*Abril/2020 Referência Florestal 217
SUSTENTABILIDADE Após 14 anos do Decreto nº 5.746, que regulamentou os procedimentos de criação, gestão e manejo das Rppn’s (Reservas Particulares do Patrimônio Natural), o Brasil teve um aumento estimado em quase 120% o número de áreas protegidas através da iniciativa dos proprietários particulares, uma estratégia considerada, por vários países, sustentável pela geração de renda aliada a garantia dos recursos naturais a futuras gerações. Integrante do Snuc (Sistema Nacional de Unidade de Conservação), mecanismo instituído por meio da Lei nº 9.995, de julho de 2000, as Rppn’s tem sido motivo de interesse progressivo no Brasil tanto por proprietários de florestas particulares, quanto por ambientalistas e especialistas. Em 2006, o País possuía 714 reservas, o que corresponde a 530 mil hectares de área de florestas particulares instituídas como Rppn. Até março de 2020, o total é de 1.567 reservas que, juntas, conservam 890.459,34 hectares de áreas naturais em todos os biomas brasileiros, conforme dados da Confederação Nacional de Rppns. Os estados com mais reservas são Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro, mas não há dados detalhados de cada região. De acordo o IcmBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão federal que apresenta as diretrizes para criação desta modalidade, a Rppn pode ser criada por pessoas físicas ou jurídicas, proprietárias de imóveis rurais ou urbanos com potencial para a conservação da natureza. Entre os critérios iniciais estão possuir uma área, de qualquer tamanho, que abrigue espécies de fauna e flora raras e ameaçadas de extinção ou locais com importância significativa para o ecossistema da região onde está localizada. Além disso, é essencial o compromisso dos proprietários em manter a preservação e o uso sustentável dos recursos naturais. “Não houve grandes dificuldades para a criação, o processo é longo e burocrático, mas criar uma Rppn é uma decisão acessível e recompensadora. Foram necessárias poucas adequações. A Rppn Itáytyba foi criada em uma área extensa e muito preservada. Uma das atividades mais onerosas foi cercar mais de 10 milhões de metros quadrados (1.090 hectares) de reserva, entre florestas, savanas, rochas e corpos d’água”, ressalta o sócio-diretor do hotel Itáytyba Ecoturismo, Carlos Eduardo Arnt Ramos, localizada no Paraná. Como Rppn, uma área pode ser utilizada para a realização de atividades de pesquisas científicas e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, conforme previsto no seu plano de manejo, sendo possível gerar renda econômica. O proprietário da Rppn conta com uma série de benefícios, como isenção do ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural); prioridade na análise dos projetos pelo Fnma (Fundo Nacional do Meio Ambiente); preferência na análise de pedidos de concessão de crédito agrícola junto às instituições oficiais de crédito; além de possibilidades de 54 www.referenciaflorestal.com.br
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SUSTENTABILIDADE<br />
Após 14 anos do Decreto nº 5.746, que regulamentou<br />
os procedimentos de criação, gestão<br />
e manejo das Rppn’s (Reservas Particulares do<br />
Patrimônio Natural), o Brasil teve um aumento<br />
estimado em quase 120% o número de áreas<br />
protegidas através da iniciativa dos proprietários particulares,<br />
uma estratégia considerada, por vários países, sustentável<br />
pela geração de renda aliada a garantia dos recursos naturais<br />
a futuras gerações.<br />
Integrante do Snuc (Sistema Nacional de Unidade de<br />
Conservação), mecanismo instituído por meio da Lei nº 9.995,<br />
de julho de 2000, as Rppn’s tem sido motivo de interesse<br />
progressivo no Brasil tanto por proprietários de florestas<br />
particulares, quanto por ambientalistas e especialistas. Em<br />
2006, o País possuía 714 reservas, o que corresponde a 530<br />
mil hectares de área de florestas particulares instituídas como<br />
Rppn. Até março de <strong>2020</strong>, o total é de 1.567 reservas que,<br />
juntas, conservam 890.459,34 hectares de áreas naturais em<br />
todos os biomas brasileiros, conforme dados da Confederação<br />
Nacional de Rppns.<br />
Os estados com mais reservas são Minas Gerais, Paraná e<br />
Rio de Janeiro, mas não há dados detalhados de cada região.<br />
De acordo o IcmBio (Instituto Chico Mendes de Conservação<br />
da Biodiversidade), órgão federal que apresenta as diretrizes<br />
para criação desta modalidade, a Rppn pode ser criada por<br />
pessoas físicas ou jurídicas, proprietárias de imóveis rurais<br />
ou urbanos com potencial para a conservação da natureza.<br />
Entre os critérios iniciais estão possuir uma área, de qualquer<br />
tamanho, que abrigue espécies de fauna e flora raras e ameaçadas<br />
de extinção ou locais com importância significativa para<br />
o ecossistema da região onde está localizada. Além disso,<br />
é essencial o compromisso dos proprietários em manter a<br />
preservação e o uso sustentável dos recursos naturais. “Não<br />
houve grandes dificuldades para a criação, o processo é longo<br />
e burocrático, mas criar uma Rppn é uma decisão acessível e<br />
recompensadora. Foram necessárias poucas adequações. A<br />
Rppn Itáytyba foi criada em uma área extensa e muito preservada.<br />
Uma das atividades mais onerosas foi cercar mais de<br />
10 milhões de metros quadrados (1.090 hectares) de reserva,<br />
entre florestas, savanas, rochas e corpos d’água”, ressalta o<br />
sócio-diretor do hotel Itáytyba Ecoturismo, Carlos Eduardo<br />
Arnt Ramos, localizada no Paraná.<br />
Como Rppn, uma área pode ser utilizada para a realização<br />
de atividades de pesquisas científicas e visitação com<br />
objetivos turísticos, recreativos e educacionais, conforme<br />
previsto no seu plano de manejo, sendo possível gerar renda<br />
econômica. O proprietário da Rppn conta com uma série de<br />
benefícios, como isenção do ITR (Imposto sobre a Propriedade<br />
Territorial Rural); prioridade na análise dos projetos pelo<br />
Fnma (Fundo Nacional do Meio Ambiente); preferência na<br />
análise de pedidos de concessão de crédito agrícola junto<br />
às instituições oficiais de crédito; além de possibilidades de<br />
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