A-Sutil-Arte-de-Ligar-o-Foda-se-Mark-Manson
se a uma expedição antropológica para a Amazônia.Isso foi na década de 1860, quando a viagem transcontinental era difícil eperigosa. Se você jogou Oregon Trail no computador quando era criança,imagine a coisa mais ou menos daquele jeito, com disenteria, bois se afogando etudo o mais.Bem, apesar de tudo, William chegou à Amazônia, onde começaria averdadeira aventura. Por incrível que pareça, sua saúde frágil suportou o trajeto,mas, logo no primeiro dia da expedição, William contraiu varíola e quase morreuali mesmo, na floresta.Foi quando os espasmos nas costas retornaram, tão dolorosos que oimpediam de andar. Ou seja: estava magro e desnutrido por causa da varíola,imobilizado pelo problema nas costas e abandonado em plena floresta tropical (orestante da expedição seguira sem ele), sem ter como voltar (ele provavelmentenão resistiria à jornada de meses naquele estado).James acabou dando um jeito de voltar para a Nova Inglaterra, onde foirecebido por um pai decepcionado (mais do que antes). A essa altura, já não eramais tão jovem — tinha quase trinta anos —, ainda estava desempregado, tinhafracassado em tudo que tentara realizar e estava preso a um corpo poucoconfiável que não tinha muitas chances de melhorar. Apesar das vantagens eoportunidades que tivera na vida, tudo dera errado. As únicas constantespareciam ser o sofrimento e a decepção. William James caiu em depressãoprofunda e começou a pensar em suicídio.Certa noite, enquanto lia um texto do filósofo Charles Peirce, William decidiufazer um pequeno experimento. No diário, escreveu que passaria um anoacreditando ser cem por cento responsável por tudo que ocorria em sua vida,fosse o que fosse. Durante esse período, ele faria tudo que estivesse ao alcancepara mudar sua situação, mesmo que as chances de dar certo parecessem nulas.Se nada melhorasse naquele ano, ficaria claro que ele realmente era impotentediante das circunstâncias da vida, e, diante disso, William James se mataria.O resultado? William James se tornou o pai da psicologia norte-americana.Sua obra foi traduzida para uma cacetada de idiomas, e ele é considerado um dosintelectuais/filósofos/psicólogos mais influentes de sua geração. Posteriormente,
ele se tornou professor de Harvard e cruzou Estados Unidos e Europa dandopalestras. Casou-se e teve cinco filhos (um dos quais, Henry, foi um famosobiógrafo e ganhou o Prêmio Pulitzer). William James chegou a se referir aopequeno experimento como seu “renascimento”, a causa de tudo que conquistarana vida.Existe uma percepção simples que permite todo tipo de melhora ecrescimento pessoal: a de que nós, individualmente, somos responsáveis pornossa vida como um todo, sejam quais forem as circunstâncias externas.Nem sempre dá para controlar o que acontece conosco, mas sempre podemosdefinir nossa interpretação dos acontecimentos e nossa reação a eles.Tendo ou não essa consciência, sempre somos responsáveis pelo caminho quetomamos. É impossível não ser. Não interpretar conscientemente osacontecimentos já é uma interpretação. Não reagir aos acontecimentos já é umareação. Mesmo que você seja atropelado por uma carrocinha de pipoca e ummonte de crianças ria da sua cara, ainda é sua responsabilidade interpretar osignificado disso e escolher como reagir.Gostemos disso ou não, estamos sempre assumindo um papel ativo no queacontece conosco e dentro de nós. Estamos sempre atribuindo significados amomentos e eventos. Sempre escolhemos ou reafirmamos os valores quenorteiam nossos atos e os parâmetros segundo os quais avaliamos tudo que nosacontece. Muitas das circunstâncias dependem unicamente do parâmetro deavaliação, não sendo intrinsecamente boas ou ruins.A questão é: estamos escolhendo sempre, de modo consciente ou não. Sempre.Isso tem íntima relação com o fato de que é impossível não se importar comcoisa alguma. Mesmo. Não se importar com nada ainda é se importar comalguma coisa.A pergunta que nos cabe fazer é: eu escolho me importar com o quê? Escolhobasear minhas ações em quais valores? Escolho avaliar minha vida segundo quaisparâmetros? E será que escolhi parâmetros bons? Bons parâmetros e bonsvalores?
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se a uma expedição antropológica para a Amazônia.
Isso foi na década de 1860, quando a viagem transcontinental era difícil e
perigosa. Se você jogou Oregon Trail no computador quando era criança,
imagine a coisa mais ou menos daquele jeito, com disenteria, bois se afogando e
tudo o mais.
Bem, apesar de tudo, William chegou à Amazônia, onde começaria a
verdadeira aventura. Por incrível que pareça, sua saúde frágil suportou o trajeto,
mas, logo no primeiro dia da expedição, William contraiu varíola e quase morreu
ali mesmo, na floresta.
Foi quando os espasmos nas costas retornaram, tão dolorosos que o
impediam de andar. Ou seja: estava magro e desnutrido por causa da varíola,
imobilizado pelo problema nas costas e abandonado em plena floresta tropical (o
restante da expedição seguira sem ele), sem ter como voltar (ele provavelmente
não resistiria à jornada de meses naquele estado).
James acabou dando um jeito de voltar para a Nova Inglaterra, onde foi
recebido por um pai decepcionado (mais do que antes). A essa altura, já não era
mais tão jovem — tinha quase trinta anos —, ainda estava desempregado, tinha
fracassado em tudo que tentara realizar e estava preso a um corpo pouco
confiável que não tinha muitas chances de melhorar. Apesar das vantagens e
oportunidades que tivera na vida, tudo dera errado. As únicas constantes
pareciam ser o sofrimento e a decepção. William James caiu em depressão
profunda e começou a pensar em suicídio.
Certa noite, enquanto lia um texto do filósofo Charles Peirce, William decidiu
fazer um pequeno experimento. No diário, escreveu que passaria um ano
acreditando ser cem por cento responsável por tudo que ocorria em sua vida,
fosse o que fosse. Durante esse período, ele faria tudo que estivesse ao alcance
para mudar sua situação, mesmo que as chances de dar certo parecessem nulas.
Se nada melhorasse naquele ano, ficaria claro que ele realmente era impotente
diante das circunstâncias da vida, e, diante disso, William James se mataria.
O resultado? William James se tornou o pai da psicologia norte-americana.
Sua obra foi traduzida para uma cacetada de idiomas, e ele é considerado um dos
intelectuais/filósofos/psicólogos mais influentes de sua geração. Posteriormente,