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dizer coisas educadas, mesmo quando não estamos com vontade, além de contar
mentirinhas bobas e fingir concordar mesmo quando discordamos. É por isso
que as pessoas aprendem a fingir que são amigas de gente de quem não gostam, a
comprar produtos que não desejam. O sistema econômico promove essa farsa.
A desvantagem é que, no Ocidente, você nunca sabe se pode confiar na pessoa
com quem está falando, e isso acontece até entre amigos íntimos ou parentes. No
Ocidente, a pressão para ser agradável é tão forte que muitas vezes
reconfiguramos nossa personalidade inteira para se adequar melhor ao
interlocutor.
Rejeição faz bem
Como extensão da nossa cultura positivista/consumista, muitas pessoas foram
“doutrinadas” na crença de que devem tentar concordar e aceitar o máximo
possível. Este é um dos pilares de muitos dos livros que pregam o pensamento
positivo: abra-se para as oportunidades, aceite, diga sim a tudo e a todos, e por aí
vai.
Mas alguma coisa a gente tem que rejeitar. Do contrário, não somos nada. Se
uma coisa não for melhor ou mais desejável do que outra, somos vazios e nossa
vida não tem sentido. Deixamos de ter valores e, portanto, vivemos sem
propósito.
Evitar rejeitar e ser rejeitado é uma ideia vendida como uma maneira de se
sentir melhor. Evitar a rejeição proporciona um prazer breve, mas nos deixa
desorientados por um bom tempo.
Para realmente apreciar algo, é preciso se limitar. Há um nível de alegria e
significado que só pode ser alcançado depois de décadas investindo em um único
relacionamento, uma única habilidade, uma única carreira. É impossível alcançar
tais coisas sem rejeitar as alternativas.
O ato de escolher um valor implica rejeitar outros. Se eu escolho tornar meu
casamento a coisa mais importante da minha vida, estou também escolhendo
não considerar importante orgias regadas a cocaína. Se escolho me julgar com
base na minha capacidade de ter amizades honestas e tolerantes, ao mesmo