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Brasil - Swisscam

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esmo que em países de industrialização avançada, graças<br />

M a tecnologias de economia de energia e ao avanço do E<br />

setor de serviços sobre o industrial, o gasto de energia por unidade<br />

de produto seja em geral declinante, a humanidade ainda vai<br />

precisar de mais energia por causa da demanda crescente na<br />

Ásia, América Latina e África.<br />

Enquanto isto, os combustíveis fósseis estão mais e mais escassos<br />

e o mundo tem que lidar com a realidade do aquecimento global,<br />

causado pelo consumo destes combustíveis, pelo desmatamento<br />

e pela emissão de gases causadores do efeito estufa, fatos que<br />

levam os cientistas, dirigentes políticos e industriais a debater sobre<br />

as conseqüências das mudanças climáticas para a vida humana e<br />

sobre as alternativas a estes cenários.<br />

Perante essa realidade e partindo da premissa que vale a pena<br />

cuidar da sobrevivência da flora, da fauna e da humanidade, a<br />

ciência, a política e a indústria deveriam unir forças para<br />

pesquisar e desenvolver energias alternativas<br />

com pouco impacto ao meio-ambiente, como é<br />

o caso das fontes de energia solar e eólica, dos<br />

biocombustíveis e de outras tantas ainda a serem<br />

desenvolvidas.<br />

Nesta procura de alternativas, o <strong>Brasil</strong> tem uma<br />

posição de destaque mundial por sua grande<br />

base hidrelétrica, por contar com uma longa<br />

experiência no uso de álcool como combustível,<br />

dispor de uma grande rede de postos de gás<br />

veicular, usar veículos flex-fuel e ter tudo para<br />

produzir e fornecer imensas quantidades de<br />

biocombustíveis. Os agricultores brasileiros<br />

poderiam ser os ‘sheiks verdes’ do futuro, e<br />

o <strong>Brasil</strong> poderia se destacar como player<br />

importante na demanda de energia global.<br />

Porém, ainda falta definir um melhor ambiente<br />

de negócios para atração dos investimento<br />

necessários.<br />

Para que haja uma redução no consumo de<br />

energia e para a entrada definitiva das energias<br />

alternativas no mercado, é preciso que a população<br />

e o governo se conscientizem de que a<br />

questão da energia não é apenas relativa à economia<br />

ou à política. Por determinar a qualidade<br />

do ar, da água, do solo, do clima e da biodiversidade,<br />

esta consciência é fator decisivo para a<br />

sobrevivência do ser humano neste planeta.<br />

Ernesto Moeri<br />

é presidente da SWISSCAM<br />

Ernesto Moeri is<br />

SWISSCAM’s president<br />

nergy consumption by product unit has been decreasing in<br />

industrialized countries thanks to energy saving technologies<br />

and to the greater expansion of the service sector compared to the<br />

industrial sector; however, demand for energy is still increasing in<br />

Asia, Latin America and Africa.<br />

Meanwhile, fossil fuels are increasingly scarce, and the world faces<br />

the threat of global warming, caused by fossil fuel consumption,<br />

deforesting and greenhouse gas emission, all factors that have<br />

brought the issues of climate change effects on human life and<br />

possible alternative scenarios onto scientists, politicians and industrialists<br />

‘agendas.<br />

Considering this reality and the assumption that the flora, fauna and<br />

humanity are worth preserving, we should have science, politics<br />

and industry working together to research and develop alternative<br />

energy sources that do not significantly impact the environment,<br />

especially solar and aeolic energy, among many others yet to be<br />

harvested.<br />

For its huge hydroelectric installed capacity, its<br />

long experience using alcohol as fuel, its large<br />

number of gas stations supplying methane gas,<br />

its manufacturing of bi-fuel engine vehicles and its<br />

potential to produce and supply large amounts of<br />

bio-fuels, Brazil leads the worlds’ search for alternatives.<br />

Brazilian farmers could become future<br />

“green sheiks”, and Brazil could stand out as an<br />

important global supplier of energy. However, it is<br />

necessary to set up a better business environment<br />

in order to attract the necessary investments.<br />

By becoming aware that the economy or politics<br />

alone cannot tackle these issues, both the government<br />

and the population can help reduce energy<br />

consumption and allow the introduction of<br />

alternative energy sources. For determining the<br />

quality of the air, water, climate and biodiversity,<br />

this awareness is essential for the survival of<br />

humanity on the planet.<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

01<br />

editorial<br />

editorial


Foto capa: ABB<br />

SWISSCAM Magazine<br />

Diretor do Magazine e de Comunicação<br />

Magazine and Communication Director<br />

Dr. Ernesto Moeri<br />

Coordenação Editorial / Editorial Coordination<br />

Ursula Bardorf<br />

Tel +55 (11) 5507 4947<br />

Fax +55 (11) 5505 4255<br />

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Projeto Gráfico / Editorial Design<br />

Karsten Paul Mohr<br />

Direção de Arte / Art Direction<br />

Markus Steiger / www.info.pro.br<br />

Tel +55 (11) 3207 5817<br />

Revisão e Tradução / Proofreading and Translation<br />

CII Centro de Idiomas, Denise Ortega,<br />

Regina Tanner, Ursula Bardorf<br />

SWISSCAM<br />

Câmara de Comércio Suíço-<strong>Brasil</strong>eira<br />

Swiss-Brazilian Chamber of Commerce<br />

Schweizerisch-<strong>Brasil</strong>ianische Handelskammer<br />

Chambre de Commerce Suisse-Brésilienne<br />

São Paulo<br />

Avenida das Nações Unidas, 13.797<br />

Bloco II, 21° andar<br />

04794-000 São Paulo - SP - <strong>Brasil</strong><br />

Tel +55 (11) 5507 4947<br />

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Rio de Janeiro<br />

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20090-080 Rio de Janeiro – RJ – <strong>Brasil</strong><br />

Tel +55 (21) 2233 2367<br />

Fax +55 (21) 2233 2367<br />

rio@swisscam.com.br<br />

Presidente / President<br />

Dr. Ernesto Moeri<br />

Vice-presidentes / Vice-Presidents<br />

Sr. Nelson Mussolini<br />

Sr. Antonio Carlos Guimarães<br />

A Câmara de Comércio Suíço-<strong>Brasil</strong>eira, constituída em<br />

1945, é filiada à União das Câmaras de Comércio Suíças<br />

no Exterior e à Câmara de Comércio Internacional.<br />

The Swiss Brazilian Chamber of Commerce, founded in<br />

1945, is affiliated to the Exterior Chambers of Commerce<br />

and the International Chamber of Commerce.<br />

A reprodução das notícias é permitida, contanto que seja<br />

mencionada a fonte. As opiniões contidas nos artigos não<br />

refletem necessariamente a posição da SWISSCAM.<br />

The reproduction of items is permitted as long as the source is<br />

mentioned. The opinions contained in the articles do not<br />

necessarily reflect the position of SWISSCAM.<br />

Impressão / Printing<br />

People<br />

Tel +55 (11) 5543 1100<br />

www.peoplecopy.com<br />

www.swisscam.com.br<br />

foco focus<br />

04 Tecnologia HVDC - HVDC technology<br />

09 Biodiesel - Biodiesel<br />

18 Efeito Estufa - Greenhouse Effect<br />

22 Co-Processamento - Co-processing<br />

24 Arquitetura e Energia - Architecture and Energy<br />

26 Energia Solar - Solar Energy<br />

case case<br />

21 Urs Thoma, um jovem suíço que se forma em ciências aplicadas, fala de sua experiência<br />

como estagiário na Atlas Schindler do <strong>Brasil</strong> - Urs Thoma, a young Swiss<br />

majoring in Applied Sciences, tell us about his experience as an intern at Atlas<br />

Schindler do <strong>Brasil</strong><br />

jurídico legal<br />

15 As importantes mudanças da nova lei de falências foram apresentadas num seminário<br />

organizado pela SWISSCAM, em conjunto com escritórios de advocacia associados<br />

- The important changes brought about by the new Bankruptcy Act were<br />

the topic of a seminar organized by SWISSCAM, together with member law offices<br />

notícias da SWISSCAM chamber news<br />

31 São Paulo: Philippe Nell, diretor do Secretariado de Economia da Suíça para as<br />

Américas, em round-table com empresários suíços - Bruno Frick, presidente do<br />

Senado suíço, fala sobre a relações entre a Suíça e a União Européia em evento<br />

patrocinado pela Novartis - participação de empresas suíças em estande da<br />

SWISSCAM na Feira HOSPITALAR - Philippe Nell, director of Switzerland’s State<br />

Secretariat for Economic Affairs for<br />

the Americas in round-table with<br />

Swiss entrepreneurs - Bruno Frick,<br />

president of Switzerland’s Senate,<br />

talks about Switzerland-European<br />

Union relations in event sponsored<br />

by Novartis - Swiss companies’<br />

participation in SWISSCAM’s stand<br />

at HOSPITALAR fair<br />

36 Rio: Seminário sobre comércio bilateral<br />

<strong>Brasil</strong>-Suíça – palestra com Otávio<br />

de Castro, especialista em exportação<br />

– palestra sobre atual política<br />

comercial brasileira com Renato<br />

Flôres, integrante do corpo docente<br />

da FGV e expert da OMC - Seminar<br />

on Brazil-Switzerland bilateral trade -<br />

presentation by Otávio de Castro,<br />

exports specialist - presentation on<br />

the current Brazilian trade policy by<br />

Renato Flôres, member of FGV’s faculty and OMC’s expert<br />

business class<br />

39 Irniger, um grande fã de tudo que é americano, imita tanto o idioma quanto o comportamento<br />

de seus ídolos. Porém, tanto entusiasmo o deixa cego para enxergar a<br />

sua própria situação profissional; a realidade vem à tona após uma divertida festa<br />

de Halloween - Irniger, a big fan of everything American, imitates both his idols’<br />

language and behavior. However, his enthusiasm prevents him from seeing his own<br />

professional situation; he gets down to reality after having fun at a Halloween party<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

03<br />

índice<br />

index


foco<br />

focus<br />

HVDC: tecnologia<br />

de proporções<br />

continentais<br />

04 swisscam nº42 08/2005<br />

por Sérgio Gomes<br />

O desafio para empresas<br />

como a ABB é levar energia,<br />

de forma econômica<br />

e com a menor agressão<br />

possível ao meio ambiente,<br />

aos locais onde se<br />

processa o crescimento<br />

econômico<br />

O<br />

s centros de geração de energia<br />

estão cada vez mais longe de onde<br />

se processa a demanda. Os aproveitamentos<br />

hidrelétricos mais próximos dos<br />

centros de consumo já estão total ou parcialmente<br />

esgotados. As distâncias entre<br />

os pontos de geração e distribuição de<br />

energia estão cada vez maiores. Unir as<br />

duas pontas tornou-se um desafio<br />

tecnológico para empresas, governos e<br />

O HVDC também é capaz<br />

de interligar pontos com<br />

freqüências distintas ou<br />

não sincronizadas, como<br />

o <strong>Brasil</strong> (60 Hz) e a<br />

Argentina (50 Hz)<br />

para a sociedade em geral. É preciso levar<br />

energia, de forma econômica e com a<br />

menor agressão possível ao meio ambiente,<br />

aos locais onde se processa o crescimento<br />

econômico.<br />

Lançamento do cabo submarino da primeira<br />

instalação HVDC no mundo, ligando a Suécia<br />

continental à ilha de Gotland em 1955<br />

Launch of the first HVDC system underwater cable<br />

linking continental Sweden to the Gotland Island<br />

in 1955<br />

Para resolver este e alguns outros desafios<br />

na área de transmissão de energia, a ABB<br />

desenvolveu, há 50 anos, a tecnologia<br />

pioneira da transmissão de energia em<br />

corrente contínua de alta tensão, denominada<br />

HVDC (High Voltage Direct Current)<br />

solucionando, de forma econômica e<br />

ambientalmente menos agressiva, o problema<br />

de transmissão de energia para<br />

grandes extensões territoriais, como no<br />

caso do <strong>Brasil</strong>.<br />

Para a transmissão em longas distâncias<br />

(>1.000km) o uso de corrente contínua<br />

(CC) mostra-se mais eficiente e competitivo<br />

do que os sistemas de corrente alternada<br />

(CA) devido, entre outros, aos fatores<br />

listados a seguir:<br />

O primeiro fator é o custo. Os equipamentos<br />

usados para converter a energia de<br />

corrente alternada em energia de corrente<br />

contínua possuem um custo elevado,<br />

quando comparados àqueles fabricados<br />

para as redes elétricas em corrente alternada.<br />

Entretanto, a linha de transmissão<br />

é mais barata. O que importa, em geral, é<br />

que, em longas distâncias, o custo total<br />

A ABB desenvolveu a tecnologia<br />

HVDC (High Voltage Direct<br />

Current) solucionando o problema<br />

de transmissão de energia<br />

para grandes extensões<br />

territoriais<br />

de um sistema de corrente contínua pode<br />

ser mais baixo que o de corrente alternada.<br />

Um segundo fator a ser considerado está<br />

relacionado às perdas muito menores que<br />

este sistema oferece, quando comparado<br />

ao de CA. Este é um importante parâmetro<br />

a ser considerado nos custos de amortização<br />

do sistema.<br />

Um terceiro aspecto de grande relevância<br />

é que os sistemas HVDC causam menos<br />

Fotos: Divulgação ABB


agressão ao meio ambiente. O corredor<br />

de passagem para uma linha de transmissão<br />

HVDC chega a ser três vezes mais<br />

estreito do que o de uma linha de CA com<br />

a mesma potência. Este aspecto torna-se<br />

ainda mais relevante quando consideramos<br />

a tecnologia HVDC Light, patenteada pela<br />

ABB, para utilização em sistemas de transmissão<br />

subaquáticos e subterrâneos,<br />

onde não existem nem ao menos torres<br />

de transmissão.<br />

Os sistemas HVDC também possuem a<br />

característica única de poder interligar<br />

pontos com freqüências distintas ou não<br />

sincronizadas. Um exemplo desta aplicação<br />

é o sistema que interliga o <strong>Brasil</strong> e a<br />

Argentina. Para viabilizar a importação e<br />

exportação de energia entre os dois países,<br />

onde as freqüências utilizadas são de<br />

Gotland: sala das válvulas<br />

Gotland: valve room<br />

O corredor de passagem<br />

para uma linha de transmissão<br />

HVDC chega a ser três<br />

vezes mais estreito do que<br />

o de uma linha de corrente<br />

alternada<br />

60 Hz e 50 Hz, respectivamente, foi instalado<br />

um sistema HVDC back-to-back.<br />

Hoje, cerca de 70.000 MW de capacidade<br />

de transmissão HVDC estão instalados em<br />

mais de 90 projetos no mundo todo. A<br />

ABB é responsável por cerca de 40.000 MW<br />

deste total, detendo 60% deste mercado.<br />

A linha HVDC de maior tensão (600KV) e<br />

potência (6.300 MW), em operação em<br />

todo o mundo, está em operação no <strong>Brasil</strong><br />

há mais de 20 anos formando o sistema<br />

de transmissão que liga a Usina Hidrelétrica<br />

de Itaipu aos centros consumidores na<br />

região de São Paulo.<br />

Sérgio Gomes é presidente<br />

da ABB no <strong>Brasil</strong><br />

HVDC: Cross-continental<br />

technology<br />

by Sérgio Gomes<br />

Companies like ABB face<br />

the challenge to transmit<br />

energy to regions of high<br />

economic growth at a low<br />

cost, causing the least<br />

possible impact on the<br />

environment.<br />

Vista parcial de uma subestação<br />

Partial view of a substation<br />

N owadays,<br />

power is being generated<br />

farther and farther from where consumers<br />

live and work. The capacity of nearer<br />

hydroelectric plants to meet the demand is<br />

on the brink of exhaustion. The distance<br />

between power plants and power distribution<br />

points is continuously growing bigger. Connecting<br />

both points have become a technological<br />

challenge for companies, governments<br />

and the society. Power must be transmitted<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

05<br />

foco<br />

focus


to regions of high economic growth at a low<br />

cost, causing the least possible impact on<br />

the environment.<br />

ABB has pioneered the HVDC<br />

(High Voltage Direct Current)<br />

technology, solving the problem<br />

of long-distance power<br />

transmission<br />

To meet this and other power transmission<br />

challenges, ABB pioneered, 50 years ago,<br />

the high voltage direct current technology,<br />

HVDC, which offered an economic and envi-<br />

Válvulas tiristorizadas de um sistema HVDC<br />

Thyristor valves in HVDC system<br />

ronmentally friendly solution to the problem<br />

of long-distance power transmission in large<br />

countries like Brazil.<br />

For long-distance transmission (over 1,000 km),<br />

using direct current (DC) has proved to be<br />

more efficient and competitive than using<br />

alternating current (AC), for the following<br />

reasons:<br />

Firstly, the low cost. Although the equipment<br />

used to convert direct current into alternating<br />

current costs more than that used in alternating<br />

current systems, the transmission lines<br />

are cheaper. It is also important to consider<br />

The HVDC system allows the<br />

interconnection of points that do<br />

not run in the same frequency<br />

or are asynchronous, as, for<br />

instance, Brazil (60 Hz) and<br />

Argentina (50 Hz)<br />

that, for long distances, in general, the total<br />

cost of a direct current system can be lower<br />

than that of an alternating current system.<br />

Another important factor is that losses in<br />

a DC system come out lower than in an AC<br />

system. This should be taken into account<br />

in terms of the system amortization.<br />

Murraylink cable: colocação de cabo<br />

subterrâneo para um sistema HVDC Light<br />

Murraylink cable: lying down underwater cable<br />

for installation of HVDC Light system<br />

Fotos: Divulgação ABB<br />

Itaipu - a maior<br />

hidroelétrica do mundo<br />

Itaipu – the world’s largest<br />

hydroelectric plant<br />

A third important aspect is the fact that<br />

HVDC systems are more environmentally<br />

friendly. HVDC is transmitted through cables<br />

that are up to three times narrower than those<br />

used for transmitting alternating current for<br />

the same power capacity. Also, the new<br />

HVDC Light technology, patented by ABB,<br />

comprises power transmission using submarine<br />

or underground lines without the need<br />

for transmission towers.<br />

HVDC is transmitted through<br />

cables that are up to three<br />

times narrower than those<br />

used for transmitting alternating<br />

current<br />

HVDC systems also have the advantage of<br />

allowing the interconnection of points with<br />

different frequency or of asynchronous<br />

points. An example of this kind of application<br />

is the system that connects Brazil and<br />

Argentina. A back-to-back HVDC system<br />

was installed to allow importing and exporting<br />

power between both countries, where the<br />

power frequency is 60 Hz and 50 Hz, respectively.<br />

Nowadays, around 70,000 MW HVDC transmission<br />

capacity is installed in over 90 projects<br />

all over the world. ABB supplies about<br />

40.000 MW, which represents 60% of the<br />

power market.<br />

The most powerful line in the world (600KV),<br />

rating 6.300 MW, has been in operation in<br />

Brazil for over 20 years in the power transmission<br />

scheme that links the Itaipu hydroelectric<br />

plant to the Sao Paulo City region.<br />

Sérigo Gomes is President of ABB Brazil<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

07<br />

foco<br />

focus


<strong>Brasil</strong> - país dos sheiks<br />

do óleo verde – é pioneiro<br />

na produção de biodiesel<br />

em larga escala<br />

O <strong>Brasil</strong><br />

por Ernesto Moeri<br />

O <strong>Brasil</strong> apresenta excelentes perspectivas econômicas e poderá<br />

tornar-se líder na produção de combustíveis renováveis<br />

dispõe de condições mais<br />

privilegiadas para a produção tanto<br />

de álcool quanto de óleos vegetais do que<br />

a Europa. Por isso, os ‘sheiks’ de amanhã<br />

poderiam muito bem ser os agricultores<br />

dos países tropicais em desenvolvimento,<br />

favorecidos pela sua geografia e que gozam<br />

da vantagem de ter um clima quente e<br />

rico em chuvas. Da mesma forma que há<br />

milhões de anos as energias fósseis se<br />

formaram exatamente nestas condições<br />

climáticas, as energias renováveis crescem<br />

hoje no <strong>Brasil</strong> – um ‘fast motion’ geológico.<br />

Biodiesel: Novas dimensões<br />

de sustentabilidade<br />

Biodiesel, também conhecido como diesel<br />

vegetal, é um combustível renovável extraído<br />

de óleos vegetais e gorduras animais. O<br />

biodiesel é produzido através de uma reação<br />

química com álcool (metanol ou etanol),<br />

acelerada por um catalisador; este processo<br />

é chamado de transesterificação. Como<br />

subproduto se obtém glicerol, que é vendido<br />

como matéria-prima para a indústria<br />

farmacêutica.<br />

A plantação das oleaginosas e o processo<br />

de produção de biodiesel consomem muito<br />

menos energia do que a gerada durante a<br />

queima do combustível, ou seja, o balanço<br />

energético é altamente positivo. Para a<br />

transformação do biodiesel em energia, o<br />

ciclo de óxido de carbono é fechado, ou<br />

seja, as emissões de CO 2 geradas na<br />

queima do biocombustível são compensadas<br />

pelo seqüestro de carbono através da<br />

fotossíntese durante o crescimento das<br />

plantas.<br />

Este combustível renovável se destaca por<br />

teores baixos de enxofre, teores mais altos<br />

Atlas do Biodiesel - Potencialidade brasileira para produção e consumo de combustíveis vegetais<br />

Biodiesel Atlas - Brazil’s potential for production and consumption of vegetable fuel<br />

NORTE<br />

Dendê<br />

Palm Oil<br />

AC<br />

Rio Branco<br />

AM<br />

Boa Vista<br />

Porto Velho<br />

RO<br />

CENTRO-OESTE e SUDESTE<br />

Soja<br />

Soy<br />

Algodão<br />

Cotton<br />

Amendoim<br />

Peanut<br />

Babaçu<br />

PR<br />

Manaus<br />

Cuiabá<br />

MT<br />

MS<br />

Campo Grande<br />

Babaçu<br />

Cana<br />

Sugar Cane<br />

RS<br />

AP<br />

Macapá<br />

PA<br />

GO<br />

Goiânia<br />

Belém<br />

Palmas<br />

TO<br />

DF<br />

Brasília<br />

MA<br />

MG<br />

PI<br />

BA<br />

ES<br />

SP<br />

RJ<br />

PR<br />

Rio de Janeiro<br />

São Paulo<br />

SC<br />

Curitiba<br />

Florianópolis<br />

Porto Alegre<br />

Dendê<br />

Palm Oil<br />

Girassol<br />

Sunflower<br />

Belo Horizonte<br />

São Luiz<br />

Teresina<br />

Algodão<br />

Cotton<br />

Mamona<br />

Castor<br />

CE<br />

PE<br />

SE AL<br />

RN Natal<br />

PB João Pessoa<br />

Recife<br />

Maceió<br />

Vitória<br />

Fortaleza<br />

Salvador<br />

Macaúba<br />

Mamona<br />

Castor<br />

Aracaju<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

NORDESTE<br />

SUL<br />

Girassol<br />

Sunflower<br />

Soja<br />

Soy<br />

09<br />

foco<br />

focus


foco<br />

focus<br />

de oxigênio e quantidade reduzida de<br />

cetano em comparação ao diesel convencional.<br />

Além disto, o biodiesel apresenta<br />

efluentes gasosos consideravelmente<br />

menos danosos ao meio ambiente: teores<br />

de fuligem mais baixos; ausência de<br />

solventes (por exemplo, benzeno); ausência<br />

de ácido sulfuroso. Graças ao seu ponto<br />

de inflamação alto (110°C), o ‘combustível<br />

amigável’ não é considerado um agente<br />

perigoso. Estoque, transporte e manipulação<br />

do biodiesel são mais simples e não<br />

requerem procedimentos especiais de<br />

segurança. Hoje, todas as características<br />

técnicas do biodiesel são reguladas através<br />

de normas válidas internacionalmente. A<br />

única desvantagem: com um desempenho<br />

igual ao de um motor, o consumo do<br />

biodiesel é levemente maior (aproximadamente<br />

15%) do que de diesel fóssil.<br />

10 swisscam nº42 08/2005<br />

Detalhe de usina de biodiesel<br />

Detail of biodiesel plant<br />

Usina de biodiesel na Alemanha - Biodiesel plant in Germany<br />

Fotos: Comunicação BioÖlwerk Magdeburg<br />

Considerando que o biodiesel é neutro em<br />

termos de óxido de carbono, o uso deste<br />

combustível contribui para a redução dos<br />

gases geradores do efeito estufa. Conforme<br />

cálculos recentes, cada litro de biodiesel<br />

substituindo diesel convencional responde<br />

a uma redução de 2,2kg de CO 2 . Supondo<br />

que 5% do total de 40 milhões de toneladas<br />

de diesel consumido anualmente no <strong>Brasil</strong><br />

fosse substituído por biodiesel, o país<br />

seria capaz de criar créditos de carbono<br />

de 4,4 milhões de toneladas por ano e,<br />

com isto, contribuiria substancialmente<br />

para a proteção do clima global.<br />

Biocombustíveis na Europa<br />

Como produtor e consumidor líder de biodiesel,<br />

a Alemanha alcançará, em 2005,<br />

uma produção estimada em mais de<br />

1.000.000t RME (éster metílico de colza).<br />

O biodiesel alemão é usado tanto como<br />

substituto integral do diesel comum<br />

(B100) quanto como complemento (B2).<br />

Os termos do Protocolo de<br />

Kyoto obrigam os grandes<br />

países europeus a substituir<br />

parte dos combustíveis fósseis<br />

por energias alternativas<br />

A produção de biodiesel na Alemanha é<br />

subsidiada duplamente: através de isenção<br />

do imposto sobre produtos minerais (0,47<br />

Euros por litro) e também através dos<br />

próprios subsídios tradicionais que beneficiam<br />

a agricultura. Como a venda de biodiesel<br />

é isenta do imposto sobre óleos minerais,<br />

os produtores são bastante competitivos,<br />

ainda mais porque é gerada uma receita


adicional através da venda de resíduos das<br />

prensas, o farelo de colza, muito apreciada<br />

nos mercados europeus e americanos<br />

como ração animal.<br />

No entanto, com relação às áreas agrícolas<br />

disponíveis na Alemanha, o potencial para<br />

a produção de biodiesel está praticamente<br />

esgotado; tanto na Alemanha como em<br />

Com relação às áreas agrícolas<br />

disponíveis na Alemanha,<br />

o potencial para a produção<br />

de biodiesel está praticamente<br />

esgotado<br />

outros países europeus, estão em fase de<br />

implantação grandes plantas de biodiesel<br />

localizadas nos portos, que serão alimentadas<br />

por grãos importados, inclusive à<br />

base de soja. Outros países, como por<br />

Industrial biodiesel plant<br />

Planta industrial de biodiesel<br />

Limpeza de sementes<br />

Seed cleaning<br />

Estação de carregamento<br />

para expeller*<br />

Loading station for expeller*<br />

Estação de descarga de<br />

sementes de colza (tremonha<br />

de recepção)<br />

Unloading station of rape seed<br />

(intake hopper)<br />

Armazenagem de expeller*<br />

Expeller* storage<br />

Caixa diária para a planta<br />

de esmagamento<br />

Day bin for the pressing plant<br />

Caldeira a vapor, unidade<br />

de óleo térmico<br />

Steam boiler, thermal oil unit<br />

Balança de caminhões<br />

Truck scale<br />

Área administrativa<br />

Administration area<br />

Planta de<br />

esmagamento<br />

Pressing plant<br />

Estacionamento, acesso<br />

Parking lot, access<br />

exemplo Suíça, onde a disponibilidade de<br />

áreas cultiváveis é bastante restrita, o<br />

potencial de produção própria de<br />

biocombustível é apenas simbólico.<br />

Grande potencial no <strong>Brasil</strong><br />

No <strong>Brasil</strong>, a produção de biomassa e a sua<br />

utilização como combustível têm uma longa<br />

tradição. Há mais de três décadas são<br />

produzidos, a partir de um total de 300<br />

milhões de toneladas de cana-de-açúcar,<br />

15,5 bilhões de litros de álcool por ano,<br />

além do açúcar refinado. Este álcool é<br />

usado como combustível pela frota privada.<br />

O álcool brasileiro tem hoje o custo de<br />

produção mais baixo do mundo e pode<br />

competir diretamente com o preço atual<br />

do óleo cru convencional (o “barril” de<br />

álcool brasileiro pode hoje ser oferecido<br />

ao mercado mundial por um equivalente<br />

aproximado a US$ 50,00, já corrigido pelo<br />

valor energético reduzido). Apesar destas<br />

experiências sólidas com álcool como<br />

substituto para gasolina, ainda não existe<br />

Entrada para a planta<br />

Entrée to the plant<br />

160 m<br />

Carga / descarga (óleo – biodiesel)<br />

Loading / unloading (Oil – biodiesel)<br />

*expeller = óleos extraídos através de um processo mecânico sem uso de produtos químicos numa máquina trituradora<br />

*expeller = oils extracted through a chemical-free mechanism process using a screw type machine<br />

no <strong>Brasil</strong> uma produção industrial de biodiesel.<br />

A razão principal disto é o fato de<br />

que, apesar da propaganda maciça do<br />

governo e da opinião pública sobre o<br />

benefício do biodiesel, não existem incentivos<br />

financeiros suficientes para que a<br />

produção deste combustível ecológico e<br />

sua venda local sejam atraentes. No <strong>Brasil</strong>,<br />

o preço do diesel convencional (cujo uso é<br />

restrito somente a ônibus e caminhões, ou<br />

seja, transporte público de curta e longa<br />

distância, e transporte de bens de consumo)<br />

é subsidiado, sendo assim mais barato<br />

do que o custo internacional do litro de<br />

biodiesel (!).<br />

Na produção de óleos vegetais, o <strong>Brasil</strong><br />

está em uma posição global avançada: em<br />

2004 foram produzidos 62,2 milhões de<br />

toneladas de soja, numa área de 22,3 milhões<br />

de ha de áreas agrícolas (isto corresponde<br />

a 223.000km 2 ou aproximadamente<br />

cinco vezes a área total da Suíça); o rendimento<br />

de 2.806kg por ha é um dos melhores<br />

200 m<br />

Caixas de estoque<br />

Storage bins<br />

Secador de sementes<br />

Seed dryer<br />

Estoque intermediário<br />

para sementes úmidas<br />

Intermediate seed<br />

storage for wet seed<br />

Bio-filtro<br />

Bio-filter<br />

Torre de resfriamento<br />

Cooling tower<br />

Área de estocagem de<br />

produtos químicos<br />

Chemical storage area<br />

Planta de biodiesel<br />

Biodiesel plant<br />

Planta de refino<br />

Refining plant<br />

Carga / descarga (glicerina,<br />

methanol, aditivos)<br />

Loading / unloading (glycerine<br />

/ methanol / additives)<br />

Tanques de estocagem<br />

Tankfarm<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

11<br />

foco<br />

focus


Foto: Comunicação BioÖlwerk Magdeburg<br />

do mundo. Com isto, o <strong>Brasil</strong> já é hoje o<br />

maior produtor mundial de biomassa<br />

renovável.<br />

Há inúmeras plantas oleaginosas no país<br />

apropriadas como matéria-prima para a<br />

produção de combustíveis renováveis como<br />

soja, dendê, mamona, babaçu, girassol e<br />

amendoim.<br />

O álcool brasileiro tem hoje<br />

o custo de produção mais<br />

baixo do mundo e pode<br />

competir diretamente com<br />

o preço atual do óleo cru<br />

convencional<br />

Mesmo com esta grande variedade de<br />

plantas e a sua ampla distribuição geográfica,<br />

não podemos esquecer de que,<br />

hoje, 90% do plantio destas espécies se<br />

referem à soja. Porém, as reservas de áreas<br />

cultiváveis (sem necessidade de desmatamento!)<br />

no maior país da América do Sul<br />

são tão imensas que a produção de biomassa,<br />

geradora de óleos vegetais e,<br />

conseqüentemente de biodiesel, poderá<br />

ser largamente incrementada.


Semente<br />

Seed<br />

Óleo cru<br />

Crude Oil<br />

Etanol / Metanol<br />

Ethanol / Methanol<br />

Catalisador<br />

Catalyst<br />

Etanol / Metanol<br />

Ethanol / Methanol<br />

Oportunidades de Investimentos<br />

Os preços do petróleo bruto estão aumentando<br />

e os compromissos em relação à<br />

proteção global do clima dentro dos termos<br />

do Protocolo de Kyoto obrigam os grandes<br />

países europeus a substituir parte dos<br />

combustíveis fósseis por energias alternativas.<br />

O biodiesel já foi tecnicamente aprovado<br />

e estará à disposição em curto prazo.<br />

Poderia ser produzido no <strong>Brasil</strong>, sob condições<br />

econômicas e socioeconômicas<br />

sustentáveis e em grande escala. Para<br />

isso, não seriam necessários subsídios,<br />

somente o acesso aos mercados de consumo<br />

deveria ser garantido sem barreiras<br />

aduaneiras. A Alemanha já liberou das<br />

Brazil – country of the green oil sheiks –<br />

has pioneered production of large scale<br />

biodiesel - by Ernesto Moeri<br />

Brazil has been a producer of bioethanol for over<br />

30 years, and as such, it has, as no other country,<br />

practical experience in the production, distribution<br />

and use of alcohol, a renewable fuel. Alcohol is<br />

used to fuel automobiles as a substitute of and<br />

complement for gasoline.<br />

The gasoline used throughout the country contains<br />

22% of bioethanol without any need for adapting<br />

Prensagem<br />

Pressing<br />

Óleo cru - Crude Oil<br />

Refino<br />

Refining<br />

Óleo refinado - Refined Oil<br />

Transesterificação<br />

Transesterification<br />

Glicerina / Água - Glycerin / Water<br />

Destilação<br />

Destilation<br />

Torta<br />

Presscake<br />

Ácido Graxo 1<br />

Fatty acid 1<br />

BIODIESEL<br />

Famaglicerina<br />

Pharmaglycerin<br />

Ácido Graxo 2<br />

Fatty acid 2<br />

contribuições aduaneiras a importação de<br />

combustíveis renováveis; na Suíça as respectivas<br />

leis estão em fase de deliberação.<br />

Como já foi dito, ainda não existe no <strong>Brasil</strong><br />

produção em escala industrial de biodiesel;<br />

diversos projetos estão sendo discutidos,<br />

mas o imposto sobre diesel fóssil é baixo<br />

demais para que a produção de combustíveis<br />

vegetais seja uma alternativa atraente<br />

no mercado interno brasileiro.<br />

Utilizando-se das técnicas atuais, a construção<br />

de uma usina de biodiesel na Europa,<br />

com capacidade de 100.000 toneladas<br />

por ano, custa cerca de US$ 20 milhões.<br />

Uma usina deste tipo produz biodiesel a<br />

car engines. Over five million cars are currently using<br />

pure alcohol as fuel. Brazilian gas stations sell this<br />

‘biogasoline’ for a price about 40% lower than that<br />

of fossil fuels (with an increase of as little as 20-25%<br />

in fuel consumption).<br />

In addition, since early 2005, the car industry has<br />

been offering hybrid-engine cars that can run either<br />

on gas or on alcohol. Currently, Brazil meets 35%<br />

of its domestic fuel demand with the production of<br />

renewable biomass - a unique and visionary<br />

initiative.<br />

Ernesto Moeri is president of CSD-Geoklock (www.geoklock.com.br), a consulting<br />

company in the environmental area. He is also president of SWISSCAM (www.swisscam.com.br)<br />

Processo industrial de biodiesel<br />

Biodiesel Industrial Process<br />

um custo de US$ 0,60 por litro, ou seja, um<br />

custo que abre um espaço atraente para<br />

negociação internacional de vendas.<br />

O principal produto agrícola brasileiro é a<br />

soja – e o óleo de soja está disponível em<br />

quantidades suficientes no mercado interno.<br />

Considerando também o fato de a<br />

esterificação com metanol ser industrialmente<br />

comprovada e possibilitar a criação<br />

de um produto internacionalmente testado<br />

e certificado (e aceito sem restrições de<br />

garantia pelos produtores de motores), é<br />

aconselhável que seja iniciada no <strong>Brasil</strong><br />

num primeiro passo a produção industrial<br />

de biodiesel através da esterificação com<br />

metila de soja.<br />

A pesquisa e o desenvolvimento da esterificação<br />

de soja e de outros óleos nativos<br />

com etanol já está em andamento e está<br />

sendo testado por diversas instituições.<br />

Porém, ainda precisará de um certo tempo<br />

até o amadurecimento industrial. Além<br />

disto, ainda levará anos até que o dendê<br />

e outras plantas oleosas tradicionais (por<br />

causa do longo período, de até oito anos,<br />

entre o plantio e a safra) estejam disponíveis<br />

para o uso industrial.<br />

Graças à disponibilidade de áreas agrícolas<br />

a baixo custo, as vantagens climáticas e<br />

ainda à alta competitividade da indústria<br />

local para fornecer matéria-prima e equipamentos,<br />

o <strong>Brasil</strong> se encontra numa<br />

posição vantajosa para atrair investidores<br />

nacionais e internacionais no negócio de<br />

biodiesel.<br />

Para o mercado interno, entretanto, faltam<br />

ainda incentivos fiscais suficientes para o<br />

biodiesel poder competir com o diesel convencional,<br />

mesmo que o biodiesel, além<br />

de prometer boa rentabilidade financeira,<br />

atenda os mais altos critérios ecológicos<br />

e de sustentabilidade.<br />

Ernesto Moeri<br />

é presidente da<br />

CSD-Geoklock<br />

(www.geoklock.com.br),<br />

empresa de consultoria<br />

ambiental e presidente<br />

da SWISSCAM<br />

(www.swisscam.com.br)<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

13<br />

foco<br />

focus


jurídico<br />

legal<br />

O evento<br />

“A nova lei de falências”<br />

- uma visão técnica da<br />

audiência<br />

por Paulo Eduardo Pinheiro de S. Bonilha<br />

com a supervisão de Charles Wowk<br />

Ciente da importância da nova lei de falências no cenário econômico<br />

nacional e da conseqüente preocupação de operadores do direito e<br />

de empresários com relação à aplicação do novo diploma legal, a<br />

SWISSCAM, munida do senso de responsabilidade de discutir os relevantes<br />

temas do país, organizou um evento denominado “A Nova Lei<br />

de Falências”, que teve como escopo elucidar os principais pontos de<br />

controvérsia criados pela nova lei<br />

contou com a presença maciça<br />

de empresários, advogados,<br />

juízes e interessados nos efeitos que a<br />

nova lei trará, tanto no campo jurídico<br />

quanto no campo econômico.<br />

Como palestrantes, foram trazidos especialistas<br />

em suas respectivas áreas de atuação,<br />

que contribuíram de forma decisiva<br />

para o sucesso do evento.<br />

Dr. Antonio Toro trouxe um<br />

enfoque não jurídico sobre o<br />

tema da recuperação judicial<br />

em palestra intitulada “A Viabilidade<br />

Econômico-Financeira<br />

e a Elaboração do Plano de<br />

Recuperação de Empresas”<br />

Os debates tiveram início com a palestra<br />

do Dr. Alessandro B. Borges, intitulada<br />

“Os Reflexos Tributários introduzidos pela<br />

nova Lei de Falências” em que foram abordados<br />

os principais reflexos que a nova lei<br />

de falências trouxe ao direito tributário<br />

nacional.<br />

Dentre tantas questões intrigantes a respeito<br />

do tema, merece destaque a crítica<br />

sobre a disposição contida no artigo 57<br />

da nova lei, que exige que após a aprovação<br />

pela assembléia-geral de credores do<br />

plano de recuperação judicial, o empresá-<br />

14 swisscam nº42 08/2005<br />

rio apresente as certidões negativas de<br />

créditos tributários, para que o juiz defira<br />

o processamento da recuperação.<br />

Como salientado, tal regra põe em risco a<br />

aplicabilidade da nova lei, uma vez ser<br />

praticamente impossível que o empresário<br />

que necessite ingressar com um pedido<br />

de recuperação judicial esteja em dia com<br />

o fisco.<br />

Dr. Alexandre Alves Lazzarini,<br />

juiz de direito titular da 1º<br />

Vara de Falências e Recuperações<br />

Judiciais, expressou o<br />

grande interesse do Judiciário<br />

Paulista em prestar uma assistência<br />

ágil<br />

Visando acomodar melhor a questão, a lei<br />

complementar nº 118, promulgada em<br />

conjunto com a nova lei de falências,<br />

acrescentou ao artigo 155 do Código Tributário<br />

Nacional o parágrafo 3º, que traz<br />

uma previsão genérica sobre o parcelamento<br />

de débitos tributários, por meio do qual o<br />

devedor em recuperação judicial poderia<br />

obter certidões positivas com efeito de<br />

negativas, para fins de cumprimento ao<br />

disposto no artigo 57.<br />

Ocorre, todavia, que a disposição contida<br />

no novo parágrafo 3º do artigo 155-A prevê<br />

a necessidade de uma lei específica<br />

para regular as condições de parcelamento<br />

dos créditos tributários do devedor em<br />

recuperação judicial. Essa lei, entretanto,<br />

ainda não existe no ordenamento jurídico<br />

pátrio, estando o seu projeto (nº 254/04)<br />

aguardando votação no Senado Federal.<br />

É fundamental, portanto, que tal projeto<br />

de lei seja promulgado com máxima urgência,<br />

sob pena de que se prejudique as<br />

Dr. Alessandro B. Borges,<br />

abordou “Os Reflexos<br />

Tributários introduzidos<br />

pela nova Lei de Falências”<br />

ao direito tributário<br />

nacional<br />

disposições contidas na nova lei de falências,<br />

em especial, no que se refere à recuperação<br />

judicial de empresas.<br />

Dando continuidade aos trabalhos, foi dada<br />

a palavra ao Dr. Sidney Saraiva Apocalypse,<br />

que ministrou a palestra intitulada “Nova<br />

Lei – Mito e Realidade”.<br />

Com uma visão mais prática do assunto,<br />

o Dr. Sydney tentou demonstrar que a nova<br />

lei traz diversos obstáculos para a obtenção<br />

de recuperação judicial por pequenos<br />

empresários e que a nova lei de falências


dificilmente lhes será aproveitável nesse<br />

contexto, tendo utilidade mais restrita às<br />

grandes empresas que necessitem passar<br />

pelo processo de recuperação.<br />

Em seguida, Dr. Luiz Fernando Valente de<br />

Paiva ministrou a palestra “Oportunidades<br />

e Investimentos gerados pela nova Lei de<br />

Falências”.<br />

Dr. Sydney Saraiva<br />

Apocalypse demonstrou<br />

que a nova lei traz diversos<br />

obstáculos para a obtenção<br />

de recuperação judicial por<br />

pequenos empresários<br />

A este respeito, o Dr. Luiz Fernando apresentou<br />

as maiores inovações da nova lei,<br />

expressando uma posição bastante otimista<br />

a respeito de sua aplicabilidade, enfatizando<br />

que a nova lei visa evitar a liquidação de<br />

empresas viáveis; manter empregos; manter<br />

a geração de tributos e aprimorar os mecanismos<br />

de recuperação de créditos.<br />

Foram abordados diversos aspectos inovadores<br />

da lei, no que se refere à recuperação<br />

judicial, com destaque para as possíveis<br />

formas de aprovação do plano de<br />

recuperação da empresa e as conseqüências<br />

da não aprovação.<br />

Seminário sobre a nova lei de falências teve grande repercussão<br />

entre os associados - Seminar on the new Bankruptcy Act fulfilled<br />

our members’ expectations<br />

Uma questão também bastante<br />

abordada foi a classificação dos<br />

créditos na falência, segundo a<br />

qual os créditos com garantias<br />

reais passaram a ocupar o segundo<br />

lugar na ordem de preferência<br />

de recebimento, acima<br />

inclusive dos créditos tributários e somente<br />

abaixo dos créditos trabalhistas limitados<br />

a 150 salários-mínimos.<br />

Outro ponto relevante apresentado pelo<br />

Dr. Luiz Fernando foi a implementação<br />

dos credores extraconcursais, que deverão<br />

ter grande importância na recuperação da<br />

empresa, uma vez que poderão oferecer<br />

linhas de crédito para uma empresa durante<br />

o período de recuperação com a garantia<br />

de, em uma eventual falência, receber o<br />

pagamento da dívida antes de qualquer<br />

outro credor. Assim, a nova lei incentiva<br />

instituições financeiras a oferecerem linhas<br />

de crédito a empresas em recuperação, o<br />

que será um fator decisivo para a efetiva<br />

recuperação da empresa.<br />

Em seguida o Dr. Antonio Toro ministrou a<br />

palestra intitulada “A Viabilidade Econômico-Financeira<br />

e a Elaboração do Plano de<br />

Recuperação de Empresas”.<br />

Mostrando as “Oportunidades<br />

e Investimentos gerados<br />

pela nova Lei de Falências”<br />

Dr. Luiz Fernando Valente de<br />

Paiva enfatizou que a nova<br />

lei visa evitar a liquidação de<br />

empresas viáveis<br />

A explanação do Dr. Toro trouxe um enfoque<br />

não jurídico, mas sem dúvida indispensável,<br />

sobre o tema da recuperação judicial,<br />

lembrando a importância de se realizar<br />

um diagnóstico correto e detalhado da<br />

situação das empresas que buscam a<br />

recuperação, a fim de propor um plano<br />

de recuperação factível, que possa dar<br />

credibilidade e confiança aos credores,<br />

ao mercado e aos consumidores.<br />

Completando o quadro de ilustres<br />

palestrantes, o Dr. Alexandre Alves<br />

Lazzarini, juiz de direito titular da recém<br />

inaugurada 1º Vara de Falências e Recu-<br />

perações Judiciais, expressou o grande<br />

interesse do Judiciário Paulista em prestar<br />

uma assistência ágil nos feitos a serem<br />

processados sob o rito da nova lei. Para<br />

isso serão criadas duas varas específicas<br />

responsáveis apenas por processos de<br />

falências e recuperações judiciais e, ainda,<br />

uma Câmara do Tribunal de Justiça especializada<br />

no julgamento de recursos oriundos<br />

de processos iniciados sob o rito da<br />

nova lei.<br />

Especificamente com relação ao novo<br />

diploma legal, o Dr. Alexandre também se<br />

mostrou otimista, destacando como um<br />

dos grandes avanços a possibilidade de<br />

venda antecipada dos ativos da empresa<br />

no processo de falência, o que era<br />

inviável sob a égide da antiga lei.<br />

Assim, após uma tarde de calorosos debates<br />

jurídicos, a SWISSCAM espera ter<br />

contribuído para que seus associados e<br />

todos os presentes tenham conseguido<br />

obter uma elucidação sobre os principais<br />

pontos da nova lei de recuperação de<br />

empresas e falências.<br />

Paulo Eduardo Pinheiro de S. Bonilha<br />

e Charles Wowk são advogados da Stüssi<br />

Neves e Advogados<br />

“The New Bankruptcy<br />

Act” – A Technical<br />

Overview on the<br />

Session<br />

by Paulo Eduardo Pinheiro<br />

de S. Bonilha with supervision<br />

by Charles Wowk<br />

Considering the relevance of the<br />

Bankruptcy Act for the Brazilian<br />

economy and the resulting<br />

concerns expressed by law<br />

professionals and entrepreneurs<br />

about the application of the<br />

new legislation, SWISSCAM,<br />

embedded with the responsibility<br />

for bringing up important<br />

issues for discussion, and aiming<br />

at elucidating the main controversial<br />

points of the new law,<br />

organized the event “The New<br />

Bankruptcy Law” on June 22<br />

T he<br />

event was attended by entrepreneurs,<br />

lawyers, judges and other people interested<br />

in learning the effects brought about<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

15<br />

jurídico<br />

legal


y the new law both in the legal and the<br />

economic spheres.<br />

Our guest speakers, subject-matter specialists<br />

in their respective areas, greatly contributed<br />

for the success of the meeting.<br />

The discussions were opened by Dr. Alessandro<br />

B. Borges, who delivered the presentation<br />

“The Tax Effects of the New Bankruptcy<br />

Act”, in which he talked about how the New<br />

Bankruptcy Law will impact the federal tax<br />

system.<br />

Among the several intriguing issues surrounding<br />

the subject, Dr. Borges highlighted<br />

a much criticized provision contained in<br />

Section 57 of the new law, which establishes<br />

that following the creditors committee’s<br />

approval of the company’s reorganization<br />

plan, the company’ owners must obtain a tax<br />

debt negative certificate in order to get legal<br />

approval of the reorganization proceedings.<br />

As he pointed out, such rule hinders the<br />

applicability of the new law, once an entrepreneur<br />

filing for reorganization proceedings<br />

will certainly have difficulty to settle his tax<br />

liabilities.<br />

Thus, Complementary Act 118 was enacted<br />

in conjunction with the new Bankruptcy Act<br />

to better solve the above-mentioned issue<br />

by adding § 3 to Section 155 of the Federal<br />

Tax Code. This paragraph provisions payment<br />

of tax debts in installments, allowing<br />

the debtor under reorganization proceedings<br />

to obtain tax debt positive certificates with<br />

the same effect as negative certificates for<br />

compliance with the provisions of Section 57.<br />

However, the provisions contained in § 3 of<br />

Section 155-A requires passing specific<br />

legislation to regulate payment of tax liabilities<br />

in installments when the debtor is undergoing<br />

reorganization. Such legislation has not been<br />

included in the federal legal code yet, but<br />

there is a bill (n. 254/04) awaiting the approval<br />

of the federal senate.<br />

Thus, it is crucial that the bill be approved<br />

as soon as possible, lest the provisions of<br />

the new Bankruptcy Act, specially the ones<br />

concerning reorganization, be deemed inapplicable.<br />

Dr. Sidney Saraiva Apocalypse, our next<br />

speaker, delivered the presentation “The<br />

New Act - Myth and Reality”.<br />

Adopting a more practical approach, Dr.<br />

Saraiva explained that the new law created<br />

several obstacles to small businesses that<br />

would like to initiate reorganization proceedings,<br />

as these would not benefit them, being<br />

more oriented to large companies that need<br />

to undergo reorganization.<br />

Our next speaker was Dr. Luiz Fernando Valente<br />

de Paiva, who talked about “Opportunities and<br />

Investments under the new Bankruptcy Act”.<br />

Dr. Paiva talked about the most significant<br />

new aspects of the new law, and showed a<br />

very optimistic view of the law applicability,<br />

pointing out that it aims at preventing viable<br />

companies from being liquidated, while<br />

maintaining current employment levels, allowing<br />

continuous tax generation and improving<br />

debt recovery mechanisms.<br />

He talked about the innovative aspects of<br />

the law concerning the reorganization process,<br />

and highlighted the possible ways to<br />

obtain approval of the company’s reorganization<br />

plan as well as the consequences of<br />

an eventual rejection of the plan.<br />

He also raised the issue of creditors’ priority<br />

classification in the event of bankruptcy,<br />

explaining that secured debts now constitute<br />

a second priority claim, over tax claims and<br />

second only to labor claims, which are now<br />

limited to 150 minimum-wages.<br />

Another relevant issue brought up by Dr. Paiva<br />

was the inclusion of “extraconcursais” creditors,<br />

who can play an important role in the<br />

company’s reorganization process, once<br />

they can provide credit lines to a company<br />

that is undergoing reorganization, with their<br />

claims being given priority over any other<br />

creditor’s claims in case the bankruptcy<br />

proceeding is initiated. This way, the new<br />

law stimulates financial institutions to provide<br />

financing to companies undergoing reorganization,<br />

a decisive factor for the company’s<br />

effective recovery.<br />

Next, Dr. Antonio Toro talked about “The<br />

Economic-Financial Feasibility and the Design<br />

of the Company’s Reorganization Plan”.<br />

Dr. Toro’s non-legal approach to the subject<br />

of company reorganization was nevertheless<br />

clearly relevant, as he pointed out to the<br />

necessity of conducting an accurate and<br />

thorough analysis of the situation faced by<br />

companies seeking reorganization, so as to<br />

allow the design of a feasible reorganization<br />

plan, which will confer credibility to the<br />

company and gain trust from the creditors,<br />

the market and consumers.<br />

Last, but not least, another renowned<br />

speaker was Dr. Alexandre Alves Lazzarini,<br />

regular judge in the First Bankruptcy and<br />

Company Reorganization Court, who expressed<br />

the Sao Paulo Judiciary’s commitment to<br />

provide legal and expeditious assistance<br />

to all proceedings initiated under the new<br />

law. To make it possible, two specialized<br />

courts will be created to settle disputes in<br />

the event of bankruptcy and company reorganization<br />

proceedings, in addition to a<br />

Câmara do Tribunal de Justiça that will judge<br />

the appeals from actions initiated under the<br />

new law.<br />

Concerning the new law, Dr. Lazzarini also<br />

expressed optimism, especially in relation to<br />

what he considers a big advance in relation<br />

to the former legislation: the possibility to<br />

sell the company’s assets during the bankruptcy<br />

proceedings.<br />

SWISSCAM hopes that this exciting afternoon<br />

filled with legal discussions has contributed<br />

to update its members and the audience in<br />

general on the main aspects of the new<br />

Bankruptcy and Company Reorganization<br />

Act.<br />

Paulo Eduardo<br />

Pinheiro de S.<br />

Bonilha and<br />

Charles Wowk<br />

are lawyers with<br />

Stüssi Neves e<br />

Advogados<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

17<br />

notícias da swisscam<br />

swisscam news


Energy and the<br />

greenhouse effect<br />

T he<br />

recent G8 Summit, in Gleneagles,<br />

Scotland, clearly established the connection<br />

between the global warming caused<br />

by the emission of greenhouse gases (mainly<br />

carbon dioxide, CO ) and the consumption<br />

2<br />

of fossil fuels, despite the efforts of the<br />

United States to minimise the problem.<br />

The meeting’s final declaration recognises,<br />

by unanimity, that “Climate change is a serious<br />

and long-term challenge that has the<br />

by Prof. José Goldemberg<br />

For raising awareness about climate<br />

change, there is still a long way to go<br />

from accepting the theory that using<br />

fossil fuels contribute to global<br />

warming to promoting development<br />

actions, such as financing the<br />

production of alternative fuels<br />

potential to affect every part of the globe.<br />

We know that both the increased need and<br />

use of energy from fossil fuels and other<br />

human activities are major contributing factors<br />

to the increase in greenhouse gases<br />

associated to the warming of the Earth’s<br />

surface”. The G8 countries also stated that<br />

“now, we will act with resolve and urgency<br />

to meet our shared and multiple objectives<br />

of reducing greenhouse gas emissions.”<br />

Foto: Ulisses Matandos<br />

The increased use of energy<br />

from fossil fuels and other<br />

human activities contribute to<br />

the increase in the emission<br />

of greenhouse gases associated<br />

to the warming of the<br />

Earth’s surface


The Action Plan adopted by the G8 describes<br />

these actions thoroughly and in detail:<br />

(a) promote innovation, energy efficiency and<br />

conservation; improve policy, regulatory<br />

and financing frameworks; and accelerate<br />

deployment of cleaner technologies,<br />

particularly lower-emitting technologies;<br />

(b) work with developing countries to enhance<br />

private investment and transfer of technologies,<br />

taking into account their own<br />

energy needs and priorities;<br />

(c) raise awareness about climate change<br />

and other multiple challenges, and the<br />

necessary means to deal with them; while<br />

making the information available to help<br />

business and consumers make a better<br />

use of energy and reduce the emissions.<br />

Thus, it seems we are entering a new era of<br />

combat against the causes climate change,<br />

emphasising the use of modern technologies,<br />

and this is already happening,to some extent,<br />

We are entering a new<br />

era of combat against the<br />

causes of climate change,<br />

emphasising the use of<br />

modern technologies<br />

in the state of São Paulo with the cooperation<br />

of technology companies and the supervision<br />

and guidance of CETESB – Environment<br />

Sanitation Technology Company.<br />

Prof. Jose Goldemberg is Secretary of<br />

Environment for the state of Sao Paulo, Brazil<br />

A recente<br />

Energia<br />

e o efeito<br />

estufa<br />

por Prof. José Goldemberg<br />

Entre a aceitação da tese que diz que o aumento do<br />

uso de combustíveis fósseis aumenta o aquecimento<br />

global e a promoção de ações de desenvolvimento,<br />

como o financiamento da produção de combustíveis<br />

alternativos, ainda há um longo caminho a percorrer<br />

para a conscientização sobre as mudanças climáticas<br />

conferência do G8 em<br />

Gleneagles, Escócia, colocou em<br />

termos claros a conexão entre o aquecimento<br />

global causado pelos gases responsáveis<br />

pelo ‘efeito estufa’ (principalmente<br />

dióxido de carbono, CO ) e o consumo de<br />

2<br />

combustíveis fósseis, apesar dos esforços<br />

dos Estados Unidos para tentar minimizar<br />

o problema.<br />

Vamos entrar em uma nova<br />

era no combate às causas<br />

das mudanças climáticas,<br />

com grande ênfase no uso<br />

de tecnologias modernas<br />

O comunicado final da reunião reconheceu,<br />

por unanimidade, que “mudanças climáticas<br />

constituem um sério desafio de longo<br />

prazo que afetará potencialmente todas<br />

as regiões do globo. Sabemos, isto é,<br />

aceitamos a tese que diz que o aumento<br />

do uso de combustíveis fósseis e outras<br />

atividades humanas contribuem de forma<br />

significativa para o aumento de emissão<br />

de gases causadores do efeito estufa,<br />

associados ao aquecimento da Terra”. Os<br />

países do G8 declararam ainda que “atuaremos<br />

decididamente e com urgência<br />

para atingir nossos objetivos de reduzir<br />

as emissões de gases responsáveis pelo<br />

efeito estufa”.<br />

O Plano de Ação adotado pelo G8 é extenso<br />

e detalhado ao descrever quais são<br />

essas ações:<br />

a) Promover inovação, eficiência energética<br />

e economia de energia; melhorar a<br />

política e os quadros financeiro e re-<br />

gulador e acelerar o uso de tecnologias<br />

limpas, principalmente tecnologias de<br />

baixa emissão;<br />

b) Estimular os países em desenvolvimento<br />

a aumentar seus investimentos privados<br />

e a transferência de tecnologia,<br />

priorizando suas próprias necessidades;<br />

c) Aumentar a conscientização sobre<br />

mudanças climáticas e sobre os demais<br />

desafios e métodos a serem<br />

utilizados, tornando disponíveis as<br />

informações que o mercado e os<br />

consumidores necessitam para utilizar<br />

melhor a energia e reduzir as emissões.<br />

Ao que parece, portanto, vamos entrar em<br />

uma nova era no combate às causas das<br />

mudanças climáticas, com grande ênfase<br />

no uso de tecnologias modernas, o que já<br />

está acontecendo, dentro de um certo<br />

limite, no Estado de São Paulo, com a<br />

colaboração de empresas de tecnologia<br />

e da ação fiscalizadora e orientadora da<br />

CETESB – Companhia de Tecnologia de<br />

Saneamento do Estado de São Paulo.<br />

Prof. José Goldemberg é Secretário<br />

de Meio Ambiente do Estado de São Paulo<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

19<br />

foco<br />

focus


Foto: Ulisses Matandos<br />

Adquirindo conhecimentos:<br />

Um estagiário suíço na<br />

empresa Atlas Schindler<br />

Acquiring knowledge: A Swiss<br />

intern at Atlas Schindler<br />

U<br />

rs Thoma, 25 anos, é um jovem suíço<br />

que está cursando a Universidade de<br />

Ciências Aplicadas do Cantão de Aargau<br />

(Suíça) para se formar como engenheiro<br />

industrial. Atualmente está fazendo um<br />

estágio de dez semanas, item obrigatório<br />

do curso, na Atlas Schindler em São Paulo.<br />

O conceito de estudos que integram prática<br />

e teoria é um dos pilares de toda formação<br />

profissional suíça. Urs, por exemplo, formou-se<br />

primeiro como eletricista, durante<br />

um curso de quatro anos, depois fez a<br />

Berufsmatura (algo como um vestibular<br />

profissional que dá direito à entrada direta<br />

em faculdades) antes de começar a atual<br />

formação acadêmica.<br />

O suíço Urs Thoma adquire nova<br />

experiência em estágio na Atlas Schindler<br />

Swiss student, Urs Thoma, gains experience<br />

as an intern at Atlas Schindler<br />

Após um treinamento de dois dias em<br />

e-ordering na sede da Schindler em Ebikon,<br />

Suíça, Urs apóia a coordenadora deste<br />

projeto no <strong>Brasil</strong>. O conceito de e-ordering<br />

foi desenvolvido pela Schindler na Suíça e<br />

agora é usado em todas as suas filiais.<br />

Para Urs, a experiência de trabalhar no<br />

<strong>Brasil</strong> é uma complementação bastante<br />

valiosa dos estudos mais teóricos. Como<br />

já conheceu a Austrália, Ásia e os Estados<br />

Unidos em cursos de línguas, desta vez<br />

escolheu o <strong>Brasil</strong>.<br />

Urs adora trabalhar aqui e diz que o jeito<br />

alegre, jovial e bem-humorado, característica<br />

do relacionamento de trabalho, agrada-lhe<br />

muito e facilita o contato. Aprecia<br />

também o informal café da manhã de<br />

sexta-feira e as mesas de snooker e pebolim<br />

instaladas na fábrica, oportunidades para<br />

curtir as novas amizades. Não perde um<br />

jogo de futebol para medir forças com os<br />

colegas e, claro, participa com muito entusiasmo<br />

nos tradicionais churrascos,<br />

regados a muita cerveja.<br />

Urs teve também a oportunidade de conhecer<br />

a fábrica da Schindler em Londrina<br />

e ficou impressionado com a organização<br />

perfeita, a limpeza<br />

impecável e, o que<br />

mais chamou a<br />

sua atenção, com<br />

o rígido cumprimento<br />

das regras<br />

de segurança.<br />

Perguntado sobre<br />

as suas impressões<br />

da cidade de<br />

São Paulo, acha<br />

que aqui é tudo<br />

bem mais tranqüilo<br />

do que em Zurique,<br />

onde ninguém tem<br />

tempo para nada<br />

e todos sempre<br />

estão estressados.<br />

Mesmo na hora do almoço, diz ele, é tudo<br />

bem mais relaxado aqui, as pessoas têm<br />

mais tempo para conversar e andam bem<br />

mais devagar pelas ruas. Impressiona-se<br />

com os ônibus superlotados que trafegam<br />

pela Avenida Paulista onde ele está hospedado<br />

e fica contente por ter o privilégio<br />

de pegar a van da Schindler para chegar<br />

ao trabalho.<br />

Urs ainda não sabe se vai voltar um dia<br />

para morar e trabalhar no <strong>Brasil</strong>, mas não<br />

descarta esta hipótese. “Valeria também<br />

porque a comida brasileira é excepcional.”<br />

U<br />

rs Thoma, 25 years old, is a Swiss<br />

University student majoring in Industrial<br />

Engineering at the University of Applied<br />

Sciences in Canton Aargau (Switzerland).<br />

As part of his course, he is currently doing a<br />

ten-week internship at Atlas Schindler in São<br />

Paulo. Courses that integrate practice and<br />

theory are one of the pillars of Swiss professional<br />

education. Urs, for instance, firstly took<br />

a four-year course for a degree in Electrical<br />

Technology, followed by a Berufsmatura<br />

(kind of exam taken by professional course<br />

students that gives them direct admission to<br />

college) before starting his current major.<br />

After a two-day training period in e-ordering<br />

at Schindler’s headquarters in Ebikon, Switzerland,<br />

Urs came to Brazil to assist the same<br />

project here. The e-ordering concept was<br />

developed by Schindler in Switzerland, and<br />

then rolled out to its branches. Urs believes<br />

working in Brazil will be a valuable experience<br />

that will complement his theoretical<br />

knowledge. After taking language courses<br />

in Australia, Asia and the United States, he<br />

has now chosen to work in Brazil.<br />

Urs loves to work here and says that he is<br />

pleased to work in an environment where<br />

joyfulness and a good sense of humor are<br />

typical. He also enjoys the company’s Friday’s<br />

breakfast and the snooker and pebolim table<br />

in the factory, both of which provide good<br />

opportunities to make new friends. He does<br />

not miss a single soccer match, when he<br />

challenges his co-workers, and he really likes<br />

to attend the traditional barbecue parties,<br />

where there is always plenty of beer.<br />

Urs also had the opportunity to visit Schindler’s<br />

plant in Londrina, where he was really impressed<br />

by the perfect organization, impeccable<br />

cleanliness, and, mostly important, the<br />

strict compliance with security rules. When<br />

asked about what he thought of São Paulo,<br />

he said he finds life more relaxed here than<br />

in Zurich, where no one ever has time for anything<br />

and people are always stressed out.<br />

He adds that even at lunch time, everyone<br />

seems much more relaxed here, taking their<br />

time to talk to each other and walk along the<br />

streets. He is still amazed by the packed<br />

buses that run along Paulista Avenue, where<br />

his hotel is, and is glad to have the privilege<br />

to ride Schindler’s shuttle bus to go to work.<br />

He still does not know whether he will come<br />

back to live and work in Brazil, but says that<br />

would be possible. “One more reason to<br />

come back is the excellent Brazilian food”.<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

21<br />

case<br />

case


foco<br />

focus<br />

T he<br />

Co-processing: waste disposal<br />

with energy recovery<br />

by Resotec<br />

Co-processing consists in the<br />

thermal destruction of waste at<br />

high temperatures in clinker kilns<br />

thermal destruction of waste at<br />

high temperatures in clinker kilns (clinker<br />

is raw material for cement production), licensed<br />

and designed for such purpose, allows the<br />

replacement of the fuels and/or raw materials<br />

typically used in the clinker manufacturing<br />

process.<br />

Waste disposal occurs without generating<br />

any liquid or solid emissions, thus preventing<br />

generation of environmental liabilities. It is<br />

important to emphasize that using waste in<br />

the clinker manufacturing process does not<br />

affect either the quality of the cement or the<br />

kiln emission levels.<br />

Resotec, a division of Holcim<br />

<strong>Brasil</strong>, provides environmentally-friendly<br />

solutions for<br />

industrial waste disposal<br />

Among the materials that can be used in coprocessing<br />

are: residual oils, grease, sludge<br />

from Sewage Treatment Plants (STPs), filter<br />

cores, acidic residues, used catalyst agents<br />

and rubber, as well as other materials, such<br />

22 swisscam nº42 08/2005<br />

Fotos: Divulgação Resotec<br />

as sand, earth, Personal Protective Equipment<br />

(PPE), solvents, sawdust, paper and<br />

packaging materials.<br />

Some materials that can be<br />

co-processed are residual<br />

oils, grease, sludge, acidic<br />

residues, used catalyst<br />

agents and rubber, as well<br />

as other materials, such as<br />

sand, earth, Personal Protective<br />

Equipment (PPE), solvents,<br />

sawdust, paper and<br />

packaging materials<br />

Holcim <strong>Brasil</strong> is the only cement manufacturer<br />

on the market that offers integrated industrial<br />

waste disposal services through its division<br />

Resotec, including environmental licenses,<br />

analyses/ identification, storage, loading,<br />

transportation, tank and pond cleaning,<br />

besides other waste management services.<br />

Resotec takes advantage of the experience<br />

Holcim has gained in the last 30 years, performing<br />

waste co-processing in several of<br />

its 125 plants spread worldwide.<br />

All waste received is thoroughly analyzed<br />

using Resotec’s sophisticated lab resources.<br />

The results are used for mixture control,<br />

information collection for the supervising<br />

body and for confirming the preliminary<br />

identification, thus assuring higher safety<br />

in the process.<br />

A Resotec transforma resíduos em clínquer,<br />

matéria prima para a fabricação de cimento<br />

Resotec turns waste into clinker, the raw<br />

material used in cement production<br />

Co-processing contributes directly to sustainable<br />

development as it allows a reduction in<br />

the use of non-renewable raw materials and<br />

fuels and a safe disposal of waste that could<br />

endanger the environment.<br />

Holcim (<strong>Brasil</strong>) SA - Divisão Resotec<br />

Rua Verbo Divino, 1488 - 5º andar<br />

04719-904 São Paulo - SP<br />

Tel. (11) 5180 8771<br />

E-mail: faleconosco@resotec.com.br<br />

www.holcim.com.br / www.resotec.com.br


Co-processamento:<br />

destinação de resíduos<br />

com aproveitamento<br />

de energia<br />

A destruição<br />

por Resotec<br />

O co-processamento consiste na técnica<br />

de destruição térmica de resíduos a altas<br />

temperaturas em fornos de fabricação de<br />

clínquer<br />

térmica de resíduos a<br />

altas temperaturas em fornos de<br />

fabricação de clínquer (matéria-prima<br />

para a produção de cimento), devidamente<br />

licenciados e preparados para<br />

essa finalidade, permite a substituição<br />

dos combustíveis e/ou das matériasprimas<br />

utilizados tradicionalmente<br />

nesse processo.<br />

A destinação desses resíduos se dá sem<br />

que haja a geração de qualquer efluente<br />

líquido ou sólido, evitando a geração de<br />

qualquer passivo ambiental. É importante<br />

ressaltar que a utilização de resíduos no<br />

processo de fabricação de clínquer mantém<br />

inalterada a qualidade do cimento e<br />

também os níveis de emissão dos fornos.<br />

Os materiais que podem ser<br />

co-processados são borras<br />

oleosas, graxas, lodos, borras<br />

ácidas, catalisadores usados e<br />

emborrachados, além de outros<br />

materiais, como areia, terra,<br />

Equipamentos de Proteção Individual<br />

(EPI), solventes, serragens,<br />

papéis e embalagens<br />

Entre os materiais que podem ser co-processados<br />

estão: borras oleosas, graxas, lodos<br />

de Estações de Tratamento de Efluentes<br />

(ETE), tortas de filtração, borras ácidas,<br />

catalisadores usados e emborrachados,<br />

além de outros materiais, como areia, terra,<br />

Equipamentos de Proteção Individual (EPI),<br />

solventes, serragens, papéis e embalagens.<br />

A Resotec é a divisão da<br />

Holcim <strong>Brasil</strong> que fornece<br />

soluções ambientais para<br />

a destinação de resíduos<br />

industriais<br />

A Holcim <strong>Brasil</strong> é a única fabricante de<br />

cimento no mercado que oferece serviços<br />

integrados de destinação de resíduos<br />

industriais, por meio de sua divisão Resotec,<br />

incluindo o licenciamento ambiental, análises,<br />

caracterização, acondicionamento,<br />

carregamento, transporte, limpeza de<br />

tanques e lagoas e outros serviços de<br />

gerenciamento de resíduos.<br />

A Resotec aproveita a experiência que a<br />

Holcim Ltda acumulou nos últimos 30 anos,<br />

realizando o co-processamento de resíduos<br />

em muitas de suas 125 fábricas espalhadas<br />

pelo mundo.<br />

Todo resíduo recebido é rigorosamente<br />

analisado, por meio dos sofisticados recursos<br />

dos laboratórios da Resotec. Os<br />

resultados servem para o controle das<br />

misturas, o envio de informações para o<br />

órgão fiscalizador e para a confirmação<br />

Processamento realizado a altas temperaturas<br />

evita a produção de passivos ambientais<br />

High temperature co-processing prevents<br />

production of environmental liabilities<br />

da caracterização inicial, garantindo maior<br />

segurança no processo.<br />

O co-processamento contribui diretamente<br />

para o desenvolvimento sustentável, pois<br />

permite a redução no uso de matériasprimas<br />

e combustíveis não-renováveis, e<br />

para a destinação segura de resíduos que<br />

colocariam em risco o meio ambiente.<br />

Holcim (<strong>Brasil</strong>) SA - Divisão Resotec<br />

Rua Verbo Divino, 1488 - 5º andar<br />

04719-904 São Paulo - SP<br />

Tel. (11) 5180 8771<br />

E-mail: faleconosco@resotec.com.br<br />

www.holcim.com.br / www.resotec.com.br<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

23<br />

foco<br />

focus


foco<br />

focus<br />

Architecture<br />

and Energy<br />

by Roberto Cadilek<br />

How to reduce<br />

energy consumption<br />

in a building without<br />

raising construction<br />

costs<br />

W hen<br />

we plan to save energy in the<br />

construction and maintenance of a<br />

building, some key words are: thermal insulation,<br />

alternative energy sources, controlled<br />

ventilation, etc.<br />

However, before adopting these, we must<br />

consider other ways to reduce energy consumption<br />

without impacting the costs involved<br />

in the planning and construction phases.<br />

In Brazil, especially in large cities like Sao<br />

Paulo, for example, we can witness the influence<br />

of an architectural style imported from<br />

a country known as the biggest energy<br />

consumer in the world. Many times, the<br />

impressive glass façades enclose buildings<br />

in tropical countries without being modified<br />

to suit the new climatic conditions.<br />

When this happens, working in such buildings<br />

is possible only if the air conditioning is<br />

on, the blinds are shut – so as to avoid light<br />

reflection on computer screens – and artificial<br />

light is used. Besides having a big impact on<br />

energy consumption, these cause employees<br />

to suffer physical and mental health problems.<br />

If the aim is to reduce energy consumption,<br />

both in the construction phase and in the<br />

maintenance of a building, one must conduct<br />

a thorough analysis of the chosen site, the<br />

climate and its effects, the access to the necessary<br />

building materials and the capacity<br />

of the supplying companies.<br />

This analysis will help the architect find a<br />

specific solution that will fit the site and the<br />

contractor’s plans.<br />

24 swisscam nº42 08/2005<br />

Foto: Ulisses Matandos<br />

As condições climáticas influenciam a escolha do material adequado para fachadas<br />

Climatic conditions influence the selection of façade materials<br />

The biggest advantage is that it will not impact<br />

the construction or planning costs. On<br />

the contrary, by taking the construction site<br />

and the energetic aspects into account, we<br />

can achieve better results. The project will<br />

be low-cost, allow low energy consumption<br />

and require little maintenance.<br />

When the architectural style<br />

that dictates using glass on<br />

building façades is used in a<br />

tropical country, it must be<br />

adapted to suit the new climatic<br />

conditions<br />

Anyway, what does that mean in practice?<br />

Can’t we have glass façades in Brazil? Of<br />

course we can, as long as we consider the<br />

local reality. The glass wall must face the<br />

south, or some kind of brise-soleil must be<br />

used to shield the office from the sun.<br />

Surfacing a building with glass is just an<br />

example of a construction style that, if de-<br />

The first steps to help save<br />

energy are choosing the right<br />

site and the building design<br />

signed after careful planning, and respecting<br />

local conditions, can help reduce energy<br />

consumption by up to 50% if compared to<br />

traditional construction styles.<br />

The first steps to help save energy are<br />

choosing the right land, the building design,<br />

the definition of its function and the construction<br />

details.<br />

If preliminary planning does not take these<br />

factors into account, the necessary means<br />

to promote energy savings will have a high<br />

cost.<br />

The rule is: The more advanced the planning<br />

or construction stage is, the more difficult it<br />

will be to fix the mistakes made.<br />

Roberto Cadilek is a Swiss architect<br />

that works in Brazil and in Switzerland<br />

roberto.cadilek@uol.com.br


Q<br />

Arquitetura<br />

e Energia<br />

por Roberto Cadilek<br />

Como diminuir o consumo de energia<br />

de um prédio sem gastar um centavo a<br />

mais na construção<br />

uando se fala em economizar energia<br />

na construção e na manutenção<br />

de um prédio, as palavras-chave são:<br />

isolamento térmico, uso de energia alternativa,<br />

ventilação controlada, etc.<br />

No entanto, antes de se pensar no uso<br />

desses recursos, deve ser lembrada uma<br />

outra forma de reduzir o consumo de energia,<br />

que não cause um aumento no tempo<br />

e no dinheiro gastos nas fases de planejamento<br />

e de construção.<br />

No <strong>Brasil</strong>, especialmente nas grandes<br />

metrópoles como São Paulo, por exemplo,<br />

encontra-se uma grande influência do<br />

estilo arquitetônico oriundo de uma cultura<br />

que é conhecida como a maior consumidora<br />

mundial de energia. Essas construções<br />

com fachadas envidraçadas que tanto<br />

impressionam, muitas vezes são transferidas<br />

para um país tropical sem adaptações à<br />

nova situação climática.<br />

Sendo assim, trabalhar nesses prédios só<br />

é possivel com ar condicionado, venezianas<br />

fechadas - devido aos reflexos nas telas<br />

É necessário que os esforços<br />

para a redução de energia<br />

comecem com a escolha do<br />

terreno e o design do prédio<br />

dos computadores - e luz artificial. Esses<br />

efeitos provocam um imenso consumo de<br />

energia, além de problemas de saúde física<br />

e mental dos funcionários.<br />

Quando se fala em reduzir o consumo de<br />

energia na construção, e especialmente na<br />

manutenção de um prédio, é fundamental<br />

que se conduza uma análise profunda do<br />

local da obra a ser realizada, incluindo a<br />

situação climática e todos seus fatores,<br />

assim como a facilidade de acesso aos<br />

materiais disponíveis para a construção<br />

e a capacidade das empresas.<br />

A análise da situação<br />

climática inclui fatores<br />

como a facilidade de<br />

acesso aos materiais<br />

disponíveis e a capacidade<br />

das empresas<br />

Todos esses estudos levarão o arquiteto<br />

a uma solução única, que seja condizente<br />

com o local e os planos do empreiteiro.<br />

E o melhor de tudo é que essa análise não<br />

aumenta nem o custo da obra nem o do<br />

planejamento. Ao contrário, uma arquitetura<br />

que respeita o local da construção e todos<br />

os esforços adicionais que relevam o lado<br />

energético, apresentará melhores resultados.<br />

A solução será econômica, com baixo<br />

consumo de energia e pouca manutenção.<br />

Mas o que isso tudo significa na prática?<br />

Não se pode mais usar fachadas envidraçadas<br />

no <strong>Brasil</strong>? É claro que pode! Mas o<br />

seu uso deverá respeitar as realidades do<br />

local. A fachada envidraçada orientada<br />

para o lado sul ou o uso de alguma forma<br />

de brise-soleil como proteção contra o sol<br />

já resolverá o problema.<br />

A fachada envidraçada é só um exemplo<br />

de muitos detalhes numa construção que,<br />

feita de acordo com um planejamento<br />

cuidadoso, que se preocupa com as realidades<br />

do local, pode reduzir o consumo<br />

de energia de um prédio em até 50% em<br />

relação a uma construção comum.<br />

É necessário que os esforços para a redução<br />

de energia comecem com a escolha do<br />

terreno, o design e a futura função do prédio,<br />

estendendo-se também aos detalhes<br />

da construção.<br />

Se o planejamento básico não se preocupa<br />

com estes fatores, os custos dos meios<br />

para a redução de energia do prédio serão<br />

muito mais altos.<br />

Quando o conceito arquitetônico<br />

de fachadas envidraçadas é<br />

transferido para um país tropical,<br />

devem ser feitas adaptações à<br />

nova situação climática<br />

A regra é: Quanto mais avançado estiver o<br />

andamento do planejamento ou da construção,<br />

mais difícil será o reparo dos erros já<br />

cometidos.<br />

Roberto Cadilek é arquiteto suíço<br />

e atua no <strong>Brasil</strong> e na Suíça<br />

roberto.cadilek@uol.com.br<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

25<br />

foco<br />

focus


foco<br />

focus<br />

Solar thermal energy:<br />

A large market in Brazil<br />

B razil<br />

26 swisscam nº42 08/2005<br />

by Délcio Rodrigues<br />

Although it offers clear environmental and social advantages, solar<br />

energy has just a very small fraction of its huge potential used.<br />

However, as there are limits to the generation of conventional energy,<br />

use of solar energy is expected to grow in a near future<br />

has an average of 280 days of sun,<br />

representing a potential of 15 trillion<br />

MWh, an amount 50 times higher than the<br />

amount of electricity consumed in the country<br />

in 1999. A very small part of this potential<br />

is supplied by solar water heaters and almost<br />

nothing by photovoltaic systems.<br />

When used to replace electric showers, water<br />

solar heaters can provide a huge social and<br />

environmental benefit to the country. Electric<br />

showers account for 5% of the total electricity<br />

consumed in the country and for 18% of the<br />

total demand on the electric system at the<br />

power plant. If this demand on the power<br />

plants could be reduced, it would mean less<br />

pressure on the generation and distribution<br />

system, and this would, in turn, dislocate the<br />

investments, while decreasing the environmental<br />

impact on the big lakes used by the<br />

hydroelectric plants.<br />

As they do not produce greenhouse<br />

gases, thus not impacting<br />

the global climate, thermal solar<br />

heaters are eligible to be part<br />

of projects funded by the Clean<br />

Development Mechanism (CDM)<br />

of the Kyoto Protocol<br />

Over 82% of all electricity generated in Brazil<br />

comes from hydroelectric plants. The remaining<br />

18% come from conventional thermoelectric<br />

plants, with 15.1% generated from fossil fuels<br />

and a very little amount of biomass, and 2.9%<br />

from thermonuclear plants.<br />

The new model for power generation in<br />

Brazil, as enacted in 2004 by the Brazilian<br />

Congress, provides that hydroelectric plants<br />

will continue to generate most of the electric<br />

energy, although there will be an increase in<br />

the participation of thermal sources, especially<br />

natural gas. As established in the document<br />

that introduces the model: “Hydroelectric<br />

plants are currently the most competitive<br />

power sources, and, due to its low cost,<br />

they can be expanded.<br />

There are concerns, however, over the fact<br />

that this hydroelectric model can cause<br />

social-environmental impacts. A document<br />

stating the social impact caused by large<br />

hydroelectric plants, as far as the organized<br />

society is concerned, was signed by hundreds<br />

of Brazilian and international NGOs and<br />

forwarded to the International Conference<br />

on Renewable Energy in 2004. In relation to<br />

the World Commission on Dams, the document<br />

states that “…the large dams are responsible<br />

for the displacement of 40 to 80 million<br />

people all over the world, people who get an<br />

unfair compensation or even no compensation<br />

at all. Millions of people have lost their<br />

land and had their life styles affected by the<br />

impact on the ebb tide and other indirect<br />

impacts caused by large-scale dams.” The<br />

document also points out to the environmental<br />

impact caused by large hydroelectric<br />

plants, namely the emission of greenhouse<br />

gases, once “…the decomposition of organic<br />

material in the hydroelectric reservoirs<br />

causes the emission of methane and CO 2<br />

gases”, and that this is “… an important factor,<br />

responsible for the decrease in fluvial<br />

biodiversity all over the world”. The same<br />

document warns about a potential hydrological<br />

damage caused by changes in the world’s<br />

climate. These changes, triggered by global<br />

warming, can result in a significant reduction<br />

in hydropower generation when rainfall patterns<br />

change.<br />

Water solar heaters are an effective and<br />

competitive solution, capable of replacing<br />

part of the electricity used for heating, thus<br />

decreasing environmental concerns over this<br />

kind of energy source. As they replace hydropower<br />

and fossil fuels, thermal solar power<br />

plants can, once and for all, reduce the<br />

environmental damage caused by conventional<br />

energy sources. They do not release<br />

the toxic gases that contribute to urban<br />

pollution and do not leave a dangerous<br />

inheritance in the form of radioactive waste<br />

for future generations.<br />

Over 82% of all electricity<br />

generated in Brazil comes<br />

from hydroelectric plants,<br />

with conventional thermoelectric<br />

plants generating<br />

the rest<br />

Neither do thermo-solar heaters affect the<br />

world’s climate, as they do not release<br />

gases that cause the greenhouse effect. For<br />

this aspect and for reducing the use of hydroelectricity<br />

and fossil fuels that dominate the<br />

Brazilian energy generation system, thermosolar<br />

heaters are eligible to be part of<br />

projects funded by the Clean Development<br />

Mechanism (CDM) of the Kyoto Protocol.<br />

CDM fosters the use of renewable energy<br />

Chuveiros elétricos gastam muita energia e<br />

poderiam ser trocados por aquecedores de<br />

energia solar<br />

Electrical showers are energy-eaters that<br />

can be switched for solar powered heaters<br />

sources, offering financial resources as<br />

compensation for the reduction in the emission<br />

of greenhouse gases, and this serves<br />

as one more incentive for the penetration of<br />

this technology in the Brazilian market.<br />

Besides all the environmental benefits, the<br />

thermal solar technology also provides a<br />

number of social benefits, especially for its<br />

Foto: Soletrol


Each thermal solar facility<br />

can, once and for all, reduce<br />

the environmental damage<br />

caused by conventional energy<br />

sources<br />

modular applications, decentralized production,<br />

suitability for small and medium-sized companies,<br />

and its capacity to generate more<br />

jobs per converted energy unit. Data from<br />

the Solar Power Department of the Brazilian<br />

Refrigeration, Air Conditioning and Heating<br />

Association (ABRAVA) show that the annual<br />

production of 1 million m² of collectors generates<br />

around 30 thousand direct jobs, with<br />

8 thousand in manufacturing, including jobs<br />

in micro and small companies that produce<br />

aggregated and similar products, 14 thousand<br />

in installation, 4 thousand in sales and distribution,<br />

and 4 thousand in the technical area.<br />

In order to take advantage of this potential,<br />

the country should develop a large market<br />

for thermo solar heaters. We can base a<br />

rough estimate of the size of such market on<br />

international indicators: according to the<br />

Solar Heating and Refrigeration Program of<br />

the International Energy Agency (IEA), Israel,<br />

Greece and Cyprus lead the ranking of<br />

countries where thermo solar technology is<br />

most used for water heating; Cyprus has<br />

approximately 0.95 m² of collectors per<br />

inhabitant, and Greece, 0.2 m² per inhabitant.<br />

Still according to the IEA, the annual average<br />

for the countries associated to the agency is<br />

0.04 m² per inhabitant. To reach the average<br />

showed by the members of the IEA, the area<br />

covered by collectors in Brazil, which is<br />

currently a little over 2 million m², should<br />

increase to seven million m², and to reach<br />

the percentage showed by Israel and Greece,<br />

the potential market should stand between<br />

35 and 167 million m².<br />

The current area where thermo solar collectors<br />

are installed in Brazil suggests we can<br />

expect a strong growth in the number of<br />

collectors installed in the future. The water<br />

thermal solar heating market is basically<br />

oriented to individual high and medium income<br />

households, and to few service and<br />

commercial businesses. A big challenge for<br />

the sector in Brazil is to find new financing<br />

and business models that can penetrate the<br />

market that comprises residential apartment<br />

buildings and service and commercial businesses.<br />

Délcio Rodrigues is Project Director at<br />

Instituto Ekos <strong>Brasil</strong> (www.ekosbrasil.org)<br />

and Associate Researcher of Instituto Vitae<br />

Civilis (www.vitaecivilis.org.br)<br />

Energia solar térmica: um<br />

grande mercado no <strong>Brasil</strong><br />

O <strong>Brasil</strong><br />

por Délcio Rodrigues<br />

Apesar de oferecer claras vantagens tanto<br />

ambientais como sociais, a energia solar tem<br />

tido apenas uma parte ínfima de seu imenso<br />

potencial aproveitada. Porém, face às limitações<br />

na geração de energia convencional, a<br />

energia solar ganhará mais destaque num<br />

futuro próximo<br />

tem uma média anual de 280<br />

dias de sol, o que representa um<br />

potencial de 15 trilhões de MWh, 50 mil<br />

vezes mais do que o consumo nacional de<br />

energia elétrica registrado em 1999. Uma<br />

parte ínfima deste potencial é aproveitada<br />

por meio de aquecedores solares de água<br />

e praticamente nada por meio de coletores<br />

fotovoltaicos.<br />

Mais de 82% da capacidade<br />

de geração de eletricidade<br />

instalada no <strong>Brasil</strong> provém<br />

de usinas hidrelétricas, sendo<br />

o restante gerado por<br />

termelétricas convencionais<br />

Os aquecedores solares de água poderiam<br />

prestar um enorme serviço social e ambiental<br />

para o país, substituindo os chuveiros.<br />

Estes equipamentos são responsáveis por<br />

mais de 5% do consumo nacional de<br />

energia elétrica e por cerca de 18% da<br />

demanda de ponta do sistema elétrico.<br />

Eliminar esse consumo da ponta do sistema<br />

significaria um grande desafogo para<br />

o sistema de geração e distribuição de<br />

energia, o que deslocaria, com tempo,<br />

grandes investimentos de recursos, diminuindo<br />

a pressão ambiental trazida pelos<br />

grandes lagos necessários às hidrelétricas.<br />

Mais de 82% da capacidade de geração<br />

de eletricidade instalada no <strong>Brasil</strong> é proveniente<br />

de usinas hidrelétricas. Os 18%<br />

restantes são oruindos de termelétricas<br />

convencionais, com 15,1% gerados a partir<br />

de combustíveis fósseis com pequeníssima<br />

contribuição de biomassa, e 2,9% de<br />

termonucleares.<br />

O novo modelo para o setor elétrico brasileiro,<br />

aprovado em 2004 pelo Congresso<br />

Nacional, prevê que a maior fonte de geração<br />

de eletricidade continuará sendo a<br />

hídrica, apesar da previsão de que a participação<br />

de fontes térmicas crescerá, principalmente<br />

a partir do gás natural. Nas<br />

palavras do documento que apresenta o<br />

modelo: “A geração hidrelétrica é atualmente<br />

a fonte mais competitiva; logo, deverá<br />

predominar na expansão de menor custo”.<br />

Neste modelo, preocupam os impactos<br />

socioambientais da hidroeletricidade. Um<br />

documento assinado por centenas de<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

27<br />

foco<br />

focus


foco<br />

focus<br />

ONGs brasileiras e internacionais, encaminhado<br />

em junho de 2004 à Conferência<br />

Internacional Pelas Energias Renováveis,<br />

sintetiza os impactos sociais das grandes<br />

hidrelétricas na visão da sociedade civil<br />

organizada. Com relação à Comissão<br />

Mundial de Barragens, o documento afirma<br />

que “...as grandes barragens são responsáveis<br />

pelo desalojamento de 40 a 80 milhões<br />

de pessoas no mundo, sendo que<br />

muitas dessas pessoas recebem uma<br />

compensação inadequada ou até nenhuma<br />

compensação. Milhões de pessoas têm<br />

perdido suas terras e estilos de vida e<br />

têm sofrido também por causa dos efeitos<br />

à jusante e de outros impactos indiretos<br />

das grandes barragens”. O documento<br />

também alerta para os impactos ambientais<br />

das grandes hidrelétricas, por serem emissoras<br />

de gases que provocam o efeito<br />

estufa, já que “....a decomposição da<br />

matéria orgânica nos reservatórios das<br />

hidrelétricas causa a emissão de metano<br />

e gás carbônico”, e que esse é “...um<br />

importante fator no rápido declínio da<br />

biodiversidade fluvial no mundo todo”. O<br />

mesmo documento alerta para a possível<br />

alteração hidrológica motivada pelas mudanças<br />

climáticas globais. Essas mudanças,<br />

causadas pelo aquecimento global,<br />

podem implicar na redução notável da<br />

geração hidrelétrica quando o regime de<br />

chuvas se altera.<br />

Os aquecedores solares de água são uma<br />

possibilidade real e competitiva, capaz de<br />

substituir a parte da eletricidade que é<br />

usada para aquecimento e, conseqüentemente,<br />

de diminuir a preocupação ambiental<br />

relacionada a esta fonte de energia. Por<br />

substituir hidroeletricidade e combustíveis<br />

Foto: Soletrol<br />

28 swisscam nº42 08/2005<br />

Casa modelo com instalação integral de energia solar<br />

Model house powered exclusively by solar energy<br />

Foto: Soletrol<br />

Com 280 dias de sol por ano, o <strong>Brasil</strong> tem<br />

tudo para usar energia solar<br />

With 280 years of sun per year, Brazil has all<br />

it takes to make good use of solar energy<br />

fósseis, cada instalação termossolar reduz<br />

de uma só vez e para sempre o dano<br />

ambiental associado às fontes convencionais.<br />

Não emite gases tóxicos, que contribuem<br />

para a poluição urbana, e não deixa<br />

o lixo radiativo como uma herança perigosa<br />

para as gerações futuras.<br />

Os aquecedores termossolares<br />

são candidatos a projetos do<br />

Mecanismo de Desenvolvimento<br />

Limpo (MDL), do Protocolo de<br />

Kyoto, por não afetar o clima<br />

global, já que não emite gases<br />

que provocam o efeito estufa<br />

O uso de aquecedores termossolares<br />

também não afeta o clima global por não<br />

emitir gases que provocam o efeito estufa.<br />

Devido a esse aspecto e por deslocarem a<br />

hidroeletricidade e os combustíveis<br />

fósseis majoritários na matriz energética<br />

brasileira, os aquecedores termossolares<br />

são candidatos a projetos do Mecanismo<br />

de Desenvolvimento Limpo (MDL), do<br />

Protocolo de Kyoto. O MDL promove o<br />

uso de fontes renováveis de energia, fornecendo<br />

recursos financeiros como contrapartida<br />

à redução de emissão de gases<br />

que provocam o efeito estufa, o que pode<br />

ser um impulso adicional à penetração<br />

dessa tecnologia no mercado brasileiro.<br />

Além das vantagens ambientais, a<br />

tecnologia termossolar apresenta vantagens<br />

sociais advindas da modularidade de<br />

suas aplicações, da descentralização da<br />

sua produção, da possibilidade de ser<br />

desenvolvida por pequenas e médias<br />

empresas, e da capacidade de gerar mais<br />

empregos por unidade de energia transformada.<br />

Dados do Departamento de<br />

Energia Solar da Associação <strong>Brasil</strong>eira de<br />

Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação<br />

e Aquecimento (ABRAVA), mostram que a<br />

O aquecimento de água de piscinas com energia<br />

solar une conforto e respeito ao meio ambiente<br />

Using solar heaters in swimming pools combines<br />

comfort and respect towards the environment<br />

produção anual de 1 milhão de m² de<br />

coletores gera aproximadamente 30 mil<br />

empregos diretos, sendo 8 mil na indústria,<br />

inclusive em micro e pequenas indústrias<br />

de produtos agregados e afins, 14 mil de<br />

instaladores, 4 mil de vendedores e distribuidores<br />

e 4 mil de técnicos de nível médio.<br />

Para aproveitar este potencial, o país<br />

precisaria desenvolver um grande mercado<br />

para aquecedores termossolares. Uma<br />

estimativa grosseira do tamanho potencial<br />

deste mercado pode ser adquirida com<br />

base em indicadores internacionais: segundo<br />

o Programa de Aquecimento e<br />

Refrigeração Solar da Agência Internacional<br />

de Energia (IEA), Israel, Grécia e Chipre<br />

são os países de maior penetração da<br />

tecnologia termossolar para aquecimento<br />

de água; o Chipre tem cerca de 0,95 m² de<br />

coletores por habitante e a Grécia 0,2 m²<br />

por habitante. Ainda segundo a IEA, a<br />

média atual deste indicador para os países<br />

filiados à agência é de 0,04 m² por habitante.<br />

Para alcançar a média dos países<br />

afiliados a IEA, a área instalada no <strong>Brasil</strong>,<br />

Ilustração: Soletrol


que hoje é pouco maior que 2 milhões de<br />

m², deveria ser de 7 milhões de m² e, para<br />

atingir os valores apresentados por Israel<br />

e Grécia, o mercado potencial brasileiro<br />

deveria ter entre 35 e 167 milhões de m²<br />

de coletores.<br />

Cada instalação termossolar<br />

reduz de uma só vez e para<br />

sempre o dano ambiental associado<br />

às fontes convencionais<br />

A atual área de coletores termossolares<br />

instalada no <strong>Brasil</strong> sugere que um forte<br />

crescimento do número de instalações<br />

de aquecedores termossolares pode ser<br />

esperado no futuro. O mercado de aquecedores<br />

solares de água basicamente<br />

atende a residências unifamiliares de média<br />

e alta renda e a poucas instalações de Créditos de carbono<br />

movimentam mercado<br />

Ilustração: Soletrol<br />

A instalação de aquecedores de água à base<br />

de energia solar é relativamente simples<br />

Installing water heaters powered by solar<br />

energy is relatively easy<br />

serviços e comerciais. Encontrar novos<br />

modelos de financiamento e de negócios<br />

que consigam penetrar em condomínios<br />

verticais e nos setores de comércio e<br />

serviços é o grande desafio do setor no<br />

país.<br />

Délcio Rodrigues é Diretor de Projetos<br />

do Instituto Ekos <strong>Brasil</strong> (www.ekosbrasil.org)<br />

e Pesquisador Associado do Instituto Vitae<br />

Civilis (www.vitaecivilis.org.br)<br />

Carbon credits heat up market<br />

Indústrias brasileiras se movimentam<br />

para tirar vantagem do Protocolo de<br />

Kyoto, em vigor desde fevereiro. Somente<br />

neste primeiro trimestre, a SGS do <strong>Brasil</strong>,<br />

que está devidamente credenciada para<br />

validar e verificar projetos do Mecanismo<br />

de Desenvolvimento Limpo (MDL),<br />

atendeu a mais de 53 empresas interessadas<br />

em transformar projetos ambientais<br />

em créditos de carbono. Os custos de<br />

verificação e validação podem ultrapassar<br />

15 mil euros, valor baixo quando<br />

comparado ao custo das demais etapas<br />

da implantação do projeto. Segundo as<br />

empresas envolvidas, além da contribuição<br />

sócio-ambiental, haverá um retorno<br />

significativamente compensador com a<br />

obtenção e venda dos Certificados de<br />

Emissão Reduzida (CERs).<br />

Conforme o Protocolo de Kyoto, os<br />

países industrializados, conhecidos<br />

também como países do Anexo I, devem<br />

reduzir suas emissões de gases<br />

causadores do efeito estufa em 5,2%<br />

em relação aos níveis de 1990. De acordo<br />

com os especialistas do setor, o<br />

mercado de crédito de carbono até 2012<br />

está estimado em mais de USD 10 bilhões,<br />

dos quais o <strong>Brasil</strong> participa com 10%.<br />

B razilian<br />

manufacturing companies<br />

are ready to take advantage of the<br />

Kyoto Protocol, in force since February.<br />

This first semester alone, SGS Brazil, a<br />

company certified to validate and verify<br />

projects of the Clean Development<br />

Mechanism (CDM), received applications<br />

of over 53 companies interested in exchanging<br />

environmental projects for carbon<br />

credits. The validation and verification<br />

costs may be well above 15 thousand<br />

Euros, considered low if compared to the<br />

cost of the other stages of project implementation.<br />

According to the involved<br />

companies, besides the social-environmental<br />

contribution, there will be significant<br />

returns since they will be able to obtain<br />

and sell the Reduced Emission Certificates<br />

(RECs).<br />

To comply with the Kyoto Protocol, industrialized<br />

countries, also referred to as the<br />

countries listed in Annex I, must reduce<br />

their emissions of greenhouse gases by<br />

5.2% in relation to 1990’s emission levels.<br />

According to the industry’s specialists, the<br />

carbon credit market up to 2012 is estimated<br />

at around USD 10 billion, with Brazil holding<br />

a 10% participation.<br />

Veja também - Find further information at<br />

www.br.sgs.com/pt_br/sa_news-1091<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

Foto: Araquém Alcântara<br />

29<br />

foco<br />

focus


SWISSCAM’s<br />

Collective Stand<br />

at HOSPITAL Fair<br />

A<br />

s last year, SWISSCAM has once more<br />

offered Swiss small and medium-sized<br />

companies in the hospital sector the chance<br />

to participate in its collective stand and<br />

show their products to the Brazilian market<br />

at the Hospitalar fair, which took place from<br />

14 on June 17 at ExpoCenter Norte. Besides<br />

organizing visits and supporting the negotiations<br />

with potential customers, SWISSCAM<br />

published a catalog to introduce the three<br />

participating companies.<br />

Lobeck has developed a user-friendly glucometer<br />

to measure the volume of glucose in<br />

the blood of diabetic patients. Designed<br />

using high technology, the product can be a<br />

competitive alternative for the products that<br />

lead the Brazilian market. Lobeck is already<br />

negotiating with a potential distributor and it<br />

looks forward to serving Brazilian patients.<br />

The Swiss company DiaMed has been established<br />

in Brazil for 12 years, offering blood<br />

group serology tests and services related to<br />

immunohaematology, haemostasis and serology<br />

for infectious diseases such as malaria,<br />

trypanosomiasis and leishmaniasis. DiaMed’s<br />

participation in SWISSCAM’s stand is a<br />

great opportunity to present its new tests<br />

and products.<br />

Estande coletivo<br />

da SWISSCAM na feira<br />

HOSPITALAR<br />

Como no ano passado, a SWISSCAM<br />

ofereceu espaço em seu estande<br />

coletivo na feira HOSPITALAR, que aconteceu<br />

entre 14 e 17 de junho no ExpoCenter<br />

Norte, para que pequenas e médias empresas<br />

suíças do ramo hospitalar pudessem<br />

apresentar os seus produtos e serviços ao<br />

público brasileiro. Além de organizar visitas<br />

e oferecer apoio durante as negociações<br />

com potenciais representantes, a SWISSCAM<br />

publicou um catálogo de apresentação das<br />

três empresas participantes.<br />

A Lobeck desenvolveu um glicómetro de<br />

fácil uso para medir o teor de glicose no<br />

sangue de pacientes diabéticos. Desenvolvido<br />

por meio de alta tecnologia o produto<br />

pode ser uma alternativa competitiva para<br />

os produtos líderes do mercado brasileiro.<br />

A Lobeck já está em fase de negociações<br />

com um potencial distribuidor e animada<br />

para conquistar os pacientes brasileiros.<br />

A empresa suíça DiaMed já atua no mercado<br />

brasileiro há 12 anos, oferecendo<br />

testes para sorologia de grupos sangüíneos<br />

e serviços relacionados com imuno-hema-<br />

UMP, United Medical Partners AG, has developed<br />

Cryoalfa, a device used by dermatologists<br />

in cryogenic surgery. Its base is the<br />

liquid nitrous oxide and the method used is<br />

the first one that allows direct contact between<br />

the liquid and the skin at a constant<br />

penetration temperature of -89°C. In this<br />

first visit to Brazil, the company’s representatives<br />

confirmed that they have already<br />

contacted potential customers and are confident<br />

they will close good deals.<br />

tologia, hemostasia e sorologia de doenças<br />

infecciosas como malária, chagas e<br />

leishmaniose. Para a DiaMed, a participação<br />

no estande da SWISSCAM é uma ótima<br />

oportunidade de apresentar novos testes<br />

e produtos.<br />

A UMP, United Medical Partners AG, desenvolveu<br />

o Cryoalfa, aparelho usado por<br />

dermatologistas em cirurgia criogênica.<br />

Sua base é o óxido nitroso líquido e seu<br />

método é o primeiro que permite contato<br />

direto entre o líquido e a pele, permitindo<br />

uma temperatura de penetração constante<br />

de -89°C. Nesta primeira vinda ao <strong>Brasil</strong>,<br />

os representantes da empresa confirmaram<br />

que já fizeram contatos promissores<br />

e estão confiantes em fazer bons negócios.<br />

Como constatamos que há empresas suíças do<br />

ramo dental bastante interessadas no mercado<br />

brasileiro, a SWISSCAM participará, em janeiro<br />

de 2006, do CIOSP, Congresso Internacional<br />

de Odontologia São Paulo, e já se<br />

coloca à disposição de empresas interessadas<br />

que queiram participar do estande coletivo da<br />

SWISSCAM neste evento a realizar-se no Anhembi.<br />

Os produtos dos expositores Lobeck, UMP e DiaMed - Lobeck, UMP and DiaMed show their products<br />

As there are a number of Swiss companies in the<br />

dental sector interested in doing business in<br />

Brazil, we have confirmed our participation in<br />

the CIOSP, Congresso Internacional de<br />

Odontologia São Paulo (International<br />

Dentistry Conference Sao Paulo), to be<br />

held on January 2006 at the Anhembi<br />

Convention Center. SWISSCAM is already<br />

accepting applications of companies for<br />

participation in its collective stand.<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

31<br />

notícias da swisscam<br />

swisscam news


notícias da swisscam<br />

swisscam news<br />

Bruno Frick, President<br />

of Switzerland’s senate,<br />

visits Brazil<br />

B<br />

runo Frick, President of the Swiss Senate,<br />

held a speech to SWISSCAM members<br />

about the relations between Switzerland and<br />

the European Union, and talked about the<br />

current status of these relations:<br />

“One may wonder why Switzerland doesn’t<br />

just go ahead and join the European Union.<br />

Despite the bilateral agreements signed, the<br />

differences in the political systems are great.<br />

The Swiss tend to take more of a pragmatic,<br />

rather than an ideological approach. We have<br />

the greatest respect for the European Union<br />

as a successful project for ensuring peace,<br />

and for its economic and social successes.<br />

The economic well-being of the EU is a precondition<br />

for prosperity in Switzerland. But<br />

we don’t have to join because of that, just as<br />

we don’t choose to marry every person with<br />

whom we have good business or personal<br />

relations.<br />

Indeed there are a number of decisive obstacles<br />

to joining:<br />

Switzerland’s system of direct democracy<br />

is not reconcilable with the representative<br />

style of democracy in the EU. Swiss citizens<br />

are entitled to vote on all major issues. In the<br />

EU countries, the people elect a parliament<br />

or government, and these then take decisions<br />

autonomously for the duration of the<br />

legislative period. Switzerland‘s system of<br />

democracy is “bottom up”, whereas democracy<br />

in the EU tends to be “top down”.<br />

These two systems are incompatible.<br />

Interest rates in Switzerland are around<br />

2% lower than in most EU countries. Taking<br />

the example of a mortgage rate of 2 – 2½%,<br />

as is currently the case in Switzerland, that<br />

would mean a doubling of the rate to meet<br />

the entrance requirements. In the case of<br />

capital loans, an increase of 30 – 50%.<br />

The success of the Swiss financial centre<br />

is based on three pillars:<br />

1. The quality of services,<br />

2. The Swiss franc as an independent<br />

currency,<br />

3. The bank-client confidentiality.<br />

Advantages 2 and 3 could disappear completely<br />

in the EU. But Switzerland’s financial centre<br />

accounts for about 20% of the economy.<br />

Switzerland would have to completely<br />

restructure its tax system as the EU requires<br />

32 swisscam nº42 08/2005<br />

O discurso de boas-vindas<br />

do presidente da Novartis,<br />

Sr. Patrice Zagamé, durante<br />

a visita de Bruno Frick<br />

Parabéns à SWISSCAM, ao Consulado e<br />

à Embaixada pela organização deste<br />

evento. É um prazer dar-lhe boas-vindas<br />

em nome das empresas suíças e agradecê-lo<br />

antecipadamente por apoiar os<br />

nossos interesses nos encontros com<br />

representantes do governo.<br />

Eu tenho certeza de que os senhores<br />

receberam informações completas sobre<br />

a economia do <strong>Brasil</strong> e outros assuntos.<br />

Apesar de não ser um economista ou um<br />

especialista financeiro, vou adicionar<br />

um pouco de valor a esta exposição<br />

sobre a situação atual no <strong>Brasil</strong>.<br />

O que eu posso fazer, de minha parte, é<br />

falar sobre os assuntos operacionais do<br />

dia-a-dia, com os quais a maioria de nós<br />

tem que se confrontar. Como venho do<br />

setor farmacêutico, vou usar uma<br />

metáfora da área médica:<br />

A pressão sanguínea, o colesterol e a<br />

glicemia estão bons, ou seja, a moeda<br />

está mais forte, o crescimento do GPD<br />

aceitável e o risco do país no nível mais<br />

baixo.<br />

Infelizmente, o paciente é esquizofrênico<br />

e tem osteosporose. Toda a classe política<br />

está envolvida em um escândalo político<br />

e a popularidade do governo Lula está<br />

no seu nível mais alto - isso é esquizofrenia.<br />

O <strong>Brasil</strong> é oprimido pela burocracia,<br />

por uma alta carga tributária e pela<br />

informalidade – isso é a osteosporose.<br />

Finalmente, ninguém se importa. Como o<br />

médico é cardiologista, ele checa apenas<br />

a pressão do sangue, o colesterol e a<br />

glicemia. Mas a má notícia é que o<br />

paciente – o <strong>Brasil</strong> – vai praticar body<br />

jumping, ou seja, competir com a Ásia<br />

enquanto se concentra em liderar o<br />

terceiro mundo.”<br />

that VAT in its member countries be set at a<br />

minimum of 15%. In Switzerland VAT is half<br />

that (7.6 %). In a federal system in which the<br />

federal government, the cantons and the<br />

local authorities set their own tax levels this<br />

would simply be too difficult a task!<br />

Switzerland will continue to be associated<br />

with the European Union through its bilateral<br />

agreements. But it is highly unlikely to seek<br />

membership in the foreseeable future – unless<br />

there are significant political and economic<br />

changes on both sides.<br />

So Switzerland has the best of opportunities<br />

in Europe. But Europe is only a part of our<br />

economic environment, albeit a very significant<br />

part. Two months ago, the Federal Council<br />

declared its intention to pay greater attention<br />

to the countries further west than simply to<br />

Novartis’ president, Mr. Patrice Zagamé’s<br />

welcome speech during Bruno Frick’s visit<br />

Congratulations to the Swiss Chamber, the Consulate and<br />

the Embassy for organizing this event. It is my pleasure to<br />

welcome you on behalf of all the Swiss companies and thank<br />

you in advance for the support you provide to our interests<br />

when meeting government officials.<br />

I’m sure you have received a complete overview on Brazil’s<br />

economy and issues. Not being an economist or a financial<br />

expert I will add a little value to this reading of the current<br />

situation.<br />

What I can do from my end is update you the day-to-day operational<br />

issues that most of us are confronted with. Being from<br />

the pharmaceutical industry, I’ll use a medical metaphor:<br />

The blood pressure, the cholesterol and the glycemia are<br />

ok, meaning the currency is stronger, GPD growth acceptable,<br />

and the country risk at the lowest record.<br />

Unfortunately, the patient is schizophrenic and he has osteoporosis.<br />

The whole political class is involved in a political<br />

scandal and Lula’s popularity is at its highest – that’s for<br />

the schizophrenia. Brazil is overwhelmed by bureaucracy, a<br />

heavy tax burden and informality – that’s for the osteoporosis.<br />

Finally, nobody cares. As the physician is a cardiologist, he<br />

only checks the blood pressure, the cholesterol and the<br />

glycemia. But the bad news is that the patient – meaning<br />

Brazil – is going to do body jumping, meaning competing<br />

with Asia while focusing on third world leadership.”<br />

Europe over the coming years. We wholeheartedly<br />

support that approach.<br />

Switzerland would like to establish a free<br />

trade agreement with some other countries<br />

in the next few years, namely, the USA and<br />

Brazil, the latter within the framework of the<br />

Mercosur. Alongside the USA, Brazil is also<br />

a very important partner for us. We are not<br />

only convinced that the political importance<br />

of Brazil will grow in the coming years, but<br />

also that Brazil’s economic strength will grow<br />

significantly.<br />

Switzerland, as a small landlocked country<br />

with few natural resources, needs to look<br />

outwards and establish connections throughout<br />

the world: with its neighbours in Europe<br />

as well as to economic and cultural areas<br />

around the world.”


B runo<br />

Bruno Frick, presidente do<br />

senado suíço, visita o <strong>Brasil</strong><br />

Frick, Presidente do senado<br />

suíço, ministrou uma palestra aos<br />

membros da SWISSCAM sobre as relações<br />

entre a Suíça e a União Européia e<br />

enfatizou o seguinte:<br />

“Alguns devem perguntar por que a Suíça<br />

simplesmente não se junta à União Européia.<br />

Apesar dos acordos bilaterais assinados,<br />

as diferenças entre os sistemas<br />

políticos são grandes. A Suíça tende a ter<br />

uma postura mais pragmática, ao invés<br />

de uma abordagem ideológica. Nós temos<br />

o maior respeito pela União Européia, como<br />

um projeto bem sucedido para garantir a<br />

paz e pelo seu sucesso econômico e social.<br />

A saúde econômica da União Européia é<br />

uma pré-condição para a prosperidade da<br />

Suíça. Mas não temos que nos associar<br />

devido a isso, assim como não nos casamos<br />

com qualquer pessoa com quem tenhamos<br />

boas relações comerciais ou pessoais.<br />

Existem, de fato, obstáculos decisivos<br />

para a associação:<br />

O sistema suíço de democracia direta<br />

não é compatível com o estilo de democracia<br />

representativa da União Européia.<br />

Os cidadãos suíços têm o direito de votar<br />

sobre todos os assuntos principais. Nos<br />

países da União Européia, o povo elege<br />

um parlamento ou um governo, e estes<br />

podem tomar decisões de maneira autônoma<br />

durante o seu mandato no poder<br />

legislativo. O sistema democrático suíço<br />

ocorre “de baixo para cima” enquanto a<br />

democracia na UE tende a ocorrer “de<br />

cima para baixo”. Esses dois sistemas<br />

são incompatíveis.<br />

As taxas de juros na Suíça são aproximadamente<br />

2% menores do que na maior<br />

parte da União Européia. Usando como<br />

exemplo a taxa de financiamento atual da<br />

Suíça de 2 – 2½, isso significaria dobrar<br />

nossa taxa para atender aos requisitos de<br />

ingresso na UE. No caso de empréstimos<br />

de capital, o aumento seria de 30 a 50%.<br />

O sucesso do centro financeiro suíço é<br />

baseado em três pilares:<br />

1. A qualidade dos serviços,<br />

2. A independência monetária<br />

do franco suíço,<br />

3. E a confidencialidade das<br />

relações banco-cliente.<br />

Ernesto Moeri, Patrice Zagamé, Bruno Frick, Embaixador Rudolf Bärfuss<br />

As vantagens 2 e 3 poderiam desaparecer<br />

completamente na UE. Mas o centro financeiro<br />

da Suíça é responsável por cerca de<br />

20% da economia do país.<br />

A Suíça teria que reestruturar completamente<br />

o seu sistema tributário, já que a<br />

União Européia exige que o VAT (no <strong>Brasil</strong>:<br />

ICMS) dos países membros seja de, no<br />

mínimo, 15%. Na Suíça, o VAT é a metade<br />

disso (7,6%). Em um sistema federal, no<br />

qual o governo federal, os cantões e as<br />

autoridades locais estabelecem a sua<br />

própria alíquota de impostos, isso seria<br />

uma tarefa muito difícil!<br />

A Suíça continuará sendo associada à<br />

União Européia por meio de seus acordos<br />

bilaterais. Mas é altamente improvável<br />

que venha a ser membro em um futuro<br />

próximo - a não ser que aconteçam mudanças<br />

políticas e econômicas significativas<br />

em ambos os lados.<br />

Bruno Frick, presidente do senado suíço<br />

Bruno Frick, President of Switzerland’s Senate<br />

A Suíça tem as melhores oportunidades<br />

na Europa, mas a Europa é apenas uma<br />

parte de nosso ambiente econômico,<br />

embora uma parte muito importante. Há<br />

dois meses, o Conselho Federal declarou<br />

que pretende dar mais atenção aos países<br />

mais distantes no ocidente nos próximos<br />

anos e não apenas à Europa. Nós apoiamos<br />

sinceramente essa abordagem.<br />

A Suíça gostaria de estabelecer um acordo<br />

de livre comércio com alguns outros<br />

países nos próximos anos, a saber, os<br />

Estados Unidos e o <strong>Brasil</strong>, o último dentro<br />

do contexto do Mercosul. Ao lado dos<br />

EUA, o <strong>Brasil</strong> é um parceiro muito importante<br />

para nós. Estamos convencidos de<br />

que não apenas a importância política do<br />

<strong>Brasil</strong> vai crescer nos próximos anos, mas<br />

de que a sua força econômica também vai<br />

crescer significativamente.<br />

A Suíça, como um pequeno país cercado<br />

de terra, com poucos recursos naturais,<br />

precisa olhar para fora e estabelecer contatos<br />

pelo mundo, com os seus vizinhos<br />

na Europa e com áreas culturais e econômicas<br />

no mundo inteiro.”<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

33<br />

notícias da swisscam<br />

swisscam news


Committee<br />

activities from<br />

June to July<br />

Atividades<br />

dos comitês<br />

Junho a Julho 2005<br />

2005 Comitê de RH<br />

HR Committee<br />

May 30 | In the second part of the presentation<br />

“Coaching – A reflection on the role of executives<br />

within a hierarchical system”, delivered by Wilma de<br />

Moraes Strieder, from Holos, the participants had<br />

the opportunity to test their major skills online<br />

Environment and<br />

Sustainability Committee<br />

July 11 | “Biodiesel Production: CIMBRIA SKET –<br />

References and Experiences in Germany – Solutions<br />

for Brazil”, by Mr. Bernd Ermesleben, director of<br />

International Businesses at CIMBRIA SKET, a<br />

Germany company of the Danish CIMBRIA GROUP<br />

Legal Committee<br />

June 10 | Presentation “PPPs – Legal and Financial<br />

Aspects”, by Benedicto Celso Benício Júnior and<br />

Heraldo Geres, from Benício Advogados Associados,<br />

on the legal aspects; and Gunnar Pinassi, from<br />

PricewaterhouseCoopers, on the financial aspects<br />

July 15 | Internal meeting to define August’s<br />

presentations, review the newsletter and the<br />

organization status of the Bankruptcy and Judicial<br />

Recovery seminar<br />

Marketing Committee<br />

June 07 | Presentation “Client Satisfaction and<br />

Loyalty”, by Luciano Crocco, partner and director<br />

of Brick Consulting, and author of “Consultoria<br />

Empresarial (Business Consultancy)” published by<br />

Editora Saraiva.<br />

S ECO<br />

30 de maio | Na segunda parte da palestra “Coaching<br />

- Reflexão sobre o papel do executivo dentro de<br />

um sistema hierárquico”, ministrada por Wilma de<br />

Moraes Strieder, da Holos, os participantes tiveram<br />

a oportunidade de fazer um teste on-line das suas<br />

principais habilidades<br />

Comitê de Meio Ambiente<br />

e Sustentabilidade<br />

11 de julho | “Produção de Biodiesel: CIMBRIA SKET<br />

– Referências e Experiências na Alemanha – Soluções<br />

para o <strong>Brasil</strong>”, com o Sr. Bernd Ermesleben, diretor<br />

de Negócios Internacionais da empresa alemã<br />

CIMBRIA SKET, do grupo dinamarquês CIMBRIA<br />

GROUP<br />

Round-table with<br />

Philippe Nell, director of<br />

SECO for the Americas<br />

(State Secretariat for Economic<br />

Affairs) is redesigning its strategies to<br />

improve bilateral trade between Switzerland<br />

and other countries, with emphasis on Brazil.<br />

Philippe Nell, director of the institution, responsible<br />

for the Americas, showed the<br />

audience last years’ statistics, which point to<br />

a steady fall in the volume of both imports<br />

and exports between Brazil and Switzerland.<br />

The round-table held with entrepreneurs<br />

aimed at discussing the factors that influenced<br />

such steady decrease. Although the<br />

Brazilian market has a huge potential to attract<br />

Swiss investors, there are still some problems<br />

that hinder the building and maintenance of<br />

a reliable commercial platform. While other<br />

countries, such as China, India and Russia,<br />

welcome foreign investors, Brazil imposes<br />

Comitê Jurídico<br />

10 de junho | Palestra “PPPs - Aspectos Jurídicos e<br />

Financeiros”, ministrada por Benedicto Celso Benício<br />

Junior e Heraldo Geres, da Benício Advogados<br />

Associados, com ênfase na parte legal; e Gunnar<br />

Pinassi, da PricewaterhouseCoopers, que abordou<br />

a parte financeira<br />

15 de julho | Reunião interna para definir as palestras<br />

para agosto, avaliar a newsletter e avaliar o andamento<br />

da organização do seminário de Falência e Recuperação<br />

Judicial<br />

Comitê de Marketing<br />

07 de junho | Palestra “Satisfação e lealdade de<br />

clientes”, ministrada por Luciano Crocco, sócio<br />

diretor da Brick Consulting, autor do livro<br />

“Consultoria Empresarial” da Editora Saraiva<br />

obstacles on them. The main difficulties they<br />

face are: the lack of legal rules; the slow<br />

pace at which legal proceedings are carried<br />

out, especially those involving starting a<br />

business; counterfeiting; the long time it takes<br />

for product registration; the monopoly in the<br />

reinsurance area; the complex tax system;<br />

the high interest rates for new investments;<br />

the outdated labor law and the poor infrastructure<br />

(high transportation and portuary<br />

costs). The participants in the meeting concluded<br />

that it is up to Brazil to work out these<br />

problems, and that a thorough reform of the<br />

mentioned areas is necessary to bring back<br />

and enhance Swiss investments in the country.<br />

The Swiss government is still working towards<br />

closing bilateral treaties, and welcomes<br />

further inputs on how to better find solutions<br />

to the problems.<br />

Mesa redonda com<br />

Philippe Nell, diretor<br />

para as Américas<br />

do SECO<br />

O SECO<br />

(Secretariado Federal Suíço<br />

para a Economia) está reformulando<br />

suas estratégias para incrementar o comércio<br />

bilateral entre a Suíça e outros países<br />

e destacou o <strong>Brasil</strong> como país foco neste<br />

intuito. Philippe Nell, diretor do departamento<br />

para as Américas, apresentou as estatísticas<br />

Suíça-<strong>Brasil</strong> dos últimos anos, que<br />

demonstram uma contínua queda, tanto<br />

nas exportações como nas importações.<br />

O objetivo da mesa redonda com empresários<br />

foi discutir os pontos determinantes<br />

para explicar essa queda contínua. Apesar<br />

de o <strong>Brasil</strong> ser um mercado de imenso<br />

potencial para investimentos suíços, há<br />

alguns pontos problemáticos que dificultam<br />

a construção e a manutenção de uma<br />

base comercial confiável. Enquanto outros<br />

países, como China, Índia e Rússia, atendem<br />

cada vez melhor o investidor estrangeiro,<br />

o <strong>Brasil</strong> apresenta alguns empecilhos a eles.<br />

Os principais são: a insegurança jurídica e a<br />

demora exagerada em caso de processos;<br />

a pirataria; a demora no registro de produtos;<br />

o monopólio na área de resseguros;<br />

a demora em procedimentos, tais como a<br />

abertura de uma empresa; o sistema tributário<br />

complexo demais; os juros altos<br />

para novos investimentos; a lei trabalhista<br />

antiquada e a infra-estrutura inadequada<br />

(custos altos para transportes e portos). A<br />

conclusão da mesa redonda foi que esses<br />

problemas são relacionados ao <strong>Brasil</strong> e<br />

que, para que os investimentos suíços<br />

voltem a crescer com maior intensidade, é<br />

preciso realizar algumas modificações nos<br />

ramos citados. O governo suíço continua<br />

com as negociações sobre acordos bilaterais<br />

e está aberto a ouvir demais inputs<br />

sobre questões a serem solucionadas.<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

35<br />

notícias da swisscam<br />

swisscam news


notícias da swisscam<br />

swisscam news<br />

SWISSCAM Rio<br />

Evento com Otávio de Castro<br />

Event with Otávio de Castro<br />

N<br />

o dia 23 de junho, a SWISSCAM<br />

promoveu nas instalações do prédio<br />

da CNC, Confederação Nacional do Comércio,<br />

mais uma agradável reunião.<br />

Desta vez, o foco direcionou-se aos operadores<br />

e profissionais militantes do comércio<br />

exterior que, diariamente, se deparam<br />

com pequenos óbices legais e administrativos,<br />

capazes de ocasionar<br />

verdadeiros tumultos durante<br />

as atividades cambiais internacionais.<br />

O palestrante Otávio de Castro,<br />

atuante na área de comércio<br />

exterior há mais de vinte<br />

anos, compartilhou com muita<br />

propriedade parte de sua<br />

experiência e de seus<br />

N o<br />

SWISSCAM Rio<br />

Palestra com Professor<br />

Renato Flôres<br />

36 swisscam nº42 08/2005<br />

conhecimentos profissionais com todos os<br />

que estavam presentes.<br />

O grupo de expectadores transmitiu muita<br />

coesão e interesse durante a apresentação<br />

do tema proposto e se mostrou satisfeito<br />

com o resultado de mais um evento organizado<br />

pela SWISSCAM.<br />

Nos sentimos verdadeiramente<br />

lisonjeados com a participação<br />

de cada associado, na medida<br />

em que um de nossos objetivos<br />

é proporcionar a difusão<br />

dos esclarecimentos necessários<br />

ao bom desempenho das<br />

atividades profissionais nos<br />

diversos segmentos empresariais.<br />

Presentation by Professor Renato Flôres<br />

dia 18 de maio, na Confederação<br />

das Câmaras de Comércio, a SWISS-<br />

CAM promoveu uma agradável palestra<br />

sobre a política comercial brasileira, que<br />

reuniu empresários de todos os seguimentos.<br />

O palestrante convidado foi ninguém menos<br />

que o eminente Professor Renato Flôres,<br />

integrante do corpo docente da FGV e<br />

expert da OMC, que abordou o tema pro-<br />

Impressões da festa nacional da Suíça no<br />

Esporte Clube Helvetia onde a SWISSCAM<br />

apresentou os seus serviços num estande<br />

institucional<br />

Impressions of Switzerland’s National<br />

Day Celebration at Sport Club Helvetia,<br />

where SWISSCAM presented its services<br />

in its institutional stand<br />

posto com a propriedade e o entusiasmo<br />

que lhe são peculiares.<br />

A participação em massa dos presentes<br />

expressou a satisfação e o contentamento<br />

dos ouvintes em relação àquele encontro<br />

tão enriquecedor. Ao final da reunião,<br />

recebemos elogios relativos à qualidade<br />

da exposição realizada, como também<br />

pedidos para que fizéssemos novas abordagens<br />

nesta linha temática.<br />

S<br />

WISSCAM promoted another pleasant<br />

meeting on June 23 at CNC – Confederação<br />

Nacional do Comércio (Federal Trade<br />

Confederation).<br />

This time, the focus was on foreign trade<br />

operators and professionals, who face daily<br />

small legal and administrative obstacles,<br />

capable of causing a great deal of confusion<br />

during international exchange transactions.<br />

Our guest speaker, Otávio de Castro, who<br />

has been working in the foreign trade area<br />

for over twenty years, shared with the audience<br />

part of his professional experience<br />

and knowledge.<br />

The audience showed cohesion and interest<br />

during the presentation and was pleased with<br />

the results of one more event organized by<br />

SWISSCAM.<br />

We were truly flattered by having the participation<br />

of each member as one of our goals is<br />

to provide each one of them with the opportunity<br />

to get updated in their areas to better<br />

perform their professional activities in the<br />

various business segments.<br />

S WISSCAM<br />

held on May 18, at the Confederation<br />

of Brazilian Chambers of<br />

Commerce, a pleasant event gathering entrepreneurs<br />

from different sectors for a presentation<br />

covering the Brazilian commercial<br />

policy.<br />

Our guest-speaker was the renowned FGV<br />

professor and OMC’s expert, Renato Flôres,<br />

who talked about the theme with the knowledge<br />

and enthusiasm he is known for.<br />

The active participation of the audience was<br />

a proof that the event was pleasant and<br />

fulfilled the expectations of those present.<br />

After the presentation, we were complimented<br />

on the quality of the event and received<br />

suggestions to organize further meetings<br />

to discuss similar issues.


SWISSCAM Rio<br />

Participação no Seminário<br />

da FCCE sobre comércio<br />

bilateral <strong>Brasil</strong>-Suíça<br />

N<br />

FCCE Seminar on Brazil-Switzerland<br />

bilateral trade<br />

o dia 27 de junho deste ano, a FCCE<br />

- Federação das Câmaras de Comércio<br />

Exterior realizou, em parceria com a<br />

Embaixada da Suíça e a SWISSCAM, um<br />

seminário sobre o comércio bilateral <strong>Brasil</strong>-<br />

Suíça, que contou com a participação de<br />

organizações governamentais e empresariais.<br />

As apresentações abordaram, dentre outros<br />

temas, as relações econômicas desses<br />

países e as possíveis iniciativas para implementação<br />

e majoração dos fluxos de investimentos<br />

diretos praticados no <strong>Brasil</strong>.<br />

Estiveram presentes pessoas de renome<br />

da política e da economia brasileiras, tais<br />

como o secretário do Tesouro Nacional,<br />

Sr. Joaquim Levy, e o ministro interino do<br />

Desenvolvimento, Indústria e Comércio<br />

Exterior, Sr. Márcio Fortes de Almeida.<br />

Em homenagem aos reconhecidos esforços<br />

realizados pela equipe da FCCE, o corpo<br />

diplomático suíço compareceu, represen-<br />

Como valioso resumo de todo o conteúdo<br />

das diferentes palestras do seminário<br />

sobre comércio bilateral <strong>Brasil</strong>-Suíça,<br />

a FCCE elaborou uma bela publicação<br />

especial com os seguintes capítulos:<br />

FCCE prepared a special publication<br />

containing a summary of all presentations<br />

delivered in the Brazil-Switzerland Bilateral<br />

Trade seminar. It includes the following<br />

topics:<br />

“Dívida externa de empresas brasileiras caiu<br />

pela metade” - “Foreign debt of Brazilian<br />

companies drops by half”<br />

“Apesar das diferenças, <strong>Brasil</strong> e Suíça têm<br />

interesses comuns” - “Despite the differences,<br />

Brazil and Switzerland have common interests”<br />

“Relações econômicas entre <strong>Brasil</strong> e Suíça<br />

podem melhorar” - “The economic relations<br />

between Brazil and Switzerland can improve”<br />

“Iniciativas brasileiras no âmbito de investimentos”<br />

- “Brazilian initiatives to stimulate investment”<br />

tado por seu cônsul-geral no Rio de Janeiro,<br />

Sr. Klaus Bucher, acompanhado pelo ilustre<br />

embaixador suíço no <strong>Brasil</strong>, Sr. Rudolf<br />

Bärfuss, que participou ativamente das<br />

sessões de abertura e de encerramento<br />

dos trabalhos.<br />

Sra. Ursula Bardorf, diretora executiva da<br />

SWISSCAM, apresentou a atuação das<br />

empresas suíças no <strong>Brasil</strong> e apontou os<br />

pontos fortes deste imenso mercado,<br />

além das barreiras que os investidores<br />

estrangeiros ainda enfrentam.<br />

O público presente, constituído por empresários<br />

brasileiros e suíços, se beneficiou<br />

das sólidas informações oferecidas<br />

durante o encontro.<br />

“Pequenas e médias empresas suíças têm apoio<br />

para negociar” - “Small and medium-sized Swiss<br />

companies get support to negotiate”<br />

“<strong>Brasil</strong>-Suíça, êxitos e desafios: a visão empresarial”<br />

– Arthur Pimentel, Coordenador Geral de Exportação<br />

do MDIC - “Brazil-Switzerland, successes and<br />

challenges: a business view”<br />

“Carne brasileira e etanol para o mercado europeu”<br />

- “Brazilian meat and ethanol reach the European<br />

market”<br />

“Crescimento estável e energia limpa na pauta<br />

dos investimentos” - “Stable growth and clean<br />

energy attract investments”<br />

T<br />

his year, on June 27, the Federation of<br />

Foreign Trade Chambers – FCCE, in<br />

cooperation with the Swiss Embassy and<br />

SWISSCAM, promoted a seminar to discuss<br />

Brazil-Switzerland bilateral trade, to which<br />

entrepreneurs and governmental organizations<br />

were invited.<br />

The audience discussed, among others issues,<br />

the economic relations between both countries<br />

and potential initiatives to bring a higher flow<br />

of direct investments to Brazil.<br />

Among the audience, we had personalities<br />

of the political and economical areas, such<br />

as the Secretary of Treasury, Mr. Joaquim<br />

Levy, and the acting Ministry of Development,<br />

Industry and Foreign Trade, Mr. Márcio<br />

Fortes de Almeida.<br />

In recognition for the efforts made by the<br />

FCCE team, the Swiss general consul that<br />

represents the Swiss diplomatic body in Rio<br />

de Janeiro, Mr. Klaus Bucher, came to the<br />

event accompanied by the illustrious Swiss<br />

ambassador to Brazil, Mr. Rudolf Bärfuss,<br />

who had an active participation in the<br />

event’s opening and closing sessions.<br />

Mrs. Ursula Bardorf, SWISSCAM’s executive<br />

director, talked about the performance of<br />

Swiss companies currently operating in<br />

Brazil and highlighted the Brazilian market<br />

strengths and the obstacles foreign investors<br />

still have to overcome.<br />

The audience, comprising both Brazilian<br />

and Swiss entrepreneurs, benefited from<br />

the information shared in the event.<br />

“Cuidado com as fraudes!” - “Watch out for<br />

frauds!”<br />

“Patek Philippe, o melhor relógio do mundo” –<br />

comunicação FCCE - “Patek Philippe, the best<br />

watch in the world”<br />

“O diplomata poliglota que representa um<br />

país multicultural” - “The polyglot diplomat that<br />

represents a multicultural country”<br />

“A melhor carne do mundo busca novos<br />

mercados consumidores” - “The best meat in<br />

the world in search for new markets”<br />

“Identificar produto e negócios é o começo de<br />

uma parceria de sucesso” - “Identifying products<br />

and business opportunities is the beginning of a<br />

successful partnership”<br />

“Segurança e Inviolabilidade: a receita de<br />

sucesso dos bancos suíços” - “Safety and<br />

inviolability: the recipe for success of Swiss banks”<br />

“Guarda suíça: plumas coloridas em uma<br />

corporação de elite” - “Swiss Guard, the colorful<br />

feathers of an elite corporation”<br />

“Exportações brasileiras” – estatística 2004,<br />

fonte SISCOMEX - “Brazilian exports – 2004<br />

statistics, source: SISCOMEX”<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

37<br />

notícias da swisscam<br />

swisscam news


P<br />

O Halloween de Irniger<br />

Ilustração: Markus Steiger<br />

elo menos uma vez por ano, o Irniger<br />

precisa de uma dose de USA, senão<br />

ele sente uma falta. A vastidão, o ilimitado,<br />

o céu, a descontração, the way of life, hell,<br />

sem isto, ele se sufoca aqui.<br />

Em Basten, Massachusetts, Irniger percebeu<br />

que ele, no fundo no fundo, era americano.<br />

Fez pós-graduação em General Management<br />

na Harvard Business School e logo soube:<br />

This is my world. Após duas das oito semanas<br />

do curso no campus quase vazio<br />

(o curso foi durante as férias de verão),<br />

Irniger já sonhava em inglês. E assim é<br />

até hoje.<br />

Desde Harvard Irniger tem dificuldades de<br />

conviver com a mentalidade européia. Por<br />

isto, ele procurou a proximidade de empresas<br />

americanas e a achou. Os seus empregadores<br />

logo perceberam que a química<br />

funcionou. O mesmo matter-of-fact<br />

approach, quando se trata de business, a<br />

mesma cordialidade na vida particular. E,<br />

claro, o mesmo idioma. Quando Irniger fala<br />

com o Head Office, ninguém adivinharia<br />

que ele cresceu em Oberengstringen,<br />

tamanha a suavidade de marshmallow<br />

com que soam as suas consoantes.<br />

Essa afinidade com os USA naturalmente<br />

se manifesta também na área cultural. Os<br />

Irnigers enviam mais de cem dert valtenines<br />

por ano e expõem os recebidos por se-<br />

por Martin Suter<br />

manas no buffet. No dia do Thanksgiving<br />

eles convidam dez casais, escolhidos a<br />

dedo, para o tradicional turkey. O stuffing<br />

de Christine (Crissie) já ficou famoso.<br />

Especialmente legendárias são as<br />

Halloween-Partys do Irniger. Por isto, ele<br />

não fica surpreso, quando Ross G. Cutler,<br />

International Controller do Head Office,<br />

anuncia a sua presença para o dia 31 de<br />

outubro. A razão oficial é alguma questão<br />

organizacional. Mas o motivo verdadeiro<br />

é, com certeza, a Halloween-Party do<br />

Irniger, bastante comentada até no outro<br />

lado do oceano.<br />

A Party já está em pleno andamento,<br />

quando Ross chega. Ele veste a fantasia<br />

de caveira e a foice de plástico que Irniger<br />

deixou prontas no hotel onde está hospedado.<br />

Ross diz: “I’m coming to take you<br />

away, away, huhu, haha.” E Irniger, na sua<br />

fantasia de bruxa – três dentes, seis verrugas,<br />

nariz torto, vassoura – finge que está<br />

horrivelmente assustado. Os dois quase<br />

morrem de rir.<br />

Ross esculpe a Pumpkin com a habilidade<br />

típica do americano, e ganha o primeiro<br />

prêmio, uma bruxinha e uma vassoura.<br />

Depois ele dança com Crissie (vampira)<br />

ao som das músicas “Season of the witch”<br />

e “Burning down the house”. Em seguida,<br />

participa entusiasmadamente no “Bobbing<br />

for Apples”, uma brincadeira na qual se<br />

deve pescar macãs numa bacia cheia de<br />

água, sem usar as mãos. Totalmente ensopado,<br />

ele ganha de novo e berra de<br />

alegria.<br />

Mas é na hora do “enrolar a múmia” quando<br />

os dois se aproximam de verdade.<br />

Primeiro, o Irniger enrola o Ross com um<br />

rolo de papel higiênico, depois Ross faz o<br />

mesmo com Irniger. É que só os americanos<br />

dominam essa superação lúdica da<br />

distância hierárquica.<br />

A proximidade pessoal ainda é mais claramente<br />

perceptível no dia seguinte, quando<br />

Ross informa Irniger sobre o seu real motivo<br />

da viagem: O Head Office decidiu se<br />

separar do Irniger.<br />

Copyright © Diogenes Verlag AG Zürich<br />

Alle Rechte vorbehalten<br />

Martin Suter nasceu em 1948 em Zurique<br />

e mora com sua esposa na Espanha e<br />

Guatemala. Foi editor, repórter e roteirista<br />

de cinema e TV. Desde 1991 é escritor<br />

freelancer. Além de romances e roteiros,<br />

escreve colunas para as publicações<br />

suíças Das Magazin e NZZ-Folio<br />

swisscam nº42 08/2005<br />

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business class<br />

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