30.05.2020 Views

A-Sutil-Arte-de-Ligar-o-Foda-se-Mark-Manson

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

feliz por ter passado pelas tragédias da guerra. Muitos ainda sofriam com as

cicatrizes emocionais. Alguns, no entanto, tinham conseguido canalizá-las para

uma transformação pessoal positiva e poderosa.

E eles não estão sozinhos nessa inversão. Para muitas pessoas, as maiores

realizações decorrem das maiores adversidades. Em geral, nosso sofrimento nos

torna mais fortes, mais resistentes, mais equilibrados. Muitos sobreviventes do

câncer, por exemplo, dizem se sentir mais fortes e gratos depois de vencer a

batalha pela vida. Muitos militares relatam uma resistência mental obtida ao

tolerar o ambiente de uma zona de conflito.

Dabrowski argumenta que nem sempre o medo, a ansiedade e a tristeza são

estados de espírito indesejáveis ou inúteis. Pelo contrário: com frequência

representam a dor necessária ao amadurecimento. Negar essa dor é negar nosso

potencial. Assim como a dor muscular é necessária para fortalecer o corpo, a dor

emocional é imprescindível se quisermos desenvolver resistência emocional, um

senso mais agudo de identidade, mais compaixão e, em última instância, ter uma

vida melhor.

Em perspectiva, as mudanças pessoais mais radicais acontecem depois das

piores experiências. Só em face a uma dor intensa nos dispomos a reavaliar

nossos valores e examinar suas falhas. Precisamos de algum tipo de crise

existencial para analisar de forma objetiva a fonte do significado que damos à

vida, e só depois considerar uma mudança de curso.

Qualquer um pode chamar isso de “fundo do poço” ou “crise existencial”. Eu

prefiro chamar de “tempestade de merda”. Escolha o que achar melhor.

E talvez você esteja diante desse cenário neste exato momento. Talvez esteja

saindo agora mesmo do desafio mais importante da sua vida e se sinta

desnorteado porque tudo que considerava verdadeiro, normal e bom se

transformou no oposto.

Isso é bom — é o ponto de partida. Repetindo: a dor faz parte do processo. É

importante senti-la. Porque se você só corre atrás de euforias o tempo todo para

encobrir a dor, deleita-se em arrogância e em pensamentos positivos delirantes,

continua abusando de substâncias químicas ou exagerando a frequência de

determinadas atividades, nunca terá motivação para mudar.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!