cada

segundo de cada dia. Você está escolhendo ler isto. Está escolhendo pensar sobre

os conceitos. Está escolhendo adotá-los ou não. Pode ser culpa minha se você

achar essas ideias ridículas, mas você é responsável pelas suas conclusões. Não é

culpa sua eu ter escolhido escrever esta frase, mas cabe a você a responsabilidade

por escolher lê-la (ou não).

Existe uma diferença entre culpar alguém pela sua situação e esse alguém ser

realmente responsável por aquilo. Ninguém além de você é responsável pela sua

situação. Muita gente pode ser culpada pela sua infelicidade, mas ninguém além

de você será responsável por isso. É você quem escolhe como ver o que vive, como

reagir aos acontecimentos e avaliá-los. É sempre você quem escolhe o parâmetro

a seguir ao avaliar suas experiências de vida.

Minha primeira namorada me deu um pé na bunda espetacular: ela estava me

traindo com um professor. Foi incrível. E por incrível quero dizer que senti como

se estivesse levando uns duzentos e cinquenta e três socos no estômago. Resolvi

confrontá-la, mas isso só piorou tudo, porque ela imediatamente me trocou pelo

professor. Três anos de relacionamento foram pelo ralo, assim, sem mais nem

menos.

Passei meses infeliz, naturalmente, e a responsabilizei por minha infelicidade.

O que não me levou muito longe. Pelo contrário: só me deixou ainda mais

infeliz.

Porque eu não tinha controle sobre ela, sabe? Por mais que eu telefonasse,

gritasse, implorasse para voltar, aparecesse de surpresa na casa dela e fizesse

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