A-Sutil-Arte-de-Ligar-o-Foda-se-Mark-Manson

sborregosilva
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30.05.2020 Views

partes devem estar conscientes da batalha que estão escolhendo encarar.Eu usei o exemplo da traição em um relacionamento romântico, mas esseprocesso se aplica a violações em qualquer relação. Só é possível reconstruir aconfiança se as duas etapas seguintes acontecerem: 1) quem traiu admite osvalores verdadeiros que causaram a ruptura e os assume, e 2) quem traiu constróium histórico sólido de comportamento melhor ao longo do tempo. Sem oprimeiro passo, não deve nem haver uma tentativa de reconciliação.A confiança é como um prato de porcelana. Uma vez quebrado, é possívelreconstruí-lo, com algum cuidado e atenção. Duas vezes quebrado, partirá emmais cacos e consertá-lo levará muito mais tempo. Se a outra pessoa continuar aquebrá-lo, em algum momento será impossível restaurá-lo. Haverá cacos epoeira demais.A liberdade através do compromissoA cultura consumista sabe muito bem nos fazer querer mais, mais e mais. Sobtodo o hype e marketing está a sugestão de que mais é sempre melhor. Eu aceiteiessa ideia durante muitos anos. Ganhe mais dinheiro, visite mais países, tenhamais experiências, fique com mais mulheres.Mas nem sempre mais é melhor. Na verdade, o oposto é verdadeiro. Em geralficamos mais felizes com menos. Quando somos sobrecarregados poroportunidades e opções, sofremos o que os psicólogos chamam de paradoxo daescolha. Basicamente, quanto mais variáveis, menos satisfeitos ficamos com oque escolhemos, porque temos consciência de que perdemos várias opções.Então, se você escolher um entre dois lugares para morar, provavelmente sesentirá confortável e confiante de que fez a escolha certa. Ficará satisfeito com asua decisão.Mas se tiver um leque de vinte e oito opções e escolher uma, o paradoxo daescolha diz que provavelmente você passará anos sofrendo e duvidando de simesmo, se perguntando se tomou a decisão “correta”, e se está mesmomaximizando a sua felicidade. E essa ansiedade, esse desejo por certeza, perfeiçãoe sucesso trará infelicidade.

Então, como agimos? Bem, se você for como eu costumava ser, evita escolherqualquer coisa. Tenta manter suas opções em aberto o máximo de tempopossível. Evita se comprometer.Mas embora investir profundamente em uma pessoa, um lugar, um empregoou uma atividade possa nos negar a amplitude de experiências que gostaríamos,buscar uma amplitude de experiências nos nega a oportunidade de vivenciar asrecompensas das experiências mais profundas. Existem algumas experiências quevocê só pode ter depois de morar no mesmo lugar por cinco anos, de ficar com amesma pessoa por mais de uma década, de passar metade da vida fazendo omesmo trabalho. Agora que já passei dos trinta, finalmente reconheço que ocomprometimento, à sua maneira, oferece uma gama muito rica deoportunidades e experiências que nunca estariam disponíveis para mim, nãoimporta aonde eu fosse ou o que fizesse.Quando você tenta ter uma amplitude muito grande de experiências, oretorno é cada vez menor a cada nova aventura, a cada nova pessoa ou coisa. Sevocê nunca saiu do seu país, o primeiro país que visita inspira uma imensamudança de perspectiva, porque você tem uma base de experiências muitopequena. Mas quando já esteve em vinte, o vigésimo primeiro acrescenta pouco.E quando esteve em cinquenta, o quinquagésimo primeiro adiciona aindamenos.O mesmo vale para os bens materiais, dinheiro, hobbies, empregos, amigos eparceiros românticos/sexuais — todos valores ruins e superficiais que as pessoasescolhem para si mesmas. Quanto mais velhos ficamos, mais experiênciaobtemos e menos cada nova experiência nos afeta. A primeira vez em que bebiem uma festa foi empolgante. A centésima foi divertida. A quingentésima foi sóum fim de semana normal. E a milésima foi chata e sem importância.Pessoalmente, a grande questão para mim ao longo dos últimos anos foiminha capacidade de aceitar o comprometimento. Escolhi rejeitar tudo, menosas melhores pessoas, experiências e valores da minha vida. Eliminei todos osoutros projetos profissionais paralelos e decidi me concentrar apenas emescrever. Desde então, meu site se tornou mais popular do que eu jamais teriaimaginado. Eu me comprometi a ficar com uma só mulher a longo prazo e, para

partes devem estar conscientes da batalha que estão escolhendo encarar.

Eu usei o exemplo da traição em um relacionamento romântico, mas esse

processo se aplica a violações em qualquer relação. Só é possível reconstruir a

confiança se as duas etapas seguintes acontecerem: 1) quem traiu admite os

valores verdadeiros que causaram a ruptura e os assume, e 2) quem traiu constrói

um histórico sólido de comportamento melhor ao longo do tempo. Sem o

primeiro passo, não deve nem haver uma tentativa de reconciliação.

A confiança é como um prato de porcelana. Uma vez quebrado, é possível

reconstruí-lo, com algum cuidado e atenção. Duas vezes quebrado, partirá em

mais cacos e consertá-lo levará muito mais tempo. Se a outra pessoa continuar a

quebrá-lo, em algum momento será impossível restaurá-lo. Haverá cacos e

poeira demais.

A liberdade através do compromisso

A cultura consumista sabe muito bem nos fazer querer mais, mais e mais. Sob

todo o hype e marketing está a sugestão de que mais é sempre melhor. Eu aceitei

essa ideia durante muitos anos. Ganhe mais dinheiro, visite mais países, tenha

mais experiências, fique com mais mulheres.

Mas nem sempre mais é melhor. Na verdade, o oposto é verdadeiro. Em geral

ficamos mais felizes com menos. Quando somos sobrecarregados por

oportunidades e opções, sofremos o que os psicólogos chamam de paradoxo da

escolha. Basicamente, quanto mais variáveis, menos satisfeitos ficamos com o

que escolhemos, porque temos consciência de que perdemos várias opções.

Então, se você escolher um entre dois lugares para morar, provavelmente se

sentirá confortável e confiante de que fez a escolha certa. Ficará satisfeito com a

sua decisão.

Mas se tiver um leque de vinte e oito opções e escolher uma, o paradoxo da

escolha diz que provavelmente você passará anos sofrendo e duvidando de si

mesmo, se perguntando se tomou a decisão “correta”, e se está mesmo

maximizando a sua felicidade. E essa ansiedade, esse desejo por certeza, perfeição

e sucesso trará infelicidade.

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