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30.05.2020 Views

Pessoas arrogantes adotam essas estratégias nos relacionamentos, assim comoem relação a tudo o mais, a fim de evitar a responsabilidade pelos própriosproblemas. Como resultado, têm relacionamentos frágeis e superficiais, porqueevitam a dor em vez de promover uma verdadeira apreciação e adoração doparceiro.A propósito, isso não vale só para relacionamentos românticos, servetambém para relacionamentos familiares e amizades. Uma mãe dominadora, porexemplo, assume a responsabilidade por todos os problemas que surgem na vidados filhos. A arrogância dela incentiva a arrogância nos filhos, que crescemacreditando que outras pessoas devem se responsabilizar pelos problemas deles.(É por isso que os problemas de relacionamento de um casal sãoassustadoramente semelhantes aos problemas de relacionamento dos pais decada parceiro.)Quando a responsabilidade por suas emoções e ações está indefinida —quando não está claro quem é responsável pelo quê, quem é culpado de quê, porque você está fazendo o que está fazendo —, você nunca desenvolve valoresfortes para si mesmo. Seu único valor se torna fazer o parceiro feliz. Ou seu únicovalor se torna esperar que o parceiro o faça feliz.Isso é autodestrutivo, é claro. E os relacionamentos com essa característicacostumam despencar como o Hindenburg, com todo o drama a que se temdireito, fogos de artifício e tudo.Ninguém pode resolver os seus problemas para você. E nem deveriam tentar,porque isso não vai fazê-lo feliz. Da mesma forma, você não pode resolverproblemas alheios, porque isso não vai ajudar a fazê-los felizes. Umrelacionamento não saudável é quando duas pessoas tentam resolver osproblemas um do outro para se sentir bem consigo mesmas. Um relacionamentosaudável é aquele em que cada um resolve seus problemas para se sentir bemcom o outro.Definir limites adequados não significa que você não pode ajudar ou apoiarseu parceiro ou receber ajuda e apoio. Os dois devem se apoiar mutuamente.Mas que seja por escolha própria, não por se sentirem obrigados a isso ou nodireito de exigir.

Pessoas arrogantes que culpam os outros pelos sentimentos ruins e pelo quefazem de errado agem assim por acreditar que o papel de vítima vai em algummomento atrair alguém para salvá-las, e assim elas receberão o amor que sempredesejaram.Pessoas arrogantes que assumem a culpa pelo que o outro sente de ruim e oque o outro faz de errado agem assim por acreditar que, ao “consertar” e “salvar”o parceiro, receberão o amor e o reconhecimento que sempre desejaram.Esses são o yin e o yang de qualquer relação tóxica: a vítima e o salvador, o quecausa incêndios porque se sente importante fazendo isso e o que apaga osincêndios porque se sente importante fazendo isso.Esses dois tipos de pessoas são atraídos fortemente um para o outro egeralmente acabam juntos. Suas patologias combinam à perfeição. Em geral,esses indivíduos têm pais que também apresentam uma dessas características.Desse modo, seu modelo de um relacionamento “feliz” é baseado em arrogânciae limites fracos.Infelizmente, nenhum dos dois consegue satisfazer as necessidades reais dooutro. Na verdade, o padrão exagerado de culpa e aceitação da culpa que os doisadotam perpetua a arrogância e os valores rasos, o que, por sua vez, os impede deter suas necessidades satisfeitas. A vítima cria cada vez mais problemas paraserem resolvidos — não porque surjam novos problemas reais, mas porque assimela ganha atenção e afeto. E o salvador só resolve e resolve sem parar — nãoporque realmente se importe com os problemas, mas porque acredita quefazendo isso vai ganhar atenção e afeto. Ambos os comportamentos têmmotivações egoístas e condicionais e, portanto, são autossabotagem. Nessescenários, pouco se vivencia o amor genuíno.Se a vítima amasse mesmo o salvador, diria: “Olha, este problema é meu evocê não precisa resolvê-lo para mim. Só preciso que você me apoie enquantovou resolvendo.” Essa seria uma verdadeira demonstração de amor: assumir aresponsabilidade pelos próprios problemas e não jogar a responsabilidade para oparceiro.Se o salvador realmente quisesse salvar a vítima, diria: “Olha, você estáculpando os outros pelos seus problemas. Você é quem deve resolvê-los.” E,

Pessoas arrogantes que culpam os outros pelos sentimentos ruins e pelo que

fazem de errado agem assim por acreditar que o papel de vítima vai em algum

momento atrair alguém para salvá-las, e assim elas receberão o amor que sempre

desejaram.

Pessoas arrogantes que assumem a culpa pelo que o outro sente de ruim e o

que o outro faz de errado agem assim por acreditar que, ao “consertar” e “salvar”

o parceiro, receberão o amor e o reconhecimento que sempre desejaram.

Esses são o yin e o yang de qualquer relação tóxica: a vítima e o salvador, o que

causa incêndios porque se sente importante fazendo isso e o que apaga os

incêndios porque se sente importante fazendo isso.

Esses dois tipos de pessoas são atraídos fortemente um para o outro e

geralmente acabam juntos. Suas patologias combinam à perfeição. Em geral,

esses indivíduos têm pais que também apresentam uma dessas características.

Desse modo, seu modelo de um relacionamento “feliz” é baseado em arrogância

e limites fracos.

Infelizmente, nenhum dos dois consegue satisfazer as necessidades reais do

outro. Na verdade, o padrão exagerado de culpa e aceitação da culpa que os dois

adotam perpetua a arrogância e os valores rasos, o que, por sua vez, os impede de

ter suas necessidades satisfeitas. A vítima cria cada vez mais problemas para

serem resolvidos — não porque surjam novos problemas reais, mas porque assim

ela ganha atenção e afeto. E o salvador só resolve e resolve sem parar — não

porque realmente se importe com os problemas, mas porque acredita que

fazendo isso vai ganhar atenção e afeto. Ambos os comportamentos têm

motivações egoístas e condicionais e, portanto, são autossabotagem. Nesses

cenários, pouco se vivencia o amor genuíno.

Se a vítima amasse mesmo o salvador, diria: “Olha, este problema é meu e

você não precisa resolvê-lo para mim. Só preciso que você me apoie enquanto

vou resolvendo.” Essa seria uma verdadeira demonstração de amor: assumir a

responsabilidade pelos próprios problemas e não jogar a responsabilidade para o

parceiro.

Se o salvador realmente quisesse salvar a vítima, diria: “Olha, você está

culpando os outros pelos seus problemas. Você é quem deve resolvê-los.” E,

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