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A-Sutil-Arte-de-Ligar-o-Foda-se-Mark-Manson

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extraordinário. Todos merecemos a grandeza.

O paradoxo dessa ideia — afinal de contas, se todo mundo fosse

extraordinário, então, por definição, ninguém seria — não é percebido pela

maioria das pessoas. Em vez de questionar o que realmente merecemos ou não,

engolimos a mensagem e pedimos mais.

Ser “comum” se tornou o novo padrão de fracasso. O pior lugar em que se

pode estar é no meio do bando, no topo da curva de Gauss. Quando o padrão de

sucesso de uma cultura é “ser extraordinário”, acaba sendo melhor estar no pior

extremo da curva de Gauss do que no meio, porque pelo menos ali você é

especial e merece atenção. Muita gente escolhe essa estratégia: prova para todos

que é o mais infeliz, o mais oprimido, o mais sofrido.

Muitos têm medo de aceitar a mediocridade porque acreditam que, se o

fizerem, nunca conseguirão nada, nunca vão se desenvolver e terão uma vida

insignificante.

É uma ideia perigosa. Uma vez que você aceita a premissa de que a vida só

vale a pena se for notável e grandiosa, também aceita o fato de que a maior parte

da humanidade (incluindo você) é inútil e sem valor. E essa mentalidade pode se

tornar danosa bem rápido, tanto para você mesmo quanto para os outros.

As poucas pessoas que se tornam verdadeiramente excepcionais em algo não

alcançaram isso porque se consideram excepcionais. Pelo contrário: elas são

incríveis porque são obcecadas por se aperfeiçoar. Essa fixação é derivada de uma

crença imperturbável de que, na verdade, não são lá grande coisa. É o inverso da

arrogância. Quem se torna excelente em alguma coisa consegue isso por

entender que não nasceu excelente — é medíocre, comum —, mas que pode se

tornar muito melhor.

Essa ladainha de que “todo mundo pode ser extraordinário e alcançar a

grandeza” é só uma punhetagem do ego. Uma mensagem gostosa de engolir, mas

que na verdade não passa de calorias vazias que deixam você emocionalmente

gordo e inchado, como um Big Mac para o coração e o cérebro.

O caminho para a saúde emocional, como para a física, é legumes e verduras

— ou seja, aceitar as verdades sem graça e banais. Como “Suas ações em geral

não importam tanto assim” e “A maior parte da vida é tediosa e irrelevante, mas

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